Projeto de lei propõe ‘reinventar’ o conceito de família

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29 de agosto de 2019

Tramita na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 3369/2015, que, em linhas gerais, propõe “reconhecer como família todas as formas de união baseadas no amor e na socioafetividade entre duas ou mais pessoas, independentemente de consanguinidade, gênero, orientação sexual, nacionalidade, credo ou raça, incluindo seus filhos ou pessoas que assim sejam consideradas”.


O chamado “Estatuto das Famílias do Século XXI”, de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e que tem como relator o deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE), seria analisado na CDHM em 21 de agosto, mas um dia antes o presidente da Comissão, o deputado Helder Salomão (PT-ES), retirou o PL da pauta em virtude do que chamou de “interpretações distorcidas” que o texto tem recebido nas redes sociais, e para que haja “aprimoramento de sua redação por meio da elaboração de substitutivo”. Ainda não há previsão de quando o PL será apreciado.

‘Normatização’ do incesto e da poligamia?


Mesmo retirado da pauta, o PL 3369/2015 foi o principal assunto da sessão da CDHM do dia 21, especialmente pelo fato de que dá margem à “legalização” de condutas como a poligamia, o incesto e a pedofilia.


Orlando Silva descartou tais riscos e disse que o PL tem, entre outros objetivos, o propósito de afirmar como família as uniões homoafetivas. “É bestial alguém imaginar que seria proposto a legalização do incesto. Até porque, o incesto está vedado no Código Civil, no seu artigo 1521. Além disso, é um tabu secular de todas as civilizações”, declarou.


Uma das críticas ao projeto de lei, a deputada Chris Tonietto (PSL-RJ), classificou o PL como “um acinte, uma afronta à dignidade de nossas famílias, e um dos documentos mais esdrúxulos já produzidos na história da atividade legislativa do Brasil!”. Na sessão, ela disse que os apoiadores da medida se valem de manipulações semânticas para esconder a defesa da poligamia e das relações incestuosas. “Eu gostaria aqui de usar o dicionário para falar sobre o que é consanguinidade: parentesco entre os que descendem de um mesmo pai, laço de sangue. Então, se isso no PL não for relações incestuosas, é o quê?”, indagou.

Em choque com a Constituição


Para a diretora de Relações Institucionais da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), Regina Beatriz Tavares da Silva, o PL 3369/2015 viola o artigo 226 da Constituição Federal, o qual estabelece a monogamia como princípio da relação familiar. 


“O PL propõe a mudança do conceito de família no Direito brasileiro por meio de uma norma aberta, que possibilitaria o casamento ou a união estável entre três, quatro, cinco ou mais pessoas: um homem e duas mulheres, uma mulher e dois homens, um homem e três, quatro ou mais mulheres etc.; além da poligamia dos ‘trisais ou de mais pessoas’, ‘poligamia consentida’, porque seria acordada entre todos; a poligamia dos ‘amantes’ ou ‘poligamia não consentida’, porque não tem a concordância do consorte traído; tudo isso passaria a ter, segundo esse PL, a configuração de família”, alertou. 


Regina, que também é presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS), lembrou que a redação do PL abre margem para que se atribua natureza de família às relações incestuosas, na medida em que se legalizaria, por exemplo, a relação sexual entre pai e filha, mãe e filho e entre irmãos, e até mesmo a pedofilia. Outro complicador de um modelo de união estável poligâmica é a dificuldade para se determinar a paternidade.

Em oposição ao Código Civil


No artigo 1521 do Código Civil, há uma série de impedimentos para o reconhecimento de uniões estáveis (leia mais no box acima), entre esses o “casamento” entre pais e filhos ou entre irmãos. No entanto, se aprovado o que se propõe no PL 3369/2015, podem ser revogadas normas legais incompatíveis com a futura lei, como os referidos impedimentos descritos no Código Civil e a monogamia como princípio da relação familiar.


“Uma nova lei, mesmo que não indique as normas legais revogadas, pode implicar sua revogação, que é decorrente da incompatibilidade entre as normas anteriores e a norma posterior. Claro fique que muitas interpretações poderiam ocorrer, inclusive em razão do disposto no art. 2º, § 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), pelo qual ‘a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior’, mas são evidentes os riscos à sociedade brasileira, inclusive de imensa judicialização de questões que esse PL acarretaria”, observou a Diretora de Relações Institucionais da Ujucasp.

 

Riscos de trocar a objetividade pela subjetividade


Outro ponto de preocupação sobre o PL se refere a ter no amor e na socioafetividade as bases para o reconhecimento legal de uma família.


“Os requisitos da união estável são objetivos: constituição de família em forma monogâmica (duas pessoas), de maneira pública, contínua e duradoura. Assim, não se pode colocar na lei um critério subjetivo para a verificação da existência de uma família. Se levados em conta sentimentos, como o afeto, qualquer relação, inclusive entre amantes, ou seja, entre uma pessoa casada e uma terceira pessoa, poderia ser considerada família. Aí reside o risco de desse PL: trazer um critério meramente subjetivo para a apuração da existência de família, o que abre a porta para inúmeras interpretações”, comentou Regina, alertando para o risco de destruição das famílias. “Se a família for destruída – e não podemos ser inocentes a ponto de fecharmos os olhos para a existência do empenho de alguns em destruí-la –, haverá o enfraquecimento das pessoas, o que, por conseguinte, facilitará a sua manipulação.”

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Desenvolvimento da sociedade depende do bem-estar das famílias

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23 de agosto de 2019

 

Instituição existente desde a origem da humanidade, a família é considerada nas mais variadas culturas como a “célula mãe da sociedade”. Seja do ponto de vista sociológico, antropológico, cultural ou religioso, reconhece-se que o desenvolvimento das pessoas, das culturas e dos povos passa pelas relações familiares. Portanto, pode-se dizer que a família é uma questão de interesse público. 


São várias as iniciativas que buscam promover a importância social da família, como é o caso do Family Talks, um programa da Associação de Desenvolvimento da Família (Adef), voltado a fazer advocacy pela família, ou seja, atuar na esfera pública com o intuito de promover ações, trazer informações sobre a importância das relações familiares para o desenvolvimento social, o que implica a promoção de iniciativas de interesse público ou privado voltadas ao fortalecimento das relações familiares. 


A Adef é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, aconfessional e não partidária, que atua desde 1978 no Brasil, promovendo programas de desenvolvimento familiar. 

ATIVIDADES
As ações do Family Talks são voltadas, sobretudo, à criação de rede de instituições, organizações e pessoas que tenham clara a importância de que as famílias precisam se desenvolver. “Isso se caracteriza pela organização de eventos, estudos e atividades de promoção do tema na esfera pública, trazendo dados e evidências empíricas sobre a importância de diferentes aspectos da vida familiar e recomendações  de como o apoio às famílias pode ser feito, inclusive, por meio de políticas públicas”, explicou, ao O SÃO PAULO, Rodolfo Canônico, especialista em políticas públicas e diretor executivo do Family Talks. 


“O debate sobre o tema da família no Brasil ficou muito polarizado em discussões ideológicas. Por isso, para conseguir avançar no debate e na construção de propostas que beneficiem efetivamente as famílias brasileiras, nós entendemos que é fundamental sempre partir de evidências empíricas e estudos científicos para, então, analisar os problemas principais que afetam as famílias e buscar soluções”, esclareceu.

ÂMBITOS DE ATUAÇÃO
As iniciativas do Family Talks acontecem em diferentes agentes da sociedade civil e do poder público nas esferas municipal, estadual e federal, além do Congresso Nacional. Também trabalha com instituições acadêmicas e de pesquisa. 


Embora o Family Talks atue só no âmbito nacional, o programa está vinculado à International Federation for Family Development (IFFD), que congrega mais de 200 associações, dentre as quais a Adef, está em 68 países e possui status consultivo geral na ONU. “Isso permite uma grande possibilidade de diálogo e informações e ser uma voz ativa na defesa dos interesses das famílias dentro da ONU”, comentou Canônico

DESAFIOS 
Dentre os desafios para o desenvolvimento da família que preocupam o Family Talks, Canônico destacou, em primeiro lugar, a crise de relações que geram muitas rupturas familiares em diferentes níveis. “Não se trata exclusivamente do divórcio, mas algo cada vez mais frequente é a ruptura intergeracional, ou seja, famílias que cada vez têm menos condições de prestar cuidados aos idosos, por exemplo”, destacou o Diretor, salientando que o Brasil vive um rápido envelhecimento populacional. 


Rodolfo Canônico também elencou como grande problema a “tripla dimensão da pobreza” que impacta as famílias. A primeira delas é a pobreza material, com as desigualdades sociais que atingem o País. “É evidente que famílias em condições socioeconômicas mais modestas encontram mais dificuldades. A pobreza impõe uma série de barreiras para o desenvolvimento das relações familiares”, afirmou o Especialista, indicando que há estudos que apontam que turbulências econômicas na vida doméstica são causas frequentes de ruptura familiar, que podem levar até ao abandono.

TEMPO E AFETO
A segunda pobreza é a de tempo. “Fala-se pouco sobre esse problema no Brasil, mas é uma realidade que atinge toda a sociedade com diferentes características”, alertou o Diretor do Family Talks. 


Em uma grande cidade como São Paulo, pessoas que vivem na periferia podem gastar até seis horas por dia em transporte entre a ida e a chegada ao trabalho. “Como uma pessoa que gasta todo esse tempo em trânsito terá condições de ter um bom relacionamento com seu cônjuge ou com os filhos?”, indagou Canônico. 


Também as famílias de níveis socioeconômicos altos sofrem com escassez de tempo. “Vemos o desafio cada vez maior de equilibrar trabalho e família. É um problema de todos os níveis”, completou.
Como consequência das pobrezas material e de tempo, surge a pobreza afetiva, que gera rupturas nas relações familiares, como a falta de presença dos pais na educação das crianças, muitas vezes, “terceirizada” para a escola. 
A pobreza de afeto é um problema mundial. Tanto que na Inglaterra foi criado, recentemente, o Ministério da Solidão. Naquele País, existem 9 milhões de pessoas totalmente solitárias, a maioria idosos.  

TEMA TRANSVERSAL
Os debates do Family Talks ressaltam que a família é um tema transversal, que deve ser levado em conta na criação de políticas públicas. “É possível ter ações pensadas diretamente para as famílias, mas, além disso, quando se pensa em políticas de educação, saúde, segurança, entre outras, a família entra na transversalidade”, recordou Canônico. 


O programa também busca envolver o máximo possível de pessoas e agentes da sociedade interessados no desenvolvimento da família, independentemente de seus posicionamentos ideológicos ou partidários. “Nós acreditamos que a família é uma instituição que não tem substituição na sociedade. Boa parte do nosso trabalho é ajudar a sociedade a prestar a atenção a essa realidade e avançar no diálogo voltado para problemas que mais impactam as famílias, e buscar soluções”, ressaltou o Diretor do Family Talks.


Ainda segundo Rodolfo Canônico, mais do que se debruçar nas divergências existentes entre si, procura-se partir dos grandes desafios que impactam as famílias. “A nossa experiência mostra que existem muito mais consensos na sociedade do que controvérsias quando falamos de família”, afirmou, reforçando a necessidade de compreender a família como um projeto estável ao longo do tempo. Por fim, o Especialista mencionou um slogan que ouviu certa vez definindo família como o lugar “onde a vida começa e o amor nunca acaba”. 


Para conhecer o calendário de atividades e as publicações do Family Talks, acesse http://familytalks.org

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Semana Nacional da Família 2019

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09 de agosto de 2019

Entre os dias 11 e 17, acontece a Semana Nacional da Família, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).


Este ano, o tema central traz a pergunta: “A família, como vai?”, rememorando a Campanha da Fraternidade (CF) de 1994, de mesmo título. 

PRÁTICA DO ENCONTRO
O subsídio “Hora da Família”, preparado pela CNPF, pretende orientar a expansão da Pastoral Familiar no Brasil desde a realização da CF na década de 1990, refletindo a necessidade de aprofundamento quanto à missão da família na Igreja e na sociedade.


O texto apresenta, ainda, os tradicionais encontros celebrativos com os temas: Família, vocação e juventude; Família e Políticas Públicas; Família, defensora da vida; Matrimônio e família no plano de Deus; e, por fim, o tema central: A família, como vai?


O subsídio está disponível na loja da Pastoral Familiar, em www.lojacnpf.org.br, pelo telefone (61) 3443-2900 ou pelo e-mail: vendas@cnpf.org.br.

HISTÓRIA
A Semana Nacional da Família nasceu da percepção da então coordenação do Setor Família e Vida da CNBB, hoje Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, sobre a necessidade de defender e promover os valores familiares. Com isso, foi escolhida a semana seguinte ao Dia dos Pais para comemorá-la. O objetivo é mobilizar a Igreja Católica de todo o Brasil no sentido de expandir os verdadeiros valores da família, como o amor, a amizade, a partilha e a solidariedade. 
 

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Novos carismas em favor da família

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05 de julho de 2019

A Comunidade Sagrada Família é uma das muitas iniciativas que Deus tem suscitado na Igreja para acompanhar e ajudar as famílias a testemunhar sua vocação e missão no mundo. 


A Comunidade Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria, por exemplo, tem a missão de ajudar a transformar a família numa Igreja doméstica. Inspirados pelo insistente pedido do Papa Francisco de uma Igreja “em saída”, essa Comunidade busca fazer-se presente, sobretudo em relação às pessoas que estão afastadas, em pequenos grupos chamados de domus (casa, em Latim). 


“A família abre sua casa e começa a convidar outras pessoas para participar, pessoas que talvez, num primeiro momento, não aceitariam participar da igreja de seu bairro. Depois daquela primeira reunião, a pessoa passa a ter uma oportunidade de aprender e partilhar o que vive, ao mesmo tempo em que recebe o convite de participar da comunidade eclesial”, explicou Maria 
Leonor Gattolini, uma das fundadoras da Comunidade.

RECONCILIAÇÃO
Há, ainda, comunidades que, dentre as várias missões realizadas, possuem projetos voltados às famílias, como a Comunidade Anjos da Vida, que desenvolve encontros de primeiro anúncio para casais e visitas missionárias, com o objetivo de acolher novos casais na vida eclesial e oferecer-lhes ajuda para enfrentar crises e situações de fragilidade. “Não existe família que não tenha feridas. Cada família que chega até nós é inserida em um processo de cura, perdão e reconciliação com a sua história, por meio da vida de oração, da comunhão espiritual e do acompanhamento pessoal; e rapidamente são inseridas nos trabalhos de missão da Comunidade, o que é muito importante para que se sintam Igreja, de fato”, explicou a fundadora, Vanusa Velasco. 

RENOVAÇÃO
Ao saudar a Comunidade Sagrada Família por seu jubileu de prata, o Cardeal Scherer afirmou que as novas comunidades e movimentos são um sinal da vivacidade da Igreja. Ele incentivou seus membros a continuar firmes na missão de evangelizar as famílias. “Renovem e rejuvenesçam a Igreja! Atraiam as jovens gerações, para que possam se sentir em casa, em família”, afirmou. (FG)

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‘A caridade é o abraço de Deus, nosso Pai, a todo homem’

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05 de junho de 2019

O Papa Francisco recebeu, em audiência, na segunda-feira, 27, cerca de 400 pessoas que participaram da 21ª Assembleia Geral da Cáritas Internacional, encerrada na terça-feira, 28.

A 21ª Assembleia é eletiva e teve início no dia 23, em Roma, com a missa presidida pelo Papa. Participam delegados enviados das 168 organizações nacionais, entre os quais representantes da Cáritas Brasileira. O tema refletido no encontro foi “Uma família humana, uma casa comum”.

Entre os representantes brasileiros esteve Lena Machado, Secretária Executiva Regional da Cáritas no Maranhão. Ao O SÃO PAULO, Lena falou sobre a participação na Assembleia e do encontro com o Papa.

“Tive a oportunidade ímpar de participar da audiência papal como delegada da Assembleia. Estar frente a frente com Papa Francisco foi dádiva, graça, reafirmação da Igreja onde aprendi a amar a vida e onde tenho plena convicção, a certeza de que Deus caminha com seu povo. O Papa Francisco é uma voz importante que nos convoca para o exercício da caridade que transforma”, disse Lena.

Aos participantes, Francisco afirmou: “O que jamais devemos esquecer é que a caridade tem a sua origem e a sua essência em Deus mesmo; a caridade é o abraço de Deus, nosso Pai, a todo homem, de modo particular aos últimos e aos sofredores, os quais ocupam no seu coração um lugar preferencial”.

Fonte: Vatican News

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Governo Federal amplia proteção às mulheres na Lei Maria da Penha

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16 de mai de 2019

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sancionou na terça-feira, dia 14, mudanças na Lei Maria da Penha, ampliando as medidas protetivas de urgência a mulheres ou a seus dependentes ameaçados de violência doméstica ou familiar. As alterações darão mmais rapidez nas decisões judiciais e policiais.

De acordo com nova norma, quando constatada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher, ou de seus dependentes, o “agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência” com a vítima. Esse medida que pode ser adotada pela autoridade judicial, pelo delegado de polícia ou pelo policial (quando o município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia).

A lei prevê também que, quando a aplicação das medidas protetivas de urgência for decidida pelo policial, o juiz deve ser comunicado, no prazo máximo de 24 horas, para, em igual prazo, determinar sobre “a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público (MP) concomitantemente”. Antes das alterações, que passam a valer a partir desta terça-feira, o prazo era de 48 horas.

Agilidade

“Sabemos que nos rincões desse país existem muitos municípios que não têm comarca e muitas mulheres são vítimas de violência e não têm medida protetiva naquelas primeiras 24 horas. Sabemos que [as primeiras 24 horas] são a diferença entre a vida e a morte de muitas delas”, comentou a senadora Leila Barros (PSB-DF), relatora do PL 94, agora transformado em lei.

Também em entrevista à Agência Brasil, Sandra Melo, delegada-chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), disse que a redução desse prazo para medidas protetivas pode salvar vidas: “Essa diferença pode implicar em viver ou morrer. Na maioria das vezes implica em uma pressão sobre essa mulher. O que a gente vê é a oportunidade de a polícia estar primeiro com esse autor antes da Justiça”.

A lei diz ainda que as medidas protetivas têm que ser registradas em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), garantido o acesso do Ministério Público (MP), da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas de proteção.

No caso de prisão do agressor e, em havendo risco à integridade física da vítima ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.

606 casos por dia

O Anuário da Segurança Pública de 2018 registrou aumento de 6,1% no número de assassinato de mulheres e uma média  de 606 casos por dia de violência doméstica no Brasil.

(Com informações da Agência Brasil)

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Paróquia Imaculada Conceição realiza partilha em família

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06 de fevereiro de 2019

Estar em volta de uma mesa, partilhando o alimento e uma boa conversa faz bem a qualquer pessoa. Quando a família se reúne nas refeições, há a possibilidade de uma convivência fraterna, em que se partilham os alimentos, acontecimentos, preocupações e alegrias do dia. É por este motivo que a Pastoral Familiar da Paróquia Imaculada Conceição, do Setor Pastoral Ipiranga, escolheu fazer a formação das famílias ao redor de uma mesa, no dia 29 de janeiro, com a presença de 14 participantes, partilhando um lanche, mas sobretudo partilhando acontecimentos da vida, com um clima de acolhida a todos que se aproximam, com o objetivo de estreitar os laços de amizade e crescer juntos.

O encontro foi norteado pela leitura da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, do Papa Francisco. “Não há pressa. À medida que lemos alguns parágrafos, paramos para comentar e partilhar experiências e opiniões, buscando nas palavras do Papa a sabedoria para entender a realidade das famílias no mundo atual e os desafios a serem enfrentados, sobretudo, com muito amor”, afirma Cristiane Duarte, coordenadora da Pastoral Familiar paroquial. Cristiane ainda salienta que “merecem destaque o título e o subtítulo da exortação: ‘A alegria do amor – sobre o amor na família’, pois, a cada página, é possível saborear nas palavras de Francisco a sua preocupação amorosa com as famílias”.

Segundo Padre Pedro Luiz Amorim, Administrador Paroquial, foi uma formação teológica, espiritual e pastoral, com o objetivo de ser uma resposta da paróquia diante de algumas demandas identificadas durante a primeira etapa do sínodo arquidiocesano. Ainda não foi definido a periodicidade dos próximos encontros.

A grande intenção de existir partilhas neste contexto é destacar que são famílias catequizando famílias, casais ajudando casais, contando sempre com a graça de Deus para perseverar em sua proposta para o amor na família.

 

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A família e a escola unidas no processo educativo

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24 de novembro de 2018

Quem não gostaria de ser descrito desta maneira: “Ele é uma pessoa segura, não se deixa manipular, faz escolhas com liberdade e reconhece quando errou”? Formar um ser humano com essas e outras virtudes é a base da educação personalizada. Criado no início dos anos 1960, esse modelo educativo é adotado por diferentes colégios no mundo, sendo que ao menos dez destes estão no Brasil (veja a relação na página ao lado). 

 

ORIGENS

Em 1963, na Espanha, um grupo de pais e professores sistematizou uma instituição educativa – Fomento de Centros de Ensino – com a proposta de que as famílias e as escolas atuassem conjuntamente na educação das novas gerações. Essa iniciativa ganhou o apoio de São Josemaría Escrivá, o fundador do Opus Dei, que sempre dizia aos pais que a primeira missão que lhes cabia era a de educar bem os filhos. 

As bases da educação personalizada foram arquitetadas por Víctor García Hoz, fundador da Sociedade Espanhola de Pedagogia. “A partir de uma concepção antropológica cristã, ele desenvolveu um modelo pedagógico muito completo, que conta com a família e com a comunidade social em que a criança ou adolescente está inserido. Dessa unidade entre família e colégio, se consegue o desenvolvimento das virtudes, que são as forças interiores, hábitos arraigados, que vão se tornando permanentes na vida de uma pessoa, de modo que ela possa fazer as coisas por motivação própria e de uma maneira cada vez mais perfeita”, explicou, ao O SÃO PAULO, Cláudio Alberto Rigo da Silva, diretor-geral do Colégio Catamarã Referência, localizado no Jardim Europa, na zona Sul da Capital Paulista.  

 

NO BRASIL E NO MUNDO

Fundado em 1995, o Colégio Catamarã, em suas duas unidades – Referência (masculina) e Vita (feminina) - adota o modelo de educação personalizada, que também é seguido no Brasil por, ao menos, outras nove instituições de ensino ligadas à rede Solar Colégios, a representante oficial no País da Fomento de Centros de Ensino. 

Além de Brasil e Espanha, esse modelo educativo é utilizado em colégios de outros países, como Reino Unido, Portugal, França, Polônia, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suécia, Itália, Estados Unidos, México, Honduras, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala, Panamá, Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai, El Salvador, Emirados Árabes, Líbano, Nigéria, Congo, Indonésia, Filipinas e Austrália.

 

DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL

A base da escola personalizada é olhar para cada estudante como uma pessoa única, tal qual cada pai enxerga um filho. “Não é somente um olhar para o cognitivo, para o que a criança está aprendendo, mas também para como se desenvolve em suas virtudes, potencialidades, capacidades, a fim de que alcance o máximo que pode dar”, detalhou Cláudio Rigo. 

Além desse olhar singular, a educação personalizada ajuda na promoção da autonomia do estudante, na medida em que ele próprio passa a dominar seu desenvolvimento e aprendizagem.

De acordo com Patricia Fleury, diretora-geral do Colégio Catamarã Vita, a educação personalizada permite um olhar integral para todas as dimensões do ser humano. “Para efeitos pedagógicos e para que possamos entender o que significa a pessoa, dividimos essas dimensões em intelectual, afetiva, volitiva (a educação da vontade), transcendental (sair de si mesmo ao encontro dos outros e abertura a Deus) e física”, explicou à reportagem, destacando, ainda, que tais dimensões nunca são analisadas em separado: “Vê-se o aluno na sua integralidade. Então, por exemplo, se eu não tenho controle das minhas emoções, elas afetam o que eu faço. Se eu não tenho a vontade bem formada, também não vou conseguir ter um desempenho acadêmico bom. Se eu tenho alguma questão física, isso vai afetar as demais dimensões”, exemplificou. 

Ainda segundo Patricia, na educação personalizada “há todo um plano para se trabalhar as virtudes nas diferentes etapas, para que os valores sejam incorporados de uma forma ativa na vida de cada um, ou seja, é um hábito que é adquirido com esforço e com base na repetição, mas não fica em um valor abstrato. É algo que cada pessoa incorpora para a própria vida, é a formação do caráter”. 

 

ACOMPANHAMENTO INDIVIDUAL

Para o crescente desenvolvimento das virtudes dos estudantes, é fundamental a atuação dos tutores, professores da própria escola que acompanham os alunos individualmente ao longo de toda a vida acadêmica. A cada 15 dias, tutor e tutorado conversam pessoalmente, e a cada dois meses o diálogo do tutor é com os pais, a fim de traçar um Plano Pessoal de Melhora (PPM), alinhando ações e metas que cada estudante deve cumprir tanto no ambiente escolar quanto em casa.

“Esse tutor sempre vai olhar o aluno naquelas cinco dimensões e vai conversar com ele para ajudar que desenvolva suas virtudes, principalmente por meio do trabalho acadêmico. O esforço que o aluno precisa colocar em sua aprendizagem é o canal para o desenvolvimento de todas as virtudes que ele vai adquirir”, explicou Cláudio Rigo, destacando, ainda, que uma tutoria bem-sucedida colabora com a eficácia do trabalho dos demais professores, na medida em que o corpo docente, ciente das dificuldades de cada estudante, poderá encontrar caminhos para melhor motivá-lo a superá-las.

 

UNIDADES DIFERENCIADAS

Embora não seja padrão em todos os colégios adeptos da educação personalizada, o modelo “single sex education”, ou seja, de unidades de ensino distintas para meninos e meninas, é um instrumental considerado importante para a eficácia do processo de aprendizagem.

Desde 2015, o Catamarã adota essa diferenciação: as meninas de 6 a 17 anos estudam na unidade Vita, no bairro do Itaim Bibi, onde também há a educação infantil mista de 2 a 5 anos, e os meninos de 6 a 17 anos ficam na unidade Referência, no Jardim Europa. 

Em ambas, os alunos estudam em período integral, das 8h às 16h, com os mesmos objetivos pedagógicos, programas de estudos e ferramentas didáticas, em turmas com média de 15 a 20 estudantes. 

“Parece um contrassenso, mas ao diferenciar, você faz com que todos tenham oportunidades iguais. Os colégios andam juntos. A grade curricular de um é igual à do outro, e, ao fugir dos estereótipos, se dá a igualdade de oportunidades. Em aulas mistas, muitas vezes, as meninas são vistas de uma maneira, os meninos de outra, há estereótipos por parte de professores de que meninas não são tão boas em Matemática, de que meninos não são tão bons em línguas, por exemplo. Em um colégio só com meninos ou só com meninas, há uma libertação desses rótulos, pois cada um pode ser como de fato é”, explicou Patricia Fleury, chamando a atenção para alguns detalhes comportamentais das estudantes. 

“Aqui no Vita, vemos que as meninas não estão preocupadas em aparentar, estão preocupadas em ser. Elas não vêm para a escola toda produzidas, maquiadas, tentando se mostrar para os outros. Elas são quem são, e isso dá uma liberdade para que cresçam e se desenvolvam plenamente, que é a proposta da educação personalizada”, destacou a educadora. 

Claudio Rigo assegurou que essa educação diferenciada traz resultados melhores que os alcançados em uma escola mista, e tem sido vista como uma boa solução em países desenvolvidos com elevados índices de abandono escolar masculino. “Nos Estados Unidos, havia duas escolas públicas de educação diferenciada até 1995; agora já são quase 120. Se formos contar as escolas privadas, no início dos anos 2000 eram quase 40; hoje são quase mil”, comentou, recordando, ainda, que entre os dez melhores colégios ingleses sete adotam esse modelo que agrupa meninos e meninas em unidades escolares diferenciadas. 

Os dois diretores ressaltaram que o fato de estudarem em escolas separadas não implica que meninos e meninas não interajam ao longo da vida acadêmica, pois são realizados eventos escolares conjuntos e a proximidade entre as famílias proporciona muitos momentos de socialização entre os estudantes fora do ambiente escolar. 

 

A CAMINHO DA UNIVERSIDADE E DO MUNDO ADULTO

Em um modelo educativo centrado no desenvolvimento das virtudes humanas, o futuro profissional dos estudantes também é tratado com atenção, incluindo a preparação para o ingresso nas melhores universidades do Brasil e do exterior.  

“Nós percebemos que se o aluno está bem nas demais dimensões, o acadêmico passa a ser mais um fruto. O aluno que tem fortaleza, resiliência, que faz um trabalho até o final, é um aluno bem mais engajado academicamente, porque ele se esforça por melhorar. Então, esse olhar integral para com o aluno potencializa a parte acadêmica”, comentou Patricia. 

Cláudio Rigo destacou que, ao longo de toda a formação escolar, os estudantes do Colégio Catamarã são preparados para pensar criticamente: “Eles aprendem a argumentar, pois no Ensino Médio é o momento de enfrentar aqueles temas polêmicos na área de Biologia, de Filosofia, como as questões do aborto, células-tronco, as ideologias marxistas. Os professores procuram fazer com que os estudantes abordem cientificamente esses problemas, de forma que o aluno tenha as respostas científicas para tomar uma postura ética correta ao longo da vida”.

 

LEIA TAMBÉM: Sonhos e histórias da maior edição dos Jogos escolares da Juventude 

 

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Os pais nos deram a vida, jamais insultá-los, pediu Francisco

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19 de setembro de 2018

Nunca insultar os pais! “Poderemos começar a honrar nossos pais com a liberdade de filhos adultos e com misericordiosa acolhida de seus limites”, “quando descobrirmos que o verdadeiro enigma não é mais “por que?”, mas “por quem?”” aconteceu isto ou aquilo que forjou a minha vida.

“Honrar pai e mãe”. O quarto mandamento foi o tema da catequese do Papa na Audiência Geral desta quarta-feira, 19, ao dar continuidade a sua série de reflexões sobre o Decálogo. Francisco pediu para nunca insultarmos os pais. Do Brasil estava presente um grupo do Colégio Santo Inácio, de Fortaleza.

 

O sentido de "honrar"

Francisco começou explicando aos 13 mil presentes na Praça São Pedro, numa quarta-feira com tempo instável na Cidade Eterna, o sentido desta “honra”, que em hebraico indica a glória, o valor, a consistência de uma realidade. Portanto, “honrar” significa reconhecer este valor.

Se “honrar a Deus nas Escrituras quer dizer reconhecer a sua realidade, considerar a sua presença”, dando a Ele “seu justo lugar na existência”, honrar pai e mãe quer dizer então “reconhecer a sua importância também com atos concretos, que exprimem dedicação, afeto, cuidado”, mas não só.

“Honra o teu pai e a tua mãe, como te ordenou o Senhor, para que se prolonguem os teus dias e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus”. O quarto mandamento – explica o Papa - “contém um êxito”, ou seja, “honrar os pais leva a uma vida longa e feliz”.

 

Feridas da infância

De fato, “a palavra “felicidade” no Decálogo aparece somente ligada à relação com os pais”. E essa sabedoria milenar declara o que as ciências humanas conseguiram elaborar somente há pouco mais de um século, isto é,  que as marcas da infância marcam toda a vida:

“Muitas vezes pode ser fácil entender se alguém cresceu em um ambiente saudável e equilibrado. Mas da mesma forma perceber se uma pessoa vem de experiências de abandono ou de violência. A nossa infância é um pouco como uma tinta indelével, se expressa nos gostos, nos modos de ser, mesmo que alguns tentem esconder as feridas de próprias origens”.

 

Reconhecimento por quem nos colocou no mundo

Francisco chama a atenção, que o quarto mandamento não fala da bondade dos pais, nem pede a eles que sejam perfeitos, mas, “fala de um ato dos filhos, independente dos méritos dos genitores, e diz uma coisa extraordinária e libertadora”:

“Mesmo que nem todos os pais sejam bons e nem todas as infâncias sejam serenas, todos os filhos podem ser felizes, porque a realização de uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com aqueles que nos colocaram no mundo”.

“A realização de uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com aqueles que nos colocaram no mundo”.

 

Exemplo do Santos

O Papa ressalta o quanto este quarto mandamento “pode ser construtivo para tantos jovens que vem de histórias de dor e para todos aqueles que sofreram em sua juventude. Muitos santos - e muitos cristãos - depois de uma infância dolorosa viveram uma vida luminosa, porque, graças a Jesus Cristo, se reconciliaram com a vida:

"Pensemos ao hoje Beato, mas no próximo mês Santo Sulprizio, aquele jovem napolitano que há 19 anos acabou sua vida reconciliado com tantas dores, com tantas coisas, porque seu coração era sereno e jamais havia renegado seus pais. Pensemos em São Camilo de Lellis, que de uma infância desordenada construiu uma vida de amor e serviço; mas pensemos Santa Josefina Bakhita, crescida em uma escravidão horrível; ou ao abençoado Carlo Gnocchi, órfão e pobre; e ao próprio São João Paulo II, marcado pela perda da mãe em tenra idade”.

O homem, qualquer que seja a sua história, “recebe deste mandamento a orientação que conduz a Cristo”, em quem se manifesta de fato “o Pai verdadeiro, que nos oferece renascer do alto”.

“Os enigmas de nossas vidas se iluminam quando se descobre que Deus desde sempre nos preparou a vida como seus filhos, onde cada ato é uma missão dele recebida.”

 

Feridas como potencialidades

As nossas feridas – observou o Santo Padre – iniciam a ser “potencialidades” quando, por graça, descobrimos que o verdadeiro enigma não é mais “por que?”, mas “por quem?”” me aconteceu isto, explicando:

Em vista de qual obra Deus me forjou através da minha história? Aqui tudo se inverte, tudo se torna precioso, tudo se torna construtivo. Então podemos começar a honrar nossos pais com a liberdade de filhos adultos e com misericordiosa acolhida de seus limites”.

“Em vista de qual obra Deus me forjou através da minha história?”

 

Jamais insultar pai e mãe

“Honrar os pais – exortou o Papa.  Nos deram a vida”. E fez um pedido:

“Se você se afastou dos seus pais, mah, faça um esforço e volte, volte para eles. Talvez sejam idosos. Deram a vida a você. E depois, entre nós existe este costume de dizer coisas feias, mesmo palavrões. Por favor. Nunca, nunca, nunca insultar os outros, os pais dos outros. Nunca! Nunca se insulta a mãe, nunca insultar o pai. Nunca! Nunca! Tomem esta decisão interior. A partir de hoje nunca insultarei a mãe ou o pai de quem quer que seja. Nos deram a vida. Nunca devem ser insultados”.

Mas essa vida maravilhosa, disse o Papa Francisco ao concluir, nos é oferta, não imposta. Renascer em Cristo é uma graça a ser acolhida livremente e é o tesouro de nosso Batismo, no qual, por obra do Espírito Santo, um só é o Pai nosso, aquele de céu”.

 

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Encontro propõe cuidar das necessidades de quem vive a realidade da perda e viuvez

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17 de setembro de 2018

A aceitação da viuvez, o sentimento de perda, as dificuldades de superar uma separação são experiências vividas no cotidiano. Porém, muitas pessoas enfrentam dificuldade de um novo recomeço de vida e ou de uma nova oportunidade para amar.

Por isso, a Pastoral Familiar da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vai realizar o 1º Encontro Nacional de Perdas e Viuvez – de 21 a 23 de setembro, em São Roque (SP). O encontro tem como objetivo proporcionar momento de partilha, reflexão, oração e formação a respeito deste tema tão frequente na vida e nas comunidades.

A ideia, segundo o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Jorge Alves Filho, surgiu durante encontro o Encontro Nacional do Instituto Nacional da Pastoral Familiar (INAPAF) em novembro de 2017, após o testemunho de Maria Célia, do Regional Sul 1 da CNBB.

Ela fundou em Guarulhos (SP), o grupo “Fica Conosco Senhor”, com o intuito de cuidar das necessidades espirituais de homens e mulheres que vivem essa realidade da perda e viuvez.

“É importante pois vem auxiliar os agentes de Pastoral Familiar no Brasil na perspectiva de orientar as comunidades diante deste desafio que se faz presente”, destaca padre Jorge.

A proposta  é fazer com que as pessoas que passaram por uma perda, juntas, ouvindo uns aos outros, descubra que as perdas estão incluídas no contexto do mistério da vida e que é possível aprender a lidar e conviver com elas.

O assessor da comissão explica que a Pastoral Familiar, no Setor Casos Especiais, tem ao longo dos anos desenvolvido trabalhos de apoio a situações diferenciadas e esse encontro é mais uma frente que se abre objetivando ampliar esse trabalho de acolhida e atenção a pessoas que passaram pela experiência de perda e viuvez.

“Esse encontro demonstra não só a preocupação da Pastoral Familiar com as pessoas que vivem em situações especiais, mais de toda Igreja que abraça seus filhos demonstrando a eles a misericórdia do pai que caminha sempre ao lado dos seus filhos”, ressalta o assessor.

A Pastoral Familiar no Brasil tem realizado vários encontros com a temática da Família, preocupando-se com casais, filhos, jovens ou não, solteiros, viúvos, e também idosos, em sintonia com movimentos, encontros e serviços voltados para o tema da família demonstrando assim que exerce um trabalho de Pastoral Orgânica e de Conjunto.

Para mais informações clique aqui 

 

 

 

LEIA TAMBÉM: Pastoral Familiar prepara 1º Encontro Nacional de Perdas e Viuvez

 

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