Solenidade de São Pedro e São Paulo: O chamado ao apostolado
Comemorando os padroeiros de Roma e os alicerces da Igreja, Francisco retomou aspectos essenciais para a vida de um apóstolo
L’Osservatore Romano |
Na quinta-feira, 29, o Papa Francisco presidiu a Solenidade de São Pedro e São Paulo no Vaticano, comemorando os padroeiros de Roma e os alicerces da Igreja. Na homilia, o Pontífice retomou três aspectos essenciais para a vida de um apóstolo: a confissão, a perseguição e a oração.
Sua pregação começou a partir da pergunta que Cristo fez aos seus apóstolos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Esta pergunta, segundo o Papa, “Jesus dirige a todos nós e, de modo particular, a nós pastores. É a pergunta decisiva, face à qual não valem respostas de circunstância, porque está em jogo a vida: e a pergunta da vida pede uma resposta de vida.”
Francisco continuou questionando se somos ‘Seus’ não só por palavras, mas com os fatos e a vida.
“Somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam Jesus com a vida, porque O têm no coração? Quem confessa Jesus, faz como Pedro e Paulo: segue-O até o fim; não até um certo ponto, mas até o fim”.
E assim como os apóstolos foram capazes de sofrer perseguições e o próprio martírio por Cristo, “também hoje, em várias partes do mundo, por vezes num clima de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e, não raro, sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados”, prosseguiu o Pontífice.
Por fim, Francisco alertou que somente com uma vida de oração, o apóstolo é capaz de suportar tudo por Cristo: “A vida do apóstolo, que brota da confissão e desagua na oferta, flui dia a dia na oração. A oração é a água indispensável que irriga a esperança e faz crescer a confiança. A oração faz-nos sentir amados e permite-nos amar. Faz-nos avançar nos momentos escuros, porque acende a luz de Deus. Na Igreja, é a oração que nos sustenta a todos e nos faz superar as provações.”
Ainda nessa missa, o Romano Pontí-fice abençoou e entregou os pálios - símbolo de serviço e de comunhão entre os bispos da província eclesiástica - para os arcebispos metropolitanos nomeados desde o ano passado - são 36 ao todo, sendo cinco provenientes do Brasil: Dom Julio Akamine, de Sorocaba (SP); Dom João José da Costa, de Aracajú (SE); Dom Delson Pereira da Cruz, de Campina Grande (PB); Dom Orlando Brandes, de Aparecida (SP); e Dom Geremias Steinmetz, de Londrina (PR). Cada arcebispo, posteriormente, entregará seu pálio ao Núncio Apostólico, que o imporá sobre cada um em suas respectivas catedrais.