NACIONAL

55ª Assembleia Geral da CNBB

Pensando o Brasil: Educação

Por Fernando Geronazzo
26 de abril de 2017

Durante a Assembleia Geral será apresentado o texto do 4º volume da série de subsídios “Pensando o Brasil”, desta vez com o tema da educação.

O trabalho coordenado por Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo coadjutor eleito de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB (leia mais na página 11), aborda o cenário da educação no Brasil, caminhos e pistas de ação para superação dos principais desafios. O texto destaca que a educação é um processo único e integral, em que as instituições sociais, como família, escola e mídias, atuam juntas, mesmo que, muitas vezes, vivam conflitos entre si.

Dos estudantes matriculados na educação básica, aproximadamente 8 milhões estão na educação infantil, 15,3 milhões nos anos iniciais do ensino fundamental, 12,2 milhões nos anos finais do ensino fundamental, 8,1 milhões no ensino médio, 106 mil no ensino profissionalizante e 930 mil na educação especial. Apesar desses números expressivos, o subsídio aponta que ainda 15% dos jovens em idade escolar não estão matriculados no sistema de educação brasileiro.

Participação

A análise também destaca as diferentes formas de participação na educação: professores, alunos e funcionários, planejando juntos as atividades que acontecem no âmbito escolar; pais e responsáveis, acompanhando o que acontece na escola, dialogando com os professores e ajudando concretamente na gestão e organização de atividades; organizações sociais que desenvolvem projetos educacionais, colaborando para melhorar a qualidade do ensino oferecido; da comunidade escolar (gestores, professores, alunos e pais), estabelecendo as prioridades e linhas de ação dos planos educacionais desenvolvidos nos Municípios, Estados e na União; toda a sociedade, participando por meio das instâncias especialmente construídas para esse fim (conselhos, comitês, etc.).

Destaca-se nesse aspecto, o papel da família na escola. Para que a família possa participar com autoridade nesse diálogo, ela tem que se fortalecer internamente, para ser capaz de enfrentar tanto algumas marcas da cultura pós-moderna, como seu relativismo e individualismo, quanto as dificuldades decorrentes do ritmo cada vez mais frenético e estressante da vida atual, em que jornadas de trabalho crescentes e outros fatores dificultam a interação entre pais e filhos.

Formação integral

A reflexão do subsídio também aponta para a necessidade de uma educação mirada em um humanismo integral, no qual todas as dimensões da personalidade do educando sejam contempladas e desenvolvidas em harmonia, como explica a Congregação para a Educação Católica:  “É importante que a educação escolar valorize não só as competências relativas aos âmbitos do saber e do saber fazer, mas também aquelas do viver junto com outros e crescer em humanidade. Existem competências como aquela de tipo reflexivo, em que se é autor responsável dos próprios atos; aquela intercultural, deliberativa, da cidadania, que aumentam de importância no mundo globalizado e se referem a nós diretamente, como também as competências em termos de consciência, de pensamento crítico, de ação criadora e transformadora”.


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