A 55ª Assembleia Geral chega ao fim. Quais os próximos passos do tema “Iniciação à vida cristã”?

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05 de mai de 2017
Arquivo/CNBB

Aprovado pela 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida (SP) de 26 de abril a 5 de maio, o texto sobre o tema central “Iniciação à vida cristã” será publicado como um documento da entidade e buscará inspirar a Igreja no Brasil a repensar uma nova forma de fazer a catequese mais integrada com a liturgia. Esta é avaliação geral de dom Eugênio Rixen, membro da Comissão do Tema Central e bispo da diocese de Goiás.

Segundo Dom Eugênio, é necessário lembrar que a Igreja no Brasil, muitas paróquias, dioceses e regionais já vêm discutindo e aprofundando o tema. De acordo com ele, a aprovação na Assembleia Geral é mais um passo desse processo. O documento, para dom Eugênio, vai incentivar a formação, nos diferentes níveis e modalidades. “O debate e as novas práticas em torno do tema central: ‘iniciação à vida cristã’ vão se desdobrar nas ações dos organismos da Igreja, nas pastorais, dioceses e regionais”, disse.

Querigma: anúncio de Jesus Cristo
O religioso disse que o próprio documento reconhece que vivemos numa época dominada pelo secularismo. “Neste contexto, o texto reforça a necessidade de oferecer às pessoas uma profunda experiência de encontro com Jesus Cristo, por meio do Querigma”, disse dom Eugênio. O texto aprovado, inspirado no capítulo 2 da Carta de São Paulo aos Filipenses, reforça que não é suficiente apenas conhecer Jesus, mas buscar sentir o que ele sentiu e viver as suas atitudes: o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.

Um passo necessário também, segundo dom Eugênio, é buscar uma maior aproximação entre a catequese e a liturgia, com celebrações próprias no estilo catecumenal, como a celebração da Entrega da Palavra de Deus. As mudanças são lentas, mas dom Eugênio está confiante. “Sentimos muita disposição e boa vontade dos bispos em levar adiante as mudanças necessárias para que mais pessoas façam a experiência do encontro pessoal e transformador com Jesus Cristo”, disse.

Reprodução: CNBB

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Presidente da CNBB celebra missa de encerramento da 55ª Assembleia Geral

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05 de mai de 2017

A12.com

A missa de enceramento da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que teve início no dia 26 de abril em Aparecida (SP), foi celebrada pela presidência da CNBB. O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha, agradeceu a Deus realização da assembleia, pediu pela Conferência e pela igreja no Brasil.

Dom Sergio agradeceu ainda pelos vários estudos e pronunciamento aprovados durante a assembleia, especialmente, sobre o valioso documento sobre a Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários.

“Esse tema nos traz a memória a Conferencia de Aparecida cujos 10 anos estamos celebrando, que teve como tema: Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para que Nele nossos povos tenham vida ”.

O Ano Nacional Mariano que celebra os 300 anos do encontro da imagem de N.S Aparecida, nas águas do Rio paraíba do Sul, interior de São Paulo, também foi lembrado durante a homilia do cardeal que refletiu sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos que retrata Saulo caído por terra.

“Há muita gente caída como Saulo querendo ou necessitando levantar-se. Certamente, não lhes falta a mão estendida do Senhor ressuscitado. Porém, há muita gente necessitada também das mãos estendidas dos irmãos, das mãos estendidas dos irmãos de uma comunidade misericordiosa e acolhedora, das nossas mãos estendidas”.

Dom Sérgio refletiu ainda sobre Ananias que é mandado para ajudar Saulo a enxergar pelos olhos da fé. O encontro deles marca a conversão de Paulo que começa a conhecer Jesus com ajuda da comunidade representada na Palavra por Ananias.

“Motivados pela Palavra de Deus e pela Conferência de Aparecida, nós somos chamados a ser uma igreja de discípulos missionários, que vive do encontro com o ressuscitado, que vive fraternalmente em comunidade, mas que se levantam para sair ao encontro de quem está necessitado de corações e braços abertos para se levantar, para sair o encontro de quem não consegue ver, mas deseja e necessita caminhar na luz e responder: quem és tu Senhor”.

O cardeal finalizou a homilia pedindo a bênção de N. S Aparecida e refletindo a necessidade dos fieis de permanecerem em Cristo, comendo da Sua carne e bebendo do Seu sangue, alimentando-se do pão descido do céu.

“O encontro pessoal e comunitário com Cristo, especialmente, na Eucaristia é fonte, é alimento da nossa vida e missão”.

Reprodução: CNBB

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Dom Jaime Spengler preside missa e recorda os fiéis e religiosos enfermos

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04 de mai de 2017

A12.com

No penúltimo dia da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a missa celebrada no Santuário Nacional da Aparecida (SP) foi presidida pelo arcebispo de Porto Alegre e presidente do Regional Sul 3, dom Jaime Spengler.

Na homilia, o arcebispo recordou os fiéis doentes, em especial, os idosos, presbíteros e bispos eméritos que estão com a saúde debilitada. Dom Jaime fez referência ainda ao Evangelho de São João quando Filipe pergunta ao etíope se ele compreende o que está lendo.

“No processo da evangelização é determinante promover o contato com a Palavra do Senhor, sua leitura e interpretação, especialmente, quando realizado em comunidade. Essa forma é primordial para recuperar a experiência vivificadora de Cristo ressuscitado. Verdadeiro alento de toda a comunidade cristã”.

O arcebispo de Porto Alegre destacou ainda que anunciar a verdade de Cristo é indicar o caminho da vida.

“Transmitir a fé, iniciar alguém na vida cristã implica a apresentação de um intinerário místico. Esse intinerário é graça que torna adolescentes, jovens e adultos capazes de ouvir o Pai alimentar-se com o Pão da Vida e atestar que Deus é visível já agora pela fé”.

Ao finalizar a homilia, dom Jaime falou que a tão desejada renovação de nossas comunidades chegará se levada por caminhos abertos pelo Espírito de Jesus e seu Evangelho como indica o processo da iniciação à vida cristã.

“A verdadeira conversão que a Igreja necessita é decidida nas comunidades onde a Palavra e a Eucaristia encontram ressonância na vida de quem se sabe discípulo e, por isso, bem disposto pera os desafios do Reino”, e finalizou, pedido a Deus que ajude todos os fiéis e religiosos a serem no mundo testemunhas críveis do Evangelho do ressuscitado.

Reprodução CNBB

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Bispos do Brasil aprovam documento sobre a iniciação cristã

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16 de mai de 2017

imprensa CNBB

Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, afirmou ao O SÃO PAULO que os católicos brasileiros terão em mãos um documento que ajudará as comunidades a colocarem em prática o processo de iniciação cristã. “Não tenho dúvidas que este documento vai desencadear muitíssimas experiências de evangelização pelo Brasil afora”, disse.

O Arcebispo informou, ainda, que houve um bom número de proposições de melhorias na redação. “Essas contribuições são um indicativo do grande interesse que essa temática suscitou nos bispos”, disse.

 

 

 

Amoris Laetitia

Nos trabalhos da Assembleia também foi dada a atenção para a elaboração de um subsídio com orientações para aplicação prática da exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, do Papa Francisco.

De acordo com o bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, Dom Pedro Carlos Cipollini, o texto não pretende ser um manual, mas um pequeno roteiro para a prática concreta do que o Santo Padre recomenda a toda a Igreja.

Além da Comissão para a Doutrina da Fé, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família também foi encarregada da elaboração do subsídio.

Dom Pedro acredita que que esse subsídio fará muito bem para a Igreja no Brasil e irá facilitar a divulgação e a compreensão da Amoris Laetitia, principalmente no que diz respeito à atenção pastoral aos casais em dificuldades.

“Para a Igreja Católica, a família é uma questão basilar. Basta pensarmos que na Igreja primitiva, nos primeiros séculos, as comunidades cristãs se reuniram nas famílias. A própria Igreja é uma grande família”, afirmou o Bispo.

 

Ministério da Palavra

Outro subsídio trabalhado na Assembleia é sobre orientações para a celebração da Palavra e a formação dos ministros da Palavra.

No Brasil, há muitas comunidades que não têm a celebração da Eucaristia dominical, chegando a ficar até meses sem a missa. Em muitas dessas realidades, há ministros leigos que presidem liturgias da Palavra e, sempre que possível, há comunhão da reserva eucarística de missas celebradas anteriormente.

Para tanto, Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, destacou que é preciso formar ministros leigos instituídos, que participem ativamente da vida eclesial para presidirem a celebração da Palavra. “Não basta um conhecimento superficial da Palavra para poder partilhá-la, deve haver uma suficiente iniciação.

É preciso investir no conhecimento da Palavra bem como na maneira de apresentá-la à comunidade”, afirmou.

Para Dom Armando, o subsídio trará uma atualização necessária ao reafirmar e incentivar este ministério e ao recordar que pelo Batismo a Igreja toda é ministerial.

 

Ecumenismo: do conflito à comunhão

Na noite da terça-feira, 2, os bispos participaram de uma celebração ecumênica que recordou os 500 anos das Reforma Protestante. O ato contou com a presença de representantes de diferentes denominações cristãs.

Ao falar sobre os eventos que recordam os cinco séculos da Reforma, Dom Francisco Biasin, bispo de Barra do Piraí - Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo, ressaltou os passos concretos dados no ecumenismo especialmente nos últimos 50 anos. “Se houve atitudes de distanciamento e até desamor, atualmente, graças ao clima do Concílio Ecumênico Vaticano II, estamos passando do conflito à comunhão”, disse.

Recordando o apelo e gestos ecumênicos do Papa Francisco, Dom Biasin enfatizou que o diálogo ecumênico tem uma riqueza espiritual, pois permite a troca de dons entre as igrejas. O Bispo também recordou o que o Santo Padre chama de “ecumenismo de sangue”, testemunhado com o martírio dos cristãos. “Eliminam, matam e sacrificam os cristãos pelo fato de serem discípulos de Jesus Cristo e anunciadores do seu Evangelho”.

“Discutimos por causa de Doutrina e pouco enxergamos o quanto temos em comum e como poderíamos viver melhor a partir daquilo que temos em comum”, acrescentou o Bispo.

 

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Dom Alfredo Schaffler detalha o projeto Comunhão e Partilha

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04 de mai de 2017

O 5º Meeting Point (Ponto de Encontro) com jornalistas na quarta-feira, 3, recebeu Dom Alfredo Schaffler, bispo emérito da Diocese de Parnaíba (PI) e idealizador do projeto “Comunhão e Partilha”, para explicar como funcionará a iniciativa.

“Em 2012, quando estávamos celebrando 50 anos do Concilio Vaticano II - lembrando que, em um dos documentos, na Lumen Gentium, número 23, fala-se da solidariedade entre os Bispos; e no tempo Pascal sempre estamos recordando dos atos dos Apóstolos – do trecho em que se diz que não havia necessitados entres eles – começamos a elaborar este projeto”, comentou Dom Schaffler .

Ele explicou que o projeto consiste em levantar fundos para ajudar as dioceses que têm mais dificuldades econômicas, sobretudo para formação dos seminaristas. “Temos dioceses que vivem em situações econômicas muito precárias. Como nós temos diferenças enormes no Brasil, econômicas e sociais, isso também repercute nas dioceses. E quando nós fomos chamados para missão como bispos, nenhum de nós escolheu o lugar para onde ir, foi o Papa que nos enviou. Então, não é justo que nenhum de nós vá para dioceses onde não há o mínimo para manutenção; e, sobretudo, para formação dos futuros padres.”

Dom Schaffler  contou, durante o Meeting Point, algumas situações que viu. “Encontrei, por exemplo, uma diocese onde por sete anos o bispo não recebia mais nenhum seminarista porque não tinha dinheiro para custear os estudos. Encontrei dioceses cuja receita ordinária mensal não passava de R$ 5 mil para manter uma pequena infraestrutura, para manter os seminaristas. Então, como vou me sentar ao lado de um colega, aqui em uma Assembleia, que não tem o mínimo e fica perdendo até horas de sono para saber como no fim do mês vai cobrir a folha de pagamento e botar comida na mesa dos seminaristas?”, disse ele.

“A partir disso, começamos a conversar, a situação foi colocada em votação e aprovada com unanimidade: cada diocese, pequena ou grande, da sua receita ordinária vai tirar 1% mensalmente, e depositar em um fundo da CNBB, que abrimos para essa finalidade. Isso aconteceu na Assembleia em 2012. A partir do mês de julho o projeto teria início na prática. O Santuário de Aparecida, com a Campanha dos Devotos, foi o primeiro a depositar o valor estipulado. Começaram a partir do mês de maio. E, de fato, as dioceses todas aderiram e conseguimos criar o fundo. Em novembro de 2012, começamos a beneficiar os primeiros 110/112 seminaristas provenientes de 36 dioceses. A coisa se desenvolveu tanto, que terminamos o ano passado conseguindo, com esse fundo, beneficiar 50 dioceses num total de 403 seminaristas, com ajuda para custeio da formação. Muitos destes seminaristas já foram ordenados padres”, contou Dom Schaffler.

Não havia necessitados entre eles

“Eu digo a vocês que me escutam, que olham agora para gente, que eu aprendi uma coisa: mãos abertas nunca são mãos vazias. Fomos capazes de ser sinal, como aconteceu no relato dos Atos dos Apóstolos – não havia necessitados entre eles – também é possível praticar nos dias de hoje. Se nós olharmos o irmão, não como um concorrente, mas como um irmão no qual aparece o rosto de Jesus Cristo, que nos fala: ‘tudo que fizerem ao menor dos irmãos é a mim que estão fazendo’, somos capazes de fazer grandes gestos por meio de pequenas ações. Somos capazes de suscitar a esperança, de dar testemunho da Palavra de Deus, de lançar um sinal de esperança para esse mundo que esta aí”, declarou o Bispo.

Desafio para a Amazônia

“Faço até um desafio, mas não sou mais eu que vou engatar. Nós temos neste Brasil mais de 10 mil paróquias. Se cada paróquia, da sua receita ordinária desse 1% para um fundo, para nos ajudar na missão no Amazonas, não seria fantástico? Nós não poderíamos ajudar esses nossos irmãos padres que não têm nem casa, que moram em uma barraca dentro de embarcação para visitar as comunidades ribeirinhas. E o gesto, será que não ia falar muito alto? Porque falamos da missão, mas missão passa pelo bolso e esse seria um gesto concreto. Porque nenhuma paróquia iria deixar de pagar água, luz, a conta do padre, os funcionários, o transporte seguro, etc. 1% não mata ninguém. Eu acho que nenhuma diocese deixou de cumprir as suas obrigações porque tirou 1% para essa comunhão e partilha”, disse Dom Schaffler.

O Bispo explicou que a maior despesa do bispo na sua diocese, geralmente, é com a formação de seminaristas. “São jovens de boa vontade, que vêm de famílias que, às vezes, não podem contribuir muito. O estudo hoje demora no mínimo, oito, nove anos; com Propedêutico, Filosofia e Teologia. É um investimento que a diocese tem que fazer. E nem sempre a diocese, com os recursos próprios, tem a possibilidade de fazer este investimento”, continuou ele.

Precisamos de mais padres

Por fim, o Bispo Emérito de Parnaíba falou sobre a grande contribuição dos padres para a Igreja e a sociedade. “O padre – para mim, como bispo –, é as mãos e os pés do bispo. O que o bispo faz sem os padres? A Igreja precisa de padres. Nós temos muitos leigos com uma enorme boa vontade, que colaboram, que dão um testemunho belíssimo, mas não podemos construir a Igreja sem aqueles homens que partem o pão da Eucaristia, que em nome de Deus estão perdoando os pecados, que ungem os nossos enfermos. Nós precisamos de muito mais padres. E eu pergunto a vocês: Não é triste, se um jovem quer ser padre e por falta de condições ele não consegue seguir a este chamado de Deus? Eu digo a vocês, nas minhas andanças no interior, no Nordeste do país, já encontrei diversas pessoas, às vezes já avançadas na idade, que diziam: ‘Padre Alfredo, sempre quis ser padre, mas meus pais não tinham condição de pagar os estudos’. Isso dói. Quando a gente vê, por exemplo, nossa Diocese de Parnaíba. Tenho padres lá que tem 80/90 comunidades e agora como bispo emérito estou numa paróquia, como vigário paroquial, o padre tem 45 comunidades. Comunidades com distâncias de mais de cem quilômetros. E estou em uma pequena comunidade na beira mar, uma cidade com 3 mil habitantes, e estou tomando conta de uma meia dúzia de comunidades lá; dando minha contribuição como padre que eu sempre quis ser. Bispo eu não pedi, a gente é chamado, mas estou colaborando nesse sentido. Nós precisamos de mais padres. Por isso, eu apostei e posso dizer: acho que foi dada uma pequena contribuição para que tivéssemos mais padres e que nenhuma diocese precise mandar um jovem, que se sente chamado para esse ministério sacerdotal, de volta.”

(Com informações do A12)

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Coletiva de imprensa: Viver o amor em família

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04 de mai de 2017


Logo no início da coletiva de imprensa da Assembleia Geral da CNBB, que aconteceu na quarta-feira, 3, Dom Darci Nicioli, arcebispo de Diamantina (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, comentou que durante o periodo da manhã os bispos reunidos trataram sobre a organização interna da Assembleia, como por exemplo a metodologia que vem sendo utilizada.

Ele disse que em diversos momentos eles falaram também sobre a Exortação Pós Sinodal Amoris Laetitia, que foi explicada aos jornalistas por Dom Pedro Carlos Cippolini, bispo de Santo André (SP).

Uma questão basilar

“Em primeiro lugar, gostaria de dizer uma palavra sobre Amoris Laetitia (Alegria do amor), a exortação apostólica do Santo Padre sobre a família, sobre o amor vivido em família. Nossa conferência tem se empenhado em estudar esse documento, nomeou as comissões já existentes de doutrina da fé e da família, para elaborarem um subsídio que facilitasse a divulgação, compreensão do conteúdo dessa Exortação Apostólica e esse subsídio foi elaborado, apresentado aos bispos que fizeram emendas, deram sugestões. Não se trata de um manual, mas é um pequeno roteiro para a prática concreta do que o Papa Francisco recomenda a toda a Igreja em Amoris Laetitia”, disse Dom Cippolini.

O Bispo explicou que os roteiros estão sendo finalizados. “Foram recolhidas as sugestões dos bispos e serão acrescentadas aquelas que as duas comissões julgarem necessárias. Esse documento está fazendo e ainda fará muito bem, o Pontífice recomenda nele que se dê atenção aos casais em dificuldade, acolhendo, discernindo cada caso, acompanhando os casos que aparecem, que contém, às vezes, tanto sofrimento.”

Dom Cippolini falou sobre a importância da família para a Igreja Católica, como uma questão basilar. “Basta pensarmos que, na Igreja primitiva no primeiro século, as comunidades cristãs se reuniam nas famílias, era nas famílias que se rezava a missa, nas casas de famílias. A própria Igreja é uma grande família, família reunida pela Palavra de Deus e pela Eucaristia.”

Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé

O Bispo de Santo André (SP) falou ainda sobre a Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé. Ele disse que, mesmo que possa parecer um pouco incompreensível, a comissão trata, especificamente, daquilo que é para Igreja o motivo da vivência da evangelização. “A fé – disse ele – é um elemento principal, pelo Batismo recebemos a fé. Toda nossa atividade tem como base e ponto de partida a fé, por isso, a Comissão Episcopal Pastoral Doutrina da Fé, ajuda a CNBB a refletir temas relacionados à fé, para esclarecer, ajudar o aprofundamento e ilustrar alguns pontos que precisam ser melhor desenvolvidos na evangelização. Os bispos sugerem, a comissão, que é composta por 5 bispos e 19 peritos estuda e elabora e redige os subsídios.

(Com informações do site A12.com)

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Missa celebrada pelo presidente do Regional Leste 2 destacou a fidelidade e a postura dos apóstolos diante as dificuldades encontradas.

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04 de mai de 2017

A12.com

Na manhã desta quarta-feira, 3, oitavo dia da 55ª Assembleia Geral, a tradicional missa que inicia o dia, foi presidida por Dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba (MG) e presidente do Regional Leste 2. A celebração aconteceu, como de costume, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

 “Conforme São Paulo, na primeira leitura de hoje, nós também procuramos lembrar e proclamar o Evangelho que foi anunciado, isto é, o mistério salvífico da páscoa porque Jesus morreu por nós, pelos nossos pecados e salva todos aqueles que o seguem de coração aberto e sincero”, destacou Dom Paulo Peixoto, após iniciar a homilia com uma reflexão sobre os desafios pastorais enfrentados pelos regionais, cada qual em suas especificidades, dificuldades e facilidades.

Recordando as palavras de São João no Evangelho de hoje, que proclamam Jesus como o caminho, a verdade e a vida, disse ser esta a Verdade que o Brasil precisa exaltar, em meio a inverdade que às vezes domina. “Crendo em Jesus Cristo queremos se anunciadores da boa nova do Evangelho para todo nosso povo e com muita confiança superando o indiferentismo que reina em nosso país, em nossas comunidades e em muitos cristãos, batizados que não assumem sua missão como também anunciadores da palavra de Deus”.

Ainda, embasado no Evangelho, o Arcebispo destacou a fidelidade e a postura dos apóstolos, declarando ser essa a assumida por nós em meio aos desafios que enfrentamos atualmente no pais. “Nada disso pode nos desanimar. Nós temos a força de Deus. Nós temos a presença do Espírito de Deus que nos dá força e nos dá coragem”, enfatizou.

Abordou ainda, o tema central da assembleia: Iniciação à Vida Cristã.

“Estamos construindo, agora, o caminho de iniciação à vida cristã. Sabemos que não é fácil porque mexe com estruturas muito enraizadas. Além disso, nós temos medo do novo. Talvez temos de enfrentar o novo, assumir o novo com coragem, porque ele exige mudança de postura, saída do conforto e da mesmice e a igreja precisa passar por esse caminho”, encorajou Dom Paulo.

O presidente do Regional Leste 2, finalizou sua fala pedindo as bênçãos de N. S Aparecida e de Fátima aos regionais da CNBB, para que sejam verdadeiros instrumentos de salvação.

Com Informações CNBB

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Dom Devair Araújo da Fonseca fala sobre situação atual do País

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03 de mai de 2017

Entrevista concedida à Cidinha Fernandes, para o programa “Bom dia, povo de Deus”

Qual a posição da CNBB sobre essas manifestações populares no país?

Aqui estão reunidos os bispos de todo o Brasil, quer dizer, de Norte a Sul, nós temos os bispos aqui reunidos e isso nos dá uma visão muito ampla e muito concreta da realidade de cada região, de cada diocese e o que nosso povo está sofrendo a partir das situações econômicas, com tudo isso que está a nossa volta.

Então, primeira coisa é que nós não estamos isolados, existe uma visão bastante profunda desses acontecimentos. É claro que a situação atual do nosso país tem sido refletida em muitos momentos na nossa assembleia, diversas vezes foi lembrado o número, que mais de 14 milhões de pessoas desempregadas, isso é um número que assusta. Sem contar as transformações, as possibilidades de reforma, de mudança, que também estão sendo propostas, tudo isso tem sido motivo de preocupação e de grande reflexão, é claro que nós sabemos que mudanças, reformas são necessárias, mas os modelos apresentados é que, às vezes, não satisfazem as necessidades do povo, principalmente dos mais pobres.

A reflexão dos bispos vem nos ajudar a aprofundar o tema, não simplesmente dizer sim ou não, mas justamente aprofundar a reflexão para ver como essas mudanças podem beneficiar principalmente as pessoas mais pobres.

 

Normalmente as pessoas mais pobres são as que mais sofrem, as mais atingidas e menos ouvidas, se a gente não tem a Igreja para ser a voz delas, fica mais difícil não é mesmo?

Exatamente, porque a gente sabe que sempre que tem uma crise alguém paga a conta e geralmente quem paga a conta são aqueles que não podem ser ouvidos, aqueles que não podem ser escutados.

É nesse sentido que a Igreja se coloca sempre na defesa dessas pessoas, olhando com muita tranquilidade e com muita serenidade toda a situação, a Igreja não se opõe a esse ou aquele governo, a essa ou aquela situação, mas ela tem essa missão, essa tarefa, esse dever, de justamente falar a verdade sobre essa realidade, trazer a luz, para que o trabalho que vai ser feito, para que as mudanças na reforma, todo o trabalho que vai ser feito, seja feito de uma forma tranquila, sem prejudicar ainda mais os trabalhadores, que já são tão penalizados em tantas situações e de tantas formas.

 

Além dessa preocupação com o trabalhador, também há essa preocupação com a violência, com a falta de segurança pública, tanto nas regiões urbanas, quanto rurais, que certamente mereceram destaque nesse encontro. Outra coisa que gostaria que comentasse é a questão da violência, da insegurança da população e desses conflitos todos, que existem em todo o Brasil, nós vimos que, além de toda essa violência urbana, no domingo aconteceu mais um conflito entre índios e fazendeiros, resultando em vários índios feridos, tendo mãos decepadas, essa é uma preocupação muito grande da nossa Igreja que tem a pastoral indigenista acompanhando.

Sim, esses conflitos nunca acontecem de forma isolada, por isso que nós falamos de crise, de problemas econômicos, aí aparece uma série de eventos, acontecimentos, como se fosse um efeito cascata. Uma situação social degradante, ela impulsiona outra e assim por diante.

Esses conflitos já são antigos e não é por isso que nós temos que nos conformar com ele, então nós não podemos nos acomodar aos conflitos dizendo, sempre foi assim sempre será assim, mas justamente nos precisamos levantar a voz para dizer, então qual é o caminho a ser feito para interromper ou modificar esse comportamento. Essa é uma preocupação da Igreja sempre, os conflitos que acontecem na zona rural, eles tem uma dimensão, mas os conflitos que acontecem nos meios urbanos são da mesma natureza, são apenas separados por uma situação geográfica mas eles têm o mesmo efeito e sempre nisso sofrem aquelas pessoas que são menos amparadas.

A voz da Igreja se levanta nesse sentido de não só pedir o fim dos conflitos, mas que cheguemos realmente em uma forma de solucionar esses problemas, eles são antigos porque as vezes falta uma intervenção direta, uma ação direta, para resolver os problemas na sua raiz.

 

E o caminho para modificar essas situações seria no caso essa questão da gente se preocupar mais com a Iniciação à Vida Cristã? Recentemente, tivemos uma reforma do Ensino Fundamental que propõe excluir o Ensino Religioso, o que dizer nesse sentido a questão da Iniciação à Vida Cristã, a transmissão da fé, as novas gerações, será que estamos fazendo isso direito?

Com relação a este estudo, há 4 anos a CNBB lança um texto chamado ‘Pensando o Brasil’ que tem temáticas diversas, então neste estudo, foi feito uma apresentação bastante ampla, bastante aprofundada da situação educacional do nosso país, que também é muito diferente, se nós vamos ao Norte, Nordeste, ao Centro-Oeste, são situações que tem uma natureza das suas dificuldades, nós vamos ao Sul, uma outra natureza. Então, foi feito como que um apanhado dessa situação, mostrando que a Igreja está atenta a isso, não é porque nós temos escolas que realmente a escola está cumprindo o seu papel, muitas vezes nós temos a instituição, a escola, mas ela não cumpre seu papel de integração e se ela não cumpre esse papel de integração das pessoas na sociedade, certamente no futuro nós vamos colher os frutos negativos dessa ausência de integração, consequentemente a violência e tudo aquilo que a gente vê.

Uma coisa não está desligada da outra, a ausência de não fazer a integração das pessoas na sociedade, não levar a uma consciência, política clara dos acontecimentos muito ruins para o país, no presente e no futuro. Nós sabemos que aqueles países que se desenvolveram foram aqueles países que realmente investiram na educação, mas não só a escola, realmente uma forma de educação regra as pessoas dentro de uma sociedade.

 

A falta de educação gera uma intolerância generalizada né?

Claro, a ausência de uma educação não é só aprender a ler e escrever, mas de como esse cidadão tem uma consciência social, uma consciência política, como que ele se comporta na sociedade, como ele respeita o outro, as diferenças, então tudo isso faz parte de uma educação mais profunda. Educar não é só colocar na escola, mas é também dar condições pra que a pessoa desenvolva suas habilidades e junto com isso nós estamos trabalhando também o tema da iniciação cristã que é educação na fé, então hoje nós os bispos e acho que a Igreja como um todo, como levar as pessoas, os nossos católicos, os nossos cristãos, a uma iniciação na fé que gere um compromisso transformador, não é só dar a catequese, não é só ensinar algumas coisas.

O Papa Bento XVI quando esteve em Aparecida ele recordava, que não começa a se seguir Jesus Cristo porque se conhece uma doutrina mas porque se conhece uma pessoa, então fundamentalmente, a iniciação cristã, é a apresentação da pessoa de Jesus Cristo, para que realmente cada pessoa possa fazer a sua opção pessoal diante da verdade da fé. E esse é o trabalho que nós estamos fazendo e hoje teremos a votação do texto final e possivelmente posterior complicação.

 

Será que nós Igreja, estamos falando a linguagem do povo? O retiro do Dom Bernardo [Bernardo Bonowitz, abade do Mosteiro Trapista do Paraná] destacou algo nesse sentido?

Dom Bernardo fez uma pregação sobre Nossa Senhora, partindo de uma coisa muito profunda da própria experiência dele, ele não veio falar de uma doutrina de Nossa Senhora mas ele falou do encontro pessoal dele com Nossa Senhora e uma coisa que ele destacou bastante foi que não é possível entrar na vida cristã sem essa dimensão do contato, do conhecimento com Maria, justamente porque ela é aquela que nos apresenta o Salvador, Jesus Cristo.

Então essa forma de falar foi uma forma muito bonita mas ao mesmo tempo uma forma muito catequética, muito prática, não é simplesmente uma devoção, mas saber porque essa devoção a Maria faz a diferença no nosso conhecimento da fé. Ele foi muito feliz nas suas colocações, foram quatro colocações entre sábado e domingo pela manhã e nós sentimos isso, um apelo realmente a essa fé mariana que nos coloca dentro da realidade, recordando que aqui em Aparecida há 10 anos aconteceu a Conferência dos Bispos, com o Papa Bento e o Cardeal Bergolio também estava presente porque participava das sessões como secretário.

Então o Papa Bento e o Francisco também estiveram aqui como cardeal, e é uma coisa interessante porque se a gente faz a cobertura do documento Evangelli Gaudium a gente vê claramente os traços da Conferência de Aparecida, então para nós católicos é sempre importante essa referência mariana e perceber como Maria nos ajuda a iluminar e esclarecer a nossa fé.

 

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‘Somos servos e não senhores da messe’

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02 de mai de 2017

Na terça-feira, 2, a missa das 7h30 na Assembleia Geral da CNBB, que está na sua 55ª edição, foi presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo. Na celebração, o Cardeal Scherer fez memória dos bispos falecidos desde a última Assembleia. Entre tantos, foi lembrado dom Albano Cavallin, arcebispo Emérito de Londrina (SC). Na ocasião, o Administrador Apostólico de Londrina, Dom Manoel João Francisco, bispo diocesano de Cornélio Procópio, participou da procissão de entrada da celebração.

“Rezemos em ação de graças pela vida de nossos irmãos bispos falecidos, sua vida dedicada ao reino de Deus, em nossas dioceses, na CNBB e em nosso Brasil, eles receberam de Deus o prêmio de fé, de sua esperança e de sua caridade pastoral, pedimos nessa missa que lhes dê também a recompensa dos bons e fieis servidores do Evangelho de Jesus, senhor da messe que o prometeu”, disse Dom Odilo.

O presidente da celebração recordou também que “os falecidos nos recordam a todos nós, que somos servos e não senhores da messe, este é o nosso tempo e servimos a messe do senhor”.

                                                                                       

Situação dos povos indígenas no Maranhão

Após a celebração, os bispos, reunidos em Assembleia continuaram a programação com a pauta do dia. Na segunda-feira, 1º de maio, a coletiva de Imprensa que acontece todos os dias, às 15h, tratou sobre a situação dos povos indígenas no Brasil, particularmente, no povoado de Bahias, município de Viana (MA).

No dia 30 de abril, os indígenas foram vítimas de uma investida de homens armados de facões, paus e armas de fogo que deixou três feridos, dois em estado grave. “A situação tensa, conforme nota da diocese de Viana, exige atenção dos órgãos competentes para acelerar os processos pendentes sobre a regularização de seu território”, afirmou a Assessoria de Imprensa da CNBB.

 O informe sobre as atividades recentes da Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM) também foi tratado na coletiva da qual participaram os bispos Dom Erwin Kräutler, bispo prelado emérito do Xingu (PA), dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana (MA) e dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos (RJ).

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Dom Bernardo Bonowitz pregará retiro para bispos em Aparecida

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09 de agosto de 2017

No sábado, 29, os bispos reunidos na 55ª Assembleia Geral da CNBB realizarão seu retiro que conclui-se no domingo, 30. No domingo, às 20h, os bispos farão também uma peregrinação ao Santuário de Aparecida, por ocasião do Ano Nacional Mariano.

O pregador convidado para orientar o retiro dos bispos é Dom Bernardo Bonowitz, monge trapista, que é Abade do Mosteiro de Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente, Paraná.

Nascido em Nova York, nos Estados Unidos da América, Bonowitz é de origem judaica, e se converteu ao Catolicismo na juventude. Aos 24 anos, ingressou na Ordem dos Cistercienses da Estrita Observância (Trapistas), logo após formar-se em Línguas Clássicas pela Universidade de Columbia.

Mestre em Teologia pela Weston Jesuit School of Theology em Massachusetts, Dom Bernardo tem vários livros publicados no Brasil, entre eles “A Alegria que vem da Trapa”, “Senhor abri os meus lábios” e “Os místicos cistercienses do século XII”.

“Como então permanecer fiel a Jesus, como manter viva a chama de esperança e de amor? Como passar o tempo a nós dado neste mundo dizendo: ‘Vinde, Senhor Jesus?’ Ficai atentos e orai a todo momento para poderdes ficar em pé diante do Filho de homem. Viver em atenção e oração. Sempre. O dia do Senhor pode cair como uma armadilha. Também pode cair como uma... luva. Tudo depende do formato que estamos dando, durante estes poucos anos que temos na terra, ao nosso coração”.

Trecho da Homilia publicada no livro “Eu vou para o Pai”, de Dom Bernardo Bonowitz, pela Editora Vozes.

(Com informações dos sites Diálogos Exemplares e Mosteiro Trapista)

 

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