NACIONAL

PASTORAL DA SAÚDE

Pastoral da Saúde orienta agentes a redobrar cuidados nas visitas aos enfermos

Por Daniel Gomes
26 de março de 2020

A recomendação geral a todos os agentes é a de que, se estiverem com tosse, resfriado, coriza e febre não visitem os doentes

Ouvir as dificuldades dos enfermos, ajudá-los para que tenham esperança no tratamento, dar apoio aos familiares e fazer com que todos não percam a fé mesmo nos momentos de maior fragilidade são virtudes dos agentes da Pastoral da Saúde, as quais se tornam ainda mais importantes diante desta pandemia do novo coronavírus.
No entanto, tudo isso precisa ser feito com redobrado cuidado para que os agentes não se tornem transmissores do vírus ou se contaminem.

EVITE COLOCAR O DOENTE EM MAIOR RISCO
De acordo com o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde, a recomendação geral a todos os agentes é a de que, se estiverem com tosse, resfriado, coriza e febre não visitem os doentes.
Mesmo para os agentes da Pastoral que se encontram em aparente boa condição de saúde – vale lembrar que alguém infectado pela COVID-19 pode levar de cinco a 12 dias para apresentar os primeiros sintomas –, a recomendação é a de que as visitas nas casas “não sejam demoradas e que sempre realizem a higienização das mãos, lavando-as ou passando álcool em gel, que se respeite a vontade do enfermo e se evite muito contato físico, mantendo sempre uma certa distância do enfermo”, detalhou o Padre João ao O SÃO PAULO.

LIMITAÇÕES NA IDA AOS HOSPITAIS 
A prestação de assistência religiosa aos doentes nos hospitais está garantida no Artigo 5o da Constituição Federal, mas, diante dessa situação excepcional, muitas entidades hospitalares solicitaram à Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo que suspenda as visitas. 
“Acreditamos ser muito correta essa medida. Quanto menor for a circulação de pessoas na área hospitalar de internação, melhor para o enfermo internado. Nos hospitais que ainda permitem a atuação do agente de pastoral, sugerimos que sempre busquem orientação na enfermagem”, recomendou o Padre João. 

RECADO ESPECIAL AOS AGENTES IDOSOS
O Assessor Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde disse, ainda, que, neste momento crítico, a sugestão aos agentes mais idosos é seguir a recomendação do Ministério da Saúde: “Ou seja, ficar em casa se protegendo do coronavírus. Depois, quando a pandemia passar, poderão voltar à visitação ao enfermo”. 
Isso não significa, porém, ficar de braços cruzados, conforme detalhou o Padre João: “Uma forma de se fazer presente ao enfermo nesta situação é realizar um telefonema, mandar uma mensagem, pode ser pelo WhatsApp... Neste tempo de reclusão nas casas, os agentes de pastoral têm uma missão muito importante: rezar para que Deus livre o mundo desta pandemia, olhe com carinho por todos os enfermos, proteja os profissionais da saúde que estão nas frentes de batalha e os agentes de pastoral, para que sejam fiéis à sua vocação de bom samaritano”. 
Conforme apurou a reportagem, algumas paróquias da Arquidiocese têm incentivado que a administração do sacramento da Comunhão aos enfermos nas casas seja feita pelos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão mais jovens. “Tenho buscado que os Ministros idosos sejam substituídos por mais jovens e em melhores condições físicas. Que não descuidemos da visita nas casas, mas que se redobre a atenção. Não podemos abandonar o povo”, afirmou o Padre Andrés Gustavo Marengo, Pároco da Paróquia Natividade do Senhor, na Região Episcopal Santana. 

PADRES NOS HOSPITAIS
Padre João Mildner também disse que a Pastoral tem dialogado com os padres sobre o provável aumento dos pedidos pelo sacramento da Unção dos Enfermos. “Nosso querido Papa Francisco está pedindo que os padres não abandonem os doentes. Cada vez mais haverá solicitação para que os padres deem a assistência sacramental nos hospitais” disse, lembrando que tal visita deve ser feita com os devidos cuidados e seguindo as recomendações das equipes médicas. 
“No caso do coronavírus, existe uma forma muito especial de uso dos equipamentos de proteção individuais (EPIs), e os padres devem cumprir com todas as exigências dos hospitais. É uma segurança para que o padre não se contamine com o vírus. Sempre o orientamos quando nos é solicitada alguma informação sobre essas visitas. Uma ótima maneira de proceder nessas situações é o padre solicitar a orientação na enfermagem do andar em que o enfermo está internado”, detalhou o Assessor Eclesiástico da Pastoral da Saúde, recordando ser indispensável o uso de avental, luvas, máscara, gorro e óculos de proteção, além da lavagem das mãos após a retirada desses ítens. 

DISSEMINAR INFORMAÇÃO CORRETA
A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo também recomenda a seus agentes que estejam atentos aos debates nos conselhos de saúde sobre o enfrentamento do novo coronavírus e que, “acima de tudo, ajudem nas suas comunidades a divulgar as formas de prevenção. A informação simples e segura é a melhor arma para enfrentarmos esta pandemia. Este é também o apelo do nosso Arcebispo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer”.  

CANCELAMENTO DOS CURSOS
Em decorrência das restrições de contato social para evitar a proliferação da COVID-19, a Pastoral da Saúde informou que estão suspensas as oito turmas dos cursos da Pastoral nas regiões episcopais e do Curso de Pastoral Hospitalar. 

‘VAMOS CONFIAR EM DEUS’
 “A Igreja vos ama. Vosso sofrimento não é em vão. Como nos ensina São Paulo: completar em si mesmo, na própria carne ‘o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja’ (Cl 1,24). Vamos confiar em Deus. Ele nos dará forças para enfrentarmos esta pandemia. Nosso Pai do Céu cuida de seus filhos e filhas. Vamos pedir a Mãe Aparecida que ela nos cubra com seu manto de amor”, concluiu o Padre João, em mensagem a todos os enfermos e agentes da Pastoral da Saúde.

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