Fique BEM em casa

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31 de março de 2020

De uma hora para outra, a sala de jantar virou escritório, as crianças deixaram de ir para a escola e o contato com os parentes e amigos só pode ser feito por telefone ou pelas mídias digitais. Sinais do tempo de isolamento social, recomendado para conter o avanço do novo coronavírus. Diante desse cenário, o jornal O SÃO PAULO apresenta dicas para harmonizar a nova rotina da casa e manter uma boa saúde física e mental.

Controle a ansiedade

Diante de tantas mudanças, o primeiro sentimento que pode surgir é o de ansiedade, algo que precisa ser controlado, conforme afirma, em vídeo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a psicóloga Paula Peron, assessora da Pró-Reitoria de Cultura e Relações Comunitárias da PUC-SP: “Não tem fórmula. Se a gente já se conhece um pouco, é hora de se pensar em estratégias que já usamos em outros momentos de muita ansiedade para se acalmar”.

Ela aponta, porém, que se o que se fazia sempre para controlar a ansiedade não funcionar agora, deve se buscar ajuda de profissionais de Psicologia – muitos seguem fazendo atendimento on-line – ou o diálogo com pessoas próximas. “Você pode conversar também com sua família, com seus amigos pelos meios digitais, para saber o que ele estão fazendo, quais a estratégias que cada um está encontrando pra se acalmar neste momento. Conversar e se solidarizar ajuda bastante. Os laços afetivos são muito importantes nesta hora”.

Evite o ‘bombardeio’ de informações

Reduzir a leitura ou o contato com notícias que podem causar ansiedade ou estresse é uma das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS): “Busque informação apenas de fontes fidedignas e dê passos práticos para preparar seus planos, proteger-se e a sua família. Procure informações e atualizações uma ou duas vezes ao dia evitando o ‘bombardeio desnecessário’ de informações”.

Também a psicóloga Paula Peron recomenda evitar o excesso de informações: “Uma ideia é você escolher três ou quatro canais de confiança – um canal de notícias, um canal da organização mundial da saúde, um canal da sua referência profissional ou do seu grupo de amigos que você admira e confia – tentar concentrar a recepção de informações ali, de lugares que você sente segurança do que estão lhe informando, pois se for ler tudo, escutar tudo, há muitas informações contraditórias, indicações do que fazer contraditórias, e isso costuma nos deixar mais apreensivos. Então, filtre um pouco o que você vai ler, em quem você vai confiar, isso pode funcionar para se acalmar”, orienta.

Organize a casa

A OMS recomenda que as tarefas regulares de manutenção da casa, como as limpezas diárias não deixem de ser feitas. Paula Peron também comenta sobre a importância dessas atividades: “Dar uma arrumada na casa, arrumar a mesa, jogar a papelada fora, enfim, conseguir um ambiente de um pouco mais de organização. Isso serve para o nosso corpo também, em termos de higiene, saúde, alimentação, dormir bem, são coisas que geralmente fazem as pessoas se sentirem mais tranquilas, mais calmas”.

Alimentação e exercícios

Manter a saúde física também é um desafio nesta época, mas isso é possível com a prática de exercícios regularmente e o controle dos hábitos alimentares.

A nutricionista Amada Costa, colunista do O SÃO PAULO, recomenda que cada pessoa mantenha uma rotina de hábitos saudáveis. “Na alimentação, dê preferência para frutas, verduras e legumes e beba muita água. É importante dormir bem, fazer alguma atividade física, de relaxamento ou de meditação. Limite-se a comer uma porção de doce ao dia, porque doce é a procura maior das pessoas, justamente por aquilo que pode ser chamado de fome emocional, causada por alguma alteração nas emoções e que se busca compensar. Geralmente se manifesta no sentido de: ‘quero comer, mas não sei o que quero’ ou de querer comer um doce especificamente porque ‘estou triste ou aflito’, e o açúcar tem esse poder de conferir prazer”, detalha.

Amanda apresenta uma lista de estratégias a ser adotada:

- Programe o horário das refeições

- Pense nos alimentos de cada refeição

- Tenha sempre próximo para consumo frutas e oleaginosas

- Evite alimentos de alta densidade energética e poucos nutrientes, como biscoitos, balas e salgadinhos

- Tenha uma garrafa de água sempre por perto ou espalhe garrafas pela casa para que não se esqueça de se hidratar

- Use o despertador do celular para lembrar-se das refeições e de se hidratar.

- Programe um horário do dia para fazer uma atividade de relaxamento ou de meditação

Pais e filhos

Nesta época da pandemia, a OMS recomenda que os pais falem para as crianças, em linguagem apropriada, o que é a COVID-19: “Se tiverem preocupações, o fato de falar sobre elas pode ajudar a baixar a ansiedade das crianças. Elas observam os pais, as emoções no ar e tiram daí seus mecanismos para lidar com as próprias emoções”.

A OMS ainda orienta que as rotinas familiares sejam mantidas e se pense em novos hábitos, com atividades lúdicas e pedagógicas com as crianças. “Ajude as crianças a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades. Cada criança tem sua própria maneira de fazê-lo.  Algumas vezes, a atividade criativa, jogos e desenhos podem ajudar”.

‘Quarentena brincante’

Estéfi Machado, designer, crafiteira, cenógrafa, fotógrafa e escritora criou o “Kit de sobrevivência para uma quarentena brincante” – que pode ser acessado gratuitamente em instagram.com/blog.estefi.machado – agregando as experiências do blog por ela mantido, no qual compartilha ideias de brincadeiras para inspirar os pais a se conectarem com os filhos.

“Assim como vocês, também estou com um filho em casa em quarentena. O que eu sei é que a vida às vezes nos dá lindas oportunidades de estarmos intimamente conectados com o que mais importa. Agarre essa oportunidade e juntos (mesmo de longe) vamos tirar o melhor disso tudo”, afirma Estéfi.

No kit, há 40 atividades que podem ser feitas com as crianças usando materiais como cola, fita crepe, papel, papelão, pratinhos e copinhos de papel, palitos e pregadores de roupa, giz, tinta e canetinhas, caixas de fósforo e rolos de papel higiênico.

Basta seguir o passo a passo de cada atividade para poder brincar com bonequinhos de colher descartável, teatro de sombras, uma máquina de lavar com caixa de papelão, copos decorados, TV de Caixa, balão de rede de mamão, bike de canudo de papel, porco espinho com cartolinas e rolhas, laptop de papelão, morcego no pregador, tinta gache congelada, monstrinhos no shampoo, roda gigante de papelão, câmera fotográfica de papelão, amplificador com copos plásticos, entre outros.

Repita informações aos idosos

Pessoas com mais de 60 anos estão no grupo de risco para o contágio do novo coronavírus, por isso a orientação das autoridades sanitárias é que permaneçam em suas casas.

Aos que vivem com idosos ou lhes prestam auxílio de maneira mais próxima, a recomendação da OMS é que partilhem com eles fatos simples sobre o que está acontecendo, com informações claras a respeito da redução de riscos e infecções se permanecerem em isolamento social. “Repita a informação sempre que necessário. As instruções precisam ser claras, concisas e respeitar o estilo do paciente. Talvez seja útil colocar a informação em escrito ou em pinturas e figuras. Envolva a família e outras redes de apoio no fornecimento das notícias e de medidas de prevenção como a lavagem de mãos”, diz a Organização Mundial da Saúde. 

Tenha uma rotina e espaço específico para trabalhar

O trabalho home-office é a opção adotada por muitas empresas para manter suas atividades diante da recomendação de isolamento social.

A empresa Luandre Soluções em Recursos Humanos, que atende 4 mil clientes na gestão de 60 mil profissionais em todo o Brasil, listou cinco posturas indispensáveis para que haja boa produtividade no trabalho no sistema home-office:

- Procure um espaço silencioso e confortável, em que seja possível acomodar bem o computador. Caso o profissional tenha pais ou filhos ou outras pessoas que habitem a mesma residência e possam distraí-lo, que esse local não seja central na casa

- Não trabalhe com a mesma roupa que você usou para dormir. Vista-se como se fosse sair ou, pelo menos, troque de roupa para que o cérebro entenda que está executando outra função e não relaxando em casa

  - Nunca trabalhe deitado na cama, pois o cérebro precisa distinguir o local de relaxar e o local de produzir

 - Distancie-se temporariamente das más notícias, o que não significa ficar alienado, mas definir horários para se informar, a fim de não ser dominado nem se desconcentrar pelo nervosismo decorrente do noticiário negativo desta época

- Estabeleça uma rotina, pois é importante que não se sinta que está de férias e nem que se extrapole o horário regular de trabalho.

A santificação do trabalho e a família

Por fim, essa quarentena com a mescla de tarefas domésticas, cuidados com a família e rotina de trabalho em um mesmo local pode ser educativa e catequética. “A família educa ao trabalho com o exemplo dos pais: o pai e a mãe que trabalham pelo bem da família e da sociedade”, afirmou o Papa Francisco, em uma catequese em agosto de 2015. “Oração e trabalho podem e devem estar juntos em harmonia, como ensina São Bento. A falta de trabalho danifica também o espírito, como a falta de oração danifica também a atividade prática”, apontou o Pontífice.

 

                  DICAS DA OMS PARA A QUARENTENA EM CASA

 1) Reduza a leitura ou o contato com notícias que podem causar ansiedade ou estresse. Busque informação apenas de fontes fidedignas. Procure informações e atualizações uma ou duas vezes ao dia evitando o "bombardeio desnecessário" de informações.

 2) Evite formas errôneas de lidar com o estresse como o uso de tabaco, álcool ou outras drogas.

 3)  Ajude as crianças a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades. Algumas vezes, a atividade criativa, jogos e desenhos podem ajudar.

 4) Mantenha as rotinas familiares sempre que possível e crie novas rotinas principalmente com as crianças em casa.

 5) Idosos, especialmente em isolamento social e aqueles com problemas cognitivos como demência podem se tornar ansiosos, estressados, com raiva, agitados e distanciados. Ofereça-lhes apoio emocional.

 6) Aprenda exercícios físicos simples para fazer em casa todos os dias, para não reduzir a mobilidade.

 7) Mantenha rotinas e tarefas regulares, entre elas atividades diárias, limpeza, canto, pinturas.

 8) Mantenha o contato com os entes queridos, ainda que por telefone.

Fonte: Organização Mundial da Saúde

 

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Pastoral da Saúde orienta agentes a redobrar cuidados nas visitas aos enfermos

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26 de março de 2020

Ouvir as dificuldades dos enfermos, ajudá-los para que tenham esperança no tratamento, dar apoio aos familiares e fazer com que todos não percam a fé mesmo nos momentos de maior fragilidade são virtudes dos agentes da Pastoral da Saúde, as quais se tornam ainda mais importantes diante desta pandemia do novo coronavírus.
No entanto, tudo isso precisa ser feito com redobrado cuidado para que os agentes não se tornem transmissores do vírus ou se contaminem.

EVITE COLOCAR O DOENTE EM MAIOR RISCO
De acordo com o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde, a recomendação geral a todos os agentes é a de que, se estiverem com tosse, resfriado, coriza e febre não visitem os doentes.
Mesmo para os agentes da Pastoral que se encontram em aparente boa condição de saúde – vale lembrar que alguém infectado pela COVID-19 pode levar de cinco a 12 dias para apresentar os primeiros sintomas –, a recomendação é a de que as visitas nas casas “não sejam demoradas e que sempre realizem a higienização das mãos, lavando-as ou passando álcool em gel, que se respeite a vontade do enfermo e se evite muito contato físico, mantendo sempre uma certa distância do enfermo”, detalhou o Padre João ao O SÃO PAULO.

LIMITAÇÕES NA IDA AOS HOSPITAIS 
A prestação de assistência religiosa aos doentes nos hospitais está garantida no Artigo 5o da Constituição Federal, mas, diante dessa situação excepcional, muitas entidades hospitalares solicitaram à Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo que suspenda as visitas. 
“Acreditamos ser muito correta essa medida. Quanto menor for a circulação de pessoas na área hospitalar de internação, melhor para o enfermo internado. Nos hospitais que ainda permitem a atuação do agente de pastoral, sugerimos que sempre busquem orientação na enfermagem”, recomendou o Padre João. 

RECADO ESPECIAL AOS AGENTES IDOSOS
O Assessor Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral da Saúde disse, ainda, que, neste momento crítico, a sugestão aos agentes mais idosos é seguir a recomendação do Ministério da Saúde: “Ou seja, ficar em casa se protegendo do coronavírus. Depois, quando a pandemia passar, poderão voltar à visitação ao enfermo”. 
Isso não significa, porém, ficar de braços cruzados, conforme detalhou o Padre João: “Uma forma de se fazer presente ao enfermo nesta situação é realizar um telefonema, mandar uma mensagem, pode ser pelo WhatsApp... Neste tempo de reclusão nas casas, os agentes de pastoral têm uma missão muito importante: rezar para que Deus livre o mundo desta pandemia, olhe com carinho por todos os enfermos, proteja os profissionais da saúde que estão nas frentes de batalha e os agentes de pastoral, para que sejam fiéis à sua vocação de bom samaritano”. 
Conforme apurou a reportagem, algumas paróquias da Arquidiocese têm incentivado que a administração do sacramento da Comunhão aos enfermos nas casas seja feita pelos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão mais jovens. “Tenho buscado que os Ministros idosos sejam substituídos por mais jovens e em melhores condições físicas. Que não descuidemos da visita nas casas, mas que se redobre a atenção. Não podemos abandonar o povo”, afirmou o Padre Andrés Gustavo Marengo, Pároco da Paróquia Natividade do Senhor, na Região Episcopal Santana. 

PADRES NOS HOSPITAIS
Padre João Mildner também disse que a Pastoral tem dialogado com os padres sobre o provável aumento dos pedidos pelo sacramento da Unção dos Enfermos. “Nosso querido Papa Francisco está pedindo que os padres não abandonem os doentes. Cada vez mais haverá solicitação para que os padres deem a assistência sacramental nos hospitais” disse, lembrando que tal visita deve ser feita com os devidos cuidados e seguindo as recomendações das equipes médicas. 
“No caso do coronavírus, existe uma forma muito especial de uso dos equipamentos de proteção individuais (EPIs), e os padres devem cumprir com todas as exigências dos hospitais. É uma segurança para que o padre não se contamine com o vírus. Sempre o orientamos quando nos é solicitada alguma informação sobre essas visitas. Uma ótima maneira de proceder nessas situações é o padre solicitar a orientação na enfermagem do andar em que o enfermo está internado”, detalhou o Assessor Eclesiástico da Pastoral da Saúde, recordando ser indispensável o uso de avental, luvas, máscara, gorro e óculos de proteção, além da lavagem das mãos após a retirada desses ítens. 

DISSEMINAR INFORMAÇÃO CORRETA
A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo também recomenda a seus agentes que estejam atentos aos debates nos conselhos de saúde sobre o enfrentamento do novo coronavírus e que, “acima de tudo, ajudem nas suas comunidades a divulgar as formas de prevenção. A informação simples e segura é a melhor arma para enfrentarmos esta pandemia. Este é também o apelo do nosso Arcebispo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer”.  

CANCELAMENTO DOS CURSOS
Em decorrência das restrições de contato social para evitar a proliferação da COVID-19, a Pastoral da Saúde informou que estão suspensas as oito turmas dos cursos da Pastoral nas regiões episcopais e do Curso de Pastoral Hospitalar. 

‘VAMOS CONFIAR EM DEUS’
 “A Igreja vos ama. Vosso sofrimento não é em vão. Como nos ensina São Paulo: completar em si mesmo, na própria carne ‘o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu Corpo, que é a Igreja’ (Cl 1,24). Vamos confiar em Deus. Ele nos dará forças para enfrentarmos esta pandemia. Nosso Pai do Céu cuida de seus filhos e filhas. Vamos pedir a Mãe Aparecida que ela nos cubra com seu manto de amor”, concluiu o Padre João, em mensagem a todos os enfermos e agentes da Pastoral da Saúde.

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Pastoral da Saúde discute plano pastoral para 2019

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13 de novembro de 2018

A Pastoral da Saúde da Região Belém se reuniu em 27 de outubro, no Centro Pastoral São José, para tratar do plano pastoral para 2019. A Pastoral presta assistência aos enfermos para acolher, promover, cuidar e defender a vida humana, e o faz por meio de visitas a domicílios, hospitais e asilos.

 

PASTORAL DA SAÚDE

A Pastoral da Saúde é uma das Pastorais Sociais da CNBB e com organização cívico-religiosa, sem fins lucrativos, de atuação em âmbito nacional e de referência internacional. Destaca-se pelo comprometimento em defender, preservar, cuidar, promover e celebrar a vida (ou seja, saúde plena) de todo o povo de Deus, independente de quaisquer fatores de exclusão social, inclusive do credo. Com dezenas de milhares de agentes por todo território nacional, esta pastoral atua em três dimensões: solidaria, comunitária e político-institucional.

(Com informações de Arquidiocese de São Paulo e O SÃO PAULO)
 

 

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