NACIONAL

NOMEAÇÃO

Padre Jonas dos Santos Lisboa recebe título de monsenhor

Por Fernando Geronazzo
27 de março de 2020

Monsenhor Jonas dos Santos Lisboa: ‘Sinto-me mais vinculado ao Papa, como seu Capelão’

O Padre Jonas dos Santos Lisboa, Capelão da Igreja Menino Jesus e Santa Luzia, recebeu o título de Monsenhor Capelão de Sua Santidade, conferido pelo Papa Francisco. 
Membro do clero da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, com sede em Campos dos Goytacazes (RJ), o novo Monsenhor recebeu a investidura do título honorífico em celebração presidida por Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, em São Fidélis (RJ). 
Natural de Ribeira (SP), Monsenhor Jonas ingressou no seminário menor aos 12 anos, sendo ordenado presbítero aos 24 anos, em Campos dos Goytacazes. 

ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA 
A Administração Apostólica é uma realidade eclesial semelhante a uma diocese, só que não é territorial, mas pessoal. Foi criada em 2002, por São João Paulo II, a partir da União Sacerdotal São João Maria Vianney, um grupo de padres que conservava a forma antiga da liturgia (em latim), anterior à reforma litúrgica de São Paulo VI. 
Em 2007, com a publicação do “Motu Proprio” Summorum pontificum, do Papa Emérito Bento XVI, a missa “tridentina”, como é popularmente conhecida, ficou estabelecida como forma extraordinária do rito romano, podendo ser celebrada em todo o mundo. 
A partir de então, os padres da Administração Apostólica começaram a atuar em outros locais além de Campos dos Goytacazes, para atender às necessidades espirituais dos fiéis que desejavam participar da missa na forma extraordinária do rito, geralmente, sendo solicitados pelos bispos locais. 

EM SÃO PAULO
Atualmente, os padres da Administração Apostólica atuam em cidades como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Volta Redonda (RJ), Nova Iguaçu (RJ) e São Paulo (SP), mais precisamente na Capela Menino Jesus e Santa Luzia, onde, desde 2014, Monsenhor Jonas é Capelão. 
Nessa igreja histórica, inaugurada em 1901, Monsenhor Jonas celebra diariamente a liturgia nas duas formas do rito romano, ou seja, em latim e em português. 
Monsenhor Jonas ainda conciliou, por alguns anos, os ofícios de Capelão na capital paulista e Pároco em São Fidélis. “Mas, como me firmei aqui em São Paulo, tornou-se impossível que eu conciliasse as duas coisas. Hoje, sou apenas um sacerdote incardinado na Administração a serviço da Arquidiocese de São Paulo”, explicou ao O SÃO PAULO.

FIDELIDADE AO PAPA
Ele relatou, ainda, a grande surpresa com que soube da notícia da concessão do título de Monsenhor. “Recebi a notícia com muita alegria, pois, como católico, não só aprendi a venerar, mas também a ter uma verdadeira devoção ao Santo Padre, que, no dizer de Santa Catarina de Sena, é ‘o doce Cristo na terra’. Seja ele quem for, sempre será o legítimo sucessor de São Pedro”, afirmou. 
O Capelão ressaltou que esse título, que nunca foi desejado por ele, o obriga a se dedicar com mais afinco e zelo no serviço ao povo de Deus e na sua própria santificação. “Sinto-me mais vinculado ao Papa, como seu Capelão. Vejo este título mais como um incentivo, do que como um prêmio. A responsabilidade aumenta. Sou muito grato ao Santo Padre”, manifestou.
Prestes a completar 44 anos de sacerdócio, em setembro, Monsenhor Jonas garante que é muito feliz por ser sacerdote. “Sempre digo: ‘Se eu não fosse padre, tornar-me-ia padre. Não posso me imaginar fora desta vocação’”. 

AMOR AO SACERDÓCIO
Ao falar sobre o que mais o motiva em seu ministério, o Capelão enfatizou a configuração do sacerdote à pessoa de Cristo. “Na missa, mais do que nunca, identifico-me com Ele... Quando celebro, devo dizer como São João Batista: é preciso que Ele cresça e eu diminua, que Ele apareça e eu desapareça. Já no confessionário, ministério penoso mas gratificante, sou motivado pela graça concedida às almas por meio do poder de absolver”, relatou. 
Monsenhor Jonas lembrou, ainda, que a experiência de atendimento aos doentes também o fortalece no sacerdócio. “Tantas almas por mim atendidas e que já se foram, creio que advogarão minha causa diante de Deus. Repito sempre com São Martinho: ‘Se ainda sou útil, não recuso trabalho’”.

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