Diálogos de Fé com os internautas

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29 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, realizou no domingo, 26, mais uma transmissão ao vivo (live) em sua página oficial no Facebook. A iniciativa, que tem acontecido há algumas semanas, passou a ser transmitida também pela rádio 9 de Julho (AM 1600 kHz), no programa “Diálogos de Fé”, às 12h30.

Dom Odilo iniciou reforçando a importância de as pessoas respeitarem as orientações das autoridades de saúde, até que o vírus esteja controlado ou haja uma vacina ou remédio eficaz contra a COVID-19.

“Muitos estão com saudade de ir à Igreja e receber a Eucaristia, de se encontrar com o povo e sair de casa. Isso é muito compreensível, pois estamos há mais de um mês retidos em casa, sendo que alguns saem só para aquilo que é mais necessário. Enquanto isso, porém, temos que continuar cuidando da saúde e não antecipar a saída, para que a quarentena tenha seu êxito de conter o contágio, para que fique no menor patamar possível, pois a estrutura de saúde do Brasil está quase no limite.”

COMUNICAÇÃO NA IGREJA

O Arcebispo de São Paulo recordou a importância de todos se manterem unidos nesse período por meio da internet. Ele salientou que as paróquias, comunidades e organizações pastorais devem utilizar cada vez mais esses recursos para a evangelização. “Estamos aprendendo a nos relacionar de forma virtual, o que já vinha sendo pedido havia muito tempo na Igreja. A comunicação não é um instrumento para ser usado apenas por profissionais. O mundo da internet é um ambiente que é uma grande praça, onde todo mundo está e podemos nos falar, nos relacionar e estabelecer contatos para a evangelização.”

DIÁLOGO E COLABORAÇÃO

Dom Odilo disse, também, estar acompanhando a situação política do País. Ele lembrou que a Constituição e as leis são para todos e, por isso, as instituições que são a estrutura sólida do Estado democrático de direito – como os poderes Diálogos de Fé com os internautas Flavio Rogério Lopes osaopaulo@uol.com.br Executivo, Legislativo e Judiciário – e as que representam a sociedade, devem ser firmes e respeitadas. “Respeitando a Constituição e as leis, nós vamos superar isso, pois neste tempo devemos superar também aquela polarização, que coloca o bem contra o mal, dizendo que o bem está todo de um lado e o mal está todo do outro. As ideologias que lutam na base do ódio, uns contra os outros, precisam parar, pois é só com diálogo e colaboração que nós vamos conseguir caminhar e melhorar o Brasil.”

ABERTURA DAS IGREJAS

Como de costume, Dom Odilo respondeu a perguntas diversas dos internautas que estavam acompanhando a live. Uma das questões foi a do Leandro do Santos, que questionou sobre a possibilidade do retorno das missas com a presença do povo, seguindo algumas restrições. “Neste caso, devemos estar atentos ao que as autoridades públicas dizem sobre a aglomeração de pessoas. Depende também dos diálogos locais entre representantes da Igreja e as autoridades. Todos nós desejamos o retorno desse momento de poder acolher o povo nas igrejas, com ou sem restrições. Que as igrejas possam abrir e as celebrações serem feitas, mas isso deve ocorrer apenas quando tivermos superado o risco maior de contágio.”

GRANDES DESAFIOS

Um internauta perguntou quais os maiores desafios do Cardeal, frente à Arquidiocese de São Paulo. Dom Odilo respondeu que um deles é estar presente em todos os lugares, porém sente que não está sozinho: “Deus habita esta cidade, somos suas testemunhas”. “Os desafios são muitos: com cerca de 7 milhões de habitantes, temos mais de 300 paróquias, numerosas comunidades religiosas e instituições da Igreja de todo o tipo: culturais, acadêmicas, de benefícios sociais e pastorais, que requerem acompanhamento. Claro, não estamos sozinhos, temos um grande time, os seis bispos auxiliares, muitos colaboradores, padres, religiosos, religiosas e leigos empenhados de muitas maneiras”, concluiu

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‘A fome é um clamor atual’, afirmam os bispos do país

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24 de abril de 2020

Na Exortação “Dai vós mesmos de comer” (Mc 6,37), publicada em 21 de abril no site da Conferência Episcopal do Paraguai (CEP), o Conselho Episcopal da CEP pede que, ao lado das medidas sanitárias contra a COVID-19, o governo haja para amenizar a grave crise econômica do país em decorrência da atual pandemia do novo coronavírus.

“A propagação do coronavírus (COVID-19) em nosso país e em todo o mundo tem repercussões importante e sérias na vida de cada pessoa, na vida social e em nossa maneira de enfrentar as contingências da vida. Os esforços para aplainar a curva de difusão deste enfermidade têm tido o resultado esperado, segundo os especialistas, na contenção sanitária, mas sabemos que o plano de contenção da epidemia seguirá por muitos meses mais”, afirmam no início da Exortação os bispos paraguaios.

“As tentativas de mitigar o impacto na economia familiar e na economia nacional urgem uma resposta ponderada, ordenada e sustentável”, continua a Exortação.

A realidade da fome que muitas famílias vêm enfrentando em decorrência das medidas restritivas para impedir a proliferação da doença também foi salientada pelos bispos: “É uma realidade que a vulnerabilidade e a fragilidade de um amplo setor da população agravar-se-ão nos próximos meses e não podemos agora dimensionar seu alcance e gravidade. A fome é um clamor atual, que não podemos ignorar, enquanto discernimos os caminhos a seguir”.

A Exortação também salienta que “a solidariedade cidadã é um complemento que ajudou em parte nos lugares em que as iniciativas do Governo Nacional não puderam ajudar. A Pastoral Social Nacional e as pastorais sociais de cada dioceses estão trabalhando sem pausa com o apoio de voluntários e associações civis para levar auxílio aos nossos irmãos”.

Por fim, os bispos salientam sua disponibilidade em ajudar o governo e afirmam estar seguindo, responsavelmente, as disposições das autoridades sanitárias.

O Paraguai, até o momento, tem 213 casos de COVID-19 confirmados e 9 mortes devido à doença. A quarentena no país está decretada até o dia 26 de abril e pode ser prorrogada pelo governo.

 

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Fontes: Conferencia Episcopal Paraguaya e La Nación

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Missas públicas voltarão no dia 15 de maio

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23 de abril de 2020

As missas públicas na Áustria só poderão ocorrer após o dia 15 de maio, afirmou o chanceler do país, Sebastian Kurz, em uma coletiva de impressa na terça-feira, dia 21. 

Padre Peter Schipka, secretário geral da Conferência Episcopal da Áustria, confirmou que as liturgias públicas terão início no dia 15, de acordo com o site de noticias católico da Áustria Kathpress.

O Padre afirmou, em coletiva, que “naturalmente” as liturgias estarão sujeitas a algumas restrições, em particular, as igrejas terão que garantir “que a regra de distanciamento seja em todos os lugares observada”.

O Chanceler, que se declara católico, também anunciou a decisão em seu Twitter, junto com outras medidas para aliviar a quarentena no país. “É bom que podemos começar o caminho da reabertura e que há uma luz no fim do túnel para o desenvolvimento econômico de nosso país”, publicou no Twitter.

“Nosso mote para a próxima fase será: tanta liberdade quanto o possível, e tanta restrição quanto o necessário”, afirmou Kurtz em outra postagem.

Comentando a decisão, o Cardeal Christoph Schönborn, Arcebispo de Vienna, publicou em seu Twitter: “Em pouco tempo, poderemos celebrar a Eucaristia juntos com grande alegria e responsabilidade”.  Em outra postagem, o Cardeal acrescentou: “A fé necessita de ambas: a celebração comunitária e a relação pessoal com Deus. É desse lugar que surge o Cristianismo. A comunidade da Igreja é algo essencialmente diferente de um clube ou de um grupo de amigos”.

A Áustria, que tem uma população de aproximadamente 9 milhões de pessoas, foi um dos primeiros países europeus a decretar a quarentena. Os primeiros casos de COVID-19 no país foram confirmados em 25 de fevereiro deste ano. A quarentena, por sua vez, foi decretada no dia 16 de março. Aproximadamente 15 mil pessoas contraíram o novo coronavírus e 491, até o momento, falecerem devido à doença.

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A Igreja em tempos de epidemia: As pestes dos primeiros séculos

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31 de março de 2020

A atual pandemia do novo coronavírus tem impactado diretamente a vida da Igreja e de seus fiéis. Questionamentos sobre o funcionamento de templos e as celebrações têm sido feitos, e, como se trata de uma situação não vivida pelas mais recentes gerações, os receios abundam. Entretanto, a Igreja, desde sua fundação, enfrentou diversas situações parecidas de epidemia e conseguiu, a partir de todos esses males, expressar o amor de Deus à humanidade atingida por surtos de doenças.

Por essa razão, conhecer a história da Igreja pode ser um bom antídoto contra todo e qualquer alarmismo e desespero. A história é uma grande mestra. Sem ela, podemos pensar que sempre enfrentamos algo novo e devemos a todo tempo “reinventar a roda”, quando o simples olhar ao que nossos antepassados fizeram pode iluminar e guiar nossa conduta.

A verdade é que epidemias sempre foram comuns na história. Quem não se lembra das aulas de História sobre a Peste Negra, que dizimou quase um terço da população europeia? Ou da gripe espanhola, que contaminou, no começo do século XX, 500 milhões de pessoas? Diversos outros exemplos podem ser dados, alguns mais graves que outros, como a epidemia de Ebola ou de poliomielite, uma das doenças infantis mais temidas até a metade do século passado. 

A Igreja sempre atuou diretamente no cuidado físico e espiritual de milhões de doentes em períodos de caos e foi, muitas vezes, a única a lhes dar consolo e esperança. Hoje, a sua missão continua a mesma, seguindo os passos de Jesus, que se identificou intimamente com os doentes e com os que sofrem.

Este é o primeiro artigo de uma série cujo objetivo será contar, em poucas linhas, a história de algumas epidemias do ponto de vista cristão, para podermos, com um olhar de fé mais profundo, enfrentar a atual pandemia e vermos nela uma oportunidade de crescer no amor e confiança a Deus. Começaremos com a epidemia de varíola e sarampo que abalou o Império Romano nos séculos II e III d.C.

O cuidado cristão aos doentes no começo do Cristianismo

Diversos historiadores e sociológicos atribuem o crescimento do Cristianismo no Império Romano à forma como os cristãos tratavam os doentes, principalmente em tempos de epidemia. Adolph von Harnack, historiador tcheco do século XIX, foi o primeiro historiador moderno a fazer essa associação. Mais recentemente, Rodney Stark, sociólogo americano ainda vivo, é um dos grandes defensores dessa tese, que defende no livro The Rise of Christianity (O crescimento do Cristianismo).

Esses pensadores argumentaram que o Cristianismo, em seu início, promoveu formas inovadoras de cuidado aos doentes bem como um suporte espiritual próprio aos que sofrem, porque o Cristianismo deu um sentido profundo ao sofrimento. Por meio deste, o fiel se associa a Cristo padecente e exercita seu amor a Deus e aos homens. Entretanto, o Cristianismo não concebe o sofrimento como eterno, mas uma realidade passageira que terá fim quando chegarmos ao Paraíso. Ao contrário do paganismo vigente à época no Império Romano, em que o sofrimento era visto, sobretudo, como uma forma de punição dos deuses, o Cristianismo ensinava que todos devem carregar sua cruz com amor.

Assim, o Cristianismo surgiu como uma grande resposta ao problema do mal e do sofrimento, resposta que, em tempos de epidemia, justificou a conversão de milhares de pessoas à nova fé, em detrimento das crenças pagãs.

Afora a questão doutrinal da justificação do sofrimento, o Cristianismo atraiu milhares pela forma como os doentes eram tratados. São Policarpo de Esrmina, bispo do começo do século II, já destacava o cuidado aos doentes como uma das principais tarefas da Igreja. Associações entre a imagem de Cristo e a de um médico abundaram nos primeiros séculos. “Há apenas um médico”, proclamou São Inácio de Antioquia no começo do século II, “(...) Jesus Cristo nosso Senhor”.

Os cristãos do primeiro século eram estimulados a tratar os doentes a partir de sua fé, que alinhava a atividade médica à atividade do próprio Cristo, que curava as doenças do corpo, e, principalmente, as doenças da alma. Nesse contexto, poderemos entender a epidemia que desgraçou o Império Romano nos séculos II e III.

As pestes dos primeiros séculos

A grande epidemia do segundo século foi a chamada Peste Antonina (165-180 d.C), que teve início no ano de 165 no Império Romano. Historiadores estimam que aproximadamente 5 milhões de pessoas morreram em todo o Império devido a esta peste. O historiador romano Dião Cássio afirmou que, no auge, 2 mil pessoas morriam por dia na cidade de Roma.

O famoso infectologista Hans Zinsser assim descreveu os impactos da peste: “Tantas pessoas morreram que cidades e vilas na Itália e nas províncias foram abandonadas e caíram em ruína. Aflição e desorganização foram tão severas que uma guerra contra os Marcomanni (um povo germânico) foi adiada. Quando, em 169, a guerra recomeçou, muitos soldados germânicos – homens e mulheres – foram encontrados mortos no campo de batalha sem ferimentos, porque morreram da epidemia”.

Depois de aproximadamente um século do fim desta epidemia, uma segunda atingiu o Império Romano. No seu auge, 5 mil pessoas morriam por dia em Roma somente. E, especialmente sobre esta última epidemia, há muitas fontes cristãs que a relatam. São Cipriano, bispo de Cártago, escreveu em 251, que “muitos de nós estamos morrendo dessa praga e pestilência”. Alguns anos depois, São Dionísio, bispo de Alexandria, escreveu em uma mensagem de Páscoa que “repentinamente chegou esta doença, algo mais assustador que qualquer desastre imaginável”.

Apesar de não serem certas as doenças, alguns historiadores associam as pestes à varíola e ao sarampo, respectivamente. Entretanto, independentemente da doença e dos números terríveis, o que se destaca nas pragas é a forma com que os cristãos trataram os doentes. A caridade cristã foi uma luz nessa época tenebrosa, a tal ponto que Rodney Stark atribui o crescimento da nova fé cristã no seio do Império Romano a ela. Os pagãos viam o amor com que os doentes eram tratados e eram movidos a se converterem.

São Dionísio de Alexandria descreveu em detalhes, no período da segunda epidemia, a dedicação cristã aos doentes e sua coragem diante da morte e da doença: “A maioria dos nossos irmãos demonstrou amor e lealdade em não se resguardar ao ajudar os outros. (...) Cuidam dos doentes sem pensar no perigo e alegremente deixam a vida com os doentes depois de se infectarem (...) Os melhores de nossos irmãos perderam suas vidas dessa maneira. Um grande número de presbíteros, diáconos e leigos ganhou grande louvor, resultado de uma grande piedade e de uma fé firme, morte que se assemelha em todos os sentidos ao martírio”.

Quando os cristãos agiram heroicamente, “os pagãos agiram da maneira oposta”. De acordo com São Dionísio, pessoas sem a fé cristã “afastavam aqueles com os primeiros sinais da doença e deixavam de seus entes mais queridos. Eles até os jogavam meio mortos nas estradas e tratavam os corpos como lixo, para evitar o contágio”.

Exagerada ou não a diferença pintada por São Dionísio entre a atitude dos cristãos e a dos pagãos, seu relato demonstra a inabalável coragem e caridade dos cristãos. Essa atitude ajudou a dar bom testemunho da fé cristã e foi essencial para que o Evangelho fosse proclamado no seio do Império Romano. O Imperador Juliano, um século depois, incentivou que os pagãos também praticassem as virtudes cristãs, para evitar o crescimento da religião cristã. Segundo o imperador, o crescimento dos cristãos se deveu ao seu “caráter moral” e por sua “benevolência com os estrangeiros e cuidados com os túmulos dos mortos”.  

O intento do Imperador Juliano não prosperou, porque apenas alguns anos depois o Cristianismo se expandiu ainda mais e se tornou a religião oficial do Império Romano com o Edito de Tessalônica (380 d.C), do Imperador Teodósio I. Vemos, assim, no exemplo dos primeiros cristãos, como podemos ser luz num mundo infestado pela doença e, assim, levar tantos a Cristo.

(Com informações dos livros: The Rise of Christianity – Rodney Stark; e Healing in the History of Christianity – Amanda Porterfield)

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Padre Jonas dos Santos Lisboa recebe título de monsenhor

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27 de março de 2020

O Padre Jonas dos Santos Lisboa, Capelão da Igreja Menino Jesus e Santa Luzia, recebeu o título de Monsenhor Capelão de Sua Santidade, conferido pelo Papa Francisco. 
Membro do clero da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, com sede em Campos dos Goytacazes (RJ), o novo Monsenhor recebeu a investidura do título honorífico em celebração presidida por Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, em São Fidélis (RJ). 
Natural de Ribeira (SP), Monsenhor Jonas ingressou no seminário menor aos 12 anos, sendo ordenado presbítero aos 24 anos, em Campos dos Goytacazes. 

ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA 
A Administração Apostólica é uma realidade eclesial semelhante a uma diocese, só que não é territorial, mas pessoal. Foi criada em 2002, por São João Paulo II, a partir da União Sacerdotal São João Maria Vianney, um grupo de padres que conservava a forma antiga da liturgia (em latim), anterior à reforma litúrgica de São Paulo VI. 
Em 2007, com a publicação do “Motu Proprio” Summorum pontificum, do Papa Emérito Bento XVI, a missa “tridentina”, como é popularmente conhecida, ficou estabelecida como forma extraordinária do rito romano, podendo ser celebrada em todo o mundo. 
A partir de então, os padres da Administração Apostólica começaram a atuar em outros locais além de Campos dos Goytacazes, para atender às necessidades espirituais dos fiéis que desejavam participar da missa na forma extraordinária do rito, geralmente, sendo solicitados pelos bispos locais. 

EM SÃO PAULO
Atualmente, os padres da Administração Apostólica atuam em cidades como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Volta Redonda (RJ), Nova Iguaçu (RJ) e São Paulo (SP), mais precisamente na Capela Menino Jesus e Santa Luzia, onde, desde 2014, Monsenhor Jonas é Capelão. 
Nessa igreja histórica, inaugurada em 1901, Monsenhor Jonas celebra diariamente a liturgia nas duas formas do rito romano, ou seja, em latim e em português. 
Monsenhor Jonas ainda conciliou, por alguns anos, os ofícios de Capelão na capital paulista e Pároco em São Fidélis. “Mas, como me firmei aqui em São Paulo, tornou-se impossível que eu conciliasse as duas coisas. Hoje, sou apenas um sacerdote incardinado na Administração a serviço da Arquidiocese de São Paulo”, explicou ao O SÃO PAULO.

FIDELIDADE AO PAPA
Ele relatou, ainda, a grande surpresa com que soube da notícia da concessão do título de Monsenhor. “Recebi a notícia com muita alegria, pois, como católico, não só aprendi a venerar, mas também a ter uma verdadeira devoção ao Santo Padre, que, no dizer de Santa Catarina de Sena, é ‘o doce Cristo na terra’. Seja ele quem for, sempre será o legítimo sucessor de São Pedro”, afirmou. 
O Capelão ressaltou que esse título, que nunca foi desejado por ele, o obriga a se dedicar com mais afinco e zelo no serviço ao povo de Deus e na sua própria santificação. “Sinto-me mais vinculado ao Papa, como seu Capelão. Vejo este título mais como um incentivo, do que como um prêmio. A responsabilidade aumenta. Sou muito grato ao Santo Padre”, manifestou.
Prestes a completar 44 anos de sacerdócio, em setembro, Monsenhor Jonas garante que é muito feliz por ser sacerdote. “Sempre digo: ‘Se eu não fosse padre, tornar-me-ia padre. Não posso me imaginar fora desta vocação’”. 

AMOR AO SACERDÓCIO
Ao falar sobre o que mais o motiva em seu ministério, o Capelão enfatizou a configuração do sacerdote à pessoa de Cristo. “Na missa, mais do que nunca, identifico-me com Ele... Quando celebro, devo dizer como São João Batista: é preciso que Ele cresça e eu diminua, que Ele apareça e eu desapareça. Já no confessionário, ministério penoso mas gratificante, sou motivado pela graça concedida às almas por meio do poder de absolver”, relatou. 
Monsenhor Jonas lembrou, ainda, que a experiência de atendimento aos doentes também o fortalece no sacerdócio. “Tantas almas por mim atendidas e que já se foram, creio que advogarão minha causa diante de Deus. Repito sempre com São Martinho: ‘Se ainda sou útil, não recuso trabalho’”.

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No México, Marcha da Mulher termina em vandalismo de templos

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14 de março de 2020

Uma marcha na Cidade do México, capital do país, tornou-se violenta, quando algumas manifestantes vandalizam templos católicos, monumentos públicos e prédios particulares nas ruas da cidade.

Uma grande confusão ocorreu fora da Catedral Metropolitana da Assunção da Virgem Maria aos Céus, da Cidade do México. Feministas, muitas das quais usando máscaras, atiraram tinta e líquido inflamáveis na igreja. Um grupo de católicos se uniu fora da catedral para protegê-la durante a marcha, e um contingente de policiais mulheres foi deslocado para o local.

Manifestantes também jogaram Coquetéis Molotov no Palácio Nacional do México, a residência oficial do presidente, deixando algumas pessoas com queimaduras e outros ferimentos. Além disso, janelas de carros e portas de edifícios foram destruídas.

O governo afirmou que 80 mil pessoas participaram da Marcha, que defendeu, abertamente, o “direito” ao aborto, com o uso de bandanas verdes, a cor usada pelas feministas mexicanas para simbolizar a luta pela legalização do aborto.

Alguns grupos contra o aborto distribuíram panfletos e colocaram banners descrevendo o aborto como feminicídio. Os banners foram rasgados durante a marcha.

Igrejas e prédio públicos foram também vandalizados em outras cidades do país. Em Hermosillo, Católicos que assistiam à missa foram atacados por um grupo com máscaras. Os fiéis montaram barricadas dentro da igreja com os bancos, para evitar que as feministas vandalizassem o interior do templo.

Fonte: Catholic News Agency

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Cardeal Scherer confia a Paróquia Santa Cândida a 2 padres da Canção Nova

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21 de fevereiro de 2020

“Anunciem o Evangelho integralmente, chamem o povo à conversão, aos caminhos de Deus”, exortou o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, aos sacerdotes a quem foi confiado o pastoreio da Paróquia Santa Cândida, na Região Ipiranga, na missa com rito de posse, na manhã do domingo, 9. 
A comunidade de fiéis da Paróquia Santa Cândida, no bairro Vila Santa Eulália, a poucos minutos do Parque da Independência, acolheu com alegria o novo Pároco, Padre Anderson Marçal, e o Vigário Paroquial, Padre João Gualberto, missionários da Comunidade Canção Nova.
É a primeira vez que a Arquidiocese de São Paulo confia os cuidados pastorais de uma paróquia a sacerdotes da Comunidade Canção Nova, que está presente oficialmente na capital paulista desde 1997. 
O missionário Rodrigo Luis, responsável pela Missão São Paulo da Canção Nova, que atualmente conta com 83 missionários nos trabalhos de evangelização,  considera o fato algo muito novo:  “Nosso desejo é de comunhão com os paroquianos e fazer um belo trabalho de evangelização”. 

EVANGELIZAÇÃO PELOS MEIOS 
A Comunidade Canção Nova nasceu das motivações evangelizadoras apresentadas por São Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi. Composta por sacerdotes e leigos celibatários e casados, a comunidade evangeliza principalmente por meio da comunicação social, com uma rede de rádio e televisão com o mesmo nome, além de um verdadeiro apostolado no ambiente digital. 
Com sentimento de gratidão e fraternidade, Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade, expressou o significado da continuidade da missão da comunidade reconhecida pela Santa Sé como associação internacional de fiéis, em um ambiente paroquial: “É um passo a mais. Dom Odilo abriu as portas para nós, nos depositou confiança e nós estamos começando hoje com muita alegria para fazer um trabalho forte de evangelização e de Catequese nesta Paróquia. Faremos com humildade, mas com muito ardor”, afirmou o Monsenhor, que foi um dos concelebrantes da missa.  

COMUNIDADE AVIVADA
Rosana Aparecida, 55, catequista na Paróquia Santa Cândida há 19 anos, recebeu com entusiasmo a notícia da vinda dos missionários da Canção Nova. Assim como Lourdes Faria, 74, que participa da Comunidade desde a consagração do templo, em 1968, e neste momento só tem a agradecer, emocionada por ver a igreja tomada em todos os seus espaços pelo povo de Deus: “Uma grande bênção!”, diz. 
Aline Oliveira Carneiro, 30, veio de Santos (SP) com um grupo dos Jovens Sarados – movimento nascido na Canção Nova, com a proposta de viver a santidade e renunciar ao pecado – para participar da missa na Paróquia, que, a partir de agora, será referência para ela. Vocacionada na Comunidade, Aline lembra que, desde que frequentara um acampamento de oração em Cachoeira Paulista (SP), sede da Canção Nova, abandonou velhos hábitos e pôde experimentar a real felicidade de viver a Palavra de Deus a cada dia.  

RENOVAÇÃO
Dom Odilo explicou que a nomeação e a tomada de posse dos novos padres acontecem num momento especial e propício para toda a Arquidiocese, com a realização do sínodo, que a todos convoca a “renovar a nossa presença no meio dos bairros, no meio da comunidade, onde somos chamados a ser testemunhas de Deus na cidade”. 
Nesse sentido, ao refletir sobre o Evangelho proclamado na celebração (Mt 5,13-16), o Cardeal disse que todos são chamados a fazer brilhar a luz de Deus, assumindo o compromisso de ser sal da terra e luz do mundo. Essa luz brilhará a partir da realização das obras de misericórdia. 

PADRES SÃO OS PRIMEIROS SERVIDORES DA PARÓQUIA
O Arcebispo exortou os padres a um olhar pastoral amplo, para fora dos limites territoriais, que possa alcançar os mais afastados e os que necessitam de uma “Igreja em saída”, como pede o Papa Francisco. 
Dom Odilo Scherer recordou que, ainda que não de modo exclusivo, na Paróquia se realizam as três missões da Igreja: anúncio da Palavra, santificação do povo de Deus e trabalho pastoral, no serviço da caridade. Ele fez votos para que Deus abençoe o trabalho dos padres que colaborarão com a comunidade, que esta possa ser sinal da presença de Deus no meio da cidade e que Santa Cândida, mártir, interceda por todos.  

RITO DE POSSE
Também participaram da missa Dom Edgar Madi, Eparca Maronita no Brasil; Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga; Dom Antônio Carlos Altieri, Arcebispo Emérito de Passo Fundo (RS); e o Monsenhor Jonas Abib. 
No início da missa, Padre Everton Fernandes Moraes, Chanceler do Arcebispado, leu os decretos de nomeação e provisão canônica dos Padres Anderson Marçal e João Gualberto, respectivamente Pároco e Vigário. Os sacerdotes fizeram publicamente a profissão de fé e, no momento da Aclamação ao Evangelho, Dom Odilo entregou o Evangeliário ao novo Pároco. Após a homilia, os sacerdotes fizeram a renovação das promessas sacerdotais, expressando o comprometimento com a ação pastoral. Logo depois, eles receberam das mãos do Cardeal as chaves do Sacrário da Capela do Santíssimo, o óleo para os sacramentos e a estola para administração do sacramento da Penitência. Na sequência, os Padres Anderson e João prestaram o juramento de fidelidade, e o Arcebispo os declarou empossados.  
Por fim, Padre Anderson Marçal manifestou gratidão ao Padre João Cicero, Pároco anterior, e se mostrou disposto a evangelizar com renovado ardor, em sintonia com o sínodo arquidiocesano e o carisma Canção Nova de “evangelizar os batizados”. Como primeiro ato, o Sacerdote informou à comunidade que as missas diárias, de segunda a sexta-feira, passam a ser às 19h30, sendo que, às segundas-feiras, haverá a transmissão pela TV Canção Nova. Além disso, com a comunidade local, serão intensificados a atenção à Catequese e os momentos de oração e adoração. 

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Após restauro, sinos da Igreja Nossa Senhora da Paz são reinaugurados

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18 de dezembro de 2019

Na Baixada do Glicério, região central da capital paulista, voltaram a ser ouvidas as badaladas dos sinos da igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora da Paz, reinaugurados na segunda-feira, 16.  
Depois de passarem por um restauro, os sinos foram abençoados pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que presidiu uma missa em seguida. 
Os três sinos foram instalados no fim da década de 1950. O maior deles pesa 350kg. Antes do restauro, funcionavam parcialmente e a estrutura que os sustentava na torre estava comprometida.
O trabalho de restauro foi feito pela Fábrica de Sinos de Piracicaba e patrocinado pelo Grupo Comolatti. “Realizamos um trabalho de revitalização da estrutura, restauração dos sinos e do sistema de automação”, explicou Marcos Marcelo de Campos Angeli, responsável pela tarefa. 
“Foi realizado um belo trabalho e somos muito gratos por isso. É um presente não somente para a nossa igreja, mas para a cidade”, afirmou o Pároco, Padre Antenor João Dalla Vecchia.   

ORIGEM MILENAR
Inventado na China há cerca de 4,6 mil anos, o sino é um instrumento de percussão utilizado para comunicação, para marcar as horas e avisar os trabalhadores acerca do fim do turno de trabalho. 
Os sinos começaram a ser usados pelos cristãos por volta do século V, em mosteiros na região da Campânia, no sul da Itália, vindo daí o nome “campana” como sinônimo de sino. Ao longo dos séculos, tornaram-se o principal símbolo nas torres das igrejas, para chamar os fiéis para as missas ou anunciar um acontecimento importante da comunidade. 

SINAL DA PRESENÇA DE DEUS 
“Na metrópole, em meio ao barulho de tantas vozes, temos que fazer o possível para que a presença da Igreja seja percebida na cidade. Nós estamos aqui”, afirmou o Cardeal Scherer, ao falar do valor simbólico dos sinos. 
“O sino é um sinal da voz de Deus que chama, que toca as consciências para a vivência da fé”, acrescentou o Arcebispo, recordando, também, que a Paróquia Nossa Senhora da Paz é conhecida por seu trabalho de acolhida aos migrantes e, por isso, o sino é também um sinal da solidariedade realizada nessa comunidade.

PATROCÍNIO
Já virou uma tradição do Grupo Comolatti patrocinar o restauro de sinos de igrejas em São Paulo. “Nós realizávamos campanhas de arrecadação de alimentos e agasalhos na Paróquia São Januário [San Gennaro], que fica próxima da sede da nossa empresa. Certa vez, perguntei ao Pároco se a Paróquia precisava de mais alguma ajuda. Então, ele nos pediu patrocínio para os sinos da torre nova que estava sendo construída”, contou Sergio Comolatti, presidente do grupo empresarial.
A partir daí, foram feitos os restauros dos sinos de outras paróquias. Em 12 anos, já foram 13 igrejas que tiveram seus sinos restaurados, entre as quais, a igreja matriz as Paróquias São Vito e Bom Jesus do Brás, a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte e o Mosteiro de São Bento, no Centro. Em 2010, foi restaurado o carrilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o maior da América Latina e, em 2011, o carrilhão da Igreja Nossa Senhora do Brasil.  
“Proporcionar o restauro dos sinos da Igreja Nossa Senhora da Paz nos dá muita alegria. Esta Paróquia significa muito para a nossa família, pois meu pai a frequentava quando veio da Itália”, afirmou Sergio.

IGREJA HISTÓRICA 
Construída pela comunidade italiana, em 1940, a Igreja da Paz, como é mais conhecida, é sede da paróquia territorial de mesmo nome e das paróquias pessoais dos fiéis italianos e latino-americanos.  O templo possui um rico acervo cultural desconhecido pela maioria dos paulistanos.
Suas paredes são decoradas com afrescos de grandes dimensões. As pinturas são de autoria de Fulvio Pennacchi (1905-1992), artista ítalo-brasileiro nascido na Toscana, ligado ao grupo Santa Helena – de nomes como Volpi, Rebolo e Graciano. 
O projeto, concretizado entre 1942 e 1945, inclui 31 afrescos de Pennacchi, sendo os mais destacados os 22 murais. Entre estes, destacam-se o do lado esquerdo, que retrata a cena da natividade da Virgem, e o do outro lado, sobre o nascimento do Menino Jesus. 
No presbitério, há um afresco com Cristo Crucificado de mais de seis metros de altura. Ao lado direito do altar-mor, está o afresco da Anunciação do Senhor e, à esquerda, na capela do Santíssimo, a ceia de Emaús e o Bom Pastor. 

RECORDAÇÃO
Paulo Pennacchi, 63, é o quinto dos oito filhos do artista plástico. Ele relatou ao O SÃO PAULO que a Paróquia Nossa Senhora da Paz tem um significado especial para a sua família. “Os batismos, casamentos e outras celebrações da nossa família sempre aconteceram nesta igreja. Meu pai tinha uma ligação muito forte com esta comunidade”, contou. 
O filho de Pennacchi recordou, também, que o trabalho realizado por seu pai não foi simples. “O processo de pintura desses afrescos, por exemplo, é muito complexo, pois precisa ser feito enquanto o cimento e a cal ainda estão molhados. Meu pai subia nos andaimes para pintar essas obras imensas. Sem contar as peças de cerâmica, como as da Via-Sacra. Sempre me emociono quando entro aqui e vejo tudo isso”, disse.

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Aos 80 anos, paróquias são a presença da Igreja em diferentes bairros da capital

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13 de dezembro de 2019

No ano de 1939, diversas comunidades de fiéis foram elevadas a paróquias na cidade de São Paulo. Dentre estas, 17 ainda hoje pertencem à Arquidiocese de São Paulo e completam 80 anos em 2019. Outras estão em dioceses que foram desmembradas da Arquidiocese posteriormente.
O grande responsável por essa reformulação pastoral foi Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva. Nascido em Araxá (MG), em 6 de janeiro de 1901, ele foi Arcebispo de São Paulo entre 17 de setembro de 1939 e 27 de agosto de 1943, quando morreu, aos 42 anos, no Rio de Janeiro (RJ), em um desastre aéreo.

EXPANSÃO PASTORAL 
No início do século XX, muitas dessas comunidades já se reuniam para a celebração da Palavra, a oração do Terço, novenas e ações sociais. As pequenas capelas aos poucos cresciam com o apoio dos fiéis. Missas eram celebradas nelas por padres de igrejas vizinhas.
Grande parte das paróquias foi construída em terrenos doados por famílias que alcançaram graças. Essas igrejas foram distribuídas pelos bairros próximos da região central da cidade, nas regiões periféricas e pelos bairros mais altos ou afastados.
“Quando assumiu a Arquidiocese, Dom José Gaspar procurou unificar a linha de atuação de todos os párocos, criou paróquias e decanatos [conjunto de paróquias que lembram os atuais setores], procurando iniciar um trabalho pastoral conjunto. Esses decanatos eram percorridos periodicamente por visitadores diocesanos”, escreveu o Padre Ney de Souza, no livro “Catolicismo em São Paulo: 450 Anos de Presença da Igreja Católica em São Paulo”, da editora Paulinas.

ESPALHADAS PELAS REGIÕES
“Casarões esparsos. Árvores e bicas de água aqui e ali; descampados, pequenos morros e pirambeiras. Longe, via-se a estrada por onde passavam boiadas. Mais ao longe, o alto do Sumaré; mais distante ainda, o Campo das Perdizes; por toda parte, sanhaços, pardais, paturis, nhambus; e arbustos carregados de araçás.”
O descritivo, no site da Arquidiocese de São Paulo, refere-se ao entorno da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, criada em 13 de novembro de 1939, e indica o ambiente bucólico da São Paulo da primeira metade do século XX, bem diferente do atual cenário urbanizado onde estão instaladas as paróquias criadas naquele ano. 
Além da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, foram criadas outras seis paróquias, hoje pertencentes à Região Episcopal Sé: no centro da cidade, as Paróquias Nossa Senhora do Carmo, Imaculada Conceição, Santo Eduardo e Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas, e, na zona Oeste, a São Gabriel Arcanjo e a São Paulo da Cruz.
Na zona Leste, na Região Episcopal Belém, foram criadas as paróquias Nossa Senhora do Sagrado Coração, Nossa Senhora de Sião, São Paulo Apóstolo, Nossa Senhora de Lourdes e Santo Emídio. 
Na Região Episcopal Lapa, a única paróquia criada foi Santo Estêvão Rei, na zona Oeste. Na zona Norte, Dom José Gaspar erigiu quatro paróquias: Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Consolata, Nossa Senhora da Anunciação e Santo Antônio, todas atualmente na Região Episcopal Santana. 

SEMPRE COM ESPERANÇA
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missas em algumas dessas paróquias que celebram o jubileu de carvalho (80 anos). Nas homilias, ele ressaltou que essas paróquias foram criadas durante o período da II Guerra Mundial (1939-1945) e que, mesmo com a situação difícil pela qual o mundo passava, os católicos não desanimaram.
“Por mais difícil que tenha sido o tempo da construção da paróquia, o povo nunca perdeu a esperança. A Igreja sempre caminha na esperança e com a graça de Deus”, afirmou Dom Odilo, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, durante missa em ação de graças pelos 80 anos de criação.
O Arcebispo também motivou os fiéis nas comunidades a se inspirarem no testemunho dos que os precederam para continuar a construir uma Igreja viva e presente na cidade. “Se nós fizermos a nossa parte, Deus fará o restante. Coragem! Com esperança, olhem para frente, confiem na graça de Deus”, completou o Cardeal.

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Paróquia Santo Antônio: 80 anos de testemunho da fé no bairro do Limão

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06 de dezembro de 2019


Na movimentada Avenida Professor Celestino Bourroul, na zona Norte, em meio ao fluxo contínuo de veículos, está instalada, entre comércios e prédios, a igreja matriz da Paróquia Santo Antônio do Limão.
O atual cenário do entorno é bem diferente do que foi encontrado pela Irmã Márcia Aparecida de Oliveira, leiga consagrada dos carmelitas descalços, quando para ali se mudou com seus pais, aos 2 anos de idade, em 1951: “Aqui não existia praticamente nada. Basicamente, a igreja, alguns colégios e poucas casas. A Ponte do Limão ficava aqui em frente e era de madeira, bem precária. Quando chovia, inundava tudo, pois era uma área de várzea”, recordou ao O SÃO PAULO.

DA PEQUENA CAPELA AO GRANDE TEMPLO
O terreno onde hoje está a Paróquia foi adquirido pelas primeiras famílias católicas do bairro. Nele se construiu, em 1933, uma pequena capela, que recebeu o nome de Santa Cruz. Com o aumento do número de fiéis, a Capela foi elevada a Paróquia, em 19 de novembro de 1939, por decreto do então Arcebispo Metropolitano, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva. 
Padre Vitorino Gandara Mendes, primeiro Pároco, mobilizou os fiéis para a construção de um novo templo, que somente seria inaugurado em 1956, ainda sem o reboco e a pintura externa.
Daqueles primeiros anos, Irmã Márcia lembra-se da criação do Coral Santa Cecília, em 1944, que ainda hoje anima as missas; dos atendimentos voluntários de saúde uma vez por semana em um salão da igreja; dos jogos de futebol do time do bairro, o Açucena, no terreno atrás do templo; das quermesses nas ruas; e das sessões do Cine Ozanan, que era mantido no território paroquial e gerenciado por seu pai, José Duarte de Oliveira. 
Padre Vitorino faleceria em abril de 1979, após 40 anos à frente da Paróquia. Os que o sucederam deram continuidade ao zelo do templo e atualizaram a dinâmica pastoral, entre eles o hoje Bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS), Dom Antonio Carlos Rossi Keller, que esteve à frente da Paróquia entre 1986 e 2008.

EM AÇÃO DE GRAÇAS
De acordo com o atual Pároco, Padre Marcos Luís Erustes Polônio, todos os padres que em algum momento tiveram vínculo com a Paróquia Santo Antônio presidiram missas na festa de 80 anos, que começou em 3 de novembro e terminou no domingo, dia 1º.
Alguns bispos também presidiram as missas dominicais das 19h durante a festa: o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Edmilson Amador Caetano, Bispo de Guarulhos (SP); Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana; e Dom Edgard Madi, Bispo Maronita no Brasil.

‘SOMOS 80’
Este foi o tema adotado para o jubileu e que pôde ser visto estampado nas camisetas usadas pelos paroquianos ao longo das missas. 
Como marco dos 80 anos, aconteceu, no dia 19 de novembro, a inauguração da nova pintura da cúpula acima do presbitério: uma representação do Cristo Pantocrator.
“Demos este presente à igreja: a pintura da cúpula, com um Cristo Pantocrator, inspirado na Catedral de Monreale, na Sicília, Itália. Trata-se de um mosaico do século IV da primeira era cristã. Fizemos uma releitura desse mosaico, com a professora Cristina Corso, do Museu de Arte Sacra de São Paulo”, explicou o Padre Marcos. 
Para viabilizar a pintura, os paroquianos foram chamados a contribuir financeiramente e ganharam como lembrança um prato com o mesmo ícone que está na cúpula. 

TRANSMISSÃO DA FÉ
A pintura da cúpula foi abençoada pelo Cardeal Scherer, na missa que presidiu em 24 de novembro, concelebrada pelos Padres Marcos e Cristian Evangelista, Vigário Paroquial. 
Na ocasião, o Arcebispo Metropolitano ressaltou que a Paróquia Santo Antônio tem acumulada uma bonita experiência de fé, que deve ser transmitida às novas gerações.
“Nesta missa, convido que coloquemos no altar de Deus toda essa história, todo o bem já realizado, os nossos propósitos, nossas boas intenções de fazermos hoje a nossa parte, de sermos aqueles que vivem a fé, e que ajudemos outros para que depois de nós continuem a fazer isso”, afirmou na homilia, em que também chamou a todos à responsabilidade de testemunhar a fé, a esperança e a caridade cristã. 
 “Continuem firmes, comemorando, festejando a memória, prospectando frutos para o futuro”, exortou o Cardeal, ao término da missa. 

‘IGREJA EM SAÍDA’ E ESPERANÇA
Atualmente, a Paróquia Santo Antônio tem aproximadamente 40 pastorais, movimentos e grupos, entre os quais as pastorais Litúrgica, Catequética, do Dízimo, da Acolhida, Familiar, da Terceira Idade, da Comunicação, os Vicentinos, o Terço dos Homens e as comunidades do Caminho Neocatecumenal.
Uma das principais preocupações é trazer à Paróquia os católicos do bairro que não vão regularmente às missas. Uma das iniciativas com esse propósito aconteceu em outubro, durante o Mês Missionário Extraordinário. 
“A cada domingo daquele mês, uma equipe pastoral ia às praças principais do bairro do Limão para fazer a leitura do Evangelho, cantar, e, ao término, o Padre abençoava as pessoas. Também saímos de casa em casa levando um livrinho de oração, nos identificando como da Paróquia, informando os horários de missas e de atendimentos. A iniciativa foi um sucesso, fomos bem acolhidos nas casas e nas ruas, e rendeu frutos, com pessoas que passaram a ir às missas”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Eugênio Luís Bei, 59, coordenador da Pastoral Catequética e paroquiano desde a infância. 
Bei afirmou que, durante a etapa paroquial do sínodo arquidiocesano, foi identificado que significativa parcela de moradores do bairro se declara católica, mas não vai à Paróquia, e acaba sendo sondada para ingressar em igrejas evangélicas. 
No entender do Padre Marcos, o desafio evangelizador da Paróquia Santo Antônio é comum ao enfrentado por outras paróquias da Arquidiocese: “São Paulo é uma megalópole em que as pessoas encontram pouco tempo a ser dedicado a Deus. É uma cidade de gente que acorda cedo para trabalhar e chega tarde do serviço. Assim, o desafio é manter unidas as famílias, colocar no coração das pessoas a importância de que tenham a Deus por primeiro e que passem a fé aos filhos”.
O Pároco acredita que, ao chegar aos 80 anos, a Paróquia alcançou a maturidade espiritual e que, por isso, tem esperança de que se possa ver “cada vez mais os frutos de uma comunidade unida em prol da evangelização e dos valores cristãos”, concluiu.

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