INTERNACIONAL

REINO UNIDO

Jovem com síndrome de Down luta contra lei que permite aborto de deficientes

Por Filipe Domingues Especial para O SÃO PAULO
06 de março de 2020

O objetivo é que a Suprema Corte do país mude a lei atual, pois esta “inadmissivelmente viola a dignidade de pessoas com deficiência”

Aos 24 anos, Heidi Crowter (foto) decidiu entrar na Justiça contra o governo britânico numa tentativa de mudar a lei que autoriza o aborto até o nascimento em casos de crianças consideradas “seriamente deficientes”.
Em uma nota enviada à agência Catholic News Service (CNS), Heidi declarou: “No momento, no Reino Unido, bebês podem ser abortados até o nascimento se forem considerados seriamente deficientes. Essa definição me inclui, só porque tenho um cromossomo a mais”.
A jovem, que vive em Coventry, na Inglaterra, entrou em ação conjunta com  Cheryl Bilsborrow, cujo filho de 2 anos também tem síndrome de Down.
Heidi e Cheryl levantaram objeção contra a provisão de 1967 que permite o aborto de bebês até 24 semanas de gestação, mas não estabelece um prazo nos casos de bebês com deficiência – o que inclui a síndrome de Down, o lábio leporino e o pé torto congênito.
Segundo elas, o objetivo é que a Suprema Corte do país mude a lei atual, pois esta “inadmissivelmente viola a dignidade de pessoas com deficiência”. Dados do Departamento de Saúde do Reino Unido mostram que, em 2018, houve 3.269 abortos por motivos de deficiência, dos quais 618 foram realizados porque o feto tinha síndrome de Down.
No Reino Unido, o aborto também é permitido em casos de risco de vida para a mãe ou riscos à sua saúde física ou mental, com a autorização de dois médicos.
 

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.