Museu Virtual do Esporte é lançado com exposição sobre a Copa de 1970

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20 de abril de 2020

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) lançou oficialmente no domingo, 19, o Museu Virtual do Esporte (eMuseu do Esporte), que receberá colaborações da população para perpetuar a história das várias modalidades esportivas e suas paixões e legados principais.

Na abertura, foi inaugurada a primeira exposição temporária virtual intitulada Ciência x Mitos: lições da Copa de 1970 para o atual momento, com curadoria e acervo de Lamartine da Costa, professor da pós-graduação de Educação Física da Uerj e idealizador do projeto junto com a pesquisadora Bianca Gama.

Em entrevista à Agência Brasil, Lamartine da Costa disse que a ideia de ter um museu virtual que destacasse todos os esportes, e não apenas o futebol, surgiu há dois anos, por iniciativa sobretudo de Bianca Gama, que foi aluna do programa de pós-graduação em ciência do esporte e do exercício, do qual Costa é professor colaborador.

Bianca Gama detalha que a ideia, nascida nas aulas de doutorado, se transformou em um projeto incubado no Departamento de Inovação da Uerj (InovaUerj), com objetivo de dar visibilidade a iniciativas e pessoas ligadas ao esporte em geral.

“A intenção é criar um museu através da construção colaborativa de toda a sociedade, incentivando, promovendo, divulgando e registrando a importância que o esporte tem em nossas vidas, como agente de transformação social, além de mostrar a enorme paixão que desperta”, salientou.

Inovação e colaboração

O museu tem oito exposições programadas. A ideia, disse Costa, é fazer exposições temporárias temáticas com autores, como é tradição da museologia, e exposições colaborativas.

“São pessoas que tiveram algum evento relacionado ao esporte que mandam uma foto e um fato, ou duas fotos e dois fatos. A exposição será dessas pessoas com essas figuras. Uma comissão vai selecionar, orientar e melhorar os trabalhos. É um trabalho colaborativo, tanto da parte do pessoal que opera o museu, a maioria de voluntários, e os assistentes que vão produzir suas próprias exposições. É uma ideia interessante. Você combina o que era da tradição com a inovação, dentro de um contexto tecnológico”, revelou o professor da Uerj.

Lamartine da Costa avalia que houve nos últimos tempos um certo distanciamento das pessoas em relação aos museus. A proposta do eMuseu do Esporte atrai novas pessoas e valoriza a cultura do passado, a história dos esportes de maneira geral.

“É uma ideia interessante, que envolve o indivíduo comum como expositor, ainda mais nesse período de isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. Você tem que ser criativo e elaborar atividades para as pessoas. Todo mundo tem interesse em publicar sua própria história, principalmente o pessoal do esporte que tem isso como uma característica, guarda fotos, acontecimentos. É um pessoal ideal para uma exposição colaborativa”.

Conhecendo o salão

O eMuseu do Esporte terá galerias permanentes e, a partir de junho, oferecerá visitas virtuais aos interessados. A partir de hoje, entretanto, o público que acessar o museu poderá conhecer o salão de exposições. Lamartine da Costa informou que haverá duas versões. Uma, mais sofisticada, tem um avatar, que é ele próprio, que mostra a primeira exposição temporária, destacando detalhes interessantes para os visitantes. Outra versão é mais simples e se destina a celulares e computadores. Costa observou também que há exposições interessantes para crianças.

Das galerias permanentes que serão criadas, quatro são de confederações brasileiras desportivas. “Quer dizer, o próprio esporte formal do Brasil aderiu à ideia. Temos aí uma potência proximamente”, concluiu Costa.

A diretora do InovaUerj, Marinilza Bruno de Carvalho, salientou a alegria que era poder ver projetos como esse se transformando em realidade. “A ideia do eMuseu nasceu dentro da Uerj, por meio do projeto de uma doutoranda nossa. Que essa plataforma cresça e ajude a difundir o esporte como potência e inclusão social”.

(Com informações de Agência Brasil)

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Pais e educadores têm orientações para evitar doping de jovens esportistas

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15 de março de 2020

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) conta com uma ferramenta na educação e prevenção ao doping. Desde 2018, a área “Antidoping” funciona com o objetivo de prevenir essa grande ameaça ao esporte. Esse combate ficou ainda mais completo com o lançamento do “Guia de Pais e Educadores apoiando o Jogo Limpo”.

Elaborado com o apoio da área de desenvolvimento do COB e com recursos do programa Solidariedade Olímpica, do Comitê Olímpico Internacional (COI), o documento foi criado para ajudar pais e educadores a orientar os jovens atletas a viver num ambiente livre do doping.

“O papel dos pais, responsáveis e educadores que estão envolvidos no início da formação desses atletas é de reforçar esse comportamento ético e moral, além do espirito olímpico, a amizade, o respeito e a busca da excelência de uma forma natural, sem a utilização de métodos proibidos para alterar seus resultados”, disse, ao O SÃO PAULO, Christian Trajano, médico e gerente de Educação e Prevenção ao Doping do COB.

MATERIAL ACESSÍVEL

“Todas as pessoas terão essas informações antidoping de uma forma acessível e com uma linguagem adequada, com vídeos mostrando as etapas de controle ao doping, os cuidados que os atletas, pais e educadores precisam ter em relação ao uso de suplementos alimentares, bem como direito e deveres do atleta durante esse controle de doping”, disse Trajano.

O material foi feito de forma eletrônica parar ter um maior alcance e facilitar o acesso a informação e conta com uma seção com perguntas e respostas, que aprofundam diversos temas. Também é possível enviar perguntas por meio do “Fale Conosco”. Os visitantes também podem encontrar arquivos e formulários específicos para cada esporte, com lista de substâncias proibidas e diversas orientações.

“Nós temos uma ação direta nos jovens em desenvolvimento, mas também trabalhos juntos com os atletas que já estão preparados para participar de Jogos Olímpicos e representar o Brasil em competições internacionais. Nós temos esses dois lados, de reforçar os valores dos atletas profissionais e formar esses valores morais e éticos nos atletas em desenvolvimento”, reforçou o médico.

EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO

Em 2019, a área “Antidoping” impactou diretamente cerca de duas mil pessoas. Foram realizadas palestras e seminários para as delegações que participaram de diversas competições, como os Jogos Sul-Americanos de Praia, em Rosário, na Argentina; os Jogos Pan-americanos de Lima, no Peru; e os Jogos Mundiais de Praia, em Doha, no Qatar.

Além disso, foram realizadas apresentações sobre o tema para jovens atletas de diversas modalidades, como vela, judô e vôlei, além de etapas regionais e nacionais dos Jogos Escolares da Juventude. Segundo Christian, esse contato direto com atletas, preparadores físicos, técnicos e treinadores tem sido importante no combate ao doping e tem tido resultados fantásticos.

“Nossa área tem a obrigação de trabalhar dentro do movimento olímpico, atuando na prevenção e educação dos atletas brasileiros. Nosso trabalho começa muito cedo, porque nós temos atletas despontando no cenário internacional e classificados para as Olímpiadas com 12 anos de idade. Portanto, nossas atividades têm um alcance bem maior do que somente a Seleção Olímpica do país”, reforçou Trajano.

Entre os propósitos também está a integração das ações de educação e prevenção de doping aos cursos de formação de treinadores do Instituto Olímpico Brasileiro, que trabalha com a formação de todos envolvidos no esporte olímpico nacional. Além da academia de treinadores, também é disponibilizado uma área de formação com cursos específicos para gestores esportivos de confederações.

O QUE VEM POR AI?

Outras importantes ações estão previstas para 2020, visando os Jogos Olímpicos de Tóquio, como uma palestra sobre o assunto para delegação que irá representar o Brasil. Além disso, segue em desenvolvimento uma plataforma de ensino à distância em parceria com universidades, que fará sugestão de conteúdos de acordo com a experiência de navegação do usuário.

No Brasil, a entidade que determina os testes de controle de doping, realiza a gestão dos resultados de uma análise positiva e encaminha o caso para julgamento na Justiça Antidopagem, é a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que também contribui para esse trabalho de prevenção e educação do COB. As Federações internacionais de cada modalidade também tem seus planos de testes em atletas.

“Para Tóquio, o COI também terá um período antes dos jogos para testar esses atletas que poderão estar na olímpiada. Portanto, o combate ao doping é cuidado por diversas organizações. O COB tem o papel exclusivamente de educação e prevenção, essa parte de teste e monitoramento de análises laboratoriais é uma prerrogativa exclusiva da ABCD e da federações internacionais”, concluiu Trajano.

DAR O MELHOR DE SI

O documento “Dar o melhor de si”, lançado em junho de 2018, no Vaticano, pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com o objetivo de apresentar um olhar da Igreja sobre os múltiplos aspectos que envolvem os esportes, alerta que “para combater o doping, físico e mecânico, e manter o fair play nas competições desportivas, não basta apelar à moral individual dos atletas”: as organizações desportivas devem se engajar para combater e motivar seus desportivas a não recorrerem ao doping.

“O doping amplifica uma série de complicadas problemáticas morais visto não corresponder aos valores de saúde e de jogo leal. Representa um exemplo claríssimo de como a mentalidade da ‘vitória a todo o custo’ corrompeu o desporto, levando-o à violação das suas regras constitutivas. Neste processo, a ‘estrutura do jogo’ decompôs-se, e os valores internos do desporto que dependem da aceitação das regras perderam-se”, diz o documento.

(Com informações de COB)

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Brasil já tem 170 vagas garantidas para os jogos de Tóquio 2020

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12 de fevereiro de 2020

O Brasil vive uma grande expectativa para os Jogos Olímpicos de Verão de Tóquio 2020, que acontecerão entre 24 de julho e 9 de agosto. Até o momento, o País já tem 170 vagas asseguradas, em 18 modalidades. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) projeta que 250 atletas brasileiros consigam a classificação.

As últimas 18 vagas que o Brasil conquistou para os Jogos Olímpicos foram com a Seleção Brasileira de Futebol masculina sub-23. A classificação veio apenas na última partida do Torneio Pré-Olímpico, na Colômbia, após a vitória sobre a Argentina, no domingo, 9, seleção até então invicta no torneio.  

DEFENDER O OURO

A Seleção Brasileira precisava vencer para garantir a ida para o Japão, pois no jogo anterior do quadrangular final, o Uruguai derrotou a Colômbia por 3 a 1, o que impedia a classificação brasileira apenas por meio de um empate. 

O técnico André Jardine fez mudanças na equipe e reforçou o sistema ofensivo. E as alterações funcionaram, pois, logo aos 12 minutos de jogo, o camisa 10, Pedrinho, fez um lançamento por cobertura para Paulinho, que tocou na saída do goleiro e abriu o placar. Aos 29 minutos, Matheus Cunha driblou o goleiro argentino e aumentou a vantagem. O atacante voltou a marcar aos nove minutos da etapa final, tornando-se o artilheiro do torneio, com cinco gols.

Com a classificação olímpica, o Brasil buscará o bicampeonato em Tóquio, após ter conquistado o inédito ouro nos Jogos Rio 2016.

DECEPÇÃO NO BASQUETE

Já a Seleção Brasileira Feminina de Basquete foi derrotada pela Austrália por 86 a 72 no domingo, 9, pelo Torneio Pré-Olímpico Mundial, na cidade de Bourges, na França. Assim, ficou sem chance de se classificar para a olimpíada, algo que não acontecia desde os Jogos de Barcelona 1992.

Com esse resultado, o Brasil terminou o Pré-Olímpico Mundial sem vitórias, já que anteriormente perdera para Porto Rico (91 a 89) e França (89 a 72). O que torna a não classificação brasileira mais decepcionante é o fato de que apenas o último colocado da chave do Brasil não garantiria vaga na próxima edição dos Jogos Olímpicos.

O QUE VEM POR AÍ?

Muitos brasileiros ainda buscam vagas olímpicas por meio dos mundiais, torneios pré-olímpicos, via ranking mundial ou por índice.

Os atletas da natação, por exemplo, terão o Troféu Maria Lenk, em abril, para confirmar os índices estabelecidos pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Nesta modalidade, já estão asseguradas 12 vagas, em três provas de revezamentos: 4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley, todos no masculino.

Basquete (3x3 e de quadra) e handebol masculino terão missão complicada: os pré-olímpicos mundiais. A canoagem poderá garantir mais participações no Pan-Americano da modalidade, em Valparaíso, no Chile, entre 7 e 10 de maio.

170 VAGAS GARANTIDAS

Atletismo (23 vagas); Canoagem Slalom (2 vagas); Canoagem Velocidade (2 vagas); Futebol (36 vagas) – Seleção Feminina (18) e Seleção Masculina (18); Ginástica Artística (5 vagas); Handebol (14 vagas); Hipismo (7 vagas); Maratonas Aquáticas (1 vaga); Natação (12 vagas); Pentatlo Moderno (1 vaga); Rugby Sevens (12 vagas); Surfe (4 vagas); Tênis (1 vaga); Tênis de Mesa (6 vagas); Tiro com Arco (1 vaga); Vela (11 vagas); Vôlei (24 vagas) – Seleção Feminina (12) e Seleção Masculina (12); e Vôlei de Praia (8 vagas).

 

(Com Informações de Agência Brasil, COB e O Globo)

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Brasil tem boa expectativa para o parataekwondo em Tóquio 2020

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05 de fevereiro de 2020

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que acontecerão entre 25 de agosto e 6 de setembro, terão como uma das novidades a disputa do parataekwondo. Arte marcial milenar de origem coreana, o taekwondo tem como princípio básico o equilíbrio físico e mental. O nome taekwondo significa “caminho dos pés e das mãos”.

TREINAMENTO DIFERENCIADO
O parataekwondo teve seu primeiro campeonato mundial realizado em 2009, na cidade de Baku, no Azerbaijão. Competem na modalidade atletas com amputações nos membros superiores. Eles são divididos por peso e classes funcionais (leia detalhes no box).
Em entrevista ao programa Camisa 9, da rádio 9 de Julho, Alan Nascimento, técnico da Seleção Brasileira de Parataekwondo, esclareceu que é necessária uma diferente rotina de treinamentos conforme o grau de amputação do atleta, pois isso interfere diretamente no equilíbrio.  
“Nós trabalhamos bastante a questão de equilíbrio do atleta, para que ele consiga efetuar um chute mais técnico. Estamos realizando um estudo sobre a dinâmica do chute do lado do membro preservado [sem amputação] e do lado menos preservado. Existe uma técnica para o chute e como ele deve se efetuado, pois o atleta precisa buscar o equilíbrio por causa dos braços”, esclareceu o técnico.

PRINCIPAIS REGRAS 
Por ser um esporte de intenso contato, físico e movimentação, uma das principais preocupações é com a integridade dos atletas. Por isso, eles usam, além do tradicional quimono, um colete (hugu), capacete, protetores de mãos e pés, além de caneleiras, protetores de antebraço e dos genitais. 
Cada disputa é dividida em três rounds de dois minutos, com a possibilidade de um round extra, chamado de golden score. Na luta, são válidos apenas chutes no tronco, que recebem pontuações diferentes, dependendo se forem diretos, rodados ou giratórios. Socos têm pontuação nula. Golpes na cabeça são proibidos e geram punição.
“No caso do taekwondo convencional, o chute na cabeça vale muitos pontos; já no parataekwondo, esse golpe é proibido, inclusive pode levar um atleta à desclassificação. Quando acontece, o competidor é advertido com o cartão amarelo e existe uma análise se aquele chute foi intencional. De acordo com o resultado, a comissão julgadora internacional pode suspender o atleta e até mesmo bani-lo, dependendo da gravidade da infração”, detalhou Alan Nascimento. 

A CAMINHO DE TÓQUIO
A expectativa da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) é grande em relação ao desempenho do País na 
Paralimpíada de Tóquio. 
Em 2019, o Brasil conseguiu um resultado histórico em sua primeira participação em Jogos Pan-Americanos, em Lima, no Peru. Foram cinco medalhas: ouro com Silvana Mayara, na categoria 58kg (classe K44), e com Nathan Torquato, na categoria 61kg (classe K44); prata com Cristiane Neves, na categoria 58kg (classe K44); e com Débora Menezes, na categoria +58kg (classe K44); e bronze com Leylianne Santos, na categoria +58kg (classe K44). 
Também no ano passado, Débora Menezes foi campeã mundial em sua categoria e garantiu vaga para os Jogos de Tóquio. Atualmente, é a segunda colocada no ranking mundial. 
O Brasil ainda terá uma última oportunidade de buscar mais três vagas para Tóquio, no qualificatório Pan-Americano, que será realizado em março, na Costa Rica. Os representantes serão Silvana Mayara Cardoso, na categoria 58kg (Classe K44); Nathan Torquato, na categoria 61kg (Classe K44); e Bruno Rodrigues Mota, na categoria 75kg (classe K44). Somente o primeiro colocado por categoria garantirá a vaga olímpica. 
Nascimento avalia que os três atletas brasileiros têm potencial para conseguir a classificação: “Encerramos 2019 na primeira posição do ranking das Américas e estamos entre as cinco maiores potências do mundo. Esse qualificatório é continental, temos uma grande responsabilidade, mas estamos muito confiantes”, concluiu Alan Nascimento. 
O treinador também analisou o cenário internacional da modalidade: “Nós temos algumas potências mundiais como Turquia e Rússia que estão no circuito internacional desde 2009, quando aconteceu o primeiro campeonato mundial. A Inglaterra também tem um time forte. Hoje, na América, temos como potência o Brasil, México, Estados Unidos e Cuba, que chegou no ano passado e, mesmo não tendo uma vivência de competição, vem muito forte e é uma das nossas preocupações no qualificatório”, concluiu. 
 

(Com informações de CBTKD, CPB e Agência Brasil)
(Colaborou: Daniel Gomes)

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Lucas Carvalhal: trajetória de fé e de superação no tênis de mesa paralímpico

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29 de janeiro de 2020

Ao adentrar nas dependências do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na zona Sul de São Paulo, dentre os representantes das muitas modalidades que realizam ali diariamente seus treinamentos está a Seleção Brasileira Paralímpica de Tênis de Mesa. Treinando com grandes nomes do esporte paralímpico estava Lucas Carvalhal Arabian, 13, que, apesar da pouca idade, é o atual campeão brasileiro entre os adultos, na classe 5 (cadeirantes).

Do outro lado da quadra está sua mãe, Cristine Carvalhal, que sempre acompanha o filho nos treinamentos, competições e nos momentos mais difíceis. O que poucos sabem é que o adolescente, grande promessa do tênis de mesa paralímpico, precisou superar muitos desafios para chegar a esse momento da carreira.

OS PRIMEIROS DESAFIOS

Lucas nasceu em 2006. Até seu primeiro ano de vida, seu desenvolvimento era normal. De repente, surgiram dores abdominais. O diagnóstico foi um grande tumor na medula da coluna torácica. Assim, uma cirurgia de emergência se tornou necessária.

No procedimento, boa parte do tumor foi retirada, mas os sintomas e as dores continuaram e sua coluna e pernas já apresentavam algumas sequelas. Após dois meses, nos exames de controle, foi notado que pouco tinha sido retirado do tumor.

Familiares e amigos uniram esforços e foram em busca de um médico especialista nos Estados Unidos, onde Lucas realizou sua segunda cirurgia. Após o procedimento, o atleta acabou perdendo temporariamente todos os movimentos da cintura para baixo, mas os médicos conseguiram remover grande parte do tumor e Lucas não precisou fazer quimioterapia.

“Foi um período muito difícil, pois, como criança, ele já entendia algumas coisas, porém, não tinha dimensão do seu problema. A cada cirurgia, ele perdia os movimentos e tinha de fazer muita fisioterapia para conseguir voltar a andar. Cada vez que voltava, tinha alguma perda”, disse Cristine Carvalhal ao O SÃO PAULO.

A LUTA CONTINUA

Em 2008, um novo exame apontou o crescimento do tumor de forma inesperada. Em julho, os médicos vieram ao Brasil e realizaram a terceira cirurgia. Com a patologia, veio o diagnóstico de um tumor maligno, que trouxe a necessidade de quimioterapia. Após um período com muitas complicações, o tratamento precisou ser suspenso.

Em abril de 2009, o foco foi a reabilitação e exames de controle. O ano terminou com redução do tumor e melhora dos movimentos. Em 2011, Lucas começou a perder as forças e cair. Após exames, foi descoberta uma fibrose, que estava estrangulando a medula. A equipe médica realizou a quarta cirurgia. Foi aí que veio a primeira cadeira de rodas.

Em 2012, aconteceu a última cirurgia. Lucas não perdeu totalmente os movimentos, mas as sequelas das cirurgias anteriores permaneceram, como a dificuldade para caminhar, problemas ortopédicos e na bexiga.

“Ele sempre perguntava quando voltaria a andar e eu não tinha resposta, mas, pela minha formação em Fisioterapia, sabia que, uma vez lesionada a medula, o retorno seria pouco provável. Mas acreditamos muito nos médicos e na graça de Deus. Mesmo diante de tudo o que ele sofreu, de todas as dores que ele sentia e de toda a perda de movimentos que ele enfrentava, ele sempre foi muito guerreiro”, disse a mãe, emocionada.

SE NÃO FOSSE A FÉ

Cristine e sua família são de tradição católica. Ela diz que conta a história de Lucas para as pessoas com muito orgulho, pois foi nesse período que Deus mais a ensinou e a tornou uma pessoa melhor.

“Se não fosse a minha fé, eu estaria me perguntando até hoje porque eu e o Lucas precisamos enfrentar isso. Mas eu nunca questionei o porquê de ele ter que enfrentar tudo isso. Eu sempre pedi ajuda a Deus, pois sei que essa é a minha missão”, afirmou Cristine.

Ela também recordou a devoção a Nossa Senhora e as muitas vezes que, na infância, rezava o Terço com a sua avó. Segundo Cristine, a maior dificuldade foi a impotência que sentia quando o filho entrava no centro cirúrgico, mas ela sempre encontrava refúgio na capela do hospital.

“Eu me ajoelhava, olhava para Nossa Senhora e falava: ‘Mãe, é de mãe para mãe: me ajuda, cuida do meu filho, porque eu não posso cuidar agora, pois ele está lá, nas mãos dos médicos’. Eu sentia muito forte no coração que Ela estava comigo e com o Lucas”, disse, novamente emocionada.

NOVA OPORTUNIDADE

Em 2015, surgiu o esporte na vida do garoto, que começou treinando basquete, depois natação, mas foi no tênis de mesa que encontrou sua grande paixão. Lucas treinava na Associação Desportiva para Deficientes (ADD), onde Raphael Moreira, técnico da Seleção Brasileira Paralímpica de Tênis de Mesa, era voluntário.

“A primeira aula de tênis de mesa dele foi comigo na ADD. Ele já havia passado por algumas modalidades, mas não tinha se adaptado tanto e o meu coordenador falou que ele gostava de tênis de mesa. Desde o primeiro dia, nós vimos que ele tinha talento”, disse Raphael Moreira à reportagem.

Os treinos aconteciam uma vez por semana, mas a modalidade deixou a ADD, por falta de patrocínio. Foi, então, que Raphael o convidou para treinar junto com a Seleção Brasileira, no Centro de Treinamento Paralímpico, após ver o talento e a dedicação do jovem atleta.

SURGIU O CAMPEÃO

Em 2018, Lucas participou do seu primeiro campeonato brasileiro, em Santa Catarina. Após a experiência, o jovem atleta começou a se dedicar de forma mais intensa aos treinamentos e a participar de campeonatos estaduais e nacionais, nos quais conquistou muitas medalhas.

Nas Paralímpiadas Escolares, defendendo o estado de São Paulo, em 2018 e 2019, ele obteve a medalha de ouro na equipe masculina e no individual, nas duas ocasiões. Mas as grandes conquistas vieram em 2019: campeão brasileiro, entre os adultos na classe 5 (cadeirantes), e troféu de melhor atleta masculino do ano, na categoria.

“Eu gosto muito de praticar o tênis de mesa e posso fazer disso como uma profissão no futuro. Minha família gosta muito de esporte e o incentivo é muito grande. Foi uma grande emoção! Eu nunca imaginei que em dois anos de treino eu me tornaria um campeão brasileiro”, disse Lucas Carvalhal à reportagem.

METAS PARA O FUTURO

A grande meta de Lucas é estar nos Jogos Paralímpicos de 2024, em Paris, mas, para isso, é necessário trilhar um longo caminho. O jovem precisa participar de competições internacionais para futuramente integrar a seleção brasileira, com a qual treina junto, mas ainda não faz parte. Outro grande desafio é conseguir patrocinadores, pois Lucas só recebe o apoio de algumas empresas.

“As conquistas, em especial as do ano de 2019, mostraram como tudo que aconteceu tem um propósito, pois alcançamos muitas graças. Depois de superar tudo isso, sabemos que essa história não acabou e muitas coisas podem acontecer na vida dele. É uma gratidão sem tamanho e muito amor a Deus e a Nossa Senhora”, concluiu Cristine.

MAIS INFORMAÇÕES 

Cristine Carvalhal - tel: (11) 94155-2105

Janaina Maximo - tel: (11) 99888-1576

Email: contatolucascarvalhaloficial@gmail.com

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Há 100 anos, a primeira participação olímpica do Brasil

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27 de janeiro de 2020

A primeira participação do Brasil em Jogos Olímpicos de Verão foi marcada por diversas aventuras. Naquela época, cruzar o Oceano Atlântico e chegar a um país no Velho Continente era um desafio para poucos. Cinco edições olímpicas já haviam sido disputadas quando o País enviou sua primeira delegação com 21 atletas para competir nos Jogos de Antuérpia, na Bélgica, em 1920, para as provas de natação, polo aquático, remo, saltos ornamentais e tiro esportivo.

 

LONGA JORNADA

Formada pelos tenentes Guilherme Paraense e Demerval Peixoto, e, também, por Dário Barbosa, Fernando Soledade, Mário Machado, Sebastião Wolf e Afrânio da Costa, a equipe de tiro esportivo iniciou a viagem para Antuérpia a bordo do navio Curvelo. Depois de quase um mês mal acomodados e tendo que treinar em alto-mar, os atiradores, com receio de não chegar a tempo para as provas, decidiram parar em Portugal e, de lá, seguir de trem para a Bélgica.

Essa longa jornada foi descrita em detalhes pelo historiador e coronel Eduardo Ferreira, no livro “A História do Tiro Esportivo Brasileiro”. A obra surgiu quando o autor teve acesso ao álbum com fotos, recortes de jornais e relatórios escritos pelo desportista Afrânio da Costa.

“A delegação brasileira foi para a Europa no dia 1o de julho de 1920, sob a chefia de Roberto Trompowsky, a bordo do navio Curvelo, pertencente ao Lloyd Brasileiro. Deixava atrás de si as maledicências dos descrentes e dos invejosos, que se referiam às aspirações da equipe da seguinte forma: ‘Não vão arranjar nem pro bife’”, relatou Afrânio da Costa, conforme consta no livro.

 

SAGA BRASILEIRA

A saga da equipe brasileira de tiro não terminou ali. Depois de seguir viagem num vagão de trem aberto, de passar por problemas com as armas e ainda ter parte da munição furtada, foi preciso fazer uma caminhada de 18km até a cidade de Baverloo, local das disputas. Sensibilizados com a situação, membros da equipe de tiro americana cederam parte de seu material para os brasileiros pudessem competir.

Em 2 de agosto de 1920, Afrânio da Costa sagrou-se o primeiro esportista a ganhar uma medalha olímpica para o Brasil, ao conquistar prata na prova individual dos 50m de pistola livre. Nesse mesmo dia, Sebastião Wolf, Dário Barbosa, Guilherme Paraense e Afrânio garantiram o bronze na prova por equipes, superando os Estados Unidos, justamente o país que lhes emprestou armas e munição.

No dia seguinte, 3 de agosto, foi conquistado o primeiro ouro olímpico brasileiro: Guilherme Paraense levou o País ao lugar mais alto do pódio, marcando 274 pontos de 300 possíveis, dois pontos à frente do norte-americano Raymond Bracken. Paraense venceu a prova de pistola rápida de 25m.

 

GUILHERME PARAENSE

Guilherme Paraense nasceu em 25 de junho de 1884, em Belém, no Pará, mas foi ainda criança para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Escola Militar de Realengo. Foi ali que descobriu e desenvolveu seu pendor para a modalidade esportiva. No final da década de 1910, sagrou-se campeão brasileiro e sul-americano na modalidade tiro com revólver.

Em 1914, no Rio de Janeiro, juntamente com um grupo de atiradores, fundou o Revólver Clube, contribuindo para o crescimento desse esporte no País. Paraense continuou a carreira esportiva como atleta do Fluminense e seguiu, também, a carreira militar, até deixar o Exército em 1941 como tenente-coronel reformado. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1968, aos 83 anos de idade.

 

RECONHECIMENTO

A primeira participação brasileira numa olimpíada terminou com o saldo de três medalhas conquistadas na modalidade tiro esportivo. O desfecho dessa aventura não foi nada parecido com o início da empreitada. A notícia da façanha da equipe chegou ao Brasil por meio de um telegrama. Com a fama, vieram recompensas aos medalhistas olímpicos, como relatou Afrânio da Costa no livro:

“O retorno da equipe não foi mais no Curvelo, porém num navio decente, cheio de gente importante, com todas as passagens pagas pelo Governo Federal. Era um justo reconhecimento pelo memorável feito! Inúmeras autoridades políticas e desportivas e uma multidão curiosa aguardavam ansiosamente o desembarque da delegação no cais do porto do Rio de Janeiro para conhecer e abraçar o campeão e o vice-campeão olímpico.”

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O testemunho de amor de uma mãe nas arquibancadas

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13 de novembro de 2019

O caminho percorrido por Silvia Grecco e seu filho, Nickollas, rumo à conquista do Fifa Fan Award, premiação dedicada aos torcedores de futebol, começou muito longe do tapete vermelho da cerimônia que reúne anualmente os melhores jogadores do mundo. A longa jornada teve início quando Silvia, também mãe de Márjori, decidiu adotar uma criança.
Foi em um hospital da Grande São Paulo que ela encontrou pela primeira vez um menino prematuro, que, após uma tentativa de aborto, nasceu aos 5 meses de gestação, pesando apenas 500 gramas. A criança ficou quatro meses internada e 12 famílias já haviam desistido da adoção. No entanto, quando Silvia pegou no colo o menino frágil e com sequelas da tentativa de aborto, sentiu os “laços do coração” unirem-na àquele bebê para sempre. 
“Havia chegado minha vez e a juíza pediu que eu fosse conversar com o médico, e, caso eu tivesse interesse, poderia ir à audiência de adoção. Quando cheguei ao hospital e o médico veio conversar com a gente, ele já trouxe o Nickollas e o colocou no meu colo. Naquele instante, tive a certeza de que ele era meu filho”, disse Silvia Grecco, em entrevista ao O SÃO PAULO. 

NO COLO DA MÃE 
Os primeiros desafios logo surgiram, e eles foram enfrentados de joelhos. A gestação interrompida impediu que a retina de Nickollas se formasse, o que fez com que ele nascesse cego dos dois olhos. Muitas outras dificuldades foram encaradas durante o período de internação, sendo que, ainda nos primeiros dias do processo de adoção, o médico alertou Silvia de que existia a possibilidade de o menino não resistir. 
A devota de Nossa Senhora Aparecida não se conformou com a possibilidade de perder um filho com tão pouco tempo de vida e, chegando a sua casa, triste após a conversa com o médico, colocou-se em oração e decidiu peregrinar até o Santuário Nacional, em Aparecida (SP).
“O Nickollas era bebezinho e ainda estava no carrinho. Atravessei de joelhos de uma basílica a outra [da nova para a velha]. Tenho as marcas nos joelhos, mas, na verdade, tenho as marcas no meu coração, pois foi um momento de grande emoção na minha vida. Naquele dia, entreguei o Nickollas para a Mãe e disse: ‘É o nosso filho e eu tenho certeza de que nada de ruim vai acontecer com ele’. Naquele momento, tive a certeza de que minha fé era muito grande. Eu só tenho a agradecer a Deus”, contou emocionada. 

APRENDIZADO E DEFESA DA VIDA
“Eu não quero julgar, pois o ato daquela mãe me trouxe a maior felicidade da minha vida e o maior presente que Deus me deu, mas acho que as pessoas precisam pensar muito antes de provocar um aborto, pois o Nickollas é o símbolo disso. Hoje, ele está aqui. Embora tenha essa sequela, ele sobreviveu e está conosco, mas eu vou levar essa bandeira sempre em defesa da vida”, destacou.
Silvia precisou adaptar-se a algumas situações às quais não estava acostumada. Aos poucos, porém, foi aprendendo a ser mãe de uma criança com deficiência. Nickollas era muito reservado com seus brinquedos e falava pouco. Quando começou a frequentar a escola, a equipe de professores percebeu uma certa dificuldade de socialização e verbalização. Aos 5 anos, o menino recebeu o diagnóstico de autismo em proporções leves.
“Tenho a certeza de que eu aprendo muito mais com ele do que ele comigo. Conviver com uma pessoa com deficiência é um aprendizado diário, é uma mudança de valor muito grande, pois passamos a enxergar o mundo de uma forma muito diferente. Eu gostaria que a humanidade enxergasse como o deficiente visual: eu posso olhar para o seu exterior e lhe dar todas as suas características, mas o Nickollas vai enxergá-lo com o coração para aquilo que você é mesmo como pessoa”, completou.

PAIXÃO PELO FUTEBOL 
Aos domingos, já era um programa assistir ao futebol na televisão naquela família de mãe palmeirense, pai corintiano e irmã são-paulina. Nickollas ainda não tinha um time do coração, mas era fã do jogador Neymar. Após conhecê-lo pessoalmente, quando o atleta ainda jogava no Santos Futebol Clube, descobriu que o craque tinha sido palmeirense na infância. 
Foi a abertura que Silvia precisava para levar o garoto aos jogos do Palmeiras e, logo na primeira partida, ele se apaixonou pelo Verdão. Nos primeiros jogos, Nickollas ouvia a partida pelo rádio, mas logo ele tirava o fone por causa do som envolvente da torcida.
“Percebi que ele estava pulando por causa da torcida, mas não estava entendendo o jogo. Sempre tive o costume de descrever as coisas para ele, desde pequeno isso é normal. Quando ainda não narrava, eu falava como era o estádio, a roupa do jogador, o cabelo, e eu sempre descrevia os detalhes. Comecei a narrar sutilmente, dizendo quem estava com a bola, se tinha chance de fazer o gol etc. Aos poucos, fui aprimorando a narração e ele adorou”, disse a mãe.

NAS LENTES DA Tv
E foi com esse simples gesto de narrar os jogos para o filho que a vida dos dois mudou completamente. Durante um clássico entre Palmeiras e Corinthians, no Allianz Parque, no dia 9 de setembro de 2018, eles foram filmados pela equipe da TV Globo, e, posteriormente, uma reportagem a respeito deles teve muitas visualizações nas redes sociais. 
A Federação Internacional de Futebol (Fifa) tomou conhecimento da história, e Silvia tornou-se finalista do prêmio dedicado a fãs do esporte na cerimônia dos melhores do mundo. 
A palmeirense diz ter ficado muito emocionada quando recebeu o comunicado que seria finalista do prêmio, pois não imaginava que um gesto genuíno e corriqueiro se tornaria algo tão gigantesco. Foi, então, que entendeu o quanto as pessoas com deficiência são invisíveis. 
“Já me perguntaram porque levo o Nickollas no estádio, se ele não enxerga nada. Eu sempre respondo que é para ele ‘ver tudo’, pois ele enxerga melhor que nós, está atento a cada detalhe, vibra, ama e é muito feliz. Já que houve toda essa visibilidade, percebi o quanto somos invisíveis e decidi abraçar isso como uma missão. Gostaria que não apenas meu filho, mas outros tivessem a oportunidade de serem respeitados e vistos”, reforçou. 

O GRANDE LEGADO
Segundo Silvia, o grande legado de toda essa história é que as pessoas com deficiência existem e precisam ser “amadas, respeitadas, incluídas e ter oportunidade”. Por isso, para o próximo ano, está sendo desenvolvido um projeto de inclusão junto com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
“A nossa atitude já está transformando a de outras pessoas. Eu tive a oportunidade de falar com o presidente da CBF [Rogério Caboclo], e tivemos uma conversa muito importante. Se Deus quiser, no próximo Brasileirão, vamos levar pessoas com deficiência aos jogos importantes de todos os times e estádios do Brasil, e vamos levar essas crianças de todos os times juntas, até mesmo para construir essa cultura de paz”, concluiu Silvia. 
 

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Programa ‘Rua da Gente’ dissemina prática esportiva pela cidade

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08 de novembro de 2019

Estimular a ocupação adequada do espaço público e a integração das famílias com atividades esportivas e culturais, brincadeiras, oficinas e práticas de cuidados com o corpo e a mente. Com esses objetivos, a Prefeitura de São Paulo, por meio das secretarias municipais de Esportes e Lazer, Cultura e Relações Sociais, realiza o Programa “Rua da Gente” aos fins de semana, com diversas atividades nas ruas, praças e centros esportivos da capital paulista.
“Estamos fazendo uma evolução no programa ‘Ruas Abertas’, por meio do qual a Prefeitura garantia o fechamento dos espaços da cidade e a população era quem se responsabilizava pela execução das atividades. Aqui não: nós teremos 320 edições, sendo cem em 2019 e 220 no ano que vem. Serão ao menos quatro edições por fim de semana em todos os cantos da cidade, em especial nas 
regiões mais periféricas”, destacou o prefeito Bruno Covas (PSDB), no lançamento do programa em setembro. 

TODOS OS PÚBLICOS 
O secretário municipal de Esportes e Lazer, Carlos Bezerra Junior, disse em entrevista coletiva que o objetivo da iniciativa é promover o encontro das famílias e da comunidade local, além de trazer de volta à vida das pessoas o valor da rua, da praça e dos próprios clubes. “O programa foi desenhado de forma a abranger o maior número de espaços, como também a faixa etária mais elástica possível”, enfatizou.
As atividades são divididas em quatro polos, com opções para pessoas de todas as idades: Práticas Esportivas (atletismo, basquete, futebol, futsal e lutas), Práticas Corporais (alongamentos, exercícios funcionais, crossfit e street dance), Práticas de Lazer (brincadeiras tradicionais e contemporâneas, gincanas e oficinas de artesanato) e Práticas Integrativas e Complementares (práticas terapêuticas, danças e meditação).

VARIADOS ESPAÇOS
O primeiro espaço a receber o projeto foi a Praça do Samba, em Perus, zona Noroeste de São Paulo. Houve pintura facial, recreação, piscina de bolinhas, cama elástica, além das oficinas de cata-vento e mini pipa. Diversos outros bairros já receberam a iniciativa.
“Diferente de outros programas, o ‘Rua da Gente’ poderá realizar suas atividades nos mais variados espaços abertos da cidade, como ruas, praças e clubes municipais que tenham uma infraestrutura básica para atender às especificidades das modalidades apresentadas”, completou o secretário.
O programa é realizado aos sábados e domingos e irá contemplar todas as re-
giões da cidade de São Paulo, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social. As atividades ocorrem das 9h às 18h. 
A programação completa, com os locais e bairros que acolherão o programa, pode ser conferida no site prefeitura.sp.gov.br


(Com informações de Prefeitura de São Paulo)


 

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O futebol em campo na luta contra o câncer de mama

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01 de novembro de 2019


O futebol entrou em campo para mobilizar suas torcedoras sobre a prevenção ao câncer de mama no contexto do Outubro Rosa. Diversas iniciativas para exames gratuitos, consultas, acompanhamento e até doação de cabelos foram promovidas pelos clubes paulistas.
A Federação Paulista de Futebol (FPF), em parceria com a ONG Meninas de Peito, realizou a campanha “Marque Esse Gol”, que disponibilizou, durante o mês de outubro, nos arredores dos estádios do São Paulo, Santos, Guarani, Ponte Preta e Botafogo de Ribeirão Preto (SP), unidades móveis de atendimento à mulher, equipadas para realizar mamografias e exames complementares gratuitos e conscientizá-las sobre a importância do diagnóstico precoce, para uma maior eficácia do tratamento.

AMAR O CLUBE E A VIDA 
O Corinthians também participou do Outubro Rosa, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e o Hospital Santa Marcelina. Uma carreta ficou estacionada em frente à Arena Corinthians para que as mulheres pudessem realizar a mamografia gratuita. Caso fosse detectado alguma anormalidade, as pacientes eram encaminhadas para o Hospital Santa Marcelina, para uma avaliação minuciosa e outros exames. 
“A importância dessa campanha é que ela é a favor da vida, do diagnóstico precoce e da orientação para essas mulheres. Nós conseguimos conversar com elas enquanto aguardam para fazer os exames e orientamos sobre a importância de fazer o autoexame. Elas saem daqui e nos dizem o quanto aprenderam coisas sobre o câncer de mama que elas não sabiam”, disse ao O SÃO PAULO Eliane Pegoraro, coordenadora do voluntariado do Hospital Santa Marcelina.
Para realização da mamografia, as mulheres precisavam fazer um cadastro pela internet. Em apenas três dias, 34 mil se inscreveram. Foram realizados 65 exames diariamente. No sábado, 26, para encerrar a campanha, o Corinthians promoveu uma caminhada que saiu do Hospital Santa Marcelina e foi até a Arena Corinthians, onde aconteceram diversas atividades.

MULHERES AMPARADAS 
Segundo Eliane, existem muitos casos de pacientes que descobriram a doença por meio dessa parceria realizada desde 2015. O grande diferencial da campanha é o apoio oferecido pelos médicos e pelo voluntariado que fornecem o suporte e acompanhamento desde a primeira consulta até o tratamento e cirurgia, caso necessário. Um grupo de apoio também oferece palestras e oficinas após o tratamento. 
“Não adianta apenas oferecer a mamografia e, caso haja alguma alteração nos exames, deixar a mulher desamparada. Nessa campanha, em parceria com o Hospital Santa Marcelina, a mulher tem um respaldo para o tratamento. Caso ela tenha alguma alteração, é acolhida pela médica, que faz exames e realiza todo o acompanhamento o que for preciso”, concluiu Eliane. 

DOAÇÃO DE CABELOS
O Palmeiras também promoveu iniciativas para prevenção do câncer de mama durante o mês de outubro. No dia 16, na partida contra a Chapecoense, no Allianz Parque, os jogadores entraram em campo com 11 mulheres que estão em tratamento contra a doença. Do lado de fora do estádio, uma tenda foi montada para as pessoas doarem cabelos para confecção de perucas a pacientes em tratamento do câncer, que foram direcionadas para a ONG Cabelegria.
A equipe de futebol feminino também participou da campanha nas redes sociais por meio de várias iniciativas. Desde 2015, o Palmeiras promove ações para mostrar a importância do Outubro Rosa, além de ofertar exames gratuitos que já ajudaram diversas pessoas a descobrir a existência do tumor. 
 

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Brasil acredita em recorde na reta final dos Jogos Parapan-Americanos

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30 de agosto de 2019

Toronto, 2015: 109 ouros, 74 pratas, 74 bronzes. Totalizando 257 medalhas. Essa foi a campanha brasileira no Parapan-Americano naquela ocasião e um recorde até agora dos Jogos. Ainda restam dois dias e meio para o encerramento das disputas em Lima. E no fechamento do quadro de medalhas da quinta-feira(29) a equipe verde e amarela totalizava 222 conquistas (88 ouros, 73 pratas, 61 bronzes ).

Apesar das dificuldades, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, acredita que é possível um novo recorde: “Esses jogos são muito desafiadores. Os países estão crescendo. Os Estados Unidos, por exemplo, já estão com mais ouros agora do que em toda campanha de Toronto. Argentina fechou com 18 em 2015 e, agora, já tem 21. Considerando tudo isso, esse é sem dúvida o Parapan mais difícil que o Brasil já enfrentou. A nossa ideia inicial era passar dos 100 ouros. Mas, mesmo assim, eu estou com uma expectativa muito grande de que a gente vai ultrapassar aquelas 109 de Toronto.”

Na manhã de hoje, a nadadora Cecília Araújo já deu mais uma contribuição. Ela foi a mais rápida na prova dos 50 metros livre da classe S8. “É muito legal poder ajudar o nosso país. Estou tentando fazer o meu melhor. Já ganhei cinco medalhas nesses Jogos. E amanhã tem mais.”

Luciano Dantas, o “Montanha” do halterofilismo, levou a prata na categoria até 59 kg. “Fiz o meu melhor. Acredito que a equipe pode chegar lá. Vamos, Brasil!”

Reta final de competições

A natação ainda tem dois dias de finais com diversos brasileiros favoritos em suas provas. Um deles é Phelipe Rodrigues, da Classe SM10. “Eu vim aqui para Lima nadar oito provas e com a intenção de medalhar em todas. Até agora está dando certo, tem cinco ouros e um bronze.”

Daniel Dias faz nesta sexta(30) a sua última apresentação em provas individuais. Ele nada os 200m livre na junção das classes funcionais S4/S5/S6, às 19h10. O nadador tem 100% de aproveitamento de praxe após quatro aparições: 50m livre, 100m livre, 50m costas e revezamento 4x100m medley 34 pontos (soma da classificação funcional dos competidores).

Hoje(30), às 19h, a equipe de futebol de cinco do Brasil entra em campo tentando o tetracampeonato Parapan-Americano em mais uma final contra a Argentina.

A equipe feminina do Brasil faz a semifinal do torneio de goalball contra o Canadá às 18h15. Os homens decidem o ouro amanhã(31), às 19h45, contra os americanos.

No basquete em cadeira de rodas, a seleção feminina decide a medalha de bronze contra a Argentina, a partir das 18h30 nesta sexta(30).

O parabadminton começa a definir os seus medalhistas somente no sábado(31). E a delegação brasileira de 14 atletas é a principal favorita para liderar o quadro de medalhas. “Nós somos uma potência na América na modalidade. A gente manda no continente. O negócio é colocar tudo isso em quadra,” diz Leonardo Zuffo, da classe SL3, para deficientes de membros inferiores. O paranaense conquistou três medalhas no Pan da modalidade no ano passado.

Outra modalidade que só vai começar a definir os medalhistas neste sábado é a bocha. Em Toronto, o Brasil foi soberano com seis ouros. Em agora em Lima, o Brasil tem um incentivo para buscar ainda mais conquistas. “Nós estamos em um ano prévio de classificação para Tóquio. Os Jogos Parapan-Americanos serão uma prévia para podermos observar como estão os nossos adversários da Copa América, que garante vaga em Tóquio. Poder ganhar deles e ajudar o Brasil vai ser muito bom”, diz Moisés Fabrício, coordenador da modalidade.

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