Começam trabalhos em grupos no Sínodo para a Amazônia
Após três dias de intervenções públicas, padres sinodais se reúnem em grupos linguísticos para aprofundar temas debatidos na assembleia
Terminou nesta quarta-feira, 9, o primeiro bloco de intervenções individuais do Sínodo dos Bispos para a Amazônia. Nessas sessões, chamadas de Congregações gerais, presididas pelo Papa Francisco, cada participante inscrito apresenta, em até quatro minutos, suas reflexões a respeito dos principais temas do Sínodo a partir de suas experiências locais e do que é destacado no Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho), texto que serve de base para as discussões sinodais.
Nesta quinta-feira, 10, e na sexta-feira, 11, acontecem os círculos menores, nos quais grupos linguísticos para aprofundarem os temas apresentados. São quatro grupos de língua portuguesa, cinco grupos de língua espanhola, dois de italiano e um grupo de inglês e francês. Cada grupo possui um moderador e um relator.
ASSUNTOS
O Prefeito do Dicastério para a Comunicação e Presidente da Comissão para Informação do Sínodo, Paolo Ruffini, explicou aos jornalistas, nesta manhã, que as discussões das congregações gerais giraram em torno dos seguintes temas:
- A questão ecológica e o grande risco para o planeta do desenvolvimento predatório e não sustentável;
- O valor que da Amazônia para todo o planeta;
- A violência nos confrontos por terra e dos povos originários;
- A necessidade de mudar paradigmas em relação ao cuidado do meio ambiente;
- A necessidade de se respeitar os direitos humanos e a relação entre o ser humano e a criação;
- O diálogo com as culturas;
- A evangelização, inculturação, interculturalidade;
- O modo de ser Igreja na Amazônia;
- A missionariedade;
- A escassez de sacerdotes na região;
- A possibilidade de novos ministérios ordenados;
- O papel e a responsabilidade dos leigos por meio dos ministérios não ordenados;
- O papel das mulheres, bem como sua defesa de qualquer forma de violência;
- A importância dos sacramentos para a comunidade;
- A formação dos leigos;
- A formação de sacerdotes e diáconos;
- O papel das congregações religiosas;
- A atenção para que não haja uma visão muito clerical da Igreja e da comunidade.
CONEXÃO
Padre Giacomo Costa, secretário da Comissão para a Comunicação, chamou a atenção para a conexão existente entre os temas. “É um verdadeiro exercício de articulação entre o local e o universal, de como manter o foco sobre a região amazônica e entrar em profundidade nessa experiência e, ao mesmo tempo, perceber o quanto isso influencia sobre toda a Igreja para que ela possa contribuir em uma região tão particular”, disse.
PRÓXIMOS PASSOS
No sábado, 12, retomam-se as congregações gerais, que seguem até terça-feira, 15. Depois, haverá nova oportunidade de intervenções públicas, agora, a partir das reflexões feitas em grupos. Nos dias 16 e 17, os círculos menores se reunirão novamente para a conclusão dos relatórios de cada grupo.
A última semana do Sínodo será dedicada a apresentação do projeto de documento final do sínodo e a discussão em torno do texto para, enfim, ser votado pelos padres sinodais.
Recordando que o Sínodo é um organismo consultivo do Pontifice, esse documento não tem caráter deliberativo, mas indicações resultantes do discernimento e trabalhos realizados durante a assembleia.
O Documento Final será entregue ao Papa Francisco, para que ele possa discernir e tomar suas decisões e orientações, podendo escrever uma exortação pós-sinodal.
(Foto: Daniel Ibanez / ACI Stampa)
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