VATICANO

Sínodo Pan-amazônico

Começam trabalhos em grupos no Sínodo para a Amazônia

Por Fernando Geronazzo
10 de outubro de 2019

Após três dias de intervenções públicas, padres sinodais se reúnem em grupos linguísticos para aprofundar temas debatidos na assembleia

Terminou nesta quarta-feira, 9, o primeiro bloco de intervenções individuais do Sínodo dos Bispos para a Amazônia. Nessas sessões, chamadas de Congregações gerais, presididas pelo Papa Francisco, cada participante inscrito apresenta, em até quatro minutos, suas reflexões a respeito dos principais temas do Sínodo a partir de suas experiências locais e do que é destacado no Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho), texto que serve de base para as discussões sinodais.

Nesta quinta-feira, 10, e na sexta-feira, 11, acontecem os círculos menores, nos quais grupos linguísticos para aprofundarem os temas apresentados. São quatro grupos de língua portuguesa, cinco grupos de língua espanhola, dois de italiano e um grupo de inglês e francês. Cada grupo possui um moderador e um relator.

ASSUNTOS

O Prefeito do Dicastério para a Comunicação e Presidente da Comissão para Informação do Sínodo, Paolo Ruffini, explicou aos jornalistas, nesta manhã, que as discussões das congregações gerais giraram em torno dos seguintes temas:

- A questão ecológica e o grande risco para o planeta do desenvolvimento predatório e não sustentável;

- O valor que da Amazônia para todo o planeta;

- A violência nos confrontos por terra e dos povos originários;

- A necessidade de mudar paradigmas em relação ao cuidado do meio ambiente;

- A necessidade de se respeitar os direitos humanos e a relação entre o ser humano e a criação;

- O diálogo com as culturas;

- A evangelização, inculturação, interculturalidade;

- O modo de ser Igreja na Amazônia;

- A missionariedade;

- A escassez de sacerdotes na região;

- A possibilidade de novos ministérios ordenados;

- O papel e a responsabilidade dos leigos por meio dos ministérios não ordenados;

- O papel das mulheres, bem como sua defesa de qualquer forma de violência;

- A importância dos sacramentos para a comunidade;

- A formação dos leigos;

- A formação de sacerdotes e diáconos;

- O papel das congregações religiosas;

- A atenção para que não haja uma visão muito clerical da Igreja e da comunidade.

CONEXÃO

Padre Giacomo Costa, secretário da Comissão para a Comunicação, chamou a atenção para a conexão existente entre os temas. “É um verdadeiro exercício de articulação entre o local e o universal, de como manter o foco sobre a região amazônica e entrar em profundidade nessa experiência e, ao mesmo tempo, perceber o quanto isso influencia sobre toda a Igreja para que ela possa contribuir em uma região tão particular”, disse. 

PRÓXIMOS PASSOS

No sábado, 12, retomam-se as congregações gerais, que seguem até terça-feira, 15. Depois, haverá nova oportunidade de intervenções públicas, agora, a partir das reflexões feitas em grupos. Nos dias 16 e 17, os círculos menores se reunirão novamente para a conclusão dos relatórios de cada grupo.

A última semana do Sínodo será dedicada a apresentação do projeto de documento final do sínodo e a discussão em torno do texto para, enfim, ser votado pelos padres sinodais.

Recordando que o Sínodo é um organismo consultivo do Pontifice, esse documento não tem caráter deliberativo, mas indicações resultantes do discernimento e trabalhos realizados durante a assembleia.

O Documento Final será entregue ao Papa Francisco, para que ele possa discernir e tomar suas decisões e orientações, podendo escrever uma exortação pós-sinodal.

(Foto: Daniel Ibanez / ACI Stampa)

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