Cardeal Scherer é contemplado com Colar Guilherme de Almeida

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28 de junho de 2019

Em sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, nesta sexta-feira, 28, às 19h, o Cardeal Scherer receberá o Colar e Diploma Guilherme de Almeida, destinado àqueles que prestam valiosa colaboração à literatura, cinema, teatro, música, artes plásticas e outras formas artístico-culturais da cidade de São Paulo.

O PRÊMIO

O Colar Guilherme de Almeida escolhe os homenageados em uma comissão, anualmente, composta por um ou dois representantes do Museu Casa Guilherme de Almeida, da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, da Academia Paulista de História, da Academia Paulista de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e do Centro de Memória Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

O peota paulista Guilherme de Almeida se alistou, lutou e foi preso após a Revolução Constitucionalista de 1932, sendo eleito em 1930 para a Academia Brasileira de Letras foi, durante décadas, o mais popular poeta do Estado de São Paulo.

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

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Por um caminho de conversão, comunhão e renovação missionária

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19 de março de 2019

Bispos auxiliares, cônegos, padres, administradores paroquiais, vigários e diáconos atuantes em todas as regiões episcopais reuniram-se com Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, no dia 7, no Colégio Agostiniano Mendel, no Tatuapé. Na ocasião, ocorreu a abertura do ano pastoral da Arquidiocese, com a divulgação das diretrizes eclesiais e principais atividades previstas para este ano.

Com a presença de cerca de 300 clérigos, o Cardeal frisou que o caminho litúrgico do ano é mistagógico e, portanto, um momento forte de evangelização. Entre os assuntos tratados no encontro, destaca-se a Carta Pastoral sobre o 1º sínodo arquidiocesano, escrita por Dom Odilo, com o objetivo de rever o caminho já realizado durante o sínodo e apontar os novos passos que devem ser dados em 2019, agora com enfoque nas regiões episcopais e vicariatos ambientais.

 

O SÍNODO NAS PARÓQUIAS, REGIÕES E VICARIATOS

O Cardeal explicou que cada paróquia deve promover uma assembleia paroquial ampliada ainda no primeiro semestre de 2019, para expor os resultados do levantamento paroquial feito em 2018 e da pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral da paróquia e de toda a Arquidiocese de São Paulo. Ao longo do ano, serão quatro as assembleias que devem ser realizadas.

Cada paróquia deve empenhar-se, também, em conhecer a própria história, incluindo o padroeiro ou o título que lhe foi atribuído, justamente para perceber melhor sua identidade, carisma e missão.

Por fim, a pedido do Papa Francisco, que estimula a vivência de uma “Igreja em saída”, deve ser preparado em cada paróquia o “mês missionário extraordinário”, que acontecerá em outubro e cuja proposta é ter, como fruto, um serviço de missão permanente em cada uma delas.

Os trabalhos das assembleias sinodais em cada uma das regiões episcopais serão abertos solenemente em 30 de março.

 

AMAZÔNIA

Outro assunto de destaque no encontro com o Cardeal foi o Sínodo dos Bispos para a Amazônia, a ser realizado em outubro, no Vaticano. Com enfoque em três pilares – o ambiente, o homem e a Igreja no contexto amazônico –, terá como objetivo encontrar novos caminhos para a evangelização do povo de Deus na região, dada sua pluralidade de culturas e etnias (390 no total), distribuídas pelo território dos nove países que a compõe.

 

PROTEÇÃO DE MENORES

Na esteira do encontro ocorrido em fevereiro, no Vaticano, que tratou da proteção de menores na Igreja, Dom Odilo assinalou que o Papa e a Igreja estão empenhados no combate aos abusos sexuais no âmbito eclesial, bem como a qualquer outro comportamento não condizente com a moral, com a vida religiosa e sacerdotal. Nesse sentido, o Cardeal explicou que o assunto será alvo de uma nova legislação, por meio de motu proprio, e que sua discussão e aplicabilidade não se limitarão às altas esferas, mas deverão atingir a base de toda a Igreja. Exortou a todos os clérigos que, a exemplo de Cristo, busquem levar uma vida íntegra e santa, de modo que a vida concreta não destrua o discurso homilético realizado todo domingo em cada comunidade.

Por fim, Dom Odilo pediu a todos o empenho necessário para que as ações propostas para este ano pastoral, sobretudo aquelas de cunho sinodal, possam se concretizar de maneira satisfatória, a fim de conduzir o povo de Deus a um caminho de conversão, comunhão e renovação missionária.

 

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Cardeal escreve Carta Pastoral sobre o 1º sínodo arquidiocesano

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13 de fevereiro de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, escreveu à Arquidiocese de São Paulo uma Carta Pastoral, datada na Solenidade da Epifania do Senhor, 6 de janeiro de 2019. 

Intitulada “Sínodo arquidiocesano de São Paulo, 2018-2020 – caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, a Carta é endereçada aos bispos auxiliares, padres, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os cristãos leigos e leigas e suas organizações.

A Carta tem o objetivo de rever o caminho já realizado durante o sínodo e apontar os novos passos que devem ser dados em 2019. O texto contém muitas citações retiradas das cartas escritas por São Paulo Apóstolo e sugestões de como organizar ações pastorais e conhecer melhor a história das paróquias e dos seus padroeiros.

 

ALEGRIA

Inspirado em São Paulo Apóstolo, que em muitas de suas cartas, saúda a comunidade, o Cardeal demonstra grande alegria em escrever uma Carta sobre o sínodo arquidiocesano.

“É com grande alegria que me dirijo a todos, por meio desta Carta Pastoral, para tratar do primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo, “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” para toda a Arquidiocese de São Paulo e para todas as realidades que a integram e expressam. Confiados na graça de Deus, já percorremos o primeiro ano do caminho sinodal, previsto para três anos. O Espírito Santo há de nos assistir nas etapas que ainda temos pela frente, sobretudo para alcançarmos as metas e propósitos do sínodo. Estamos semeando; a seu tempo, os frutos aparecerão”, afirma o Cardeal.

 

CONVERSÃO E RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA

Dom Odilo recorda que o chamado à conversão é um convite constante da Igreja e que o próprio Concílio Vaticano II, há mais de 50 anos, teve esse objetivo.

“Não é de hoje que a Igreja nos convida à conversão pessoal e também à conversão pastoral e eclesial. O próprio Concílio Vaticano II, há mais de 50 anos, foi um grande e solene chamado à Igreja para renovar-se na missão, estando atenta às novas circunstâncias e realidades culturais, sociais e religiosas vividas pela sociedade e pela própria Igreja”, escreveu Dom Odilo.

O Arcebispo enumerou, em sua Carta, alguns desses eventos e documentos:

• As assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a “evangelização no mundo contemporâneo” (1975), do qual resultou a extraordinária Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, de São Paulo VI.

• Os sínodos sobre a catequese (Catechesi Tradendae, 1979) e sobre a ação missionária da Igreja (Redemptoris Missio, 1990), de São João Paulo II.

• As assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo contemporâneo (Christifideles Laici, 1988), sobre a vocação sacerdotal, a vida e o ministério dos presbíteros (Pastores Dabo Vobis, 1992), sobre a missão dos bispos (Pastores Gregis, 2001), sobre a vocação especial dos religiosos e religiosas (Vita Consecrata, 1996) e sobre a família (Amoris Laetitia, 2014-2015) e também o sínodo sobre “os jovens, a fé e o discernimento vocacional” (2018).

• O Papa Francisco, depois do sínodo sobre a “nova evangelização para a transmissão da fé cristã” (2012), na sua primeira Exortação Apostólica (Evangelii Gaudium, 2013), conclamou novamente a Igreja inteira a se renovar na missão evangelizadora. 

 

A IGREJA DE SÃO PAULO

Ao referir-se à Arquidiocese, o Cardeal faz um questionamento: “Será que a preocupação com a “nova evangelização” e a “conversão pastoral e missionária” já chegou às nossas comunidades e conseguiu mudar alguma coisa nas bases concretas da nossa Igreja em São Paulo?”. E convida as comunidades a uma reflexão: “Perguntemo-nos: o que ficou e mudou em nossas comunidades a partir da Conferência de Aparecida, em 2007?”

Por se tratar do primeiro sínodo arquidiocesano, o Cardeal recordou algumas das questões centrais que, em 2018, ajudaram as paróquias a conhecerem suas próprias realidades e contextos em que estão inseridas.

• Quem somos nós, como Igreja Católica?

• Qual é a nossa missão?

• Como está sendo realizada essa missão nas nossas comunidades?

• Como se encontra a nossa comunidade?

“O levantamento paroquial feito pelos Párocos e outros corresponsáveis pelas paróquias mostrou com realismo que estão em curso mudanças aceleradas e preocupantes”, afirmou Dom Odilo, que recordou também que, no primeiro ano do sínodo arquidiocesano, foi feita uma ampla pesquisa de campo sobre a realidade religiosa e pastoral em todas as 297 paróquias territoriais de nossa Arquidiocese.

Supervisionada e apoiada tecnicamente por especialistas da PUC-SP, a pesquisa contou com cerca de 300 voluntários treinados e bem orientados, que percorreram cada uma das paróquias e fizeram mais de 20 mil visitas domiciliares para entrevistar católicos e não católicos.

A carta será distribuída nas paróquias e está disponível integralmente no site da Arquidiocese de São Paulo.

 

E AGORA?

No segundo ano do sínodo, os trabalhos das assembleias sinodais nas regiões episcopais serão abertos solenemente no dia 30 de março de 2019, com uma grande concentração sinodal em cada Região. Também farão o mesmo caminho os vicariatos ambientais do Povo da Rua, da Educação e Universidade e da Comunicação.

Dom Odilo informou que a Comissão de Coordenação Geral já preparou um instrumento de trabalho e uma metodologia própria para as assembleias sinodais nesses âmbitos da nossa Arquidiocese.

Porém, o Arcebispo enfatizou que as paróquias devem continuar seu caminho sinodal em 2019. “As paróquias, com todas as suas realidades e expressões, continuam a avançar no caminho sinodal, motivadas pelo tema e o lema do sínodo e pelas realidades já percebidas sobre a situação pastoral e religiosa das paróquias e comunidades durante o primeiro ano do sínodo”, disse Dom Odilo

Na Carta, o Cardeal explicou que cada paróquia deve promover uma assembleia paroquial ampliada ainda no primeiro semestre de 2019, para expor os resultados do levantamento paroquial feito em 2018 e da pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral da paróquia e de toda a Arquidiocese de São Paulo.

CONHECER A PRÓPRIA HISTÓRIA

Um dos convites para 2019 é também o de que cada paróquia possa se empenhar em conhecer a própria história. “Convidamos todas as paróquias e comunidades a conhecerem melhor a si mesmas”, afirmou o Cardeal.

Além disso, Dom Odilo ressaltou a importância de cada paróquia começar a tomar conhecimento e consciência mais aprofundada daquilo que a pesquisa de campo e também o levantamento paroquial revelaram sobre a situação religiosa e pastoral da paróquia e da Arquidiocese.

“O objetivo dessa ação, além de ser cultural, é sobretudo pedagógico e evangelizador: conhecer a história da própria paróquia deveria levar as pessoas a sentirem-se mais ligadas a essa história e a amar a comunidade paroquial de pertença”, aponta a Carta.

 

SANTOS PADROEIROS E OS TÍTULOS DAS PARÓQUIAS

No objetivo de conhecer a própria história, o Cardeal explicou que a tradição de dar nomes de santos padroeiros às paróquias ou títulos relativos à fé católica é uma prática antiga na Igreja e possui diversos significados importantes e bonitos.

“Os títulos paroquiais relativos a algum artigo da nossa profissão de fé equivalem a um testemunho e proclamação pública de nossa fé”, disse Dom Odilo.

Ele exortou os fiéis a conhecerem melhor os santos padroeiros e os títulos das paróquias, o que pode ajudar o povo a descobrir e valorizar mais esse tesouro. “A partir dos santos padroeiros e dos títulos paroquiais, cada paróquia pode descobrir e valorizar mais o seu carisma próprio, partindo do testemunho do padroeiro, ou do significado e da importância do título para a vivência cristã dos paroquianos”, continuou Dom Odilo.

Sobre a vida dos santos, o Cardeal disse ainda que “a melhor forma de valorizar e honrar os santos é acolher e divulgar o testemunho de suas vidas, de seu amor a Deus e ao próximo e sua perseverança na fé, mesmo em meio a dificuldades. Os santos não são mitos criados pela fantasia! São pessoas históricas, que enfrentaram dificuldades e lutas para serem fiéis a Deus e à graça do Batismo”.

 

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'Ao olharmos para este ano com esperança, devemos fazer a nossa parte'

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01 de janeiro de 2019

Na terça-feira, 1º, Às 11h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu na Catedral da Sé, a missa na Solenidade da Santa Mãe de Deus. O primeiro dia do ano é também, na Igreja, o Dia Mundial da  Paz. A missa foi transmitida pela Rádio 9 de Julho.

No início da celebração, o Cardeal saudou a todos e salientou que a missa é momento de ação de graças e de colocar nas mãos de Deus todas as expectativas de cada pessoa.

“A todos desejo um feliz e abençoado Ano Novo, com a graça de Deus e a sua ajuda, caminharemos seguros, serenos e confiantes ao longo deste ano. Queremos rezar por cada pessoa e família, mas também pelo nosso País, para que possamos ter um ano de paz e esperança”, disse o Cardeal.

Maria, Mãe de Deus

No dia 1º de janeiro, a Igreja recorda Nossa Senhora como Mãe de Deus, o título mais importante dado a Maria. Na homilia, Dom Odilo explicou que esse título retrata a verdade sobre Deus, que se fez homem por meio de Maria. “Por Maria, Deus assumiu o que é próprio do ser humano, inclusive a morte”, afirmou.

“Maria gerou para este mundo o Filho de Deus feito homem. Maria passa a ser nossa mãe. Somos também nós, filhos da mãe de Jesus. Ela é nossa intercessora no céu”, recordou o Cardeal, salientando que, por meio de Maria, toda a humanidade passa a participar da obra redentora de Deus.

 

Brasil

“Hoje nós também olhamos para a vida pública, é dia de posse dos eleitos para governarem os Estados e o País. Queremos colocar sob a proteção de Deus nossos governantes. Rezemos hoje por aquele que governa nosso Estado e nosso País e por todo o povo brasileiro, para que possamos ter um tempo de paz e  busca do que é bom, justo e verdadeiro, que haja a superação da violência e o Brasil possa encontrar a paz”, continuou o Cardeal na homilia.

 

Dia Mundial da Paz

Sobre o Dia Mundial da Paz, Dom Odilo lembrou a mensagem do Papa Francisco para a ocasião, sobretudo quando o Papa distingue a boa política de uma má política.

“A boa política se faz com respeito à dignidade da pessoa humana, da liberdade e dos direitos fundamentais de toda a pessoa humana. A boa política é aquela voltada para o bem comum, isto é, o bem para todos. A boa política deve superar a má política, que se faz por incapacidade pessoal. A má política se faz com corrupção e desonestidade, a má política se faz pela negação de direitos e imposição das forças”, disse o Cardeal, citando o Papa Francisco.

 

Responsabilidade pessoal

O Arcebispo lembrou ainda que a construção da paz depende da participação de cada pessoa. “Cada um é responsável por uma boa politica, em primeiro lugar a paz consigo mesmo, respeitando a própria consciência, a própria saúde, os próprios limites. Ao olharmos para este ano com esperança, devemos também fazer a nossa parte. Vamos começar com Deus este novo ano.”

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‘Os santos são os grandes católicos e o melhor fruto da evangelização’

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19 de outubro de 2018

CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER

 

Na primeira quinzena deste mês, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, esteve em três atividades no exterior: em Nova York, nos Estados Unidos, presidiu a missa anual pela celebração de Nossa Senhora Aparecida; em Guadalajara, no México, foi ao 1º Encontro Continental da Pastoral Urbana; e no Vaticano, no domingo, 14, participou da cerimônia de canonização de sete santos, entre os quais o Papa Paulo VI, pontífice de 1963 até sua morte, em 1978; e Dom Oscar Romero, Arcebispo de San Salvador, assassinado em 1980 na capital de El Salvador. 

Nesta entrevista ao O SÃO PAULO, o Cardeal Scherer lembra que há uma numerosa comunidade católica brasileira em algumas cidades dos Estados Unidos e comenta que a Igreja no continente americano tem tomado consciência sobre o “grande desafio pastoral representado pelas grandes concentrações urbanas”. Ao referir-se às canonizações, o Arcebispo de São Paulo disse que os santos “são os verdadeiros discípulos-missionários de Jesus Cristo, que muito contribuíram e continuarão a contribuir com a missão da Igreja”.

A seguir, leia a íntegra da entrevista. 

 

O SÃO PAULO - RECENTEMENTE, O SENHOR ESTEVE EM NOVA YORK, ONDE PRESIDIU A MISSA ANUAL PELA CELEBRAÇÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA. QUAIS FORAM AS IMPRESSÕES DO SENHOR SOBRE ESSA COMUNIDADE BRASILEIRA DE FIÉIS CATÓLICOS?

Cardeal Odilo Pedro Scherer - Há uma numerosa comunidade católica brasileira em Nova York, assim como em outras grandes cidades norte-americanas – Boston, Chicago, Miami, Los Angeles e Newark. São comunidades ativas e bem organizadas, com participação na vida da Igreja local. A celebração de Nossa Senhora Aparecida é tradicional em várias cidades. Celebrei na Catedral de São Patrício de Nova York, com numerosos participantes, inclusive os representantes diplomáticos brasileiros locais junto à cidade e à ONU. O Cardeal Timothy Dolan, de Nova York, incentiva as diversas comunidades católicas nacionais presentes na cidade a se expressarem e a participarem da vida daquela Arquidiocese e mostrou-se satisfeito com os brasileiros.

 

TAMBÉM ESTE MÊS, O SENHOR PARTICIPOU DO 1º ENCONTRO CONTINENTAL DA PASTORAL URBANA, NO MÉXICO. QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS ASSUNTOS TRATADOS NESTA ATIVIDADE?

O Congresso foi organizado pelo CELAM e pela Arquidiocese de Guadalajara, com o tema “O Evangelho da alegria na grande cidade”. Houve reflexões teológico-pastorais sobre a cidade grande e sobre a missão evangelizadora nesses ambientes desafiadores e também promissores. Foram feitas diversas análises para compreender a lógica da cidade grande e também o significado da missão da Igreja nela. Houve também a partilha de experiências pastorais novas, relativas à presença e ação da Igreja nas metrópoles.
 

NESSE ENCONTRO EM GUADALAJARA, FOI POSSÍVEL PERCEBER DESAFIOS COMUNS NO TOCANTE À EVANGELIZAÇÃO NAS GRANDES METRÓPOLES DO CONTINENTE?

A Igreja do continente vai tomando consciência, mais e mais, do grande desafio pastoral representado pelas grandes concentrações urbanas, que já são muitas na América. Temos de ter uma atenção especial para esse fato novo na história da humanidade e com o qual a Igreja ainda não havia se confrontado antes. A metrópole pode ser uma ocasião promissora para a evangelização; mas também pode representar um momento de grave risco para a Igreja, se ela não souber se inserir de maneira adequada na lógica da cidade grande para o anúncio e o testemunho do Evangelho. É o momento de sermos criativos e de realizarmos aquilo que o Papa Francisco e o Documento de Aparecida nos pedem: conversão pastoral, Igreja em saída, Igreja em estado de missão...

 

ALGUMAS DAS CONFERÊNCIAS DO REFERIDO ENCONTRO TRATARAM SOBRE COMO ‘VIVER A FÉ NA GRANDE CIDADE’; ‘CONSTRUIR A CIDADE A PARTIR DA RECONSTRUÇÃO DO TECIDO SOCIAL’, ‘A CIDADE QUE REVELA SEUS ROSTOS OCULTOS’; E ‘O DESAFIO DE EVANGELIZAR COM ALEGRIA AS GRANDES CIDADES’. QUAIS ASPECTOS DESSAS TEMÁTICAS TÊM PROXIMIDADE COM AS REFLEXÕES DO SÍNODO ARQUIDIOCESANO?

Nosso sínodo já parte da preocupação de sermos Igreja na metrópole, tanto que o lema do sínodo nos convida a sermos “testemunhas de Deus na metrópole”... O sínodo arquidiocesano traz essa proposta de fazermos um “caminho de comunhão conversão e renovação pastoral e missionária” em nossa Arquidiocese inteira, de cada um de nós, em cada comunidade e em todas as expressões de vida eclesial. Temos uma ocasião propícia para tomarmos consciência da nossa situação eclesial na metrópole, dos acertos e das lacunas, dos métodos mais adequados e também, se preciso for, da organização pastoral, para que corresponda melhor aos desafios postos à nossa missão em São Paulo. Eu espero muito do sínodo arquidiocesano!

 

APÓS O EVENTO NO MÉXICO, O SENHOR PARTICIPOU DA CERIMÔNIA DE CANONIZAÇÃO DOS BEATOS PAULO VI E OSCAR ROMERO NO VATICANO. O QUE REPRESENTAM ESSAS CANONIZAÇÕES DO PAPA E DO ARCEBISPO QUE DIFUNDIRAM INTENSAMENTE A DEFESA DA VIDA?

Na verdade, foram sete os novos santos do domingo, 14 de outubro. Foi um momento memorável e uma celebração participada por muitos cardeais, bispos, padres e uma multidão imensa de povo. Os santos são os grandes católicos e o melhor fruto da evangelização. São os verdadeiros discípulos-missionários de Jesus Cristo, que muito contribuíram e continuarão a contribuir com a missão da Igreja. A canonização de São Paulo VI foi o reconhecimento do trabalho gigantesco desse grande pontífice, que assumiu com muita competência a continuidade do Concílio Vaticano II após o falecimento de São João XXIII. Ele também teve o trabalho da implementação das decisões do Concílio no período imediatamente posterior a este, o que não foi nada fácil. Destacou-se por sua qualidade teológica, pelo diálogo ecumênico, pela abertura aos tempos novos na Igreja e na sociedade, pelo seu ensinamento social. Foi um grande pastor da Igreja! Santo Oscar Romero, mártir da fé, é testemunho de lucidez e firmeza na fé em tempos difíceis e de caridade heroica, exercida e mantida sobretudo na defesa do povo simples e pobre, ameaçado pelos poderes dominantes e pelo regime de força. Ele honra o episcopado latino-americano e, com seu testemunho, continuará a dar coragem e perseverança na fé a tantas pessoas que também hoje expõem a sua vida em testemunho do Evangelho.
 

TAMBÉM FOI CANONIZADO UM JOVEM DE 19 ANOS DE IDADE?

Foi muito significativo que, justamente, durante a realização da assembleia do Sínodo dos Bispos sobre o tema “os jovens, a fé e o discernimento vocacional” tenha sido canonizado também um jovem italiano, Nunzio Sulprizio. O Papa Francisco quis, assim, passar a mensagem para todos os jovens e para a humanidade inteira que o caminho da santidade é para todos e, em particular, para os jovens. Essa canonização já é parte da mensagem do Sínodo “dos jovens”.

 

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Cardeal Scherer dedica Igreja e altar da Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja

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18 de agosto de 2018

“Com a Igreja subiremos ao altar do Senhor” cantava o grande número de fiéis reunidos para celebrar a dedicação do templo e do altar da Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, no Jardim Paulista, na Região Episcopal Sé, no sábado, 11. A missa foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelo Padre José Edivaldo Melo, Pároco. No lado esquerdo do altar, a imagem de São Paulo Apóstolo apontava os resultados dos seis meses de reforma, que só foi possível graças à união de todos os paroquianos. 

 

RITO

No início da missa, Dom Odilo abençoou a água que foi aspergida ao longo da igreja, simbolizando a purificação da casa. Após a ladainha de todos os santos, foram depositados sobre o altar as relíquias de São José de Anchieta, Santo Antônio de Santana Galvão e Santa Paulina. O ato remete a uma antiga tradição dos cristãos de construir igrejas sobre os túmulos de santos e mártires, lembrando, desta forma, o sacrifício daqueles que se despojaram e dedicaram suas vidas a Deus. 

O Cardeal seguiu com as preces de dedicação da igreja e do altar e com a unção com o Santo Crisma nas novas paredes e na nova mesa eucarística, seguida da incensação. 

Por fim, com o altar revestido e iluminado recordou-se o sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor e que Cristo é a luz que se revela para o povo de Deus. Durante essa etapa do rito, Dom Odilo afirmou: “O altar tem o simbolismo da mesa, da primeira ceia que Jesus fez antes da cruz, quando instituiu a Eucaristia, o banquete pascal, por isso é o símbolo da mesa da família de Deus”. 

 

EDIFICAÇÃO

Na homilia, Dom Odilo refletiu sobre o papel de todos os cristãos como membros da Igreja, e do papel do povo como edificação viva. O Arcebispo destacou a segunda leitura, retirada da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, na qual o Apóstolo São Paulo afirma: “Vós sois a construção de Deus”. 

Ele explicou que o alicerce desta edificação, Jesus, é sólido e nenhum outro pode substituí-lo. “Somos construção de Deus, edificados sobre Cristo, fundamento e rocha firme que não se abala”, continuou.

Ainda sobre a segunda leitura, comparou os membros da Igreja de Cristo com os membros do corpo humano, que, dividido em várias partes, apresenta em cada uma delas uma função própria. 

Dom Odilo alertou também sobre a presença dos falsos ensinamentos, que afastam o povo da vida em comunidade e da atenção com o verdadeiro sentido do Evangelho.

Ao final da celebração, o paroquiano Fábio Lacerda, 48, agradeceu em nome da comunidade a presença do Cardeal e também destacou que as mudanças que foram feitas no templo eram símbolo do caminho sinodal. 

 

DE DENTRO PARA FORA

Começava na década de 1950 a construção da capela Nossa Senhora Auxiliadora, em um terreno comprado pelos padres da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, sendo inaugurada e abençoada pelo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, então Arcebispo Metropolitano, em 23 de maio de 1953. A nova capela recebia principalmente fiéis canadenses, americanos e ingleses. 

Em 1966, o Cardeal Agnelo Rossi, sucessor do Cardeal Motta, solicitou aos padres oblatos a elevação da capela a matriz paroquial com o objetivo de atender a um maior número de pessoas. No bairro do Jardim Paulista, no dia 17 de abril de 1966, foi instituída a Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, tendo como primeiro pároco o Padre Tomaz Brown, OMI. 

 

VIDA NO MEIO DO POVO

Maria Helena Papa é coordenadora dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e em novembro completa 50 anos como paroquiana da Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja. 

Segundo ela, além da formação para os sacramentos de Batismo, primeira Eucaristia, Crisma e Matrimônio, é oferecido uma vez por semana um curso de 
 
Teologia com estudos bíblicos, ministrado pela teóloga e também paroquiana Rosa Maria Zuccolo.

Dentro da proposta de evangelização, são atuantes os grupos de Encontro da Amizade, Legião de Maria, Encontro de Casais Com Cristo (ECC) e Apostolado da Oração. 

Para atender às necessidades da comunidade local, a paróquia administra a creche Menino Jesus, que atualmente atende 56 crianças de dois a quatros anos, além de oferecer cursos de costura e alfabetização de jovens e adultos. 

 

RENOVAÇÃO

Após ser alertado sobre os problemas estruturais que igreja apresentava, o Pároco elaborou um projeto de reforma que não descaracterizasse a história, mas que ao mesmo tempo trouxesse modernidade ao templo. O planejamento para a obra foi dividido em duas fases. Na primeira, foi realizado o reparo do telhado, que durou dois meses. Na segunda, a parte elétrica. 

Além disso, foi construído uma rampa de acessibilidade às pessoas com deficiência, atendendo a um desejo antigo da comunidade. As reformas, que começaram em fevereiro deste ano, tiveram importante participação e apoio dos paroquianos, que se uniram não só com as doações, mas com palavras de incentivo. 

Para Cristina Velloso, paroquiana, a cerimônia tem um sentido especial, de muita alegria para todos os paroquianos, que juntos contribuíram não só com doações, mas, sobretudo, com incentivo para a renovação da paróquia.  

 

(Colaborou Cleide Barbosa)
 

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Arquidiocese de São Paulo inicia Semana da Família

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16 de agosto de 2018

No sábado, 11, dia em que a Igreja celebrou a memória litúrgica de Santa Clara, a Arquidiocese de São Paulo realizou a abertura da Semana Nacional da Família, este ano realizada juntamente com o Encontro dos Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários. 

A programação celebrativa começou no Pateo do Collegio e terminou na Catedral da Sé. O frio intenso não afastou as centenas de crianças e jovens das cinco Regiões Episcopais, que mudaram a paisagem do local de fundação da cidade de São Paulo com cores e a alegria própria da juventude, desde as 08h. 

 

FAMÍLIAS EM DEFESA DA VIDA

No Pateo do Collegio, o evento contou com a animação do Padre Luís Claudio Braga, assistente eclesiástico da Pastoral da Comunicação (PASCOM), que convidou a todos a rezarem o Terço. A defesa da vida e da família foi refletida diversas vezes pelos participantes.  Uma faixa onde lia-se “A Democracia e a Vida dos Nascituros em risco, aborto não” denunciou as recentes ameaças à pessoa humana, em razão da descriminalização do aborto estar sendo buscada no Brasil por meio de várias estratégias ardilosas, tanto no Congresso Nacional como no Supremo Tribunal Federal (STF). Jovens da “Comunidade Famílias Novas do Imaculado Coração de Maria”, cujo carisma é servir a Deus pela valorização da família, encenaram a vida de Santa Gianna Beretta Molla, médica italiana que deu a vida para salvar sua filha Gianna Emanuela, tendo decidido levar adiante a gravidez de risco até o fim. A canonização de Santa Gianna aconteceu em 16 de maio de 2004, por São João Paulo II, no Vaticano, de quem recebeu o título de “Mãe de Família”. Os dois milagres que levaram à beatificação e canonização de Santa Gianna ocorreram no Brasil. Um em 1977, em Grajaú (MA), aonde desejou atuar como missionária juntamente com seu irmão, e o outro na cidade de Franca (SP), em 2000.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana e referencial para a Vida e a Família da Arquidiocese de São Paulo, arquidiocese de são Paulo inicia semana da Família Cleide BaRBOsa esPeCial PaRa O sÃO PaUlODom Sergio de Deus Borges, encerrou a programação no Pateo do Collegio falando aos pais e filhos sobre o tema da Semana Nacional da Família: “O Evangelho da família, alegria para o mundo”. “Queridos pais, as crianças merecem a alegria de pais que se amam e que se doam. Nós precisamos aprender, como família, a não caminhar sozinhos. Sozinhos não vamos para frente, precisamos ser uma grande família, a Família da Igreja, unida”. 

Na véspera da comemoração do dia dos pais, Dom Sérgio exortou-os a viver “a alegria de uma paternidade assumida com amor. A exemplo de São José, sejam, de fato, pais presentes, sejam alegria em seus lares, alegria para os filhos, ouvindo a palavra de Deus, vivendo a fé de modo a iluminar o lar, com a fé em Jesus”.

O Bispo exortou às mães a levar a ternura a seus filhos, e os filhos a serem gratos aos pais, que um dia deram um “sim” à sua vida. Logo em seguida, pouco depois das 10h, teve início a Caminhada da Família, tendo à frente andores levando as imagens da Sagrada Família e de São Tarcísio, padroeiro dos Coroinhas, até a Catedral da Sé. 

 

SANTIDADE: PRESENÇA MISERICORDIOSA

A Catedral da Sé teve todos seus espaços tomados para a celebração Eucarística, presidida pelo Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por Dom Sergio. Na homilia, dirigindo-se de maneira especial aos coroinhas, Dom Odilo disse que Jesus está feliz por tê-los perto nas comunidades, nas paróquias, participando da vida da Igreja, no serviço litúrgico no altar e que, pouco a pouco, Deus vai chamando cada um a discernir sua vocação: aos ministérios ordenados, à família, à vida religiosa consagrada. 

Contudo, disse Dom Odilo, a principal vocação é a santidade. Ao refletir sobre as Bem-aventuranças proclamadas por Cristo, conforme o Evangelho da missa (Mt 5,1-12), o Cardeal enfatizou que as sete bem-aventuranças são apresentadas como caminho de santidade. “A vida de santidade é amar a Deus, ao próximo, respeitar as pessoas, observar os mandamentos de Deus, mas, sobretudo, e o Papa recorda, a grande guia de santidade é a caridade, a bondade, a misericórdia. É ajudar as pessoas, nunca deixar um dia passar sem uma boa ação para o próximo, é o amor expressado concretamente”, exortou Dom Odilo. 

O modelo dos santos também foi citado pelo Arcebispo. São José de Anchieta, Santa Clara, São Francisco de Assis, a Sagrada Família de Nazaré e São Tarcísio, padroeiro dos coroinhas. Dom Odilo incentivou os jovens a seguirem o exemplo de São Tarcísio de amor a Jesus e de levar outros a conhecerem a Deus. A Igreja declarou São Tarcísio – o mártir da eucaristia – padroeiro dos acólitos, dos coroinhas e dos ministros extraordinários da Eucaristia. A sua festa litúrgica é celebrada no dia 15 de agosto.

Dom Odilo também abençoou o trabalho da Pastoral Familiar de ajudar os casais a encaminharem bem suas famílias, bem como conduzirem sua própria vida matrimonial de forma a educar seus filhos para que cresçam na fé. 

Antes do final da celebração, a Pastoral Familiar – representada pelo casal Nilton Sergio Ruiz Gomes e Leniluce Damasceno Loiola, coordenadores da Pastoral Familiar da Paróquia Santa Adélia, na Região Episcopal Belém – leu mensagem em que manifestou sua alegria pela celebração de abertura da Semana da Família. A Pastoral ainda reafirmou sua missão no âmbito da sociedade e da Igreja e, em sintonia com o sínodo arquidiocesano, ratificou o compromisso neste caminho de comunhão, conversão e renovação missionária, pois “o povo de Deus começa sempre em uma família, que vive entre famílias de fé”

 

NA ALEGRIA DE SERVIR

Ronaldo de Oliveira e Luciana Franklin, da Pastoral Familiar da Paróquia Mãe de Jesus, na Região Episcopal Ipiranga, com alegria acompanharam o filho coroinha, Lucas Franklin, 14, que entusiasmado descreveu a responsabilidade da função: “É algo primeiramente pra Deus porque nós não devemos pensar em nós mesmos, mas em ajudar a servir a Deus”. O chamado a servir também encontrou resposta no coração de Maria Luiza Costa, 15, acólita, que descobriu desde a catequese, na Paróquia de Santana, Região Episcopal Santana, a vontade de participar mais, “porque é o máximo que posso estar perto de Jesus”. Segundo Maria Luiza, esse serviço a amadureceu para a vida, no sentido de buscar observar os mandamentos de Deus em todos os momentos. A amiga Bruna Loiola, 16, da mesma paróquia, por um tempo se afastou, deixou de ser acólita, mas voltou porque na comunidade encontrou uma família. 
 

 

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Pastoral da Saúde terá missa em ação de graças por atividades de 2017

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03 de dezembro de 2017

Os agentes da Pastoral da Saúde e todos os fiéis da Arquidiocese de São Paulo estão convidados para a missa em ação de graças pelas atividades desenvolvidas pela Pastoral em 2017.

A celebração eucarística acontecerá na Catedral da Sé, no sábado, dia 9, às  9h,  presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e terá entre os concelebrantes o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano da Pastoral.

Na ocasião, será celebrada também a conclusão dos cursos de Pastoral da Saúde realizados ao longo do ano nas seis regiões episcopais da Arquidiocese. Os agentes receberam sólida formação nas três dimensões da Pastoral da Saúde: solidária, comunitária e político- institucional.

“Temos muito para agradecer a Deus:  As milhares de visitas aos doentes nas casas, hospitais, clínicas e asilos; a Romaria a Aparecida; os cinco cursos de pastoral da saúde na regiões episcopais; o curso da pastoral hospitalar; a escola de formação dos direitos sociais e políticas públicas de saúde; a campanha pela doação de sangue com o abril solidário; os congressos da pastoral da saúde Estadual e Nacional; a tenda da saúde nas concentrações da arquidiocesanas; o segundo encontro dos militantes da saúde; a manhã de espiritualidade para os profissionais da saúde; entre tantas atividades que a Pastoral da Saúde realizou em 2017”, afirma José Gimenes, Coordenador Arquidiocesano da Pastoral.

A Pastoral da Saúde realizou celebração similar em 2016. Na ocasião, Dom Odilo ressaltou a importância da visita aos enfermos como forma de levar a eles alegria e esperança.

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‘A opinião pública tem o direito de conhecer a verdade, sem a manipulação ideológica’

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25 de outubro de 2017

Os dias seguintes à coletiva de imprensa de 18 de outubro na Cúria Metropolitana (leia detalhes na página 14) foram de intensas críticas ao apoio da Arquidiocese de São Paulo à Plataforma Sinergia, que detém a tecnologia para a produção da Farinata, produto alimentício que será adotado pela Prefeitura de São Paulo como parte do projeto “Alimento para Todos”, estruturado a partir da lei 16.704/2017, que cria a Política Municipal de Erradicação da Fome e da Promoção Social dos Alimentos.

Em entrevista exclusiva ao O SÃO PAULO , o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, reitera o apoio à proposta da Plataforma Sinergia como uma alternativa para a solução do problema da fome, do descarte de alimentos e do consequente dano ambiental pelo excessivo desperdício. Ele também lamenta que a opinião pública não tenha tido acesso às informações corretas da proposta e que as reflexões na sociedade ainda não estejam sobre o ponto central do programa. “Na discussão em questão, o que deveria estar em primeiro lugar é a pessoa do pobre, a luta contra o vergonhoso desperdício de alimentos, que gera muitos danos ambientais, e o bem da ‘casa comum’. Isso deveria estar acima de interesses partidários e constituir a plataforma comum para o engajamento de todos”, afirmou. 

Leia a seguir a íntegra da entrevista.

 

O SÃO PAULO - MESMO APÓS A COLETIVA DE IMPRENSA REALIZADA NO DIA 18 PELA ARQUIDIOCESE, A PLATAFORMA SINERGIA E A PREFEITURA DE SÃO PAULO, PERMANECEM QUESTIONAMENTOS SOBRE A QUALIDADE E A VIABILIDADE DO USO DA FARINATA PARA AUXILIAR NO COMBATE À FOME NA CIDADE. A QUE O SENHOR ATRIBUI A INSISTÊNCIA DE ALGUNS SETORES DA SOCIEDADE EM DESQUALIFICAR ESSA INICIATIVA DA PLATAFORMA SINERGIA?

Cardeal Odilo Pedro Scherer - A opinião pública tem o direito de ter informações corretas sobre as questões que estão em jogo nessa polêmica: 1)  Sobre o programa da Prefeitura – “Alimento para Todos”, é a Prefeitura que deve dar as explicações adequadas; 2) A lei municipal, assinada pelo Prefeito João Doria, é resultante de um projeto de lei na Câmara Municipal, de autoria do vereador Gilberto Natalini, que foi aprovado com grande consenso. Essa lei trata do direito ao alimento e das medidas para viabilizar o que ela prevê. A própria lei é de domínio público e está na base do programa “Alimento para Todos”; 3) A Farinata, produto alimentício semelhante à farinha, é obtida da transformação de vários alimentos ainda bons, transformados através de um processo próprio para lhes proporcionar ainda uma ulterior durabilidade. Da Farinata podem ser produzidos vários produtos prontos para o consumo, como pão, macarrão, bolo, pizza etc. Não se trata de “rejeitos” de alimentos, nem de alimentação de qualidade questionável. Quem deve dar as informações sobre a Farinata é a detentora de sua patente, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) chamada Plataforma Sinergia. A insistência em desqualificar a Farinata, ao meu ver, tem diversos motivos, entre os quais a forma inadequada como foi apresentada ao público, a desinformação, o envolvimento ideológico e partidário e o interesse eleitoral de diversos setores. Infelizmente, a Farinata foi identificada com um derivado dela, logo “carimbado” como “ração” e tido como “indigno” dos pobres e da pessoa humana. Grande equívoco, se não foi maldade! O repasse irrefletido desse equívoco pelas mídias não deu mais espaço para uma compreensão serena e objetiva da própria Farinata e das possibilidades alimentares que ela pode oferecer. Volto ao início da resposta: a opinião pública tem o direito de conhecer a verdade das coisas, sem a manipulação ideológica de quem quer que seja.

 

O SENHOR JÁ DISSE EM OUTRAS ENTREVISTAS QUE A INICIATIVA DA PLATAFORMA SINERGIA NÃO É UM PROJETO DO GOVERNO JOÃO DORIA. PODE NOS RECORDAR QUANDO TOMOU CIÊNCIA DA PROPOSTA DA PLATAFORMA E COMO A TEM APOIADO DESDE ENTÃO?

De fato, desde 2012, acompanho com interesse a elaboração da proposta da Plataforma Sinergia, porque creio que ela vai na linha da solução de três questões que apelam à consciência e preocupam muito a Igreja: 1) O escândalo da fome no mundo e no Brasil também; 2) O também escândalo do enorme desperdício de alimentos bons para o consumo. O Brasil é um campeão no desperdício de alimentos; 3) O pesado dano ambiental causado pelo desperdício e mau aproveitamento dos alimentos.

 

ALGUMAS PESSOAS, INCLUINDO ALGUNS LÍDERES RELIGIOSOS, AFIRMAM QUE A ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO NÃO DEVERIA APOIAR UMA INICIATIVA QUE DARÁ “MIGALHAS AOS POBRES”. O QUE O SENHOR TEM DIZER A RESPEITO?

Penso que devemos ter diante de nós a meta ideal a ser buscada e lutar por ela. Neste caso, a meta é que os pobres tenham condições de vida digna, respeito à sua humana dignidade e seus direitos, alimento com qualidade, moradia, roupa, casa, escola, trabalho, segurança, além de outros bens necessários à vida digna. Para alcançar essas metas, todos devem se empenhar e, mais ainda, os governantes. No entanto, não devemos deixar de fazer aquilo que hoje nos é possível, mesmo que ainda não satisfaça integralmente as necessidades e os direitos dos pobres. Além do mais, os pobres precisam ser ajudados aqui e agora. O Papa Francisco nos lembra: pobre tem nome, rosto, idade, momento e lugar onde vive. Pobre não é simplesmente uma categoria ideal ou ideológica. Pobre é pessoa concreta. Se não temos ainda a solução ideal, não devemos deixar de fazer o que está ao nosso alcance.

 

QUE RESPOSTA O SENHOR DARIA A OUTRAS CRÍTICAS QUE PODEM SER RESUMIDAS NO SEGUINTE PENSAMENTO: “AO APOIAR UMA INICIATIVA COMO ESSA, A IGREJA ESTÁ ENXERGANDO O POBRE COMO UM ‘COITADINHO’ E DEIXANDO DE COLABORAR PARA QUE ELE, EFETIVAMENTE, MUDE SUA CONDIÇÃO DE VIDA”?

A resposta já está na questão anterior, mas acrescento que o pobre, para a Igreja, não é um “coitadinho”. Esse é um clichê aplicado à Igreja de maneira preconceituosa, mas é equivocado. Para a Igreja, o pobre é uma pessoa concreta, com dignidade e direitos a serem respeitados e valorizados em cada pessoa pobre. Talvez se pretenda que a Igreja deva se alinhar a um partido específico ou não deva trabalhar com determinado governante, porque pertence a certo partido... Mas, a Igreja não é um partido e tem suas motivações próprias para agir e não deve ser instrumentalizada para fins político- partidários. Na discussão em questão, o que deveria estar em primeiro lugar é a pessoa do pobre, a luta contra o vergonhoso desperdício de alimentos, que gera muitos danos ambientais, e o bem da “casa comum”. Isso deveria estar acima de interesses partidários e constituir a plataforma comum para o engajamento de todos. 
 

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Cardeal Scherer faz análise sobre jubileu da misericórdia e conjuntura brasileira

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04 de outubro de 2017

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, participa nesta semana, em Roma, da plenária do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização e de uma reunião da Congregação para o Clero.

No primeiro evento, já encerrado, os membros do Conselho fizeram uma avaliação do Ano Santo da Misericórdia e analisaram o novo diretório catequético. No encontro da Congregação para o Clero, serão debatidas as diretrizes da Santa Sé para a formação sacerdotal.

Em visita à sede brasileira da rádio Vaticano, Dom Odilo concedeu entrevista ao jornalista Silvonei José.

 

CLIQUE E OUÇA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA

O Cardeal detalhou que foi feita uma análise positiva sobre o jubileu da misericórdia, que levou aproximadamente 20 milhões de peregrinos a Roma durante esse período.  “O tema do Ano Santo da Misericórdia era realmente tocante e se refere a uma questão central da nossa fé e da vida cristã, conforme acentuava o Papa Francisco. Realmente, houve uma boa resposta à proposta do Ano Santo da Misericórdia”, afirmou

Dom Odilo também falou sobre a atual conjuntura econômica, política e social no Brasil. “Atravessamos um período difícil, em que apareceram muitos fatos que estavam encobertos no passado e que, felizmente, vão sendo desvendados. De alguma maneira, a sociedade começa a tomar não só conhecimento sobre eles, mas a tomar atitude. Só assim, penso eu, é possível corrigir certas distorções na vida social, na vida econômica, na vida pública, certas imoralidades, certas formas de corrupção, de desvio de conduta, e assim por diante. Isso também traz esperança. Talvez, diante do volume de malfeitos, poderíamos ser levados ao desânimo, ao abatimento, mas quando se começa a encarar a realidade, a desvendar e a tomar as medidas consequentes para sanear uma situação que não está bem, já estamos na boa direção”, afirmou.

 

(Com informações da rádio Vaticano)

 

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