NACIONAL

55ª Assembleia Geral da CNBB

Bispos do Brasil aprovam documento sobre a iniciação cristã

Por Fernando Geronazzo
16 de mai de 2017

Os bispos reunidos em Aparecida (SP) para 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada de 26 de abril a 5 de maio, aprovaram na quarta-feira, 3, o documento sobre a iniciação à vida cristã.

imprensa CNBB

Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, afirmou ao O SÃO PAULO que os católicos brasileiros terão em mãos um documento que ajudará as comunidades a colocarem em prática o processo de iniciação cristã. “Não tenho dúvidas que este documento vai desencadear muitíssimas experiências de evangelização pelo Brasil afora”, disse.

O Arcebispo informou, ainda, que houve um bom número de proposições de melhorias na redação. “Essas contribuições são um indicativo do grande interesse que essa temática suscitou nos bispos”, disse.

 

 

 

Amoris Laetitia

Nos trabalhos da Assembleia também foi dada a atenção para a elaboração de um subsídio com orientações para aplicação prática da exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, do Papa Francisco.

De acordo com o bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, Dom Pedro Carlos Cipollini, o texto não pretende ser um manual, mas um pequeno roteiro para a prática concreta do que o Santo Padre recomenda a toda a Igreja.

Além da Comissão para a Doutrina da Fé, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família também foi encarregada da elaboração do subsídio.

Dom Pedro acredita que que esse subsídio fará muito bem para a Igreja no Brasil e irá facilitar a divulgação e a compreensão da Amoris Laetitia, principalmente no que diz respeito à atenção pastoral aos casais em dificuldades.

“Para a Igreja Católica, a família é uma questão basilar. Basta pensarmos que na Igreja primitiva, nos primeiros séculos, as comunidades cristãs se reuniram nas famílias. A própria Igreja é uma grande família”, afirmou o Bispo.

 

Ministério da Palavra

Outro subsídio trabalhado na Assembleia é sobre orientações para a celebração da Palavra e a formação dos ministros da Palavra.

No Brasil, há muitas comunidades que não têm a celebração da Eucaristia dominical, chegando a ficar até meses sem a missa. Em muitas dessas realidades, há ministros leigos que presidem liturgias da Palavra e, sempre que possível, há comunhão da reserva eucarística de missas celebradas anteriormente.

Para tanto, Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, destacou que é preciso formar ministros leigos instituídos, que participem ativamente da vida eclesial para presidirem a celebração da Palavra. “Não basta um conhecimento superficial da Palavra para poder partilhá-la, deve haver uma suficiente iniciação.

É preciso investir no conhecimento da Palavra bem como na maneira de apresentá-la à comunidade”, afirmou.

Para Dom Armando, o subsídio trará uma atualização necessária ao reafirmar e incentivar este ministério e ao recordar que pelo Batismo a Igreja toda é ministerial.

 

Ecumenismo: do conflito à comunhão

Na noite da terça-feira, 2, os bispos participaram de uma celebração ecumênica que recordou os 500 anos das Reforma Protestante. O ato contou com a presença de representantes de diferentes denominações cristãs.

Ao falar sobre os eventos que recordam os cinco séculos da Reforma, Dom Francisco Biasin, bispo de Barra do Piraí - Volta Redonda (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo, ressaltou os passos concretos dados no ecumenismo especialmente nos últimos 50 anos. “Se houve atitudes de distanciamento e até desamor, atualmente, graças ao clima do Concílio Ecumênico Vaticano II, estamos passando do conflito à comunhão”, disse.

Recordando o apelo e gestos ecumênicos do Papa Francisco, Dom Biasin enfatizou que o diálogo ecumênico tem uma riqueza espiritual, pois permite a troca de dons entre as igrejas. O Bispo também recordou o que o Santo Padre chama de “ecumenismo de sangue”, testemunhado com o martírio dos cristãos. “Eliminam, matam e sacrificam os cristãos pelo fato de serem discípulos de Jesus Cristo e anunciadores do seu Evangelho”.

“Discutimos por causa de Doutrina e pouco enxergamos o quanto temos em comum e como poderíamos viver melhor a partir daquilo que temos em comum”, acrescentou o Bispo.

 

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