Liturgia e Vida

‘Se o teu olho é ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe’ (Mt 5,29)

6º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 16 DE FEVEREIRO DE 2020

Longe de abolir os Mandamentos, Cristo levou-os à perfeição: “Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17). Ele, inclusive, pôs uma exigência ainda maior no cumprimento da justiça para com Deus e os homens. Mais que o mero cumprimento externo das normas, Ele pede uma total adesão de nosso coração!
Por isso, ensina: “Ouvistes o que foi dito: ‘Não matarás!”. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo” (Mt 5,21s). Não basta abster-se do mal; é necessário nem sequer querê-lo! Não praticar imoralidades sexuais, por exemplo, é uma obrigação básica; mas Ele pede mais: “Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5,28s). 
Assim, Nosso Senhor ensina que é possível pecar por meio de simples pensamentos! Devemos ser justos também em nossa intimidade, quando somente Deus nos vê e ouve. Por isso, no ato penitencial da Santa Missa dizemos: “Pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões”. É possível cometermos até mesmo pecados mortais por meio de pensamentos, se consentirmos – com pleno conhecimento – em ideias ou desejos contrários à Lei de Deus! 
Assim, se deliberadamente alimentarmos desejos de vingança, homicídio, impurezas sexuais, ressentimentos, cobiça, juízos temerários ou pensamentos de desprezo pelo próximo, pecamos contra Deus e perdemos a Sua graça santificante. Precisamos, humildemente, pedir perdão na Confissão e suplicar-Lhe a graça de passar a amar o próximo como Ele ama. 
Além do recurso ao sacramento da Confissão, no entanto, o cristão que quer viver conforme os Mandamentos deve afastar – por meio da vontade – todos os maus pensamentos. É mais ou menos normal que venham pensamentos ruins de ira, impureza, orgulho etc. Ter um pensamento em si não é pecado. O pecado surge somente quando consentimos nele ou o alimentamos. Portanto, devemos prontamente repelir as más sugestões que nos vêm à cabeça ou ao coração.  
É necessário um verdadeiro saneamento dos pensamentos e da imaginação. Como fazer isso? Guardando a vista: não olhando com curiosidade tudo o que nos interessa ou atrai, especialmente se é algo pecaminoso. Deter o olhar em algo que pode nos colocar em ocasião próxima de pecado já é, em si mesmo, um pecado. Afinal, somente entrará na casa do Senhor “aquele que fecha os olhos para não contemplar o mal” (Is 33,15). Preservemos o coração de filmes, séries de TV, sites e espetáculos que fomentam a cobiça, a violência ou a sensualidade! Domemos a imaginação, desprezando-a sempre que nos sugerir pensamentos maus!
“Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir” (Eclo 15,18). Escolhamos ter os olhos e os pensamentos sempre colocados no Senhor. Somente assim é possível percorrer os seus caminhos, manter o coração inocente e ter uma vida profunda de oração!

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