Liturgia e Vida

‘É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!’ (Lc 21,19)

33º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 17 DE NOVEMBRO DE 2019

Receberemos a firmeza necessária para praticar a fé em Cristo se formos dóceis ao Espírito Santo. Pois “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, amor e disciplina” (2Tm 1,7). A oração é o meio pelo qual Deus mesmo nos capacita a perseverar com firmeza na fé e na observância dos Mandamentos. Ora, uma das piores doenças espirituais de nossa época - à qual todos estamos sujeitos - é justamente a falta de firmeza no que se refere a Deus.
Essa atitude leva pessoas a se iludirem, imaginando ser possível viver o Cristianismo sem convicção. Não mais exteriorizam a sua fé; não querem fazer sacrifícios por Deus ou rezar; não renunciam a seus gostos e prazeres para obedecer aos Mandamentos. Como resultado, aos poucos caem na tibieza, vão considerando tudo na religião como um “exagero” e um peso e, paulatinamente, deixam de crer. Alguns desses indivíduos até permanecem na Igreja, mas sem convicção. 
Para eles, as personalidades e as preocupações do mundo substituíram a fé. Os artistas, “ídolos” do esporte e políticos do momento ocupam mais tempo nos seus pensamentos do que Jesus, o Evangelho e os sacramentos. O Decálogo e a suave Lei de Cristo cedem lugar ao comportamento da moda. O futuro da Igreja, a evangelização dos familiares e a salvação eterna das almas deixam de ser preocupações… A grande “inquietação” passa a ser não perder o novo seriado do Netflix. Então, essa pobre alma perde totalmente o critério e passa a se divertir com coisas frívolas ou mesmo gravemente contrárias a Deus. 
O fato, porém, é que os cristãos sem convicção serão engolidos! A superstição, a idolatria, a falta à missa dominical, a negligência da Confissão, o desleixo com a família, os pecados sexuais e as drogas (oferecidos de bandeja a quem quiser), a mentira, a cobiça e outros pecados, estarão sempre aí, à mão de todos os homens sem convicções firmes. Ao contrário, a fé, a caridade, a humildade, a pureza, a continência, a sobriedade, toda virtude… e o Céu estarão ao alcance somente de quem possui convicções profundas sobre a bondade de Deus e, também, sobre a gravidade do pecado, já que “os soberbos e ímpios serão como palha; o dia vindouro haverá de queimá-los” (Ml 3,19s).    
Ser firmes nas coisas de Deus está ao nosso alcance não porque sejamos “bonzinhos”, mas porque Ele mesmo nos capacita. A fé e a moral católica não estão acima das possibilidades das pessoas comuns; não são realidades apenas “ideais” que nos relegam a viver conforme um reduzido “possível” ou mediocremente. Não! Todos podemos atingir a “estatura de Cristo”, e, assim, “não seremos mais como crianças joguetes de ondas, agitadas por todo vento de doutrina, presos pelas artimanhas dos homens” (Ef 4,14). Deus não nos pede nada que Ele mesmo não nos capacite a fazer! E Ele, que nos dará a convicção e a firmeza na fé necessárias, adverte: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lc 21,19).

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