Liturgia e Vida

Recordemos de seu exemplo, peçamos sua intercessão!

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS – 3 DE NOVEMBRO DE 2019

A Igreja não se resume a nossas paróquias e dioceses. Uma porção ainda maior do Corpo Místico de Cristo já não está neste mundo: os santos que contemplam a Deus no Céu e as almas que são purificadas no purgatório. Esta verdade de fé nos preserva do erro de ver a Igreja simplesmente sob o aspecto político e sociológico. Não somos uma associação de pessoas com interesses comuns e regida por um parlamento terreno… Somos a porção militante dos filhos adotivos de Deus. Somos os que ainda passam pela “grande tribulação” (Ap 7,14) a caminho da vida eterna. 
Nesse caminho, os santos são nossos intercessores! Santa Teresinha disse que desejava, depois da morte, “passar o meu Céu fazendo o bem na terra”. Padre Pio, por sua vez, prometeu ficar “à porta do Céu” até que todos os seus filhos espirituais entrassem com segurança. Os milagres são uma prova da ajuda dos santos. A cura de um cego que colocou uma imagem de Irmã Dulce sobre os olhos foi o que valeu a canonização do “Anjo bom da Bahia”. Como um irmão que ajuda o irmão, um pai ou uma mãe que cuida de seu filho, os santos nos auxiliam corporal e espiritualmente. Sobretudo Nossa Senhora, a Rainha dos Santos, que, além de nos alcançar muitas graças, dirige as almas no caminho da santidade. 
Além disso, os santos são um modelo de vida. Segundo Bento XVI, a vida deles nos oferece “a interpretação mais profunda da Escritura”. Correríamos o risco de deformar a missão e até mesmo o Magistério da Igreja se não nos recordássemos continuamente e com reverência da prática concreta de nossos “pais” na fé! Como viveram mães de família canonizadas, como Gianna Beretta Molla e Zelia Guérin? Como atuaram religiosos como Maximiliano Kolbe e Irmã Dulce? O que desejaram missionários como José de Anchieta e Damião de Molokai? O que praticaram e ensinaram padres como o Cura d’Ars e Josemaria Escrivá? Em que acreditavam doutores como Santo Tomás, São Francisco de Sales e Santo Agostinho?
Podemos até nos sentir pequenos diante deles! É preciso, porém, confrontar seriamente nossa vida e nossa fé com a deles. O Papa Francisco alerta constantemente sobre o perigo de uma Igreja “autorreferencial”. Pois bem, a pior autorreferencialidade seria nos esquecer daqueles que guardaram a fé e combateram o bom combate, isto é, dos santos, verdadeiras referências do que é ser cristão! A pretensão de aventurar-nos numa “igreja nova”, alheia ao exemplo dos santos, feita à imagem e semelhança dos “tempos atuais”, apenas faria de nós filhos soberbos e ingratos. Afastar-nos-ia de Jesus Cristo! E, cedo ou tarde, teríamos de retornar como o “Filho Pródigo”, envergonhados de nossa miséria e degradação.    
“Lembrai-vos dos vossos dirigentes que vos anunciaram a Palavra de Deus. Considerando o fim de sua vida, imitai-lhes a fé” (Hb 13,7). Os santos são um presente que Deus nos fez e faz. Olhemos para suas vidas, peçamos a sua intercessão e desejemos estar ao seu lado, com Jesus e Maria, no Céu.   
 

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