Editorial

Papa: sinal visível de unidade na Igreja

A busca da unidade entre os cristãos não é opcional. Cristo instituiu uma só Igreja e, como diria São Paulo, somos todos membros desse corpo, cuja cabeça é o próprio Cristo. Para que esse esforço constante tenha efeito, precisamos de gestos concretos. Precisamos celebrar os sacramentos, bem como necessitamos de símbolos, modelos e outras fontes de inspiração.

O Papa é o sinal mais visível de unidade para os fiéis católicos. Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, nos números 880 a 882, ao instituir a Igreja, Cristo lhe deu um corpo colegial formado pelos apóstolos. À frente deles ficou São Pedro. Hoje, os bispos continuam unidos entre si, como sucessores dos apóstolos.

Sobre Pedro, o Senhor estabeleceu a pedra fundamental da sua Igreja. “Confiou-lhe as chaves desta e instituiu-o pastor de todo o rebanho”, diz o Catecismo. “O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, tanto os bispos quanto a multidão dos fiéis”.

Cristo deu a Pedro o poder de “ligar e desligar”. Em seu ministério, como o título em Latim Pontifex Maximus indica, o Papa é o principal “construtor de pontes” entre os seres humanos. Ele também nos aproxima de Deus. O Papa é o pastor de toda a Igreja. Sem ele, somos ovelhas sem rumo. Demonstrar adesão ao Santo Padre e carinho por ele são manifestações de amor à Igreja de Cristo.

Embora a Igreja seja santa, nós somos todos pecadores e, por vezes, falhamos ao construir e manter a unidade tão desejada por Cristo. Nem sempre sustentamos a Igreja na figura do Papa: deixamos prevalecer a crítica e o espírito de divisão. 

Existem muitas formas concretas de demonstrar comunhão com o Papa para superar esse espírito de divisão. Entre elas está a caridade. Além do apoio material ordinário à Igreja, é possível colaborar pessoalmente com as obras de caridade do Santo Padre – gesto caro ao Papa Francisco, que enxerga na Esmolaria Apostólica um ofício essencial de seu pontificado.

A Esmolaria é o escritório do Vaticano para a caridade do Papa. Por meio dela, Francisco enviou doações de quase R$ 2 milhões para os migrantes na fronteira do México com os Estados Unidos; e quase R$ 700 mil para vítimas de furacões em Moçambique, Malawi e Zimbábue; e quase R$ 400 mil às vítimas de terremotos no Haiti, apenas para citar alguns exemplos. Além disso, no dia a dia, muitas outras ofertas são feitas ao povo da rua, aos pobres e aos doentes.

Esse dinheiro é armazenado no chamado “Óbolo de São Pedro”. Todos os anos, as dioceses fazem uma coleta destinada a esse fim. Na Arquidiocese de São Paulo, a coleta ocorre nas missas dos dias 29 e 30 de junho. Também é possível doar on-line: www.obolodisanpietro.va.

A segunda forma singular de comunhão com o Santo Padre – e, talvez, a mais difícil para nós, que somos fracos – é a oração. “Não se esqueçam de rezar por mim”, pede insistentemente Francisco.

Como não atender a um pedido tão terno e humano? Vamos ao seu encontro, seja por meio da Santa Missa ou por orações, pessoais e comunitárias, como a que rezamos no Corpus Christi: 
“Deus, pastor e guia de todos os fiéis, olhai propício para o vosso servo, o Papa Francisco, que constituístes pastor de vossa Igreja. Concedei-lhe, vos suplicamos, a graça de edificar seus súditos com suas palavras e exemplos, a fim de que, com o rebanho que lhe foi confiado, alcance a vida eterna”.

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