Opinião

Santificação da vida corrente

O cristão de todos os tempos deve ser coerente em sua vida familiar, profissional, social e apostólica, não confundindo os valores que deve viver no cotidiano, inspirados por sua vida interior, com aqueles assuntos de livre opinião, numa sociedade plural.

Os cristãos devem compor um partido único, no que diz respeito a seguir as linhas mestras da Igreja e sua obediência ao Sumo Pontífice; porém, no que concerne às opiniões políticas e culturais, as teorias não abrangentes são aquelas que devem prevalecer, adotando as que lhe parecem, de sã consciência, as melhores, e devendo, por outro lado, respeitar os que pensam de forma diferente.

Nessa matéria, não há partido único. À evidência, os valores cristãos devem impregnar sua ação no trabalho, na participação social, na manifestação cultural, mas as próprias convicções em qualquerassunto opinável devem ser de sua responsabilidade pessoal, não procurando tornar Deus um cabo eleitoral de suas ambições ou justificativa para seus erros e suas preferências, nem atribuindo a Deus os seus desacertos, o que acontece não poucas vezes.

O verdadeiro cristão, que santifica sua vida ordinária, é fiel às suas obrigações cristãs e, pessoalmente, responsável por seus atos, falando em seu próprio nome, sempre que lhe pedem opiniões sobre questões que não dizem respeito à fé, pois é o que Deus espera de seus filhos. Ele os inspira nas suas ações, contudo os quer responsáveis e fiéis na luta por um mundo melhor, por meio de sua vocação familiar, profissional e social.

Quando São Josemaría Escrivá declarou que a crise do século XX não era uma crise de homens, mas de santos, quis dizer que, se houvesse, em cada profissão do mundo, mais pessoas santas, o mundo seria melhor.

Esta é a nossa verdadeira missão na terra: seguirmos a Cristo em tudo o que diz respeito às leis eterna e natural e, por Ele inspirados, atuar, sob nossa responsabilidade, para tornar o mundo melhor.

Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO, UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), Superior de Guerra (ESG), e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); doutor honoris causa das universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs Paraná e Rio Grande do Sul, e catedrático da Universidade do Minho (Portugal); presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio- -SP; fundador e presidente honorário do Centro de Extensão Universitária – CEU/Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS)
 

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