Espiritualidade

Papa Francisco pede aos jovens que digam sim a Deus agora

O lema da JMJ do Panamá ecoou em todos os encontros com o Papa, foi comentado nas catequeses dos Bispos e o fio condutor das palavras do Papa Francisco, como ele mesmo mencionou na homilia da missa de encerramento: “Ao longo destes dias, como um fundo musical, acompanhou-nos de modo especial o “faça-se” de Maria. Ela não se limitou a acreditar em Deus e nas suas promessas como algo possível, mas acreditou em Deus e teve a coragem de dizer ‘sim’ para participar neste agora do Senhor. Possam vocês, de igual modo, sentir que têm uma missão, deixarse apaixonar… e o Senhor decidirá tudo.”

Para animar os jovens a viver uma vida valiosa, logo no início da JMJ, o Papa os colocou diante de questionamentos fundamentais da existência cristã: conhecer e amar Jesus Cristo e a convicção de sentir-se amados por Deus. Para isso, relembrou as palavras de um santo centro-americano: “O cristianismo não é um conjunto de verdades para se acreditar, nem de leis para se observar nem de proibições… O cristianismo é uma Pessoa que me amou tanto, que deseja e pede o meu amor. O cristianismo é Cristo” (Santo Oscar Romero). O Papa aprofundou essa ideia fundamental: o cristianismo é Cristo! “É continuar o sonho pelo qual Ele deu a vida: amar com o mesmo amor com que Ele nos amou. Não nos amou pela metade, não nos amou um pouco… Amou-nos totalmente, cumulounos de ternura, de amor; deu a sua vida.”

A seguir, o Papa explicou o fenômeno que nos surpreende a cada Jornada: uma enorme multidão de jovens provenientes de todo o mundo (no Panamá, estiveram cerca de 700 mil peregrinos): “O que nos impele a nos encontrar? Vocês sabem o que nos mantém unidos? É a certeza de saber que fomos amados com um amor cativante, que não queremos nem podemos calar; um amor que nos desafia a responder da mesma maneira: com amor. O que nos impele é o amor de Cristo (cf. 2Cor 5, 14)”.

O Papa tocou o coração dos jovens ao falar do amor de Jesus: “Amor diário, discreto e respeitador, amor feito de liberdade e para a liberdade, amor que cura e eleva. É o amor de Deus, que entende mais de levantamentos do que de quedas, de reconciliação do que de proibições, de dar nova oportunidade do que de condenar, de futuro do que de passado. É o amor silencioso da mão estendida no serviço e na doação; é o amor que não se vangloria nem se enaltece, é o amor humilde que se dá aos outros sempre com a mão estendida. Esse é o amor que nos une hoje.”

Penso que muitos jovens presentes nesses dias no Panamá se sentiram profundamente interpelados diante de Deus, para serem generosos no discernimento da sua vocação. O Papa explicou algo impressionante: Maria Santíssima era uma jovem muito nova em idade no momento em que recebeu o anúncio do arcanjo, de haver sido escolhida pelo Amor de Deus para ser a Mãe do Filho de Deus feito Homem, Jesus Cristo. Deveria ter 15 ou 16 anos: uma menina na flor da idade. E dela, de seu sim, de sua resposta generosa, dependeu a realização do projeto divino da salvação, pela Encarnação da Segunda Pessoa da Trindade.

Essas foram suas palavras: “O anjo perguntou-lhe se queria trazer este sonho no seu ventre, se queria torná-lo vida, fazê-lo carne. Maria tinha a idade de muitos de vocês, a idade de tantas jovens como vocês. Ela respondeu: ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1,38). Fechemos os nossos olhos, todos nós, e pensemos em Maria. Ela sabia o que era o amor e respondeu: ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua ‘palavra’. Nestes breves momentos de silêncio, em que Jesus diz a cada um – a este, àquele, àquele outro – ‘Você está disposto? Você quer?’ –, pense em Maria e responda: ‘Quero servir a Deus. Faça-se em mim segundo a tua palavra’. Maria soube dizer ‘sim’. Teve a coragem de dar vida ao sonho de Deus. E o mesmo se pede a nós hoje: ‘você quer encarnar com as suas mãos, os seus pés, o seu olhar, o seu coração o sonho de Deus? Você quer que o amor do Pai lhe abra novos horizontes e o (a) leve por sendas nunca imaginadas nem pensadas, sonhadas ou esperadas, que alegrem e façam cantar e dançar o coração?’”

Na homilia do último dia, o Papa exortou os jovens a não adiar a sua resposta a Deus e nem pensar que “a sua missão, a sua vocação e até a sua vida é uma promessa que vale só para o futuro, nada tem a ver com o presente… Vocês, queridos jovens, não são o futuro... Vocês são o presente! Não são o futuro de Deus; vocês, jovens, são o agora de Deus. Ele os convoca… [para] realizar o sonho que o Senhor sonhou para vocês. Não amanhã; agora!”

Todos voltaram para as suas casas com o coração ardente de alegria e com a inquietação de corresponder como o Papa Francisco espera: “Temos a coragem de responder ao anjo, como Maria, ‘eis-nos aqui, somos os servos do Senhor, faça-se em nós…’. Agora não respondam; cada qual responda no seu coração. Há perguntas que se respondem apenas em silêncio”.

“Em nome de Jesus, eu lhes digo: ‘Vão e façam o mesmo. Não tenham medo de amar, não tenham medo deste amor concreto, deste amor que tem ternura, deste amor que é serviço, deste amor que dá a vida’. ”

 

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