‘Doutora, minha boca está torta, será que é AVC?’
Calma! Nem toda dormência ou alteração nos músculos do rosto significa AVC (conhecido também como derrame cerebral). Essa alteração, na maioria das vezes, é causada pela paralisia de Bell, conhecida como paralisia facial. Pode acontecer devido a uma infecção viral, caracterizada por fraqueza muscular de metade do rosto. O paciente tentar sorrir, mas somente metade da boca se movimenta; tenta fechar os olhos, e somente um olho obedece ao comando.
Como sabemos que não é AVC? Geralmente, o AVC compromete também os braços e pernas de um lado do corpo. A idade também ajuda a diferenciar, pois a paralisia facial é mais frequente nos adultos e o AVC em pessoas acima dos 60 anos. O tratamento da paralisia de Bell geralmente se resolve por conta própria em semanas, mas pode levar até seis meses. A fisioterapia pode ajudar a recuperar os movimentos do rosto e evitar sequelas.
O uso de corticoides ajuda a reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual; e os antivirais a reduzir a capacidade dos vírus de se replicar. Tanto o AVC quanto a paralisia facial devem ser diagnosticados por um médico. Ao apresentar qualquer um dos sintomas, procure um serviço de saúde o mais rápido possível.
A paralisia facial não requer urgência, mas, na dúvida, para diferenciar do derrame cerebral – que, sim, é uma emergência médica –, não perca tempo e procure um médico.
Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família E-mail: dracassiaregina@gmail.comLEIA TAMBÉM: Desidratação: cuidados e sintomas