Sínodo Arquidiocesano

‘Deus habita esta cidade, somos suas testemunhas!’

É o momento de preparar a assembleia paroquial do sínodo arquidiocesano de São Paulo, para que ela seja realizada com profundo ardor missionário e evangelizador e seja celebrada na alegria que é própria da comunidade de discípulos de Jesus Cristo. 

O primeiro elemento que devemos ter à nossa frente para bem prepararmos esse acontecimento eclesial paroquial é o objetivo principal do sínodo arquidiocesano: a renovação da evangelização e da vida pastoral da Arquidiocese, à luz dos apelos de Deus, da Igreja e da realidade na qual vive e age a Igreja em São Paulo.

O lema do sínodo, “Deus habita esta cidade, somos suas testemunhas!”, é a aclamação jubilosa de toda a Igreja em São Paulo, mas que, ao mesmo tempo, a interpela continuamente a rever sua ação pastoral, missionária e evangelizadora, pois o desejo de Deus é que o Evangelho de Jesus Cristo se torne, cada vez mais, cultura salutar vivida nas “veias da Cidade”.

Mas, a Cidade não é uma realidade homogênea que pode ser captada por uma simples visão de um helicóptero. A Cidade tem seus becos, suas ruas e suas grandes avenidas, seus bairros, suas periferias desumanas, seus hospitais, seus cárceres, suas escolas, seus condomínios de luxo e seus CDHUs. Por isso, a pergunta, que pode até nos incomodar, é: a comunidade de discípulos e missionários de Jesus, pequena célula viva da Arquidiocese, fundada e instituída como paróquia num “lugar” desta grande Cidade, está sendo “sinal” de perplexidade salvadora de Deus em meio dos que habitam este lugar? Ou está encolhida em si mesma, com medo de enfrentar os grandes desafios que tem à frente? Ou está mergulhada num pessimismo extremo que a torna apática ao insistente chamado de Jesus “levanta-te, viva, fale, testemunhe” (cf. Lc 7,11-17)?

Por isso que estamos em sínodo! Momento oportuno de crescimento em consciência e atitude eclesiológica, a fim de que a paróquia seja cada vez mais uma comunidade de discípulos de Jesus, escola de vivência cristã, inserida na Cidade como testemunha e servidora do Reino de Deus, que se abre permanentemente para as urgências da Cidade e se renova em seus métodos e estruturas, que mostra a fraternidade de ajuda e serviço mútuo e que vai em direção das pessoas para chegar às periferias humanas.

O Papa Francisco, em tom forte, diz: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, do que uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49).

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano
Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.