Fé e Cidadania

Colegialidade e unidade na Igreja de Cristo Jesus

Ainda no período do Império, e sob o Regime do Padroado Régio, a Igreja no Brasil e, em particular, a Igreja em São Paulo, em 1851, recebeu Dom Antônio Joaquim de Melo, por decreto do Papa Pio IX, que a governou até 1861. Desde a sua chegada na então Diocese Paulopolitana, o Bispo assumiu uma postura reformadora. Empreendeu visitas pastorais e inaugurou, em 1856, o Seminário Episcopal. Em 1873, assumiu a Diocese Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho. Em 1888, realizou o sínodo diocesano, permanecendo até o seu falecimento em Aparecida (SP), em 1894. Em 1890, por ocasião da Proclamação da República, os bispos brasileiros reuniram-se como Conferência do Episcopado Brasileiro, em São Paulo, para discutirem e assumirem juntos uma Pastoral Coletiva para a Igreja no Brasil. 

No último quartel do século XIX, sucederam inúmeros fatos políticos e acontecimentos sociais que impulsionaram a Igreja a tomar atitudes seguras, sobretudo em relação à Igreja presente na América. Após o advento da República, com a qual ocorreu a separação entre Igreja e Estado, e devido à chegada de milhões de imigrantes católicos no território americano, a Igreja, no Pontificado de Leão XIII, postulou encontrar imediata solução para melhor atender a Igreja presente entre os povos da América. 

Mediante a Carta Cum diuturnum , de 25 de dezembro de 1898, o Papa Leão XIII convocou o Primeiro Concílio Plenário Latino-americano. O Concílio ocorreu, em Roma, entre os meses de maio e julho de 1899. A Igreja presente na América Latina foi convocada pelo Sucessor de Pedro a viver a Colegialidade e, ao mesmo tempo, manter a unicidade, querida por Cristo Jesus. 

O Papa Leão XIII convocou para Roma os bispos que estavam pastoreando as dioceses da América Latina, para promover o bem maior da Igreja de Cristo Jesus nessas terras. Do Brasil participaram dois arcebispos e 11 bispos, conforme registros encontrados nos arquivos do Vaticano. O Concílio Plenário Latino-americano esteve à frente do seu tempo. Anterior à maior assembleia sinodal da Igreja, ocorrida entre 1962 e 1965, o Concílio Ecumênico Vaticano II, atualizou o conceito de Sínodo. Atualmente, os Sínodos são sistematicamente realizados na Igreja de Cristo Jesus.

Estamos vivendo as profundas motivações, a alegria e a beleza de caminhar juntos nas proposições do primeiro sínodo arquidiocesano em São Paulo, aberto solenemente por Dom Odilo Pedro Scherer, em 24 de fevereiro de 2018. Servindo- -nos das experiências passadas vividas na nossa então Diocese, em 1888, por ocasião do sínodo diocesano, em 1890, por ocasião dos bispos brasileiros reunidos para objetivarem uma Pastoral Coletiva, e relembrando o Primeiro Concílio Plenário Latino-americano, ocorrido em Roma, em 1899, e os seus 120 anos a serem celebrados em 2019, possamos revisitar e resgatar as assembleias sinodais já realizadas e buscar inspirações para o hoje da vitalidade da Igreja Paulopolitana, como “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”. 

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