No caminho sinodal arquidiocesano de São Paulo, neste momento em que cada comunidade paroquial olha para si mesma e faz uma profunda avaliação sobre sua realidade eclesial, é importante que se pergunte sobre o “sentimento de pertença de cada fiel cristão” à comunidade que frequenta e à sua participação no “caminho comunitário de santificação”. 

O Papa Francisco, na sua recente Exortação Apostólica “Alegrai-vos e Exultai”, enfatiza que a santificação é um caminho comunitário, que se deve fazer dois a dois e, por isso, a comunidade é chamada a criar aquele “espaço teologal onde se pode experimentar a presença mística do Senhor ressuscitado” e que, ao partilhar a Palavra e ao celebrar juntos a Eucaristia, todos se tornem mais irmãos e se transformem pouco a pouco em comunidade santa e missionária (cf. GE, 141-142). 

Por outro lado, o próprio Papa deixa claro que a comunidade vive o caminho de santificação na medida em que está atenta a detalhes da vida cotidiana do Povo de Deus que a ela pertence. O Papa lembra que Jesus convidava os seus discípulos a prestarem atenção nestes pequenos detalhes do povo e convida, hoje, a comunidade também a fazê-lo, tais como: o detalhe de uma ovelha que faltou; da viúva que é fiel ao dízimo mesmo que a sua aposentadoria seja mínima; da festa que agrega os jovens e os anima a participar do convívio comunitário; do luto de uma família que perdeu um ente querido; do olhar triste daquele que está na missa e quer dizer a todos que está desempregado e tantos outros detalhes (cf. GE, 144).

Assim, de fato, o fiel cristão cresce no “sentimento de pertença à comunidade” na medida em que a própria comunidade comunga os seus anseios e esperanças, suas angústias e tristezas e, ao agir de tal forma, a própria comunidade se abre em caridade pastoral, assume a opção evangélica pelos pobres, excluídos e marginalizados, vive a Palavra de Deus e a Eucaristia concretamente no seu dia a dia e sai em missão permanente para anunciar, com atitudes proféticas, a alegria do Evangelho de Jesus.

Esta é a nota fundamental da eclesiologia que devemos assumir no tempo atual: viver a comunhão trinitária e celebrar a alegria da pertença à Igreja de Jesus; crescer em conversão, deixando de lado a tendência para o individualismo consumista que acaba por nos isolar na busca do bem- -estar à margem dos outros; viver intensamente a vida comunitária paroquial, para que todos sejam atraídos ao convívio de Cristo na fé, esperança e caridade e, assim, se santifiquem. 

Como está a nossa comunidade paroquial no caminho da santificação?