Editorial

Maternidade, privilégio e dom

Neste tempo dedicado especialmente às mães, vamos olhar com carinho para esta missão e grande dom que Deus confiou às mulheres: a maternidade!

Ao permitir que o casal humano, a partir de seu amor, cooperasse com Ele no mistério da criação e participasse desse milagre imenso, Deus delegou à mulher a missão de gerar em seu ventre e em seu coração a nova vida concebida. Da grandeza desse milagre maior, muitos outros acontecem quase sem que se perceba: entre eles, há aquele que transforma essa mulher comum, esposa, profissional, em mãe.  Aos poucos, aquele pequeno ser que vai se desenvolvendo em seu ventre, em seu coração, vai transformando o corpo e a vida dessa mulher para sempre. Ela já deixa de pensar em sua saúde, em seu bem- -estar físico ou mesmo emocional, para pensar no bem-estar daquele pequeno ser. Com o tempo, começa a perceber os movimentos do filho e, então, já não há como se desligar dessa nova realidade: há nova vida dentro dela. Vida que lhe foi confiada, pela qual se torna responsável temporariamente, vida que já está transformando sua vida, que nunca mais voltará a ser igual. 

A mãe que agora nasce terá uma vida mais complicada, muitas vezes cansativa e muito mais cheia de compromissos:  consultas médicas, reuniões escolares, lições de casa a acompanhar, noites mal dormidas, corridas atrás de bicicletas sem rodinhas, castelos de areia na praia, birrinhas às vezes intensas e desagradáveis.... Porém, será uma vida muitíssimo mais rica, dinâmica e feliz, que proporcionará que o amor cresça, se fortaleça e frutifique. Permitirá que ela compreenda e compartilhe ao menos uma parcela daquilo que é o grande amor de Deus por nós.  Perceberá o que é amar alguém incondicionalmente, que é possível querer o bem desses pequenos mesmo que custe muitos sacrifícios, sentirá uma alegria imensa diante de conquistas aos olhos dos outros tão pequenas, usará a criatividade para conciliar os compromissos de trabalho com os da maternidade, por mais cansativos que possam ser... 

A maternidade é um grande privilégio e oportunidade: a mãe tem em mãos a missão de cuidar e de educar pessoas. Segundo Júlia Burgraf, cada nova vida é um milagre, e as mães têm esses milagres em suas mãos, esperando por elas, confiando em seus cuidados e orientações, dependendo delas para percorrerem com segurança o caminho da vida. Mães, não abram mão dessa oportunidade, não terceirizem esse privilégio – foi a vocês que Deus o concedeu. Ele conta com as dificuldades e com os erros que fazem parte do crescimento. O importante não é acertar sempre, mas, sim, recomeçar sempre.  Nunca desistir dos filhos e dessa missão, por mais difícil que possa parecer, afinal, Ele sempre confia as maiores batalhas aos melhores soldados e capacita a cada um que escolhe.

Mães, não se deixem contaminar pela vida de facilidades que a sociedade pós- -moderna insiste em pregar, não acreditem que outra pessoa (seja a vovó, a babá ou mesmo a escola) exercerá “como você” o papel que lhe foi confiado, pois isso não é verdade – farão o melhor, mas nunca serão as mães dos pequenos.  Não abram mão de tamanho dom e privilégio, aliás, lutem por ele. Mostrem ao mundo a grandeza dessa missão: que se forem presentes e eficazes como mães, contribuirão com uma sociedade melhor, mais equilibrada, com menos violência e criminalidade. Que produzirão profissionalmente mais e melhor se os filhos estiverem atendidos em suas necessidades e não se sentirem constantemente culpadas por não estarem presentes nos momentos importantes. 

O Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia , nos alerta: “uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral.” 

Deus conta com vocês, seus filhos dependem de vocês, e essa sociedade, mesmo que não saiba, sofrerá consequências drásticas se faltarem mulheres que lutem corajosamente pelo direito de exercerem sua missão materna. 

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.