Liturgia e Vida

Só o Senhor é Bom Pastor

4º DOMINGO DA PÁSCOA  22 DE ABRIL DE 2018

Só o Senhor é Bom Pastor. Alguns procuram ser. Outros não se parecem em nada com Jesus. São mais parecidos com os grandes senhores deste mundo. O salmista nos convida a dar graças ao Senhor por sua eterna misericórdia. A partir de sua experiência, ele nos ensina que “é melhor buscar refúgio no Senhor do que pôr no ser humano a esperança, do que contar com os poderosos deste mundo”. Os caprichos dos poderosos multiplicam o sofrimento dos mais fracos. Há uma pedra que foi rejeitada pelos pedreiros por alguma razão. O fato é que foi rejeitada. No entanto, ela se tornou a pedra angular de uma nova construção, a pedra principal, sobre a qual as outras se apoiam. Quem fez isso? O Senhor. “Pelo Senhor é que foi feito tudo isso. Que maravilhas ele fez aos nossos olhos”.

Na verdade, nós não somos pedras. A comparação é boa e ajuda a entender a mensagem. Também não somos ovelhas nem carneiros. Somos filhos, escreve São João em sua primeira carta. “Que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” Pedro, nos Atos dos Apóstolos, explica que a pedra rejeitada é Jesus, e é em Jesus que todos nós tornamo-nos filhos de Deus. Por isso, Jesus, como único Bom Pastor, acolhe e abraça todos os rejeitados. 

Jesus faz um breve retrato do Bom Pastor, e o profeta Ezequiel, que não lemos nesta liturgia, faz o retrato de quem é pastor, mas não é bom. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Se são atacadas, ele não foge. Fica junto delas. Ele conhece as ovelhas e elas o conhecem. O pastor, que é bom, conhece as ovelhas, dá a vida por elas e as protege no perigo. Jesus, o Bom Pastor, me conhece, dá a vida por mim, me protege na hora do perigo. Não me abandona em hipótese alguma. 

O profeta Ezequiel reflete sobre os pastores de Israel no capítulo 34 de sua profecia. A palavra “pastor” se aplica a qualquer pessoa com função de governo. Os governantes de um país são pastores do povo, segundo a Bíblia, ou deveriam ser. O que vale para eles, vale também para os pastores de qualquer Igreja. Os maus pastores apascentam a si mesmos. Eles devoram as ovelhas. Não têm nenhuma sensibilidade para com as ovelhas abatidas, doentes, feridas, desgarradas, perdidas. Não têm nenhuma misericórdia. Eles “dominam sobre elas com dureza e violência”, diz o profeta (Ez 34,4).

Estamos no centro do Tempo Pascal, no Domingo do Bom Pastor. Quem pretende e aceita exercer qualquer tipo de pastoreio, examine antes se seu coração de pedra foi substituído por um coração de carne (cf. Ez 36,26).
 

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