Liturgia e Vida

Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus

Jesus, o verdadeiro Filho de Deus, Palavra de Deus encarnada, permanece longas horas a sós em oração, em profunda união com o Pai e o Espírito Santo. Depois da multiplicação dos pães, escreve São Mateus, os discípulos embarcaram para o outro lado do mar da Galileia e Jesus, tendo despedido as multidões, subiu ao monte para orar a sós até alta madrugada. Jesus tira tempo para rezar a sós, em silêncio. 

São Mateus quer que a sua comunidade preste atenção no que Jesus faz, para fazer igual. 

A vida é cheia de agitações, de pequenas e grandes tempestades. Os apóstolos já tinham experimentado o perigo do mar quando Jesus parecia dormir no fundo do barco. Hoje, Jesus está no monte e eles, no barco, enfrentam fortes ventos contrários. O barco é a comunidade, é a Igreja. Os ventos contrários são as adversidades. Jesus se aproxima. Vem andando sobre as águas. Será um fantasma? Ou é Jesus ressuscitado? O que importa é que é Jesus, e Pedro pode comprovar a verdade da visão andando também sobre as águas. “Sou eu”, disse Jesus. “Coragem, não tenham medo”. É possível caminhar sobre as águas? É! Pedro fez a experiência, mas também é possível afundar. Basta ter medo do vento e não ter muita fé. Por diversas vezes, Jesus disse a seus discípulos que, se acreditassem, fariam maravilhas. E sem medo, porque ele está perto. Não há fantasmas em nossa vida. Se, porém, começarmos a afundar no meio das tempestades, façamos nosso o grito de Pedro: “Senhor, salva-me”. Jesus logo estendeu a mão e o segurou. “Logo”, não demorou, o socorro veio depressa. Os que estavam no barco proclamaram sua fé em Jesus, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus”

O profeta Elias também experimentou no monte a brisa suave da presença de Deus no meio de uma grande tempestade, na qual ele se envolveu em defesa do Deus de Israel. O rei Acab chamou o profeta de “flagelo de Israel” e ouviu em resposta: “Não sou o flagelo de Israel, mas és tu e tua família, porque abandonaste o Senhor e seguiste os baals” (1Rs 18, 17-18). Os baals eram divindades pagãs e seus profetas eram protegidos pela rainha Jezabel. Elias fugiu para o monte Horeb, porque a rainha queria matá-lo. Num tipo de guerra santa, Elias defendeu o Deus de Israel. É preciso, porém, que a verdade se encontre com o amor, e a paz seja fruto da justiça. São Paulo também gostaria que seus irmãos de raça reconhecessem Jesus como o Messias, escreve ele aos romanos. No entanto, se nos amarmos uns aos outros, todos experimentarão a brisa suave da presença do Deus verdadeiro. 

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