Fé e Cidadania

Venezuelano em êxodo

Vem crescendo o êxodo da população venezuelana em direção à Colômbia, aos Estados Unidos, à Espanha, à Argentina, ao Chile, ao Brasil, ao Panamá, ao Peru... Além dos estrangeiros residentes na Venezuela que retornam aos países de origem, como é o caso dos portugueses. Evidentemente, a diáspora venezuelana reflete uma série de fatores combinados, os quais vão desde o boicote internacional até as tensões entre diversos setores da população, passando por uma política econômica permeada de pressões internas e externas. 

Sem entrar no mérito da situação política do país vizinho, o resultado aparece cruamente  nas fronteiras com a Colômbia e com o Brasil, especialmente nas cidades de Cúcuta e Boa Vista (RR). Estende-se também  para o interior desses e de outros países vizinhos. São bem conhecidos seus rostos, nos quais se misturam dor e esperança: jovens solitários de ambos os sexos, alimentando o sonho do trabalho e moradia que a pátria lhes nega; famílias completas com crianças, na esperança de um futuro menos penoso; idosos e doentes, à procura de proteção e saúde; consumidores em geral, em busca de produtos básicos difíceis de encontrar na própria nação; sem falar dos prófugos e refugiados, fugindo de algum tipo de perseguição.

O leque ampliado da mobilidade humana encontra, nas rotas migratórias e na raiz das migrações, condições precárias de vida. A violência varre áreas inteiras do planeta, jogando na estrada milhões de sírios, afegãos, africanos da região subsaariana. Depois, a intolerância, de caráter político, ideológico ou religioso, põe em fuga outros milhares de refugiados Rohingyas, que deixam Myanmar em direção a Bangladesh, e curdos no limite com a Turquia. Por fim, contam-se aos milhões os que escapam à pobreza, à miséria e à fome, para bater às portas dos Estados Unidos ou da Europa, como se vê, respectivamente, nas cidades fronteiriças de Tijuana e Nueva Laredo (México) e ao norte da Líbia, com a esperança de cruzar o Mediterrâneo.

Essa situação dos deslocamentos humanos traz à memória o Bem-aventurado Dom João Batista Scalabrini (1839-1905) – denominado “pai e apóstolo dos migrantes”. Entre as obras dos missionários e missionárias que seguem seu carisma, encontra-se a Casa do Migrante, da Igreja da Paz, na rua do Glicério, em São Paulo. Trata-se de um testemunho de acolhida, promoção e inserção dos estrangeiros que, nesta metrópole, buscam um solo que possa ser chamado de pátria. Está em jogo a defesa dos direitos e da dignidade da pessoa humana. 

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