Nas relações comerciais, existem critérios objetivos para determinar o preço de um produto. Em algumas situações, o produto tem um alto custo, devido à tecnologia envolvida na sua fabricação ou à sua raridade. É o que acontece, por exemplo, com equipamentos eletrônicos e metais preciosos. Outras vezes, o valor é determinado pela qualidade da mão de obra especializada. Um bom exemplo são as peças esculpidas em madeira ou em pedra. Ainda outro critério de avaliação do produto é seu peso.

Essa forma de comércio é bastante simples, partindo de um valor estabelecido para o produto e depois, relacionando-o com o peso. O comércio pelo peso está muito presente no dia a dia de quem vai ao mercado ou à feira-livre. Porém, o comprador tem que fazer sua escolha, sua seleção dos produtos mais bonitos, talvez considerando a aparência ou sentindo o odor e, algumas vezes, até mesmo experimentando um pequeno pedaço. Todo esse esforço para ter a certeza de estar pagando o preço justo pelo produto que vai levar para sua casa.

Numa passagem do Evangelho, Jesus conta uma parábola sobre o pastor que deixa as 99 ovelhas no aprisco e vai em busca daquela perdida. Quando a encontra, Ele a coloca no ombro e a leva de volta para casa, para junto das outras. A parábola é bastante simples e direta, mas desperta alguns questionamentos. Quanto pesava aquela ovelha? O pastor estava cansado? Como ele conseguiu caminhar de volta, carregando um peso maior? Quanto custava aquela ovelha, para fazer valer o esforço de carregá-la? 

A parábola tem uma relação direta com Cristo e com a sua ação salvífica no mistério da cruz. Jesus é o pastor que saiu para resgatar a ovelha perdida, que somos nós. O pecado quebrou a comunhão entre o Criador e a criatura, e para reencontrar o caminho de volta era preciso estabelecer uma nova relação, uma nova aliança. Na cruz, o Senhor pagou pelos nossos pecados, “um comércio santo”, em que o Filho resgatou o que estava perdido e devolveu ao Pai uma imensa multidão de irmãos.

Na parábola, ainda se fala da alegria do pastor quando retorna para junto das outras 99 ovelhas. Essa alegria é fruto da realização da vontade de Deus, independentemente do cansaço, do desânimo ou do peso que devia ser transportado. O esforço do Pastor é também um dom de quem sabe amar e de quem quer se reencontrar com a ovelha pedida. Assim, a parábola nos ensina que valemos o peso do sacrifício de Cristo na cruz, e que o reencontro é ocasião de festa, seja para o Pastor, seja para as ovelhas.

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