Liturgia e Vida

Unidos à Páscoa do Senhor e a toda a Igreja!

TRÍDUO PASCAL E DOMINGO DA RESSURREIÇÃO – 9 A 12 DE ABRIL DE 2020

Chegamos ao coração da vida da Igreja: a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor. Não se trata de uma simples lembrança de fatos importantes do passado… Nestes dias, entraremos de cabeça no grande mistério: o Filho de Deus encarnado é violentamente morto, sepultado e ressuscita. Por meio das celebrações litúrgicas, a Igreja atualizará esse acontecimento único; tornará presente a Obra da Redenção; seremos transportados ao Cenáculo, ao Gólgota e ao Sepulcro.

Neste ano, a maior parte dos fiéis se unirá à Páscoa do Senhor de um modo diferente, impossibilitada de ir à igreja para presenciar as celebrações do Tríduo e receber a Sagrada Comunhão. Por um lado, é um fato triste, que deixará um enorme vazio para leigos e sacerdotes. Por outro lado, é uma oportunidade que o Senhor nos dá para crescermos na fé, na esperança e no amor.

Cresceremos na fé pois teremos de acreditar e viver mais do que nunca na Comunhão dos Santos como uma realidade palpável. Todos os fiéis, impossibilitados de irem à casa do Senhor e que se encontram na graça de Deus se unirão espiritualmente ao altar de sua paróquia e ao da Catedral. E, já que a liturgia une toda a Igreja, da terra, do Céu e do Purgatório, saberemo-nos (e até nos sentiremos) muito unidos aos sofrimentos de Cristo, à sua Morte, Ressurreição, e também uns aos outros! Permanecendo em casa, orando em família, perceberemos melhor do que nunca esse vínculo espiritual fortíssimo que une todos os batizados.

Cresceremos também na esperança, pois, em meio a esse isolamento sanitário, nos sentiremos ainda mais unidos à solidão e ao vazio experimentados por Cristo ao ser preso, abandonado pelos discípulos, flagelado, crucificado e depositado no sepulcro frio… Porém, Ele nos fará ver que o Pai jamais esteve ausente e que a Cruz é seguida da Ressurreição. Constataremos uma vez mais que toda dificuldade desta vida tem fim; e que o Senhor nos consola, conduz e promete a ressurreição aos que O amam. Vigiaremos com Ele na prisão de Quinta para Sexta-feira; O acompanharemos pelas ruas de Jerusalém; e, ao pé da Cruz, quando Ele olhar para a Virgem, escutaremos, como que dirigidas a nós, as palavras: “Eis aí tua Mãe” (Jo 19,27). Com Maria Madalena, faremos vigília às portas do Sepulcro, repletos de esperança.

Enfim, cresceremos na caridade porque o amor cresce com o desejo de estar com a pessoa amada; e o desejo aumenta com a ausência e a espera. A impossibilidade de ir à celebração da Ceia do Senhor, de velar o Santíssimo e beijar o Santo Lenho e de receber a Sagrada Comunhão, exultando com o “Aleluia” da Vigília de Páscoa, se tornará uma ocasião para reparar nossas faltas de amor a Jesus, para desejar mais do que nunca o perdão da Confissão e para ansiar, com todas as forças da alma, a Sagrada Comunhão sacramental.

Esta é uma bela característica dos filhos de Deus: na adversidade, aprendem a amar mais… Ainda mais quando se é Páscoa! Um bom Tríduo a todos!

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