Liturgia e Vida

Superando a violência

1º DOMINGO DA QUARESMA 18 DE FEVEREIRO DE 2018

Iniciamos o sagrado Tempo da Quaresma, com Jesus, no Deserto da Tentação. O evangelista São Marcos descreve a cena de forma breve e rápida. O Espírito Santo leva Jesus para o deserto, onde Ele permanece 40 dias. É tentado por satanás, vive entre animais selvagens, e os anjos o servem. 

A Catequese quaresmal nos prepara para a renovação da graça batismal na Páscoa do Senhor. As águas, que no dilúvio foram águas de punição, transformam-se em águas de salvação, que jorram da fonte batismal. “Nunca mais haverá dilúvio para devastar a terra,” disse Deus a Noé. E São Pedro escreve que na arca foram salvas algumas pessoas por meio da água, e que a arca simboliza o Batismo, que é hoje a nossa salvação. 

Tendo passado pelo deserto e superado a tentação, Jesus começa a pregar o Evangelho de Deus e chama todos à conversão. Quaresma é tempo de conversão. Conversão do quê? Do mau caminho, da má inclinação, do pecado dominante. Cada um é chamado a uma conversão pessoal, e todos somos chamados à conversão social. Durante a Quaresma, a Igreja faz também a Campanha da Fraternidade, propondo um tema de conversão a toda a nação. Os brasileiros são convidados a refletir sobre um problema social que atinge a todos: ver o problema, refletir sobre ele e agir em busca de soluções práticas. Neste ano, gostaríamos de encontrar caminhos de superação da violência. Não é preciso mostrar que existe entre nós violência. Ela está em toda parte e surpreende o cidadão a cada minuto. O que devemos é refletir sobre as causas da violência e buscar caminhos para superá-la. 

Por que aconteceu o dilúvio? O dilúvio aconteceu porque Deus viu que “a terra se perverteu e encheu-se de violência” (Gn 6,11). Deus disse então a Noé: “Chegou o fim de toda a carne, eu o decidi, porque a terra está cheia de violência por causa dos homens e eu os farei desaparecer da face da terra” (Gn 6,13). A cidade de Nínive, no livro de Jonas, também ia ser destruída por causa da violência que os ninivitas tinham nas mãos. Deus, porém, voltou atrás e não destruiu a cidade porque os ninivitas se converteram. O início da superação da violência é uma conversão profunda que atinja a raiz do mal que está dentro do coração humano. 

O Batismo nos dá uma boa consciência pela Ressurreição de Jesus, escreve Pedro. No deserto, Jesus conviveu pacificamente com animais selvagens. Vamos construir uma Escola Superior de Paz, onde o ser humano feroz aprenda a se controlar e viva em paz com sua consciência.
 

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.