Editorial

Propagação da fé

No domingo, 20 de outubro, a Igreja celebrou o Dia Mundial das Missões. Paróquias e comunidades de todo o mundo tiveram a oportunidade de contribuir com a missão ad gentes, por meio de orações e, também, do gesto concreto do oferecimento de coletas destinadas a fundos missionários que usarão esse recurso para promover a evangelização nos lugares mais distantes do globo e desprovidos de recursos tanto humanos quanto materiais. 
Esses recursos, distribuídos por meio das Pontifícias Obras Missionárias (POM), da Congregação para a Evangelização dos Povos da Santa Sé, serão transformados em igrejas, escolas, hospitais, orfanatos, asilos, seminários, centros de pastorais, e usados para a manutenção de sacerdotes, religiosos, religiosas e, até mesmo, dioceses. No total, 1.115 dioceses, a maior parte na África e na Ásia, recebem essa ajuda.   
No caso do Brasil, 20% do total arrecadado com a coleta das missões será destinado a missões da Igreja Católica em território nacional. 
Este ano, em que o Papa Francisco conclamou outubro como Mês Missionário Extraordinário, celebramos o Dia das Missões com maior ênfase. Ao longo de todo o mês, católicos organizaram diversas iniciativas missionárias em suas próprias comunidades, tais como grupos domésticos de leitura orante da Palavra, círculos bíblicos, visitas às famílias; também intensificamos a presença missionária da Igreja Católica em escolas, hospitais  e até nas ruas, sempre no sentido de ir ao encontro das pessoas onde elas estão para anunciar-lhes o amor de Deus e o Evangelho de Jesus Cristo.  
Em busca da tão pregada e desejada conversão missionária a que Francisco nos tem convocado com insistência, procuramos viver a exortação de São Paulo Apóstolo: “... proclama a Palavra, insiste oportuna ou inoportunamente, argumenta, repreende, aconselha, com toda a paciência e doutrina” (2Tm 4,2). 
Conforme explicou o Santo Padre em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões 2019, a motivação do Mês Missionário Extraordinário foi a comemoração do centenário da promulgação da Carta Apostólica Maximum Illud, do Papa Bento XV, sobre as atividades desenvolvidas pelos missionários no mundo. Refletindo sobre o conteúdo deste importante documento magisterial, Francisco afirmou a sua convicção pessoal acerca da necessidade de a Igreja “reencontrar o sentido missionário da nossa adesão de fé a Jesus Cristo” e de “potenciar evangelicamente a sua missão de anunciar e levar a salvação de Jesus Cristo, morto e ressuscitado”.
“Propagação da fé”, “expansão do Reino”, “zelo apostólico”, “anúncio da fé”, “ganhar pessoas para Cristo”, “propagação da verdade cristã”, “salvação das almas” são algumas das expressões utilizadas por Bento XV para expressar o caráter da missão da Igreja e que, provavelmente, chamaram a atenção do Papa Francisco, assim como o caráter universal da missão da Igreja que não conhece fronteiras nem se detém diante de nacionalismos. A esse respeito, vale a pena ressaltar o pensamento do Santo Padre:      
“Um renovado Pentecostes abra de par em par as portas da Igreja, a fim de que nenhuma cultura permaneça fechada em si mesma e nenhum povo fique isolado, mas se abra à comunhão universal da fé. Que ninguém fique fechado em si mesmo, na autorreferencialidade da sua própria pertença étnica e religiosa. A Páscoa de Jesus rompe os limites estreitos de mundos, religiões e culturas, chamando-os a crescer no respeito pela dignidade do homem e da mulher, rumo a uma conversão cada vez mais plena à verdade do Senhor Ressuscitado, que dá a verdadeira vida a todos” (Mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2019). 

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