Encontro com o Pastor

O que o Espírito diz à Igreja em São Paulo?

Iniciamos o segundo ano do sínodo arquidiocesano de São Paulo com as celebrações de abertura em cada uma das regiões episcopais. Ao longo do ano, serão realizadas as assembleias sinodais nas seis regiões e, também, nos três vicariatos ambientais, em quatro sessões diversas, para aprofundar o “ver” e o “ouvir”, promovidos em 2018 no âmbito das paróquias e comunidades. Muitos foram os elementos recolhidos que agora precisam ser mais bem compreendidos e interpretados. Devemos, sinceramente, perguntar-nos: o que significa tudo isso que vimos e ouvimos?

Nosso sínodo é uma ação eclesial, feita à luz da fé, com o objetivo de compreender e realizar melhor a missão da Igreja de Jesus Cristo nesta imensa, desafiadora e amada cidade de São Paulo, na qual fomos constituídos testemunhas de Jesus Cristo e do Reino de Deus. No início do livro do Apocalipse, encontramos as admoestações às sete Igrejas da Ásia Menor para que se ponham a “ouvir o que o Espírito diz” por meio da Palavra de Deus, dos sinais dos tempos e das circunstâncias do momento presente (cf. Ap 2-3). Em São Paulo, durante o sínodo, somos chamados a fazer o mesmo: ver, ouvir, discernir sobre o que o Espírito Santo está a nos dizer por meio dos fatos e das circunstâncias deste tempo.

Acaba de ser publicado o resultado de duas pesquisas feitas pelo sínodo, em 2018, sobre a situação religiosa e pastoral de nossa Arquidiocese e sobre o desempenho de todas as paróquias. Seguindo critérios científicos, as pesquisas cobriram, de maneira equilibrada, todas as 298 paróquias territoriais da Arquidiocese e, portanto, a variedade social, econômica e religiosa da população da parte da cidade de São Paulo abrangida pela Arquidiocese. Os numerosíssimos dados e informações cobrem o amplo horizonte da vida e da missão da Igreja. Na pesquisa, por um lado, o povo foi ouvido e, por outro lado, foram recolhidas informações objetivas sobre o desempenho da ação evangelizadora e pastoral de cada comunidade de nossa Igreja em São Paulo. A pesquisa foi elaborada pela Comissão de Coordenação do sínodo arquidiocesano, com a supervisão e orientação técnica da Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais (Cedepe), da PUC-SP.

As assembleias sinodais deste ano, nas regiões episcopais, dedicar-se-ão à compreensão dessas informações. O que elas significam, objetivamente? Como interpretar cada grupo de dados recolhidos e o que eles revelam sobre a vida e a missão da nossa Arquidiocese? Quais são as interpelações que esses dados fazem a cada grupo da Igreja em São Paulo e ao conjunto desta Igreja paulistana? Em poucas palavras: o que nos diz o Espírito de Deus por meio do que “vimos e ouvimos”? Evidentemente, não basta fazer uma leitura meramente científica da realidade eclesial. Devemos fazer uma “leitura orante” dessa realidade, à luz da fé e iluminados pela Palavra de Deus, orientados “pelos mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (cf. Fl 2,5), desejosos de corresponder à nossa missão e de tomar as decisões certas para realizar bem nossa missão de “testemunhas de Deus na Cidade”.

Dedicando-se ao “ver-ouvir” alargado e aprofundado, as reflexões das assembleias regionais do sínodo estarão voltadas para o “julgar-discernir”, que já se abre para o “agir” mediante a pergunta: o que devemos fazer? De fato, no final deste ano, a assembleia de cada região episcopal já deverá elaborar um volume significativo de indicações para a ação, para promover a efetiva “comunhão, conversão e renovação pastoral” de nossa Igreja em São Paulo. No terceiro ano do sínodo, em 2020, a assembleia sinodal arquidiocesana se dedicará à elaboração de propostas sinodais que ajudem a alcançar esse objetivo geral do nosso sínodo.

As paróquias também continuam em sínodo, e as indicações para a sua ação, em 2019, estão expostas na Carta Pastoral sobre o sínodo, já encaminhada para todas as comunidades paroquiais.

 

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