Sínodo Arquidiocesano

O dinamismo missionário da Igreja!

O caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo tem como objetivo principal animar, vigorar e renovar o dinamismo pastoral missionário das paróquias, das regiões episcopais e da Arquidiocese inteira. 

E no momento em que se realizarão os levantamentos de campo e dos serviços paroquiais, e as mesmas paróquias prepararão e realizarão suas assembleias do sínodo, é pertinente que façamos uma reflexão sobre a dimensão paradigmática da missão da Igreja antes de elaborar qualquer plano de ação. 

O dinamismo missionário pode ser compreendido por meio de dois movimentos: 

1º) Movimento de “saída”, que busca a “proximidade”:

É o impulso interior e permanente da missão que faz com que a Igreja saia de si mesma. O “sair”, o “ir além”, o “superar-se” e o “transcender limites”, é o primeiro movimento, necessário e fundamental do “envio” que o Senhor faz à sua Igreja. A motivação do “sair” da Igreja não está em si mesma, pelo contrário, trata-se de um movimento de saída da Igreja de si mesma (cf. EG,97). O motivo do “sair” da Igreja é exclusivamente Jesus que envia e Jesus que é a razão do enviar. 

A missão é um mandato de “envio”, de “saída”: a) Somos enviados não porque queremos, mas porque somos desafiados por alguém a tomar iniciativa (EG 24); b) Somos enviados porque o Evangelho, por ser uma “Boa Notícia”, tem em si um conteúdo avassalador em seu dinamismo de “saída” (EG 20); c) O Evangelho em si traz a força de querer ser compartilhado por alguém, pois a “rede de comunicação da fé deve ser humana; é necessário o(a) missionário(a) para que a mensagem chegue ao coração das pessoas” (Paulo VI, audiência geral, 6 de agosto de 1969); d) Somos enviados para nos “aproximar” de alguém, de um grupo de pessoas, de uma realidade social, cultural, econômica e religiosa, para que no contato físico partilhemos o Evangelho da Ternura, porque partilhar o Evangelho é partilhar eucaristicamente Jesus na partilha da vida. 

2º) Movimento de “entrada” que realiza o “encontro”:

“Igreja em saída” não significa “Igreja que anda a esmo” (EG 46), mas sim uma Igreja desarmada, despojada e sem medo que toma, ousadamente, a iniciativa de “ir ao encontro do outro”. É uma Igreja que sai de casa para entrar na casa do outros, tirando as sandálias e tornando- -se hóspede. É uma Igreja peregrina e missionária que vai ao encontro das mais distantes realidades periféricas da pessoa humana. 

Assim, o processo de “saída” da Igreja implica sempre um processo de “entrada”. Esse duplo processo tem o seguinte princípio: não podemos esperar que as pessoas venham a nós, precisamos nós ir ao encontro delas e anunciar-lhes a Boa Nova de Jesus onde se encontram. Esse princípio parece óbvio, mas, na prática, a Igreja sempre teve a tentação de partilhar o Evangelho em seu lugar, a partir da sua própria cultura, em sua própria casa, sem se envolver num movimento de saída e inserção nas situações que desejava evangelizar. Por outro lado, entrar na casa do outro exige conversão, despojamento radical, disposição para o encontro, sensibilidade e paixão pelo outro que acolhe, pois este, se nos acolhe, é porque tem fome do Evangelho de Jesus. 

Aí está o grande desafio do nosso caminho sinodal: apreender o espírito da missão confiada por Jesus à sua Igreja. 

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