Você Pergunta

Não é feio o padre beber cerveja em público nas festas da comunidade?

“Padre, meu nome é Antônio e eu frequento uma comunidade daqui de São Paulo. Eu gostaria de saber se pode um sacerdote beber cerveja em público, em uma festa na Igreja.” Vamos conversar, Antônio (que não informou o sobrenome).

Antônio, por mais que se entenda que o alcoolismo é uma doença terrível e incurável, e que ninguém está vacinado contra ela, é preciso, todavia, entender que não há nada que proíba qualquer pessoa – mesmo um padre - de tomar vinho, cerveja, caipirinha, etc. Beber com moderação, sem exageros, portanto, é uma forma de confraternização entre as pessoas.

Lembro a você alguns episódios bíblicos. Não se esqueça que nas Bodas de Caná, Jesus transformou água em um dos melhores vinhos. Para lá dos simbolismos que esse milagre carrega, fica claro que o vinho é sinônimo de alegria, e Jesus, a pedido de Maria, não deixou que a alegria terminasse naquele casamento. 

Foi vinho que Jesus escolheu para transformar em seu sangue no Sacramento da Eucaristia.

O que é condenável, Antônio, é o mau uso das bebidas alcoólicas, mau uso que pode transformar a pessoa em um alcoólatra, um doente incurável que se destrói aos poucos e destrói sua própria família. 

Não faz muito tempo, Antônio, foi mostrado na Internet o Papa emérito Bento XVI com uma caneca de chopp nas mãos, confraternizando-se com seus conterrâneos. 

Enfim, lembremo-nos que a primeira referência ao vinho na Sagrada Escritura não é muito boa. Noé fez vinho, bebeu, ficou tonto e foi ridicularizado por seu filho Cam. Os dois outros filhos de Noé cobriram o corpo nu do Pai. Cam foi amaldiçoado por seu gesto.

Muitos outros textos, porém, relatam o vinho como símbolo da alegria, da festa, da confraternização. Aí estão alguns dados para você refletir, meu amigo. Espero que tenha compreendido que a cervejinha partilhada pelo sacerdote numa festa paroquial não tem nada de errado, a não ser que ele perca o sentido do limite.
 

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