Comportamento

Não deixem acabar com as mulheres

No último dia 9, fui surpreendido pelo pedido de desculpas de uma comentarista de jornal ao seu âncora, cavalheiro de comportamento exemplar. O motivo: diante dos cumprimentos dele, no dia da mulher, a mesma respondeu de modo indelicado. Lembrei-me que também a presidente do Supremo Tribunal Federal, ao ser cumprimentada por um de seus pares de toga, apresentou um comentário apimentado. O Presidente da República, por sua vez, ao saudar a participação da mulher na sociedade, ressaltou a responsabilidade de seu papel como educadora no lar – verdadeiro termômetro para o comportamento de uma nação –, o que lhe valeu inúmeras críticas por “relegar” a mulher ao papel doméstico. Já um certo “filósofo” “descreveu” tudo o que a mulher sofreu e lutou desde os tempos de Eva até o século XXI, como se sua história se resumisse a uma constante violência entre o lar e a igreja, sem quaisquer participações positivas na sociedade. E, para concluir, não faltaram manifestações das que desejam retirar essa data do calendário, a exemplo do que em muitos colégios já se fez, retirando o dia das mães para substitui-lo pelo dia da família. São incríveis os tempos que estamos vivendo, em que até parabenizar uma mulher em um dia dedicado especialmente a sua memória está se tornando um risco.

É importante reconhecer os avanços da mulher em seus direitos e participações sociais, assim como afirmar que ainda há  muito que fazer. Mas, apesar disso, deve-se recordar que, desde o início dos tempos, a mulher acompanha a história da humanidade de maneira ativa e participativa, direta e indiretamente. Vou contar um relato estatístico pessoal, que poderá ser confirmado pelos milhares de participantes nesses dez anos de cursos de noivos e para pais em preparação para o Batismo. Trata-se de um fato: pergunto aleatoriamente a um casal na plateia, e nestes dez anos já foram mais de 150 casais: “Para saber com certeza se irão ao convite da festa em minha casa, a quem devo me dirigir?” O placar está em 150 a 0. Eu disse zero. Todos os homens indicaram suas noivas e esposas como sendo quem decide em casa. A isto replico: “Até o demônio sabia disto, e por isto procurou Eva para dar primeiro a maçã e não a Adão. Vejam: nada mudou em milênios”.

Recentemente tivemos conhecimento de que na Europa não se poderá mais entrar em empresas e instituições com símbolos religiosos. É o “laicismo”. A mulher muçulmana não poderá entrar de véu no estabelecimento, pois é uma ofensa. No entanto, se uma jovem se apresentar com metade da cabeça raspada e com a outra metade repleta de cabelo ao estilo espantalho colorido em vermelho, azul e amarelo; com unhas e batom pretos; com tatuagens do demônio do pescoço aos pés; correntes por todo o corpo e furos com argolas no nariz e orelhas, identificando assim sua tribo... não poderá ser barrada – seria discriminação! –... pois isso pode! Uma mulher foi atacada na rua – disse atacada – porque estava andando com um crucifixo no peito. Incomodava um transeunte! Mas duas lésbicas demonstrarem afetos íntimos em praça pública.... isso pode! Uma jovem falar de castidade pré-matrimonial com seu noivo, por opção de seus valores morais e religiosos, já está sendo considerado por alguns psicólogos e psiquiatras distúrbio de comportamento por repressão dos pais. Agora, uma mulher transar com alguém pela manhã sem que sequer saiba seu nome, e com outro pela noite por que rolou uma química – não importa se nunca mais se encontrarão –, isto é considerado “amor casual”! Mesmo porque, caso por descuido engravide, haverá quem considere estupro e a lei abortará. Tudo isto é normal e aceitável! São tempos de perseguições...

Parece que, desde que o feminismo se disseminou,  as mulheres estão em risco de desaparecer, e muitas estão tentando encontrar uma posição na classificação dos inúmeros “gêneros” do LGBT e associados. É preciso que os homens lutem para que as mulheres não deixem de existir. Recordando a anedota de dois caipiras: “Na minha terra só tem macho. Ao que retrucou o outro: A minha é muito melhor: tem homens e mulheres.”

A delicadeza sutil, a força interior e a atitude coerente da mulher talvez pudessem serresumidas em duas passagens do Evangelho de João, em que cita aquela que é modelo de mulher, Maria de Nazaré. Em primeiro lugar, nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. E o Senhor, o próprio Deus, a quem não tinha chegado a hora, fez o primeiro milagre em atenção a sua Mãe (Jo 2, 1-11). E depois: “Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, sua Mãe...” (Jo 19, 25), quando todos os homens haviam fugido, exceto o discípulo amado. Por favor, SENHORAS que me leem, não deixem que acabem com as mulheres!

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.