Editorial

‘Ide e ensinai’

Ide e ensinai!” (Mt 28,19). Ao fim de Sua vida terrena, Nosso Senhor Jesus Cristo deixou aos seus apóstolos um último mandato: o de ensinar todas as nações sobre Sua vida e doutrina, para que conheçam a Verdade e, assim, tornem-se verdadeiramente livres (Jo 8,32). Ensinar a Palavra de Deus a todos, sem exceção, foi e sempre será o primeiro múnus da Igreja. Afinal, a salvação eterna depende do conhecimento e da aceitação da fé correta: “Esta é a vida eterna: que conheçam a Ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, Aquele que enviaste” (Jo 17,3). E, além disso, sem a instrução adequada sobre a fé, tanto os Sacramentos como os esforços pastorais restam infrutuosos.

“Ensinai”! Eis o que impulsionou as incansáveis viagens de São Paulo: “Como invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão n’Aquele que não ouviram? E como ouvirão, se ninguém o proclamar?” (Rm 10,14). Ou ainda, a ávida corrida dos missionários de todos os tempos para catequizar povos distantes. Essa prioridade pelo ensino transparece até mesmo na arquitetura cristã: os detalhe de vitrais das igrejas; ou seu grande tamanho, com torres que chegam quase a tocar o céu, têm a intenção de ensinar o povo de Deus as verdades reveladas.

Desse modo, inclusive as pessoas mais simples são de algum modo instruídas.

Em cada época, novas maneiras surgiram para se transmitir as verdades reveladas. No período do Concílio de Trento, a Igreja viu a necessidade de um compêndio de toda doutrina cristã que auxiliasse os padres no ensino. Nasceu assim o primeiro Catecismo. Recentemente, o Concílio Vaticano II, na Constituição Lumen Gentium, sublinhou a necessidade da cooperação dos leigos no múnus de ensinar. A ordem de Cristo foi dada diretamente aos apóstolos, é verdade, mas todos os leigos, associados à Hierarquia devem contribuir para a missão da Igreja, cada qual segundo seus estado de vida. Os pais, por exemplo, são os primeiros catequistas de seus filhos, ensinando-lhes o essencial da fé, as primeiras orações e o amor a Deus. Mas, há também leigos que exercem o importante ministério de catequista. Para manifestar a importância desse serviço a Deus e à salvação das almas, a CNBB instituiu a data de 27 de agosto como o Dia do Catequista.

Os catequistas possuem a alta missão de “transmitir a fé”, para que “os homens creiam que Jesus é o Filho de Deus” (CIC, prólogo). Isso sem dúvida lhes impõe, como dever grave, um adequado conhecimento da doutrina da fé e dos Evangelhos. No entanto, assim como o Mestre “fazia e ensinava” (cf. At 1,1), o catequista não é apenas um “professor da doutrina”, é chamado a ser um mestre de vida cristã: “A Catequese não é um ‘trabalho’ nem uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas ‘somos’ catequistas, e a vida inteira gira em torno desta missão” (Papa Francisco). Deve se esmerar por viver os Mandamentos, por ter uma vida sacramental e de piedade exemplar. Recentemente, o Papa deu o seguinte conselho aos catequistas: “É muito importante permanecer diante do Tabernáculo; estar na presença do Senhor, deixar-se olhar por Ele”. O catequista necessita um coração inflamado de amor a Cristo, para “dar de graça o que de graça recebeu” (Mt 10,8).

Que grande graça e responsabilidade: ensinar a doutrina da fé e colaborar decisivamente para a salvação dos irmãos! Rezemos, no Dia do Catequista, para que todos os responsáveis pela educação do povo cristão sejam fiéis ao mandamento de Cristo e possam levar o Evangelho a todos.

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