Editorial

Graças e louvores se deem a todo momento

“A Igreja vive de Jesus eucarístico”, ensinava São João Paulo II a todos os cristãos, na Quinta-feira Santa do ano de 2003, quando publicou a Encíclica Ecclesia de Eucharistia . Realmente, é na Santíssima Eucaristia que nós encontramos todo o alimento necessário para chegarmos à santidade, toda a luz que ilumina as trevas da existência humana. Mais ainda, é na Eucaristia, em sua celebração, que encontramos “a fonte e o ápice da vida cristã” - nas palavras magistrais do Concílio Vaticano II -, donde a vida cristã brota e para onde converge, onde vivenciamos, desde já, o Céu na terra. 

E percebíamos isso de tal maneira quando, na última quinta-feira, celebrávamos a Solenidade de Corpus Christi . Quanto amor não se via na multidão de fiéis que, em pleno feriado, dedicavam seu tempo a preparar tapetes floridos por onde Nosso Senhor iria passar? Quantas procissões não se realizaram, Brasil afora, testemunhando a nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia, em seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade? 

Porém, para mais do que um único dia em que festejamos a Eucaristia, devemos de forma muito especial conseguir ser almas eucarísticas, que, a todo momento, rendem graças e louvores ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento! Não é somente na procissão de Corpus Christi que fazemos isso, nem muito menos somente em nossa assistência ao Santo Sacrifício, mas é na nossa vida cotidiana que devemos nos esforçar para tanto.

Dentre as fórmulas de despedida da Missa, uma chama a atenção: a que o sacerdote, antes de enviar o povo em paz, exorta a todos a glorificar o Senhor com suas próprias vidas. Esse é o real sentido de louvar o Santíssimo Sacramento a todo momento: que não se limite a ser somente um louvor com a boca, mas o seja também com a vida!

E o louvaremos dignamente quando deixarmos de comungar de forma estéril, aproveitando cada uma das graças que Deus nos comunica neste alimento salutar. É aquilo que uma velha verdade afirma: a de que uma única comunhão eucarística seria capaz de santificar alguém. Se ainda não somos santos, é porque não estamos conseguindo haurir da Eucaristia tudo aquilo que Deus nos comunica; e não conseguimos isto, porque não vamos à Comunhão com as devidas disposições. 

Se preparamos bem nossa comunhão, oferecendo ao Senhor tudo aquilo que temos de melhor, interior e exteriormente, reconhecendo a nossa condição de indignidade perante tão sublime dom, permitimos que Ele consiga realizar aquilo que pretende ao se dar para nós: que nos tornemos um com Ele, que nos divinizemos! E, a partir daí, tudo é consequência: se me uno com pureza ao meu Senhor, com retidão de intenção, deixo-me iluminar por sua luz, que aponta os meus defeitos e misérias; se me uno com verdadeira humildade, não terei vergonha de reconhecer-me como sou, pobre, e correr à riqueza que vem do Céu, suplicando graças para minha santificação; se me uno com devoção real a Ele, quererei permanecer em seu amor, frutificando cada vez mais em boas obras, de conversão e santidade.

“Quanto possas, tanto ouses, em louvá-lo não repouses: sempre excede o teu louvor!”, canta a Igreja na sequência de Corpus Christi. Que tenhamos verdadeiros anelos de louvar o Senhor, sempre e em toda parte, cantando-O, bendizendo-O e permitindo que sua graça frutifique em nós.
 

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