Comportamento

Felicidade: a eterna busca

Todos queremos ser felizes! Creio que essa afirmação é verdadeira e que não encontraremos pessoas que discordem dela. O ser humano tem sede de felicidade, é natural que seja assim.

Para que essa busca seja efetiva e frutuosa, é muito importante definirmos o que é felicidade. Às vezes, buscamos algo que não sabemos bem o que é e, portanto, não sabemos identificar onde encontrá-lo. 

Nesse mundo de excessivas informações e grandes exposições, é fácil nos enganarmos com conceitos, criarmos expectativas inadequadas, confundirmo-nos no caminho. Podemos pensar que a felicidade está em uma viagem deliciosa, numa casa espaçosa, num carro bacana.... naquelas fotos expostas nas redes sociais; ou seja, podemos imaginar que ela se encontra fora de nós e buscá-la se torna um movimento nessa direção – para fora. É verdade que essas coisas nos trazem felicidade, ou seja, despertam sensações boas – contentamento, alegria, realização.

Por isso mesmo, precisamos definir: o que é felicidade? Mais do que isso: o que é felicidade para mim? Identificar o que entendemos por felicidade nos ajudará a crescer em autoconhecimento e em capacidade de buscá-la efetivamente. 

Quando acreditamos que a felicidade é uma sensação de bem-estar, de prazer, de realização, estamos tomando-a como algo da ordem da sensibilidade, isto é, muito ligada às necessidades sensíveis básicas de cada um. Nessa perspectiva, vamos buscá-la nas “coisas” que trazem essas sensações e que, normalmente, estão fora de nós (um carro, uma casa, um sorvete, um passeio). Pode ser que nos aproximemos de pessoas somente porque nos proporcionam essa sensação, ou seja, as pessoas também estarão a serviço da nossa felicidade.

Como disse anteriormente, é verdade que essas coisas agradam os nossos sentidos e nos proporcionam momentos felizes. Porém, para acreditarmos que esses momentos são suficientes para sermos felizes, precisaríamos acreditar que nós somos simples máquinas biológicas: somos movidos somente pelos prazeres sensíveis.

Eis uma crença muito presente em nossa vida moderna e que, a longo prazo, promove um vazio e a perda de sentido. Estamos presenciando com frequência jovens que têm muitos de seus desejos sensíveis realizados, contudo, no entanto, estão deprimidos, angustiados, ansiosos, praticando suicídio, pois perderam o sentido da vida.

Somos mais, muito, muito mais do que nossas sensações, do que um simples corpo, somos pessoas. Pessoas que, para além da natureza sensível, trazem em si a riqueza da essência humana: a capacidade de inteligência e vontade, a liberdade, o amor, a possibilidade de doar-se, de exercer virtudes, de conviver. Pensar na felicidade como esses momentos de prazer sensíveis é reduzir demais nossa capacidade de ser felizes, não acham?

Se tivermos a dimensão de nossa dignidade de pessoas, veremos que a felicidade está muito mais próxima e acessível a cada um de nós nas circunstâncias em que estamos vivendo. Vamos começar a mudar o “rumo” da busca, vamos procurar dentro de nós. Dentro, não num movimento egoísta de satisfação própria, mas sim na identificação dos valores que dão sentido à nossa vida. Na busca de viver com intensidade cada um deles, oferecendo o melhor de nós aos que nos rodeiam. Servir aos que precisam, viver nossa atividade profissional com retidão e empenho, cultivar as virtudes da justiça, sabedoria, generosidade e caridade na relação com os demais.... crescer como pessoa, isso promove muita felicidade! A felicidade de plantar o bem, de servir, de amar, não é imediata, custa desprendimento, dedicação, empenho, mas é perene, dá sentido à vida e enche o coração. 
 

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