Sínodo Arquidiocesano

Crescer, amadurecer em consciência de ‘ser Igreja’ de Deus!

Uma das dimensões eclesiais que, no caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo, se deve assumir como “urgência” é a da formação dos cristãos leigos e leigas. 

Nesse sentido, muito contribui o Documento 105 da CNBB, “Sobre os cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade”, n. 225-240, do qual, nesta coluna, destacamos os seguintes pontos: 

1)  A formação é uma exigência de nossa condição humana. Todos convivemos com limitações. Isso exige de todo o Povo de Deus, e de cada um em particular, a busca permanente da compreensão e da vivência da nossa fé. As mudanças rápidas e profundas pelas quais passam a sociedade e a própria Igreja exigem cuidado especial para que uma formação adequada permita que a mensagem se torne compreensível e promova o desejo de seguir o projeto de Jesus Cristo. 

2)  Na Igreja, cada membro é chamado a ser um sujeito eclesial ativo que, segundo sua capacidade e de acordo com seus carismas e sua função, se coloca a serviço dos irmãos. Dessa forma, a comunidade eclesial, particularmente os bispos e presbíteros, tem a missão de formar cristãos leigos e leigas missionários, conscientes e ativos, de modo que cada qual venha a contribuir com a educação dos demais, numa ação de aprendizagem mútua por todos os meios que sejam necessários. 

3)  A formação dos sujeitos eclesiais (cristãos leigos e leigas) implica o amadurecimento contínuo da consciência, da liberdade e da capacidade de exercer o discipulado e a missão no mundo. Esta deve ser um compromisso e uma paixão da Igreja e suas comunidades.

4)  Trata-se de buscar uma Igreja participativa, habilitada a inserir-se de modo qualificado nas realidades urgentes de nossos dias, como Igreja “em saída”, e, também, contribuir com a formação de uma consciência eclesial crítica dos seus limites.

5)  A formação é decisiva para a maturidade dos cristãos leigos e leigas. A formação bíblica, catequética, litúrgica, moral e espiritual é a base de todo o processo formativo, no qual devem estar presentes temas como: a pessoa e a prática de Jesus Cristo, a missionariedade e a relação Igreja/Mundo/Reino; a análise da realidade à luz da Doutrina Social da Igreja; a dimensão comunitária; a opção pelos pobres; a relação fé e política; a antropologia cristã, especialmente o relacionamento humano, a sexualidade e a afetividade humanas. 

Bem, paremos por aqui. Fiquemos com esses “cinco pontos” que nos motivam a refletir e avaliar sobre a “dimensão formativa” dos cristãos leigos e leigas nas comunidades paroquiais, nas regiões episcopais e na inteira Arquidiocese de São Paulo.

Ousados, perguntemos, neste momento de caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo: 1) A dimensão formativa dos cristãos leigos e leigas tem sido um compromisso e uma paixão da Igreja em São Paulo e suas comunidades paroquiais? 2) A dimensão formativa é motivada e estendida a todos os cristãos leigos e leigas ou somente um pequeno número usufrui desse privilégio? Que caminhos devemos assumir para que todos os cristãos leigos e leigas participem da dimensão formativa eclesial? 

Por fim, tenhamos consciência de que a dimensão formativa permanente dos cristãos leigos e leigas os amadurece em consciência eclesial e produz frutos no discipulado e na missão. 

 

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano 
 

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