A sinodalidade é vivida na Igreja a serviço da missão
A serviço da Missão, a Igreja vive a sinodalidade, pois “a Igreja peregrina é por sua natureza missionária” (Ad Gentes, 2), “ela existe para evangelizar” (Evangelli Nuntiandi, 14). Todo o povo de Deus é sujeito do anúncio do Evangelho (cf. AG, 35) e, nele, todo batizado é convocado para ser protagonista da missão, pois todos somos discípulos-missionários. A Igreja é chamada a ativar em sinergia sinodal os ministérios e os carismas presentes na sua vida para discernir os caminhos da evangelização na escuta da voz do Espírito.
Assim, o fundamental na realização do sínodo arquidiocesano de São Paulo é: 1) despertar a consciência de que “a ação missionária é o paradigma de toda a obra da Igreja” (Evangelli Gaudian, 15) e, nesta linha, 2) discernir os caminhos da missão evangelizadora que a Igreja de São Paulo deverá assumir, para que o Evangelho de Cristo se enraíze na cultura desta grande cidade.
O processo de discernimento implica pôr a missão de Jesus no coração da Igreja de São Paulo, transformando-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas pastorais, os resultados de seus trabalhos, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar.
A meta desse processo de discernimento é o de animar e envolver todos os fiéis batizados da Igreja em São Paulo no compromisso corresponsável de transformar suas comunidades em realidades missionárias e evangelizadoras, em outras palavras, formar autênticas comunidades eclesiais missionárias.
Este é o grande objetivo do sínodo arquidiocesano de São Paulo: a missão evangelizadora na cidade.
Para isso, a Igreja em São Paulo é chamada a “contemplar” profundamente, com o “olhar de discípula missionária”, a cidade com seus complexos elementos culturais, sociais, políticos, éticos e religiosos, pois este é o seu “ambiente” de missão. É nesse complexo ambiente urbano que a Igreja em São Paulo deve frutificar no seu testemunho e anúncio do Evangelho.
Que não percamos o foco! Sem dúvida, no processo de discernimento dos caminhos da missão evangelizadora na cidade, concluiremos que temos muito a caminhar no sentido da “conversão” pessoal, pastoral e missionária. Devemos assim ativar em sinergia sinodal os ministérios e os carismas presentes na Arquidiocese de São Paulo, para que encontremos e assumamos caminhos que nos conduzam à ardorosa e eficiente missão de evangelizar.
A primeira grande mudança que devemos pretender com a realização do sínodo arquidiocesano é a de passar de uma “pastoral de conservação, baseada numa sacramentalização com pouca ênfase na evangelização” (Documento de Medellín, 6,1), para uma pastoral “decididamente missionária” (Documento de Aparecida, 370).