Sacerdotes continuam próximos aos doentes e pobres, diz Arcebispo

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25 de março de 2020

Mesmo diante da crise sanitária causada pelo novo coronavírus, a Igreja continua próxima dos doentes e pobres na Venezuela. Foi o que declarou cardeal Baltazar Porras, arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas. Em mensagem para os católicos de todo o país no domingo, 15, ele disse que os padres não podem “parar de servir os que mais precisam”, transmitindo mensagens de esperança e coragem, e pediu para que sejam deixadas de lado as diferenças políticas e ideológicas.

“Essas coisas não podem ser feitas por um único setor. Precisamos trabalhar de forma multidisciplinar, e é esperado que um comitê operacional possa ser formado, incluindo autoridades e especialistas”, disse.

Também em sua conta do Twitter, ele afirmou que precisamos “ajudar uns aos outros e não se preocupar somente com nós mesmos, mas pensar naqueles que mais precisam”. Ele elogiou o trabalho dos profissionais de saúde que se colocam na linha de frente do atendimento às vítimas do novo coronavírus.

Fonte: Agência Fides

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Em Roraima, Cardeal Scherer ressalta ‘situação de emergência’ dos imigrantes venezuelanos

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21 de janeiro de 2020

Entre os dias 7 e 13 de janeiro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, realiza uma visita missionária à Diocese de Roraima (RR).

Acolhido pelo Bispo Diocesano, Dom Mário Antonio da Silva, o Cardeal Scherer está conhecendo o trabalho de acolhida dos milhares de imigrantes venezuelanos que cruzam a fronteira após o agravamento da crise política e humanitária no país vizinho.

Nesta terça-feira, 7, Dom Odilo se reuniu com os membros das organizações eclesiais e civis que atuam na acolhida a apoio aos imigrantes.

“São iniciativas muito bonitas de solidariedade. Cada organização ajuda de alguma maneira e, assim, é um trabalho em rede, um trabalho de 'formiguinha'. Cada um faz alguma coisa e, no fim, muitas coisas para socorrer as situações de necessidade de tantos venezuelanos que aqui estão”, relatou o Cardeal, no programa “Encontro com o Pastor”, da rádio 9 de Julho.

MUITAS NECESSIDADES

O Arcebispo destacou, ainda, que a situação na fronteira é muito mais séria. “A situação é de grande emergência. Há carência de tudo. As pessoas estão com fome, desnutridas, cansadas, procuram trabalho, alguma forma de viver com dignidade, sustentar a família”, disse.

“A multidão é grande e as necessidades são muitas. Por isso, o Brasil todo precisa se envolver na ajuda a essas pessoas”, manifestou o Cardeal, ressaltando que Roraima é um estado pequeno e não consegue absorver a multidão que procura trabalho. “De toda forma, a primeira coisa que se faz é acolher, ver onde podem se abrigar, alimentar”, completou.

Pela manhã, Dom Odilo presidiu uma missa na casa dos Missionários da Consolata, onde, diariamente, é servido café da manhã aos imigrantes. Nós próximos dias, o Cardeal visitará a cidade Caracaraí, na fronteira com com a Venezuela. 

CAMINHOS DA SOLIDARIEDADE

Com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade – gesto concreto da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – o projeto Caminhos da Solidariedade reúne diversas organizações que atuam em três eixos: articulação conjunta com a Igreja na Venezuela, integração e meios de vida.

Entre as entidades estão a Cáritas Brasileira, o Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR).

Leia a reportagem completa na próxima edição do jornal O SÃO PAULO.

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Ataque contra Igreja durante missa

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02 de mai de 2019

O Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS), através de um tweet nesta quarta-feira (1), confirmou a morte da segunda vítima durante a onda de protestos pró e contra Maduro que começou ainda na terça-feira (30), depois que o presidente autoproclamado Juan Guaidó declarou ter apoio de militares e convocou a população às ruas para tentar derrubar o governo. Maduro falou em “golpe de Estado”, de querer iniciar uma guerra civil e também mobilizou milhares de apoiadores.

O número de feridos no país já passa de cem e, segundo dados da ONG, o número de manifestantes assassinados em ações contra o governo de Maduro este ano já passa de 50.

Ataque à Igreja e fiéis atingidos com gás lacrimogênio

O Bispo Mario Moronta de San Cristóbal, capital do Estado de Táchira, que fica na parte venezuelana da Cordilheira dos Andes, denunciou um grave episódio ocorrido na igreja local. Segundo nota divulgada pela Agência de Notícias Sir, um grupo da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) invadiu o local de culto em honra à Nossa Senhora de Fátima, quando estava terminando a celebração da Eucaristia nesta quarta-feira (1).

Segundo descrição de Dom Mario, dois guardas entraram na igreja de moto. O pároco, Pe. Jairo Clavijo, tentou fazê-los sair quando chegaram mais 40 guardas que tentaram entrar no local, guiados por um comandante. Começou, então, uma discussão, e os guardas lançaram bombas de gás lacrimogênio dentro da igreja. Muitos fiéis estavam no local, sobretudo, idosos. Uma religiosa se sentiu mal.

Evento grave de ataque contra a Igreja

Dom Mario, também vice-presidente da Conferência Episcopal do País, afirma que se trata “de um evento de suma gravidade e de um ataque contra a Igreja católica”. O bispo ainda responsabiliza as autoridades militares da região pelo ocorrido, um fato “intencional” feito por quem “não há o mínimo respeito pela dignidade humana e nenhum temor a Deus”. 

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A crise e a travessia do deserto

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18 de março de 2019

Os bispos da Venezuela publicaram uma mensagem para a Quaresma na qual identificam a crise atual com uma verdadeira travessia do deserto, como a do povo eleito após a fuga do Egito: “Para nós, venezuelanos, a Quaresma representa, nesta difícil situação em que estamos vivendo, o momento de atravessar o deserto da nossa vida, assim como o povo de Israel saiu do Egito para se encontrar com o Deus libertador”, afirmou Dom José Trinidad Fernández, Secretário-geral da Conferência Episcopal da Venezuela.

Nos últimos dias, o País tem vivido o pior blecaute de sua história recente, com mais de quatro dias sem energia elétrica na maior parte da Venezuela. No domingo, 10, continuavam sem energia 16 estados e apenas seis tinham recuperado em parte o seu fornecimento. Segundo o presidente interino e líder da oposição ao regime de Nicolás Maduro, Juan Guaidó, 17 pessoas já morreram em decorrência do blecaute.

Fontes: Vatican News e CNN
 

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Paroquianos se mobilizam para acolher famílias venezuelanas em São Paulo

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08 de março de 2019

Bolo, leite, café e suco na mesa, mantimentos na dispensa, camas arrumadas e muita expectativa. Já está tudo pronto na casa preparada pelos agentes da Pastoral do Migrante da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, para acolher um grupo de imigrantes venezuelanos que irá chegar a São Paulo na sexta-feira, 8.

O imóvel de dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e quintal, localizado na Freguesia do Ó, na zona Noroeste da Capital Paulista, foi alugado após uma mobilização dos paroquianos. A casa foi mobiliada com doações, assim como os alimentos e utensílios domésticos. O aluguel e as despesas com água e energia elétrica serão pagos pelo Serviço Pastoral do Migrante (SPM), enquanto a comunidade arcará com as demais despesas do dia a dia.

 

INTERIORIZAÇÃO

Esses imigrantes fazem parte do “Plano Nacional de Integração Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela”, promovido pela Caritas Diocesana de Roraima, com a Cáritas Brasileira, o Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), o Serviço Pastoral do Migrante, o Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR), com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para agilizar o processo de interiorização, integração e acolhida dos migrantes em pelo menos 90 dioceses do Brasil, dentre elas a Arquidiocese de São Paulo.

Os primeiros que serão acolhidos são um casal com três crianças e dois rapazes. Eles ficarão na casa por até seis meses, enquanto procuram emprego e condições de se estabilizar na cidade. O grupo terá a oportunidade de participar do curso de Língua Portuguesa oferecido na Paróquia. “Assim que eles conseguirem emprego, nós ainda vamos ajudar por quatro, cinco meses com cesta básica até que eles se organizem”, explicou ao O SÃO PAULO, Darialva Linge, coordenadora da Pastoral do Migrante da Paróquia Santa Cruz.

 

EXPECTATIVA

Darialva comparou sua expectativa pela chegada do grupo a de uma “noiva esperando o noivo e preparando a casa”. Quase todos os dias, ela visita o imóvel para ver se está faltando alguma coisa. Ela fez questão de preparar o bolo e o café para a reportagem para mostrar que lá já há tudo para ser um lar provisório para essas famílias. “Essas pessoas tiveram que deixar sua casa e tudo o que tinham para tentar uma vida nova em outro país, com outra cultura”, acrescentou, referindo-se à crise político-econômica agravada no país vizinho.

A coordenadora da Pastoral contou que, a princípio, no lugar dos dois rapazes que chegarão, viria outra família com crianças. No entanto, alguns dos filhos do casal ainda não atravessaram a fronteira. Por isso, o casal decidiu permanecer em Roraima até que toda a família esteja reunida. “Há casos de homens que deixam mulher e filhos na Venezuela e vêm para o Brasil primeiro para conseguir emprego e moradia e depois tentam trazer a família. É uma situação muito difícil”, completou Darialva.

 

PRIMEIRO PASSO

Os membros da Pastoral do Migrante confiam que esse é o primeiro passo e esperam que a iniciativa inspire outras paróquias a se mobilizar na acolhida de migrantes. Enquanto mostrava a casa para a reportagem, Darialva já imaginava conseguir doações de brinquedos e preparar um espaço no quintal para as crianças, pensando nas próximas famílias que passarão pelo imóvel. “Queremos que eles se sintam em casa. São nossos irmãos”, disse.

Para Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Episcopal Brasilândia, a iniciativa é uma oportunidade de a comunidade tomar consciência da realidade difícil vivida pelos venezuelanos e de se comprometer com a situação dos irmãos do país vizinho. “Concretamente, percebemos a ação de uma Igreja ‘em saída’, que vai ao encontro daquele que precisa e o acolhe, sempre recordando que Jesus, Maria e José também foram migrantes em terra estrangeira e foram acolhidos”.

Padre Edemilson Gonzaga, Pároco da Paróquia Santa Cruz, reforçou que a comunidade está fazendo aquilo que foi pedido pelo Papa Francisco: abrir as portas para aqueles que necessitam. “Nós queremos acolher aqueles que vêm, pois somos todos migrantes a caminho do Reino de Deus”, concluiu.

(Colaborou: Jenniffer Silva)
 

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‘Queríamos ir até a Venezuela, mas a Venezuela veio até nós’

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12 de março de 2019

A foto de uma menina venezuelana que sorri e chora enquanto come um sanduíche ganhou as redes sociais nos últimos dias. A imagem transmite comoção e esperança: foi tirada no contexto de uma missão da Aliança de Misericórdia em Boa Vista, Roraima, numa iniciativa que se soma às inúmeras atividades evangelizadoras temporárias e permanentes da Igreja no Norte do Brasil.

Agravou-se nas últimas semanas a crise política, econômica e humanitária na Venezuela. A legitimidade do governo de Nicolás Maduro vem sendo questionada tanto internamente quanto em âmbito internacional. Desde as eleições realizadas em maio do ano passado, cujo resultado foi a vitória de Maduro, questionada pela oposição e por observadores externos, a situação, que já era difícil, tornou-se insustentável.

A inflação na Venezuela está nas alturas, a pobreza aumenta, faltam remédios e comida. Em 23 de janeiro, centenas de milhares de venezuelanos foram às ruas em protestos contra Maduro, e o líder de oposição, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Legislativa, autodeclarou-se presidente interino do País. Diversos países, entre eles os Estados Unidos e o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente da Venezuela e exigem que Maduro renuncie. Porém, o sucessor de Hugo Chávez ainda tem o suporte das Forças Armadas e de potências como a Rússia e a China.

 

MAIS IMIGRANTES

Esse complexo contexto político impulsionou o fluxo de imigrantes venezuelanos para o Brasil. O impacto da crise sobre a população é cada vez maior. De acordo com a Organização das Nações Unidas, o número de venezuelanos que abandonam o País deve chegar a 5,3 milhões no fim de 2019, configurando o maior êxodo na história da América Latina. Cerca de 3 milhões já imigraram para a Colômbia, o Peru, o Equador e o Brasil desde o início da crise.

Maduro fechou as fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia e impediu a entrada de ajuda humanitária internacional, alegando ser um risco à soberania de seu País. Entre os venezuelanos, o apoio a Maduro é cada vez menor, mas, ao mesmo tempo, poucos veem na oposição uma solução viável – são políticos de oligarquias pouco afeitas aos problemas sociais do País com a maior reserva de petróleo do mundo.

 

EM ÁGUAS MAIS PROFUNDAS

O Padre Evandro Henrique Torlai, Vice-presidente da Aliança de Misericórdia, contou ao O SÃO PAULO sobre a experiência de missão vivida com imigrantes venezuelanos em Boa Vista. Por dez dias, 33 membros da Aliança, entre eles cinco padres, partiram na missão Duc in Altum, com o objetivo de alcançar “águas mais profundas”, inclusive durante o carnaval. O destino final era Ciudad Bolívar, na Venezuela, onde possuem uma comunidade permanente. Entretanto, o bloqueio de Nicolás Maduro na fronteira com o Brasil os impediu de prosseguir viagem.

“Justamente no dia 22, quando chegamos lá, a fronteira foi fechada”, disse. “Naquela situação, sem saber se iam reabri-la, resolvemos fazer um momento de oração. Ali, debaixo do sol, com jejum e oração, intercedemos pela Venezuela, e muitas pessoas se uniram a nós.”

 

ALÉM DA FRONTEIRA

O imprevisto fez com que se dirigissem a Boa Vista com a ajuda de famílias e amigos. “Procuramos saber onde estavam os venezuelanos e fomos até eles, como no terminal rodoviário, em que há um acampamento onde são acolhidos e assistidos pelas Forças Armadas na Operação Acolhida”, explicou Padre Evandro.

Cerca de 1,1 mil venezuelanos são assistidos por essa operação militar, principalmente em campos de refugiainstituições trabalham desta forma: recebem o dinheiro de doações e compram as coisas por aqui”, explicou. Também a Aliança de Misericórdia abriu uma campanha chamada “Estenda a Mão”, metáfora que se refere tanto ao gesto da oração quanto ao da ação humanitária. A foto da menina com o sanduíche mostra um dos momentos de encontro com os imigrantes, no qual ela reage alegre e emocionada por ter algo que comer. “Precisamos estender as mãos para orar e abençoar a Venezuela, mas também para dar e ajudar o seu povo. São duas dimensões inseparáveis: a espiritual-evangelizadora com a caritativa-social”, disse o Padre. dos. “Fomos tocados pela situação. Decidimos permanecer em Boa Vista. Nós temos uma Venezuela aqui. Queríamos ir até a Venezuela, mas a Venezuela veio até nós”, afirma. O grupo iniciou um processo de evangelização de jovens afastados da Igreja e se uniu ao esforço de instituições de caridade, pastorais sociais e paróquias locais.

“Mergulhando nessa realidade, deparamo-nos com uma situação de muita pobreza e sofrimento. Pessoas sem comer, que passam fome, crianças com fome e problemas de respiração, pois no acampamento estão em barracas oferecidas pelo Exército que têm muito pó, no chão batido”, relatou. “E, infelizmente, há também muita exploração por parte de brasileiros, que fazem os venezuelanos trabalhar quase como escravos, ganhando pouquíssimo”, complementou.

 

PRÁTICA PASTORAL

O auxílio aos imigrantes venezuelanos se dá principalmente com uma acolhida de emergência, mas é necessário, ainda, auxiliá-los na preparação dos documentos e no seu restabelecimento. Por meio de programas organizados pelo Governo Federal, pela Cáritas e outras instituições, muitos são deslocados para outros estados do País, para tirar a sobrecarga do Estado de Roraima.

Segundo Padre Evandro, muitos dos venezuelanos que entram no Brasil esperam, a princípio, ficar próximos à fronteira, na esperança de poder retornar ou de facilitar o acesso de outros familiares e amigos. Porém, diante de uma situação difícil em Boa Vista, acabam partindo para outras regiões. “É uma decepção grande para eles o governo atual da Venezuela. Muitas famílias ficam incompletas, há uma separação drástica, não é uma ruptura planejada”, contou.

“Há também uma decepção quando chegam ao Brasil, pois eles vêm esperando algo melhor e vivem na rua, sem alimentos e sendo explorados”, afirmou. Diante do impasse político na Venezuela, “o número de imigrantes pode ainda aumentar”, avaliou o Padre.

 

ORAÇÃO

Ao mesmo tempo, o impacto dos imigrantes na economia local tende a ser positivo, pois a maioria das instituições de caridade compra produtos locais. “Muitas instituições trabalham desta forma: recebem o dinheiro de doações e compram as coisas por aqui”, explicou.

Também a Aliança de Misericórdia abriu uma campanha chamada “Estenda a Mão”, metáfora que se refere tanto ao gesto da oração quanto ao da ação humanitária. A foto da menina com o sanduíche mostra um dos momentos de encontro com os imigrantes, no qual ela reage alegre e emocionada por ter algo que comer. “Precisamos estender as mãos para orar e abençoar a Venezuela, mas também para dar e ajudar o seu povo. São duas dimensões inseparáveis: a espiritual-evangelizadora com a caritativa-social”, disse o Padre.

 

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‘Militares, não disparem contra o povo’, apela Bispo venezuelano

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04 de março de 2019

“A todos os que têm autoridade militar ou policial: não disparem contra o povo, não ergam a voz contra o povo, não esqueçam que vocês também são povo e isso significa muito para vocês; pensem também em suas famílias, vizinhos e amigos que estão sofrendo, não deixem de sentir-se povo. Respeitem, protejam e dignifiquem o povo da Venezuela.”

Esse foi o apelo do Bispo de San Cristóbal, Dom Mario Moronta, aos militares e policiais venezuelanos, em uma mensagem difundida no sábado, 23, quando a ajuda humanitária enviada ao País tentou cruzar as fronteiras.

Alimentos e remédios tornaram-se produtos de luxo no País. A população, que passa fome, revira o lixo em busca do que comer. A inflação se mede em milhões por cento ao ano, e o salário mensal de um trabalhador venezuelano é o preço de um quilo de carne no Brasil. Os venezuelanos estão cada vez mais magros, literalmente morrendo de fome. A violência está completamente fora de controle e a população é refém de criminosos e de milícias paramilitares aliadas ao governo de Maduro.

Nesse contexto, alguns países, entre eles o Brasil e os Estados Unidos, organizaram uma ajuda humanitária, com alimentos e remédios, enviada ao País por caminhões que cruzariam as fronteiras com os países vizinhos. Mas a entrada da ajuda foi bloqueada por ordem do presidente “de fato” Nicolás Maduro, que a considera o prelúdio de uma invasão.

Desesperada, a população entrou em conflito com as forças armadas venezuelanas para tentar permitir que a ajuda pudesse entrar no País. No confronto, duas pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas. Dois caminhões de ajuda foram queimados e o governo de Maduro celebrou a “vitória” de ter impedido a entrada dos alimentos e remédios: “Hoje se consolida a vitória (...), não passou nenhum caminhãozinho de ajuda humanitária”, afirmou o governista Diosdado Cabello.

As forças armadas permanecem o último bastião do poder de Nicolás Maduro, mas alguns sinais sugerem que esse apoio pode não durar: em menos de dois dias, 156 militares e policiais desertaram do governo de Nicolás Maduro e ingressaram na Colômbia; o presidente interino e principal líder da oposição, Juan Guaidó, prometeu uma anistia aos militares que romperem com Maduro.

“É inaceitável que os que deveriam estar cuidando de tudo o que afeta o bem-estar do povo tenham incendiado as cargas que são o símbolo da ajuda humanitária de outros países, bem como do esforço de muitos homens e mulheres da Venezuela. Isso não é apenas um pecado de imoralidade, mas um ato de inumanidade do qual terão que prestar contas diante de Deus”, afirmou Dom Mario aos militares em sua mensagem.

Fontes: ACI/ El Comercio/ Le Figaro/ RTL
 

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Guaidó desafia Maduro com 600 mil voluntários

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22 de fevereiro de 2019

Segundo o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, 600 mil pessoas se inscreveram como voluntárias para enfrentar o bloqueio do governo de Nicolás Maduro à ajuda humanitária. A ação será realizada no sábado, 23, mas Guaidó não deu os detalhes de como será feita.

Nicolás Maduro, que ainda conta com o apoio das Forças Armadas, ordenou aos militares que bloqueiem a entrada de remédios e alimentos, que ele vê como o prelúdio de uma invasão americana.

Além dos militares, Maduro tem o apoio de diversos países, principalmente da Rússia, da China e do Irã, sem contar a sua maior aliada na região, Cuba. O governo cubano denunciou a preparação de um golpe de Estado na Venezuela orquestrado pelos Estados Unidos com o provável uso de força militar americana. As forças armadas cubanas reafirmaram seu apoio irrestrito ao governo de Maduro numa cerimônia, transmitida pelo noticiário estatal, em que diversos de seus membros assinaram registros de apoio a Maduro, com slogans como “Hasta la victoria, siempre!”

Quatro deputados europeus que estavam na Venezuela a convite da Assembleia Nacional (dominada pela oposição) para falar com Juan Guaidó foram expulsos do País pelo governo de Maduro. “Confiscaram nossos passaportes e não nos comunicaram o motivo de nossa expulsão”, afirmou o espanhol Esteban Gonzalez Pons, do Partido Popular Europeu.

O Bispo de San Cristóbal, Dom Mario Moronta, pediu a Nicolás Maduro que “abra os olhos” ao sofrimento do povo venezuelano, que “há vários anos está pedindo a mudança de orientação sociopolítica e econômica” no País. “A Igreja tem insistido que o povo deve ser escutado”, afirmou o Bispo.

Fontes: AFP/ Reuters/ Le Figaro
 
 

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Interiorização de venezuelanos ultrapassa 4,7 mil pessoas beneficiadas

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21 de fevereiro de 2019

Um total de 226 venezuelanos abrigados em Boa Vista (RR) foram interiorizados para oito cidades brasileiras na sexta-feira, 15, e no sábado, 16. A interiorização da última semana marcou uma nova etapa da Operação Acolhida, que presta ajuda humanitária aos solicitantes de refúgio e imigrantes venezuelanos que chegam ao Brasil em busca de proteção e assistência. Novas cidades, como Belo Horizonte (MG) e Caxias do Sul (RS), aderiram à iniciativa por meio de novos parceiros da sociedade civil.

Ao todo, 4.564 pessoas já foram transferidas de Roraima para 17 estados brasileiros, por meio da estratégia de interiorização, um dos pilares da Operação Acolhida – lançada em fevereiro do ano passado pelo Governo Federal para coordenar a ajuda humanitária aos solicitantes de refúgio e migrantes oriundos da Venezuela. A Operação Acolhida reúne as Forças Armadas, ministérios da Esplanada, agências do Sistema ONU no Brasil e entidades da sociedade civil organizada.

O intuito da estratégia de interiorização é reduzir o impacto da chegada de solicitantes de refúgio e migrantes venezuelanos em Roraima, permitindo que tenham novas oportunidades de integração e ingresso no mercado de trabalho, recomeçando suas vidas e contribuindo com o crescimento das novas comunidades de acolhida.

 

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Maduro: ‘Não somos mendigos’

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15 de fevereiro de 2019

Enquanto a população venezuelana padece de fome e falta de medicamentos, o governo de Nicolás Maduro bloqueou o acesso da ajuda humanitária ao País. Diversos caminhões com alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos a pedido do presidente-interino Juan Guaidó foram barrados na fronteira com a Colômbia: “A Venezuela não permitirá o espetáculo da falsa ajuda humanitária, porque não somos mendigos”, afirmou Maduro.

Juan Guaidó afirmou que não descarta a possibilidade de autorizar uma intervenção militar dos Estados Unidos ou de outros países para pôr fim ao regime de Maduro e à crise econômica e social que assola o País há anos. Enquanto isso, a ajuda humanitária está parada a poucos quilômetros das pessoas que mais precisam dela.

Fontes: DW/ News Week

 

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