Em novembro, a cor azul dá o tom da prevenção

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08 de novembro de 2018

O câncer de próstata representa 36,9% dos casos dentre os tipos de tumores apresentados por homens com 18 anos ou mais, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2013 pelo IBGE. Em 2015, 14.484 homens morreram em decorrência da doença no Brasil, de acordo com Ministério da Saúde.

Criada em 2013, na Austrália, e posteriormente adotada por outros países, a campanha Novembro Azul busca promover na sociedade a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata.

De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), até o fim deste ano, o Brasil terá 68,2 mil novos casos de câncer de próstata. Em 2017, o Inca lançou a cartilha “Câncer de Próstata: vamos falar sobre isso?”, com a meta de dar maior visibilidade à prevenção e tratamento da doença.

Conforme dados da cartilha, homens obesos, com histórico de câncer na família e idosos têm maior chance de desenvolver a doença. Em 2013, dos 408 mil casos registrados, 56,2% foram entre aqueles com idade de 65 a 74 anos.

Fontes: Ministério da Saúde e Agência IBGE Notícias
 

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Quanto mais cedo for o diagnóstico, maior a chance de cura

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01 de novembro de 2018

Laços cor de rosa distribuídos para a primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990, significou o nascimento da campanha “Outubro Rosa”, que a cada ano, cresce expressivamente em todo mundo. Em 1997, outras cidades dos Estados Unidos passaram a proporcionar à população ações de conscientização sobre o diagnóstico precoce da doença que, atingi cada vez mais mulheres, principalmente, acima dos 40 anos de idade.

No Brasil, essa luta não é diferente e instituições ligadas a saúde da mulher buscam nesse período intensificar os cuidados e a realização da mamografia. Com esse objetivo, o CEPAC Diagnóstico Ocupacional promoveu durante todo o mês a campanha: "Amigos do Peito – Outubro Rosa CEPAC 2018".

“Sabemos que, atualmente, são poucas as pessoas que possuem acesso um sistema de saúde de qualidade, pensando nisso, o CEPAC pelo segundo ano consecutivo abre as suas portas para receber essas mulheres com atendimento de qualidade e aparelhos da mais alta tecnologia, reiterou Emerson de Lima Taveira, Sócio Administrador da instituição.

Ao falar dos resultados da campanha, Emerson contou que mais de 40 mil mulheres, a partir dos 40 anos, procuraram o CEPAC para participarem, porém como, infelizmente, os recursos ainda são muito limitados, foram atendidas 2.500 mulheres, que para a realização do agendamento, doaram 2kgs de alimentos não perecíveis. Cerca de 500kgs serão doados a rádio 9 de Julho.

Emerson alertou ainda sobre a falta de atendimento no sistema de saúde nacional “As mais de 40.000 mulheres que nos procuraram só comprova, em números, que a "saúde" do nosso sistema público de saúde precisa urgente de revisões em seus processos, maior investimentos e capacitações técnicas”, salientou.

 

 

 

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Entidades oferecem atividades gratuitas em SP a fim de combater o câncer de mama

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18 de outubro de 2018

O Coletivo Pink, em parceria com o laboratório Pfizer, abre este mês as portas de um casarão centenário, localizado na rua Bela Cintra, 954, nos arredores da avenida Paulista, no qual disponibiliza atividades interativas, prestação de serviços, oficinas e ciclos de debates a respeito do câncer de mama. A entrada é gratuita e faz parte das atividades do Outubro Rosa. 

O câncer de mama é responsável por um terço dos tumores malignos femininos, ou seja, a cada dez mulheres diagnosticadas com a doença, três têm câncer de mama, informa o Coletivo Pink, que desenvolve ações de prevenção e conscientização sobre a enfermidade. O Pink reúne entidades como a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o grupo Meninas de Peito e o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama). 

A possibilidade de participar de encontros presenciais com outras pacientes com câncer de mama foi citada por 61% das mulheres da Capital Paulista que estão em tratamento como uma importante medida de enfrentamento do problema. A conclusão faz parte da pesquisa “Câncer de Mama Metastático: a Voz das Pacientes e da Família”, feita pelo Instituto Provokers em nove capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Curitiba e Porto Alegre. 

Também consideradas fonte de suporte emocional, as reuniões de família são mencionadas por 61% das pacientes de São Paulo, número que chega a 73% entre as capitais do Norte e do Nordeste. Já os encontros virtuais, por meio de comunidades nas redes sociais, são menos valorizados. 

No site do projeto, o público encontra a agenda completa do mês e pode se inscrever nas atividades que precisam de reserva de horário ou têm vagas limitadas.

 

DIREITOS            

Segundo o Ministério do Trabalho, o câncer de mama afastou mais de 21 mil mulheres do trabalho no ano passado. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), estima-se que este ano mais 59,7 mil casos sejam detectados. 

O Ministério do Trabalho informa que, em relação aos direitos das trabalhadoras diagnosticadas com a doença, na fase sintomática, toda trabalhadora celetista (isto é, cujo contrato de trabalho seja regido pela Consolidação das Leis do Trabalho) poderá fazer o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), assim como do benefício PIS/Pasep (este, no valor de um salário mínimo, e que poderá ser retirado em agências da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil).

A trabalhadora também tem direito ao auxílio-doença e, em casos mais avançados, pode requerer a aposentadoria por invalidez. Caso precise de cuidados permanentes de outra pessoa, além da aposentadoria por invalidez, a trabalhadora tem direito a um acréscimo de 25% no valor do benefício, conhecido por auxílio acompanhante, conforme previsto na Lei nº 8.213/91, pago pelo Instituto Nacional do Seguridade Social (INSS) de forma vitalícia. 

Além disso, é possível requerer a isenção total do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) na Receita Federal. Para ter acesso aos benefícios, a trabalhadora deve ser segurada da Previdência Social e passar pela perícia médica do INSS para comprovação da incapacidade de trabalho. 

Fonte: Agência Brasil
 

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O desenvolvimento do câncer de mama é lento e silencioso

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15 de outubro de 2018

Desde 2002, durante o mês de outubro, é comemorada no Brasil a campanha contra o câncer de mama, batizada de Outubro Rosa.

A iniciativa teve origem nos Estados Unidos durante a última década do século XX e hoje alcança o mundo todo. O objetivo da campanha é a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença por meio do autoexame e mamografia.

A cor rosa remete aos laços que se tornaram símbolo da causa e durante a data a cor se torna uma das principais formas de manifestação das pessoas, empresas e entidades que apoiam o movimento.

Para discorrer sobre o tema, o programa “Espaço Mulher”, da rádio 9 de Julho, falou, em 9 de outubro, com o mastologista Dr. Raul Augusto de Araújo Junior.

O especialista alertou para a importância da prevenção e da necessidade de se fazer os exames com frequência. “Não é preciso de sintoma algum para fazer a mamografia”, ressaltou Dr. Raul.

CLIQUE E OUÇA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA

 

 

ORIGEM

O Outubro Rosa teve início nos Estados Unidos, em 1990, na cidade de Nova York, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure, a maior organização de combate ao câncer de mama do mundo, criou e distribuiu o laço cor de rosa para os participantes da 1a Corrida pela Cura.  

Em outubro de 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi, nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama, oficializando o mês como berço do movimento. Enfeites com os laços rosas, principalmente em locais públicos, e depois outras ações como corridas, desfile de modas com sobreviventes (de câncer de mama) e partidas de boliche marcaram as atividades.

A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes e teatros surgiu posteriormente e não há uma informação oficial de como, quando e onde foi efetuada a primeira.

No Brasil, o movimento chegou em 2002, com a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo. Essa iniciativa foi de um grupo de mulheres que, com o apoio de uma conceituada empresa europeia de cosméticos, iluminaram o Obelisco em alusão ao Outubro Rosa.

Em 2008, o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama, sediado em Santos (SP), iluminou de rosa a Fortaleza da Barra em homenagem ao Dia das Mães e ao Dia Estadual de Prevenção ao Câncer de Mama, comemorado todo terceiro domingo do mês de maio.

O principal objetivo era alertar e incentivar as mulheres da região da Baixada Santista a participarem do mutirão de mamografias, organizado pelo Governo de São Paulo. O mutirão permanece sendo realizado duas vezes por ano, em maio e em novembro.

 

ESPAÇO MULHER

Apresentado por Nice Passos, o programa “Espaço Mulher” vai ao ar de segunda-feira a sexta-feira, das 14h às 15h, na rádio 9 de julho, AM 1600 kHz, com dicas de saúde, nutricionais e tudo que seja relacionado ao bem-estar e o dia a dia da mulher. O programa traz entrevistas e notícias de relevância. Também tem o quadro “Momento da Saudade”, com os sucessos musicais das décadas de 1930, 1940 e 1950.

 

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Por um outubro mais rosa: do medo à cura do câncer de mama

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15 de outubro de 2018

Neste mês de outubro, em todo o mundo, realizam-se atividades educativas com a finalidade preventiva para o câncer de mama. É a chamada campanha Outubro Rosa, motivada pelas altas taxas de incidência desta neoplasia, que não param de crescer desde a segunda metade do século XX. 

É verdade que a esperança de vida média aumentou neste período – quanto maior a idade, maior a chance de a mulher expressar clinicamente um câncer – mas, ao que tudo indica, esse fato tem mais a ver com as mudanças de hábitos e estilo de vida. No Brasil, são diagnosticados cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama por ano e falecem por esta causa aproximadamente a lesão no DNA e proliferação celular.

Pode-se diminuir a chance de formação do câncer de mama evitando-se esses fatores e aumentando-se a ingestão de verduras e frutas. Os vegetais contêm substâncias flavonoides, que dificultam a ligação dos estrogênios com proteínas receptoras no tecido mamário. Ênfase deve ser dada à redução da obesidade e à prática regular de exercícios físicos. As mulheres com índice de massa corpórea normal têm em torno de 20% menos chance de desenvolver câncer de mama do que aquelas com sobrepeso. 

Acredita-se que desde a primeira divisão celular anômala até um nódulo chegar a ser palpável com 1cm, o que corresponde a 109 células tumorais, exista um intervalo aproximado de dez geralmente muito bons. A radioterapia é indicada de forma complementar e quase não oferece efeitos colaterais, podendo em casos selecionados até ser oferecida em dose única intraoperatória. A quimioterapia pode ou não ser necessária, na dependência de análise de cada caso, considerando-se parâmetros morfológicos e de biologia molecular. 

Na doença neoplásica, não existe nada de “maligno” e nada parecido com um caranguejo no organismo, analogia assustadora e estigmatizante, criada na época de Hipócrates, cinco séculos antes de Cristo. Daí o termo câncer, que em grego antigo significava caranguejo.

O medo das doenças, quando enfrentado com racionalidade, pode levar a uma atitude pragmática sadia e à adode medicamentos antiestrogênicos.

O exame físico das mamas por médicos também colabora, permitindo o diagnóstico precoce de tumores a partir de 1cm de diâmetro. O autoexame das mamas, realizado pela própria paciente, mensalmente na semana após a menstruação, identifica nódulos geralmente maiores que 2 cm de diâmetro, mas deve ser também ensinado e praticado, especialmente para quem não tem acesso à mamografia. Tem a virtude de estimular a atenção com o próprio corpo e o autocuidado.

A mama é um órgão muito especial para a mulher. Mais do que fonte de nutrição para recém-nascidos, desempenha papel essencial para a autoestima e autoimagem. A mama é realmente singular: embeleza, nutre e seduz; daí 12 mil mulheres, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

 

A redução do número de filhos, a primeira gestação tardia e os curtos períodos de amamentação tornaram a mulher exposta a maior número de ciclos menstruais e, consequentemente, a intenso e repetido estímulo hormonal estrogênico. Esse estímulo promove a multiplicação de células mamárias, eventualmente geneticamente modificadas, na direção do câncer. Além disso, a ausência de gestação implica que o tecido mamário deixe de receber a proteção de certos hormônios da placenta, como gonadotrofina coriônica, que tornam as células da mama refratárias à lesão do DNA cromossomal, evento inicial do determinismo do câncer.

São condições que elevam o risco: obesidade, sedentarismo, dieta gordurosa, ingestão de bebida alcoólica em excesso e reposição hormonal prolongada (mais de dez anos) na menopausa. É muito provável, também, que agrotóxicos, pesticidas, poluentes orgânicos de diversos tipos e anabolizantes nos alimentos contribuam para anos. Se o tumor for descoberto neste período, as possibilidades de cura oscilam ao redor de 95%, chegando a quase 100% quando são detectados tumores pré-infiltrativos, os chamados carcinomas in situ

Para diagnóstico na fase pré-clínica, a radiografia da mama, a  mamografia, é fundamental. Permite o reconhecimento de tumores a partir de 1mm, muitos anos antes de se tornar perceptível ao toque, por meio da identificação de sinais de suspeição, como microcalcificações ou pequenos nódulos, os quais são geralmente esclarecidos por meio de punções. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a chance de cura, menor a extensão da cirurgia e mais simples o tratamento complementar. 

Tumores não palpáveis diagnosticados por mamografia são quase sempre tratados apenas por retirada de parte da mama e de um linfonodo da axila, o sentinela, aquele para o qual é drenada a linfa da área da mama onde estava localizado o tumor. Os resultados estéticos obtidos com essa cirurgia são 
ção de medidas preventivas extremamente úteis. Ainda existe muita falta de informação e de motivação. Mulheres que têm acesso aos exames preventivos deixam de fazê-los. A orientação básica é a mamografia anual depois dos 40 anos de idade. Aliás, quando a mamografia for repetida anualmente, o medo do câncer vai diminuindo, porque a mulher sabe que depois de um exame normal, qualquer anormalidade que surgir no próximo ano deverá estar em fase  muito inicial e, portanto, curável. 

Nas pacientes de alto risco familiar, a rotina mamográfica precisa ser particularizada, iniciando-se mais precocemente e indicando-se também a ultrassonografia e a ressonância magnética. Geralmente, solicita-se a mamografia nas pacientes de alto risco depois da idade correspondente a dez anos antes daquela verificada quando do diagnóstico do câncer na mãe ou nas irmãs. Para estas, podem ser oferecidas medidas redutoras de risco, como cirurgias preventivas com remoção da parte interna das mamas e preenchimento com silicone ou prescrição o temor da doença ser tão marcante. Thomas Hobbes, filósofo inglês do século XVII, afirmava que sentir medo é condição inerente à espécie humana. É impressionante verificar, no caso, como é comum e intenso o medo das mulheres em relação ao câncer de mama. 

O câncer de mama tem elevadas chances de cura quando diagnosticado a tempo. Quem procura pode achar, e quem acha cedo se cura. Do medo à cura, passa-se pelo diagnóstico precoce, pela mamografia anual para quem tem mais de 40 anos. 

Ainda é quase impossível se evitar o câncer de mama, porém é possível uma mudança de hábitos para redução de risco, e é muito importante o diagnóstico precoce para um tratamento altamente eficiente e geralmente não mutilante. Os próximos outubros serão mais rosa se recomendações simples como as aqui mencionadas forem seguidas por mais e mais mulheres. 

Alfredo Carlos S. D. Barros é professor livre-docente de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP,  Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Latino-Americana de Mastologia.
 

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Detectado precocemente, o câncer de mama tem cerca de 98% de possibilidade de cura

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25 de setembro de 2018

Ela chegou trazendo flores e cumprimentando a todos. Logo seria atendida pelo Doutor Alfredo Carlos Barros, que a acompanhou desde que recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Mônica Mussallam Higashi, 54, descobriu o câncer em janeiro, num exame de rotina e, na segunda-feira, 17, durante a entrevista à reportagem, emocionou-se ao falar como foi um processo difícil, mas “cheio de descobertas e de encontro consigo mesma e com os outros”. 

Diferentemente do que previam os médicos, Mônica, mesmo com a quimioterapia, não teve queda de cabelo e passou por todo o tratamento mantendo suas atividades profissionais como atriz e artista plástica, mãe de dois filhos. “A coisa mais importante, durante todo o processo, foi a fé. Posso dizer que foi uma época difícil, mas a melhor da minha vida. Sinto muita gratidão”, afirmou Mônica, que salientou o fato de as pessoas verem o câncer como um diagnóstico de morte, quando, na verdade, hoje há muitas probabilidades de cura, sendo que manter-se numa postura de positividade é essencial para passar bem pelo tratamento.

Para esclarecer dúvidas sobre o câncer de mama, suas diferentes causas e o tratamento praticado hoje, Doutor Alfredo Carlos Barros, mastologista, professor livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e ex -presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, concedeu uma entrevista ao O SÃO PAULO, que será reproduzida aqui em forma de tópicos.

"Posso dizer que foi uma época difícil, mas a melhor da minha vida. Sinto muita gratidão.

Mônica Higashi

 

1 Como se forma o câncer de mama?

De 5% a 10% das pessoas que têm câncer de mama possuem uma base hereditária, ou seja, nasceram em uma família com mães, irmãs ou tias que tiveram ou têm câncer de mama. A maioria, porém, de 90% a 95%, desenvolve o chamado câncer de mama esporádico. É mais fácil explicar o câncer de mama naquelas famílias em que se nasce com um gene defeituoso ou mutado.

Mas, e as que não nascem com essa predisposição genética? Pode-se falar em alguns fatores como meio ambiente, hábitos reprodutivos e hormonais das mulheres e o fator nutrição.

 

O MEIO AMBIENTE

No meio ambiente, encontram-se muitas substâncias químicas potencialmente nocivas e lesivas ao DNA das células mamárias. Os hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo, são substâncias químicas orgânicas originárias da poluição, da queima de diesel, e de lixos como pilhas e baterias, além de plástico e detergentes, que, ao cair no vaso sanitário ou na pia de louças, não são degradáveis e vão para os rios. Até mesmo o gado e os frangos que engordam com anabolizantes, ao serem consumidos, são fatores que aumentam o risco de câncer. Isso pode ser verificado porque em regiões com menor incidência desses fatores há menos casos de câncer. Enquanto no Acre uma em cada 20 mulheres tem câncer de mama, em Porto Alegre (RS) ou em Goiânia (GO), os casos chegam a uma em cada oito mulheres.

 

HÁBITOS REPRODUTIVOS E HORMONAIS

Dentro da questão dos fatores reprodutivos, está o fato de as famílias hoje terem menos filhos e a mulher engravidar mais tardiamente. Uma mulher que engravida antes dos 22 anos dificilmente terá câncer de mama, porque a placenta produz alguns hormônios que protegem a estrutura das células mamárias. Mas qual a mulher hoje que engravida com essa idade ou que amamenta bastante? Ainda assim, quanto mais tempo amamentar, melhor. Uma mulher dos séculos passados, que tinha de sete a oito filhos, passava muito tempo da sua vida como gestante ou lactante e, assim, menstruava cerca de 60 a 70 vezes em toda a vida. Uma mulher que tem apenas um filho e amamenta três meses, menstrua cerca de 300 a 350 vezes.

O fato de menstruar não é prejudicial em si, mas os ovários no ciclo menstrual são o principal produtor de estrogênio. A mulher que não menstrua devido a algum medicamento específico, ou devido a administração de outros hormônios, não necessariamente está protegendo a mama. Não há estudos aprofundados a respeito.

Além disso, há a reposição hormonal quando a mulher chega à menopausa. Ela passa a produzir menos estrogênio e, de uma maneira artificial se introduz esses hormônios, que trazem uma série de benefícios, como aumento da massa óssea, aumento do ânimo emocional, disposição para atividades físicas, aumento da libido, é bom para a pele e para o cabelo, porém aumentam muito o risco de câncer de mama. Na população em geral, naquelas mulheres que não têm predisposição genética e têm sintomas devido à questão hormonal, pode-se usar a menor dose e pelo menor tempo possível dessa reposição a fim de aliviar os sintomas, associando a medicação à diminuição do uso de álcool e de fumo e a uma rotina de atividades físicas e alimentação saudável, sendo que isso deve ser feito com orientação médica.

 

NUTRIÇÃO

No que se refere à nutrição, é importante comer muitas frutas e verduras, carne vermelha com moderação e pouquíssima gordura e carboidrato. A alimentação hoje está cheia de carboidrato, açúcar e farináceos, e isso faz com que as pessoas liberem hormônios como a insulina ou o fator insulinoide tipo 1, que ajudam a multiplicar células mamárias. Além disso, quanto mais obesidade a mulher tiver, mais ela produz estrogênio no tecido gorduroso, sobretudo após a menopausa. O estrogênio não é um causador de lesão, mas estimula uma célula geneticamente modificada, que tende a multiplicar-se mais rápido.

2 Como a mulher pode reduzir os riscos de câncer?

Existem medicamentos e substâncias que não deixam o corpo produzir hormônios ou competem com os hormônios na ligação com as células receptoras na mama. É um bloqueador hormonal por competição. A administração desses medicamentos, em pessoas com predisposição genética para o câncer, chega a reduzir de 60% a 70% o risco da doença. Não são medicamentos que toda mulher deve tomar, porque têm efeitos colaterais como interferência na reprodução, ondas de calor, tendência à trombose e catarata ocular. Mas, quando se analisam riscos e benefícios, para as pessoas que já estão sujeitas a risco muito elevado, com prejuízo emocional, inclusive com repercussões na sexualidade, que perderam a libido ou que estão deprimidas, deve-se avaliar e, se for o caso, fazer uso dos medicamentos.

A cirurgia preventiva, por sua vez, é outro desses recursos. Há uma cirurgia em que se retira toda a glândula mamária por dentro, preservando-se a pele, aréola e mamilo, e se faz o preenchimento com silicone. Essa cirurgia reduz o risco de a mulher ter câncer de mama em 95%. Não é 100%, pois fica uma diminuta camada de tecido gorduroso embaixo da pele na qual o câncer pode se desenvolver. É importante salientar que essa cirurgia não tem nenhuma função estética, até porque a consistência da mama fica dura e são comuns assimetrias, além de os mamilos se tornarem insensíveis. É, assim, uma excelente cirurgia para quem precisa, mas uma péssima cirurgia para quem não precisa. Para quem tem 70% de chance de ter câncer de mama, que teve casos de óbito pela neoplasia na família, é uma solução para diminuir o risco e ter mais qualidade de vida.

Como descobrir o câncer o mais rápido possível?

Para descobrir cedo a doença, o melhor exame que existe é a mamografia, que deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos de idade. A mamografia consegue detectar tumores a partir de um milímetro, ainda não palpáveis. Com o diagnóstico pela mamografia, há de 97% a 98% de chances de cura, quase sempre sem quimioterapia. Mas até que idade a mulher deve fazer a mamografia? Não existe um limite de idade para parar. Enquanto a pessoa tiver um bom desempenho mental e de locomoção, de qualidade de vida, ela deve fazer a mamografia anualmente. Com o autoexame, encontra-se tumores a partir de 1cm. O autoexame ajuda a pessoa a prestar atenção ao próprio corpo e ter outros cuidados consigo, mas a mamografia é o melhor exame para prevenir casos de câncer.

 

ACESSO

Para pessoas que moram em cidades pequenas ou com pouco poder aquisitivo, o acesso à mamografia pode ser mais difícil. Tais dificuldades não se devem só à falta de aparelhos, preço elevado ou dificuldade para marcar o exame, mas também ao fato de as mulheres não conseguirem tempo para si mesmas. A mulher tem de se afastar de suas atividades, às vezes não tem com quem deixar os filhos ou trabalha fora e não consegue folga no trabalho. O ultrassom, por sua vez, é o exame para mulheres mais jovens, com menos de 40 anos, e deve ser feito anualmente também.

Tratamentos modernos

CIRURGIA -  A cirurgia em casos de câncer de mama é feita pelo cirurgião mastologista e pelo cirurgião plástico, funções que, em alguns casos, estão concentradas na mesma pessoa. São diferentes tipos de cirurgia, e, hoje, tem-se optado pelas cirurgias menores, as ressecções segmentares, que retiram apenas parte da mama. A adenectomia, por sua vez, é aquela cirurgia em que se retira toda a mama, mas se mantêm a aréola e o mamilo. Já a mastectomia é aquela em que toda a mama é retirada, inclusive o tecido interno à aréola, e o mamilo. A escolha do tipo de cirurgia depende dos fatores individuais e do tipo de câncer, bem como dos fatores genéticos.

RADIOTERAPIA - A radioterapia deve acompanhar o tratamento em todos os casos e se trata de um procedimento de radiação aplicado na região do tumor.

QUIMIOTERAPIA - A quimioterapia também é um tratamento que vai depender das características de cada tumor. Hoje existem muitos recursos que ajudam, por exemplo, a diminuir a queda de cabelo, um dos efeitos colaterais mais visíveis do tratamento. É uma associação de medicamentos com ação sistêmica que atua na destruição das células, e hoje está cada vez menos tóxica, com diminuição de todos os efeitos colaterais.

HORMONIOTERAPIA - São os mesmos medicamentos usados para prevenir o câncer e não deixam o estrogênio atingir a célula receptora ou impedem a formação do hormônio.

TERAPIA BIOLÓGICA - São anticorpos que destroem os receptores dentro das células. Trata-se da grande novidade no tratamento do câncer. Existem outros recursos que têm sido pesquisados e descobertos. Os convênios costumam pagar esse tipo de tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) nem sempre e, por isso, nem todas as pessoas têm acesso à terapia biológica.

TERAPIA INTEGRATIVA - São terapias que melhoram o bem-estar da pessoa, como atividades físicas, danças, acupuntura, florais, artes marciais, ioga. Cada pessoa encontra um caminho que auxilia o tratamento e eles são muito recomendáveis como terapia complementar.

Após o tratamento, a mulher tem de continuar a realizar um acompanhamento, seja com o mastologista, seja com o ginecologista. Isso não significa que ela terá novamente o câncer, mas é prudente realizar exames com certa frequência.

 

CÂNCER DE MAMA EM HOMENS

No Brasil, são cerca de 500 casos por ano, a maioria descobertos pela palpação. Não há um crescimento significativo de casos e eles são, na maioria, hereditários.

 

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Setembro Amarelo: falar é a melhor solução. A ideia é promover o debate sobre suicídio

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11 de setembro de 2018

Durante todo o mês de setembro, é comum ver espaços públicos e privados decorados e/ou iluminados com a cor amarela. Esta iniciativa é para chamar a atenção para o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, celebrado dia 10 de setembro.

Este ano, campanha do Setembro Amarelo tem como tema: “Falar é a melhor solução”. A ideia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio, além de divulgar o tema e alertar a população sobre a importância de sua discussão. O suicídio é um problema de saúde pública no Brasil e os casos tem crescido, principalmente, entre os jovens.

De acordo com números do CVV – Centro de Valorização da Vida, 32 brasileiros se matam por dia, média de 1 morte a cada 45 minutos. Essa taxa é maior do que a de vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer. No Brasil, o CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

O bispo de Campos (RJ) e referencial da Pastoral da Saúde da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Roberto Ferrería Paz, esse tipo de campanha é preventiva e educativa já que possibilita alertar pais, educadores e as pastorais que lidam com o jovem encaminharem e tomarem medidas de cunho terapêutico para situações de depressão, pânico e outras doenças que sem cuidado possam induzir ao suicídio.

De acordo com o site oficial da campanha, tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Para dom Roberto Ferrería Paz, certamente que o suicídio é uma temática a ser tratada com responsabilidade e profissionalismo evitando-se qualquer abordagem superficial que possa provocar comportamentos imitativos ou atingir jovens sugestionáveis.

“Há muito tempo, a Igreja superou o enfoque moralista da questão para refletir mais a necessidade de uma abordagem mais ligada a saúde mental e espiritual em resposta a uma sociedade profundamente carente de sentido e vazia existencialmente”, ressalta.

O CVV alerta que a sociedade em geral precisa reconhecer sinais, diferenciar mitos e verdades, ouvir profissionais e ter acesso a formas de apoio. Falar também é a melhor solução já que a pessoa que pensa em suicídio sofre uma grande dor e não vê saída para ela. Em geral, quem pensa em suicídio não quer necessariamente morrer, mas fazer aquela dor sair, mas não sabe como.

Dom Roberto Ferrería Paz acredita que o suicídio é um indicador de desespero e falta de razões para viver. O bispo cita: ‘Vitor Frankl sempre afirmava que todas as pessoas precisam de um sentido para viver de um sonho, de esperança’.

“Não desconhecendo que podem haver também motivos químicos e orgânicos, devemos com o papa Francisco dizer aos jovens e adultos que não deixem que lhes roubem a esperança”, completa.

A mobilização de combate ao suicídio pode ser feita de diversas formas. Seja com ações informativas em empresas, os órgãos públicos se iluminando de amarelo ou cada pessoa pode se mobilizar compartilhando informações sobre o movimento Setembro Amarelo nas redes sociais, levantando o tema em seus grupos e buscando informações confiáveis sobre o assunto.

 

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Agentes da Pastoral da Aids participam de Seminário Nacional de Incidência Política

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16 de agosto de 2018

Agentes da Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 20 estados do Brasil, participaram do VIII Seminário Nacional de Incidência Política, realizado de 03 a 05 de agosto, em Porto Alegre (RS).

O evento que contou com apoio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, debateu com ajuda de pesquisadores, intelectuais e militantes, sobre o atual momento pelo qual passa a sociedade brasileira. Estiveram presentes representantes da pastoral dos 18 regionais da CNBB.

“Queremos compartilhar com nossos irmãos e irmãs de fé, com os membros de outras comunidades religiosas, com os participantes dos movimentos sociais e com todos os que defendem uma sociedade justa, igualitária e inclusiva, nossas preocupações e compromissos, conscientes de que o tempo presente é tempo de resistência”, destaca a carta de Porto Alegre 2018, assinada pelos participantes do seminário.

O documento destaca ainda que as conquistas históricas que beneficiam as populações secularmente excluídas estão em franco retrocesso. Diante dessa realidade o texto propõe algumas ações como:

– continuar aprofundando nossa participação nos espaços de controle social das políticas públicas, buscando ampliar o conhecimento e as parcerias para a manutenção das conquistas e impedir o retrocesso;

– participar do processo de construção da XVI Conferência Nacional de Saúde de 2019, em âmbito municipal, estadual e federal, defendendo o SUS com todos os seus princípios e componentes, impedindo que os interesses econômicos se sobreponham ao direito humano à saúde e evitando o desmonte do SUS;

– participar ativamente das eleições 2018, evitando abstenção ou voto em branco ou nulo, fazendo bom uso deste instrumento democrático que é a eleição; debater e conhecer as propostas dos partidos e dos candidatos, votando e apoiando aqueles que se comprometem com a defesa da justiça social e divulgando meios que possam ajudar na seleção de partidos e candidatos (ex.: www.politicos.org.br);

– reforçar a participação em espaços eclesiais, em comunhão com nossos pastores e com outras pastorais, efetivando uma igreja em saída, como propõe o Papa Francisco, colaborando na efetivação da VI Semana Social, no Grito dos Excluídos e na Campanha da Fraternidade que, em 2019, debaterá o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, aproveitando a experiência acumulada nestes anos de caminhada da Pastoral da Aids.

Na carta, o grupo reafirma o trabalho em parceria e colaboração Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde insistindo que: “é necessário o engajamento do Departamento para garantir as conquistas e evitar retrocessos”.

E finaliza do documento, com um verso do poema de Zé Vicente que manifesta o compromisso em manter acesa a chama e espalhar essa esperança para todos aqueles e aquelas que desejam uma sociedade justa e democrática. “haveremos de ver qualquer dia chegando a vitória, o povo na rua fazendo a história, crianças sorrindo em cada nação”.

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Terminais urbanos recebem iniciativas de combate ao câncer de mama

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03 de outubro de 2017

A cada ano, aumenta a adesão ao movimento mundial "Outubro Rosa", que visa chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.

Neste mês de luta contra o câncer de mama, os terminais urbanos da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) terão campanhas de conscientização ao longo do mês.

O Terminal Diadema será o primeiro a receber a equipe da Associação Rosa Mulher nas ações que ocorrerão na quarta-feira, 4, das 10h às 14h.

Além do Terminal Diadema, as campanhas também chegarão nos Terminais Santo André (17/10) e São Mateus (24/10).

MULHER, SAIBA REALIZAR O AUTOEXAME DAS MAMAS

 (Informações de M de Mulher, Outubro Rosa, Governo do Estado de SP)

 

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