Papa Francisco: "Na oração cristã não há espaço para o eu"

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13 de fevereiro de 2019

Na catequese pronunciada esta quarta-feira (13/02), o Papa propôs uma reflexão sobre o ‘Pai Nosso’, explicando como rezar melhor a oração que Jesus nos ensinou.
A Sala Paulo VI, dentro do Estado do Vaticano, ficou repleta de fiéis, romanos e turistas que receberam o Papa com o carinho de sempre, cantos e aplausos e em seguida, ouviram suas palavras com atenção.

Introspecção do diálogo com Jesus

Para rezar - iniciou o Papa - são necessários silêncio e introspecção.

“A verdadeira oração se realiza no segredo na consciência, do fundo do coração: com Deus é impossível fingir, é como o olhar de duas pessoas, o homem e Deus, quando se cruzam”. Mas apesar disso, Jesus não nos ensina uma oração intimista ou individualista. Não deixamos o mundo fora da porta do nosso quarto... levamos as pessoas e situações em nosso coração!

“ Na oração do Pai Nosso, há uma palavra que brilha pela sua ausência: uma palavra que em nossos tempos – como talvez sempre – todos consideram importante: a palavra ‘eu'. ”

Primeiramente nos dirigimos a Deus como a Alguém que nos ama e escuta (seja santificado o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade) e, depois, quando lhe apresentamos uma série de petições (dai-nos hoje o nosso pão cotidiano, perdoai as nossas ofensas, não nos deixeis cair em tentação, livrai-nos do mal), as fazemos na primeira pessoa do plural – “nós” – isto é, rezamos como uma comunidade de irmãos e irmãs.

“Até as necessidades mais elementares do homem – como ter alimento para saciar sua fome – são todas feitas no plural. Na oração cristã, ninguém pede o pão para si, mas o suplica para todos os pobres do mundo”, disse Francisco.

Pedir a Jesus que nos faça ter compaixão

Na oração, o cristão leva todas as dificuldades e sofrimentos de quem está ao seu lado, tanto dos amigos como de quem lhe faz mal, imitando a compaixão que Jesus sentia pelos pecadores.
Mas pode acontecer – ressalvou o Papa – que alguém não perceba o sofrimento a seu redor, não sinta pena pelas lágrimas dos pobres, fique indiferente a tudo. Isto significa que seu coração está petrificado. Neste caso, seria bom pedir ao Senhor que o toque com o seu Espírito e sensibilize seu coração.

“ Cristo não ficou alheio às misérias do mundo. Toda vez que percebia uma solidão, uma ferida no corpo ou no espírito, sentia forte compaixão. ”

Às 7 mil pessoas presentes, o Papa perguntou: “Quando rezamos, nos abrimos ao grito de tanta gente, próxima ou distante? Ou penso na oração como uma espécie de anestesia, para ficar mais tranquilo? Isto seria um terrível equivoco”.

A oração deve abrir o coração ao próximo para que amemos com um amor compassivo e concreto, sabendo que tudo aquilo que fizermos “a um destes meus irmãos mais pequeninos, -afirma Jesus - foi a mim mesmo que o fizestes”

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Papa Francisco: rezar é dizer "Abbà" com a confiança de uma criança

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16 de janeiro de 2019

“Basta evocar esta expressão - Abbà – para que se desenvolva uma oração cristã. (...) Nesta invocação há uma força que atrai todo o resto da oração". E para rezar bem, é preciso ter um coração de criança.

Dando continuidade a sua série de catequeses sobre a oração do Pai Nosso, o Papa inspirou-se nesta quarta-feira na Carta de São Paulo aos Romanos 8, 14-16 para falar sobre nossa filiação divina: “hoje partimos da observação de que, no Novo Testamento, a oração parece querer chegar ao essencial, até concentrar-se em uma única palavra: Abbà, Pai”. Nesta invocação afirmou, dirigindo-se aos 7 mil fiéis presentes na Sala Paulo VI -  concentra-se toda a novidade do Evangelho:

“ Depois de ter conhecido Jesus e ouvido sua pregação, o cristão não considera Deus mais como um tirano a temer, não sente mais  medo dele, mas floresce em seu coração a confiança nele: pode falar com o Criador, chamando-o de "Pai". A expressão é tão importante para os cristãos, que muitas vezes é conservada intacta em sua forma original. Paulo conservou intacta 'Abbà'”.

“É raro que no Novo Testamento as expressões aramaicas não são traduzidas para o grego”, observa o Papa. “Temos que imaginar que, nestas palavras em aramaico permanece como que "gravada" a voz do próprio Jesus, "respeitaram o idioma de Jesus". Nas primeiras palavras do "Pai Nosso", encontramos imediatamente a novidade radical da oração cristã”.

 

Rezar com verdade o Pai Nosso

Se entendermos que não se trata apenas de usar a figura do pai como um símbolo para relacionar ao mistério de Deus, mas  o mundo inteiro de Jesus transvasado no próprio coração, podemos rezar com verdade o “Pai Nosso”:

“Dizer "Abbà" é algo muito mais íntimo, mais comovente do que simplesmente chamar Deus de "Pai". Eis porque alguém propôs traduzir esta palavra aramaica original "Abbà" como "Papai" ou “Babbo" (ndr - em italiano) (...). Nós continuamos a dizer "Pai nosso", mas com o coração somos convidados a dizer "Papai", a ter uma relação com Deus como a de uma criança com o seu papai, que diz "papai" (...).  Na verdade, essas expressões evocam afeto, evocam calor, algo que nos remete no contexto da infância: a imagem de uma criança completamente envolvida pelo abraço de um pai que sente infinita ternura por ele. E por isso, queridos irmãos e irmãs, para rezar bem é preciso chegar a ter um coração de criança. Para rezar bem, não um coração autossuficiente. Assim não se pode rezar bem. Mas como uma criança nos braços de seu Pai, seu papai.”

 

Deus conhece somente amor

Mas são os Evangelhos no entanto – completa o Papa - a nos apresentarem melhor o sentido desta palavra. O "Pai Nosso"  ganha sentido e cor se aprendemos a rezá-lo depois de ter lido a parábola do Pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32):

“Imaginemos esta oração pronunciada pelo filho pródigo, depois de ter experimentado o abraço de seu pai, que o havia esperado por um tempo, um pai que não recorda as palavras ofensivas que ele havia dito, um pai que agora o faz perceber simplesmente a falta que sentiu dele.  Então descobrimos como aquelas palavras ganham vida, ganham força. E nos perguntamos: como é possível que Tu, ó Deus, conheça somente o amor? Mas Tu não conheces o ódio? Não, responderia Deus. Eu conheço somente o amor. Onde está em Ti a vingança, a pretensão de justiça, a ira pela sua honra ferida? E Deus responderia: eu conheço somente amor.”

 

A força da palavra "Abbà" 

A forma como o pai da parábola age – observa o Papa -  “recorda muito o espírito de uma mãe”, pois no geral  são as mães que desculpam seus filhos, que os cobrem, que não rompem a empatia que têm por eles, que continuam a querê-los bem. Mesmo quando não mereceriam mais nada:

“Basta evocar esta expressão - Abbà – para que se desenvolva uma oração cristã. (...) Nesta invocação há uma força que atrai todo o resto da oração”:

Deus busca você, mesmo que você não o procure. Deus ama você, mesmo que você tenha se esquecido dele. Deus vê em você uma beleza, ainda que você pense ter desperdiçado inutilmente todos os seus talentos. Deus é não somente um Pai, é como uma mãe que nunca deixa de amar sua criação. Por outro lado, há uma "gestação" que dura para sempre, bem além dos nove meses daquela física, e que gera um circuito infinito de amor."

 

Ter a confiança de uma criança

Para um cristão, "rezar é simplesmente dizer "Abbà", dizer papai (...), mas com a confiança de uma criança. E acrescentou ao concluir:

“Pode acontecer que também a nós aconteça de caminhar por caminhos  distantes de Deus, como aconteceu com o filho pródigo; ou de precipitar em uma solidão que nos faz sentir abandonados no mundo; ou ainda de errar e ser paralisados por um sentimento de culpa. Nesses tempos difíceis,  podemos ainda encontrar a força de rezar, recomeçando pela  palavra "Abbà", mas dita com o sentido terno de uma criança, "Abbá", papai. Ele não esconderá de nós o seu rosto. Recordem bem, talvez alguém tenha dentro de si coisas ruins, coisas que não...não sabe como resolver, tanta amargura por ter feito isto ou aquilo. Ele não esconderá o seu rosto. Ele não se fechará no silêncio. Você diz "Pai" e Ele responderá a você. Você tem um Pai! "Sim, mas eu sou um delinquente". Mas você tem um Pai que ama você. Diga a Ele "Pai" e comece a rezar assim, e no silêncio nos dirá que nunca nos perdeu de vista. "Mas Senhor, eu fiz isto e aquilo". Mas eu nunca perdi você de vista. Eu vi tudo. Mas sempre estive ali, próximo de você, fiel ao meu amor por você. Esta será a resposta. Não esqueçam nunca de dizer Pai. Obrigado!". 

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Papa pede oração a jovens da JMJ do Panamá, inspirados em Maria

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08 de janeiro de 2019

O Papa Francisco, no primeiro vídeo do ano com a intenção de oração para este mês de janeiro, divulgado nesta terça-feira (8), motiva para a evangelização dos jovens em véspera de Jornada Mundial de Juventude: 

“ Aproveitem a JMJ no Panamá para contemplar Cristo com Maria. Cada um em seu idioma, rezemos o Terço pela paz. ”

A Jornada, que acontece de 22 a 27 de janeiro, assim como Maria, são fontes de inspiração “para comunicar ao mundo a alegria do Evangelho”, disse Francisco. “O Vídeo do Papa” deste mês, produzido em espanhol por iniciativa da Rede Mundial de Oração do Papa e em colaboração com a JMJ, entra em consonância com milhares de jovens de todo o mundo que estão se deslocando para o Panamá ao incentivar que sejam fiéis ao chamado de Jesus, superando todo tipo de diferença cultural, econômica ou social.

Oração especial aos jovens da América Latina

O Papa Francisco, além de convidar cada um a rezar no seu próprio idioma “o Terço pela paz”, pede para rezar por essa juventude, “especialmente os (jovens) da América Latina”, para que tenham “forças para sonhar e trabalhar pela paz”.

Oração precisa de regularidade diária

O diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, Padre Frédéric Fornos, foi recebido pelo Papa Francisco em 3 de janeiro para tratar sobre a escolha das intenções de oração para 2010, já que os vídeos de divulgação deste ano já estão prontos. No início de fevereiro, o jornal L’Osservatore Romano vai publicar oficialmente as intenções do Santo Padre para 2020.

Mas é necessário ter tempo para rezar? Como é possível encontrá-lo em meio a dias muitas vezes frenéticos? De acordo com o sacerdote jesuíta, mais do que tempo, é preciso de regularidade: tirar um momento, sempre o mesmo, todos os dias, ainda que seja apenas 5/10 minutos para parar, ficar em silêncio e em contato com o Senhor:

“Penso que sempre temos tempo para fazer muitas outras coisas. É uma questão de decisões. Sempre temos tempo para ler um livro, um jornal ou assistir a um filme. Tempo sempre existe. Muitas vezes não devemos pensar que a oração precisa de muito tempo. O importante é dedicar um momento todos os dias: como a gota de água que cai sobre a pedra que caindo, caindo, sempre de forma regular, acaba transformando a própria pedra. Assim acontece com a oração: quando é feita todos os dias, mesmo que somente por cinco ou dez minutos, mas verdadeiros e próximos ao coração do Senhor, então isso nos ajuda a transformar nosso coração de pedra em um coração de carne. Por isso lançamos - especialmente para os jovens - a plataforma de oração do Papa, que se chama 'Click to pray'. Aqui há três momentos de oração a cada dia, a partir de 1 minuto, mas são 60 segundos de silêncio para ouvir a Palavra e ficar próximos ao coração do Senhor. Isso já pode ser o início de nossa transformação.”

Rede Mundial de Oração do Papa

A Rede Mundial de Oração do Papa, fundada em 1844 e com reforma do Papa em 2014, é um serviço pontifício, que tem como missão orar e viver os desafios da humanidade que preocupam o Santo Padre, expressados em intenções mensais. Está presente em 98 países ao integrar mais de 35 milhões de pessoas, incluindo seu grupo de jovens, o Movimento Eucarístico Jovem.

 

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Papa Francisco: "Chamar o Pai Nosso de 'pai' ou 'papai'"

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13 de dezembro de 2018

Continuando o ciclo de catequeses sobre o Pai-Nosso iniciado semana passada, na audiência geral desta quarta-feira (12/12), o Papa Francisco explicou aos fiéis que Jesus pôs nos lábios de seus discípulos esta oração breve e audaz; e que se não fosse Ele a ensiná-la, ninguém ousaria rezar a Deus dessa forma.

A primeira oração é o nosso pranto, ao nascermos

Falando a cerca de 7 mil pessoas na Sala Paulo VI, no Vaticano, Francisco prosseguiu:

“Composta por 7 petições, o Pai-Nosso nos convida a nos aproximar de Deus com confiança filial, sem preâmbulos nem termos solenes, simplesmente chamando-O Pai, como um filho o faz com o seu pai, dirigindo-se a Ele com intimidade e confiança, pedindo-Lhe aquilo que corresponde às nossas necessidades básicas e existenciais, como é o caso do ‘pão nosso de cada dia’”.

Isto porque – disse ainda – a oração do ‘Pai Nosso’ tem raízes na realidade concreta do homem: “A fé não é uma ‘decoração’ separada da vida, que surge apenas quando nossas necessidades estão satisfeitas, quando o ‘estômago está cheio’; mas é imbuída no homem, em todo homem que tem fome, chora, luta, sofre e se pergunta ‘por que’”.

Sendo assim, a nossa primeira oração foi o choro que acompanhou nosso primeiro respiro. Naquele pranto, de recém-nascido, anunciou-se o destino de toda a nossa vida: a nossa contínua fome e sede, a nossa busca pela felicidade.

Continuar a gritar, como o cego curado pela fé

Jesus ensina que Deus não nos quer anestesiados diante das dificuldades e sofrimentos, mas sim que elevemos ao céu as nossas necessidades, e se transformem num diálogo. “Ter fé é acostumar-se a gritar, e pedir para sermos curados, como fez o cego Bartimeu com sua invocação, mais forte do que o bom-senso”.

Com isso fica claro que a oração de petição, longe de ser uma forma inferior de diálogo com Deus, indica que Ele é um Pai cheio de compaixão e quer que Lhe falemos sem medo.

“A oração não só precede a salvação, mas de certa forma a contém, porque liberta do desespero de quem não crê numa saída, diante de tantas situações insuportáveis. Por isso, podemos lhe contar tudo, inclusive as coisas que em nossa vida permanecem distorcidas e incompreensíveis".

“ Ele nos prometeu ficar conosco para sempre, até o último dos dias que passaremos nesta terra ”

O Papa Francisco encerrou a sua catequese pedindo que ao rezar o ‘Pai Nosso’, iniciemos chamando-o ‘Pai’ ou simplesmente ‘papai’.

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Papa Francisco: "com Jesus, aprender a rezar com humildade"

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05 de dezembro de 2018

“Senhor, ensina-nos a rezar”: na Audiência Geral desta quarta-feira (05/12), o Papa Francisco iniciou um novo ciclo de catequeses dedicado ao “Pai-Nosso”.

Concluída a série sobre os Dez Mandamentos, o Pontífice se concentra agora na figura de Jesus como homem de oração.

Todos te buscam!

Diante de milhares de fiéis na Sala Paulo VI, o Papa partiu sua explicação do Evangelho de Marcos.

Desde a primeira noite de Cafarnaum, Jesus demonstra ser um Messias original. Na última parte da noite, quando o alvorecer se anuncia, os discípulos ainda o buscam, mas não conseguem encontrá-lo. Até que Pedro finalmente o encontra num lugar isolado, completamente absorto em oração. E lhe diz: “Todos te buscam!” (Mc 1,37).

Mas Jesus diz aos seus que deve ir além; que não são as pessoas a buscá-Lo, mas é antes de tudo Ele a buscar os outros. Por isso, não deve fincar raízes, mas permanecer continuamente peregrino pelas estradas da Galileia. “E também peregrino em relação ao Pai, isto é, rezando. Em caminho de oração.”

“Tudo acontece numa noite de oração”, notou o Papa. “Em alguma página das Escrituras, parece ser a oração de Jesus, a sua intimidade com o Pai, a governar tudo”, explicou.

Jesus, homem de oração

“Eis o ponto essencial: Jesus rezava.” Jesus rezava com intensidade nos momentos públicos, mas buscava também locais apartados que lhe permitissem entrar no segredo de sua alma. Rezava com as orações que a mãe lhe havia ensinado.

Jesus rezava como reza qualquer homem do mundo. E mesmo assim, no seu modo de rezar, estava contido um mistério, algo que certamente não passou desapercebido aos olhos dos seus discípulos, a ponto de dizerem: “Senhor, ensina-nos a rezar”. Eles viam Jesus rezar e tinham vontade de aprender.

“ E Jesus não recusa, não tem ciúme da sua intimidade com o Pai, mas veio justamente para nos introduzir nesta relação. E assim se torna mestre de oração dos seus discípulos, como certamente quer ser para todos nós. ”

Sempre aprender a rezar

Mesmo rezando há muitos anos, devemos sempre aprender!, exclamou o Papa. A oração do homem, este anseio que nasce de modo assim tão natural da sua alma, é talvez um dos mistérios mais intensos do universo. E não sabemos nem mesmo se as orações que endereçamos a Deus são realmente as que Ele quer ouvir de nós.

Há orações inoportunas, afirmou Francisco, citando aquela narrada na parábola do fariseu e do publicano. O fariseu era orgulhoso, fazia de conta que rezava, mas seu coração era frio.

“O primeiro passo para rezar é ser humilde. Ir ao Pai, a Nossa Senhora: ‘Olhe, sou pecador, fraco, malvado’, cada um sabe o que dizer. Mas sempre se começa com a humildade. O Senhor escuta, a oração humilde é ouvida pelo Senhor.”

Por isso, iniciando este ciclo de catequeses sobre a oração de Jesus, a coisa mais bela e mais justa que todos devemos fazer é repetir a invocação dos discípulos:

“ Será belo no tempo de Advento repetir: Senhor, ensina-nos a rezar. Todos podemos ir além e rezar melhor e pedir ao Senhor, ‘ensina-nos a rezar’. Façamos isso neste tempo de Advento. Ele certamente não deixará cair no vazio a nossa invocação. ”

Imaculada

Ao final da catequese, ao saudar os peregrinos poloneses, o Pontífice saudou os redatores da seção polonesa da Rádio Vaticano, que celebram 80 anos de fundação. “Eu lhes agradeço pelo serviço ao Papa e à Igreja.”

Francisco recordou ainda a celebração no próximo domingo, na Polônia, da 19ª Jornada de oração e de Ajuda à Igreja no Leste. “Com reconhecimento penso a todos aqueles que com a oração e as obras concretas, apoiam as comunidades eclesiais dos países vizinhos.”

O Papa lembrou por fim a celebração no próximo sábado, 8 de dezembro, da solenidade da Imaculada Conceição. “Entreguemo-nos a Nossa Senhora! Ela, como modelo de fé e de obediência ao Senhor, nos ajude a preparar os nossos corações a acolher o Menino Jesus no seu Natal”, disse Francisco.

Como é tradição, no dia 8 o Papa vai até a Praça de Espanha para uma homenagem com flores a Nossa Senhora.

A Rádio Vaticano/Vatican News transmitirá o evento ao vivo, com comentários em português, a partir das 16h locais (13h no horário de Brasília).

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Apostolado da Oração realiza encontro anual

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24 de outubro de 2018

A espiritualidade do Apostolado da Oração, que tem como patrona Santa Terezinha, que com apenas 12 anos tornou-se associada do Apostolado, motiva grupos de pessoas que se reúnem para rezar pela Igreja e por aqueles que evangelizam. O movimento é constituído por núcleos, que representam cada paróquia onde está presente.

O encontro anual do Apostolado da Oração da Região Episcopal Lapa, que teve início em 1985, completou 33 anos. Em 2018, foi realizado na Paróquia Santa Mônica, no Setor Pirituba, no dia 16, com a presença de mais de 300 pessoas, que participaram da missa do Sagrado Coração de Jesus, presidida pelo Vigário Episcopal da Região Lapa, Padre Jorge Pierozan (Padre Rocha), e concelebrada pelos Padres Flavio Heliton, Pároco, Euclides Eustáquio de Castro, Coordenador Apostólico da Oração da Região Episcopal Lapa, Geraldo Pereira e Amado Lopes, com a participação do Diácono Geraldo Inácio. 

Padre Jorge, na homilia, refletiu sobre o Evangelho (Mateus 11,25-30), apontando que o cristão deve viver a devoção ao coração de Jesus e imitar os ensinamentos de Cristo no cotidiano, combatendo o mal com o bem, amando o próximo, com a caridade que faz a justiça na plenitude. O Sacerdote ressaltou, ainda, que todos devem pedir ao Sagrado Coração de Jesus “que faça nosso coração semelhante ao vosso, para alcançarmos a graça e misericórdia divina”. 

 Antes da bênção final, Padre Euclides conduziu a Adoração ao Santíssimo. Após o término da celebração, todos foram convidados para um coquetel no salão paroquial.

 

LEIA TAMBÉM: Paróquia promove ação solidária em favor de crianças com deficiência

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Papa Francisco: aprender a rezar com coragem e insistência

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11 de outubro de 2018
O Evangelho de hoje esteve no centro da homilia do Papa Francisco na missa celebrada esta manhã (11/10) na Casa Santa Marta.

O tema é a oração, de como nós devemos rezar. De fato, Jesus conta aos seus discípulos de um homem que, à meia-noite, bate à porta da casa de seu amigo para pedir-lhe algo para comer. O Papa destacou três elementos: um homem necessitado, um amigo e um pouco de pão.

Rezar com insistência

A visita do amigo é inesperada, ele reza com insistência e deste modo, disse o Papa, o Senhor quer nos ensinar como rezar:

Mas se reza com coragem, porque quando rezamos normalmente precisamos de algo. Um amigo é Deus: é um amigo rico que tem pão, tem aquilo de que necessitamos. É como se Jesus dizesse: “Na oração sejam invasivos. Não se cansem”. Mas não se cansem do quê? De pedir. “Peçam e lhes será dado”.

A oração é um trabalho

O Papa continuou afirmando que “a oração não é como uma varinha mágica”, não obtemos assim que pedimos. Não se trata de rezar duas vezes o “Pai-Nosso” e depois ir embora, assim não se tem a vontade de obter o que foi pedido:

A oração é um trabalho: um trabalho que requer de nós vontade, exige constância, pede que sejamos determinados, sem vergonha. Por quê? Porque estou batendo à porta do meu amigo. Deus é amigo, e com um amigo eu posso fazer isto. Uma oração constante, invasiva. Pensemos em Santa Mônica, por exemplo, quantos anos rezou assim, com lágrimas, pela conversão do seu filho. O Senhor, no final, lhe abriu a porta.

Francisco deu outro exemplo, contando um fato que ele mesmo testemunhou em Buenos Aires: um homem, um operário, tinha uma filha em fim de vida, os médicos não tinham dado qualquer esperança.

Ele então percorreu 70 quilômetros até o Santuário de Nossa Senhora de Luján. Chegou que já era noite e o Santuário estava fechado, mas ele rezou do lado de fora toda a noite, “implorando a Nossa Senhora: eu quero a minha filha. Eu quero minha filha. O Senhor pode me dar”. E quando na manhã sucessiva voltou ao hospital, encontrou a mulher que lhe disse: “Então, os médicos a levaram para fazer outro exame, não sabem explicar porque acordou e pediu para comer, e não tem nada, está bem, não corre mais perigo”. Aquele homem, disse o Papa, sabia como rezar.

Deus é um amigo

O Pontífice nos convidou a pensar também nas crianças manhosas quando querem algo, e gritam e choram dizendo: “Eu quero! Eu quero!” E no final os pais cedem. Alguém, porém, pode se questionar: mas Deus não fica bravo se fizermos assim? O próprio Jesus, prevendo isso, nos disse: “E vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”.

É um amigo: dá sempre o bem. Dá mais: eu peço para resolver este problema e ele o resolve e dá também o Espírito Santo. Dá mais. Pensemos um pouco: como rezo? Como um papagaio? Rezo propriamente com a necessidade no coração? Luto com Deus na oração para que me dê aquilo de que necessito se é justo? Aprendamos deste trecho do Evangelho como rezar.

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Vídeo do Papa: em outubro rezar o Terço

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10 de outubro de 2018

 

Foi publicado, nesta terça-feira, no Vaticano, um Vídeo do Papa com a intenção de oração para o mês de outubro, para rezar o Terço pela Igreja.

Trata-se de uma “Corrente de Oração” a Maria e a São Miguel Arcanjo para proteger a Igreja contra o demônio, que tenta dividir a comunidade cristã. Eis o que diz o Papa:

“ O diabo apresenta-se com grande poder, oferecendo-nos presentes, mas não sabemos o que tem dentro. Renovo o convite a todos para rezar o Terço, todos os dias, no mês de outubro, concluindo com a antífona ‘sob a sua proteção’, e a oração a São Miguel Arcanjo, contra os ataques do maligno, que quer dividir a Igreja. ”

Eis o forte convite que Francisco faz em seu Vídeo, difundido pela Rede Mundial de Oração do Papa. Estas palavras foram pronunciadas após a oração dominical do Angelus, no ultimo dia 7, ao recordar a festa de Nossa Senhora do Rosário e a tradicional Súplica no Santuário de Pompeia, presidida, naquele dia, pelo Cardeal Mário Zenari, Núncio apostólico na Síria.

Esta intenção do Papa é dirigida aos fiéis de todos os continentes, para que, mediante uma “Corrente de oração”, peçam a proteção de Maria sobre a Igreja, nestes tempos difíceis. Este pedido do Papa havia sido publicado, pela Sala de Imprensa da Santa Sé, no dia 29 de setembro, quando Francisco confiou esta sua intenção ao Padre jesuíta, Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, para que fosse difundida neste mês de outubro.

 

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A oração do Papa Francisco diante da Virgem Negra, na Lituânia

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22 de setembro de 2018

Na parte da tarde, Francisco visitou o Santuário da Mãe da Misericórdia, situado ao lado da “Porta Aurora”, onde os fiéis veneram a imagem da Virgem Negra, chamada “Mãe da Misericórdia”, por cuja intercessão, ao longo dos séculos, ocorreram numerosos prodígios.

Diante da Capelinha da Virgem Negra, o Santo Padre rezou com presentes o terceiro Mistério Gozoso do terço, sobre o nascimento de Jesus na gruta em Belém, fazendo a seguir, um breve pronunciamento:

“ Encontramo-nos diante da Porta da Aurora, que resta das muralhas desta cidade, que serviam para defender o povo dos perigos e provocações. Nesta Porta, que permaneceu em pé depois da invasão do exército, em 1799, já se encontrava a imagem da Virgem da Misericórdia, a Santíssima Mãe de Deus, que sempre nos socorre e vem em nosso auxílio. ”

 

Caminhar fraternalmente

Desde então - recordou o Papa –, ela nos ensina que se pode proteger sem atacar, que é possível ser prudentes sem a necessidade doentia de desconfiar. Esta Mãe, sem o Menino nos braços, toda dourada, é a Mãe de todos. No passado, foram construídas diversas fortalezas, mas, hoje, sentimos a necessidade de nos olharmos de frente, como irmãos, e caminhar juntos fraternalmente.

E Francisco afirmou:

“Todos os dias, uma multidão de pessoas vesantuariom rezar diante da imagem da Mãe da Misericórdia: lituanos, poloneses, bielorrussos e russos, católicos e ortodoxos. Tudo isso, graças à liberdade de circulação entre os países. Que bom se conseguíssemos também construir pontes de encontro e solidariedade entre todos. Como uma boa mãe, a Mãe da Misericórdia busca reunir famílias e crianças, que, com seus sofrimentos e obscuridades, anseiam pela nossa caridade, a chave que abre as portas do Céu”.

 

Construir pontes, não muros!

O Santo Padre concluiu seu pronunciamento, pedindo a proteção da Virgem Negra sobre comunidade lituana, para que possa anunciar Jesus Cristo, nossa Esperança, manter uma pátria acolhedora, paciente e solidária, e construir pontes, não muros!

Após a oração mariana, o Papa ofereceu um Terço de ouro em homenagem à Santíssima Virgem Maria. Depois, dirigiu-se à janela do Santuário da Mãe da Misericórdia, para abençoar a multidão presente.

Por fim, Francisco deslocou-se de papamóvel para a Catedral de Vilnius, dedicada aos Santos Estanislau e Ladislau, diante da qual manteve um encontro com a Juventude da Lituânia.

 

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Papa: um sacerdote sem vida de oração não vai muito longe

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21 de setembro de 2018

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (21/09), na Sala do Consistório, no Vaticano, os sacerdotes e membros da Cúria da Arquidiocese de Valência, na Espanha.

“Valência, terra de santos, este ano celebra o jubileu de um deles, São Vicente Ferrer, que trabalhou e lutou com todas as suas forças pela unidade na comunidade eclesial”, frisou o Pontífice.

Segundo o Papa, este santo propõe aos sacerdotes três meios fundamentais para conservar a amizade e a união com Jesus Cristo: o primeiro é a oração como alimento de todo sacerdote.

 

Rezar é a primeira tarefa do bispo e do sacerdote

“O sacerdote é homem de oração. Um sacerdote sem vida de oração não vai muito longe. O povo fiel tem bom olfato e percebe se seu pastor reza e se relaciona com Deus. Rezar é a primeira tarefa do bispo e do sacerdote. Dessa relação de amizade com Deus se recebe a força e a luz necessária para enfrentar todo apostolado e missão, pois aquele que foi chamado vai se identificando cada vez mais com os sentimentos do Senhor e suas palavras e ações adquirem o sabor puro do amor de Deus”, sublinhou Francisco.

Para o Santo Padre, “a vida interior do sacerdote repercute em toda a Igreja, começando por seus fiéis. Precisamos da graça para seguir no caminho e percorrê-lo com aqueles que nos foram confiados. O sacerdote, assim como o bispo, vai adiante de seu povo, mas também no meio e atrás, onde for necessário, sempre com a oração.”

 

Testemunhas no mundo

O segundo aspecto fundamental para conservar a amizade e a união com Jesus Cristo é a obediência à vocação da pregação do Evangelho a toda criatura.

“O Senhor nos chama ao sacerdócio para ser suas testemunhas no mundo, para transmitir a alegria do Evangelho a todas as pessoas. Esta é a razão do nosso existir. Não somos proprietários da Boa Nova, nem empresários do divino, somos custódios e dispensadores do que Deus nos confia através de sua Igreja. Isto supõe uma grande responsabilidade, pois comporta preparação e atualização do que foi aprendido e assumido. São necessários o estudo e o confronto com outros sacerdotes para enfrentar os momentos que estamos vivendo e as realidades que nos questionam.”

Para Francisco, “a formação permanente é uma realidade que deve ser aprofundada e tomar corpo no presbitério. Sempre digo aos bispos para ouvir e serem acessíveis aos seus sacerdotes, pois eles são seus colaboradores imediatos, e junto com eles os demais membros da Igreja, pois a barca da Igreja não é de um, nem de uns poucos, mas de todos os batizados e precisa também do entusiasmo dos jovens e da sabedoria dos idosos para ir mar afora”.

 

O sacerdote é livre enquanto está unido a Cristo

O terceiro aspecto é a liberdade em Cristo a fim de beber o cálice do Senhor em qualquer circunstância.

“O sacerdote é livre enquanto está unido a Cristo, e dele obtém a força para ir ao encontro dos demais. “Somos chamados a sair e testemunhar a todos a ternura de Deus, também nas atividades e tarefas da cúria, com atitude de saída, ir ao encontro do irmão.”

 

Acolhimento dos migrantes

O Papa agradeceu aos sacerdotes pelo que fazem na Arquidiocese de Valência em favor dos necessitados, e “pela generosidade e grandeza de coração no acolhimento dos migrantes. Eles encontram em vocês uma mão amiga e também proximidade e amor.”

O Papa agradeceu aos sacerdotes pelo exemplo e testemunho que dão, “muitas vezes com escassez de meios e ajuda, mas sempre com o preço mais alto, que não é o reconhecimento dos poderosos nem da opinião pública, mas o sorriso de gratidão no rosto de tantas pessoas às quais” eles “devolveram a esperança”.

“Continuem levando a presença de Deus às pessoas que dela precisam. Este é um dos desafios do sacerdote hoje”, concluiu.

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