‘Jovens: não deixem que lhes roubem a esperança’

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13 de março de 2020

Eles têm entre 14 e 25 anos, não estudam nem trabalham, não têm amigos e passam a maior parte do dia fechados em seus quartos. Comunicam-se com dificuldade e podem ter hábitos noturnos para evitar confronto com outras pessoas, até mesmo com pais e parentes. Sim! São adolescentes e jovens, que precisam de atenção e acompanhamento.
Há os casos extremos, como os dos “hikikomori”, que em japonês significa “isolado em casa”. O termo foi cunhado em 2013, por Tamaki Saito, psicólogo e investigador japonês e autor do livro “Isolamento Social: Uma Adolescência sem Fim”. 
Nem todos os jovens, contudo, chegam à situação de isolamento, mas o simples fato de se mostrarem cada vez mais apáticos, sem sonhos ou projetos, ainda que por um período mais curto de tempo, preocupa pais, educadores e, de certa forma, toda a sociedade. São jovens que parecem desistir da vida antes mesmo de começá-la.
É comum ouvir queixas sobre a perda de interesse dos filhos adolescentes, que passam horas em jogos on-line ou em aplicativos do celular. Concluem o Ensino Médio por volta dos 16 ou 17 anos e não sabem qual curso superior querem cursar e não apresentam uma perspectiva profissional. Muitos não têm amigos ou não se encontram com eles, e a maioria não participa de algum grupo com o qual se identifica. Mas por que isso acontece?

MUDANÇA DE HÁBITOS

Desirée Ruas, jornalista e membro do Movimento pela Infância e da Rede Brasileira Infância e Consumo (Rebrinc), explicou que a mudança de interesses na transição da infância para a adolescência é muito comum, mas que toda alteração brusca de hábitos deve ser acompanhada de perto.
“As prioridades mudam e o brincar é substituído por outros interesses. O que preocupa é quando a criança ou o adolescente perde o interesse, repentinamente, por aquilo que sempre gostou. Nestes casos, é preciso um olhar cuidadoso da família, da escola e de psicólogos para descobrir os motivos desta mudança”, disse Desirée.
Severina Epifânio, conhecida por Neta, mãe dos jovens Carolina Epifânio Lopes, 22, e Rafael Epifânio Lopes, 16, mora no Rio de Janeiro (RJ) e contou ao O SÃO PAULO a experiência que teve com seus filhos.
“Como trabalhei muitos anos em uma livraria, sempre presenteei minha filha mais velha com livros e incentivava a leitura. Com o tempo, porém, vi que ela foi perdendo o interesse até pela escola, e, quando chegou aos 15 anos, passamos por uma fase muito difícil”, relembra Neta.
Carolina perdeu o interesse pela escola e tornou-se uma jovem sem motivação quando começou a se comparar com os amigos e a se sentir inferior a eles. “Ela se sentia incapaz e, com isso, acabou indo mal nos estudos até perder a bolsa que tinha”, contou a mãe, que viu a filha se matricular num supletivo para conseguir concluir o Ensino Médio.
Foram quase quatro anos de desmotivação total, até que a jovem começou a namorar um rapaz da sua idade que, aos poucos, a ajudou a recuperar a autoestima e retomar os estudos. Hoje, Carolina está no último semestre de Biologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e se prepara para ingressar no mestrado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 
“Percebi que a identificação com outros jovens é muito importante. Engraçado é que o primeiro presente do namorado para ela foi um livro. Foi como se aquele presente tivesse ajudado minha filha a retornar às suas origens”, lembrou Neta. 
Em relação ao filho, Rafael, Neta percebe uma dificuldade em acreditar nos próprios sonhos ou fazer escolhas que tenham mais a ver com ele do que com as cobranças econômicas e sociais. 
“Ele tem medo de cursar o que gosta, porque se sente inseguro quanto ao retorno financeiro”, disse a mãe, que tenta ajudá-lo na decisão, apoiando-o o máximo possível. Recentemente, o adolescente foi aprovado no vestibular para o curso de Engenharia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Algo muito interessante que tenho observado é o seu despertar vocacional, e tenho apoiado sempre. Ele faz acompanhamento espiritual com um padre. Percebo que isso, independentemente do caminho a ser traçado, é positivo”, continuou a mãe.

ESTÍMULOS DEMAIS?

Do quarto andar de uma escola na zona Norte da capital paulista, pode-se ouvir o barulho das crianças na hora do intervalo e, vez ou outra, a conversa dos adolescentes que concluem seu período escolar matinal. 
Ali, na mesma sala em que concedeu esta entrevista à reportagem do O SÃO PAULO, Everaldo Ferreira Garcia, 48, orienta pais e educadores e os ajuda a lidar com diferentes situações, sobretudo no que se refere à saúde emocional de adolescentes e jovens. Consultor educacional da Rede Passionista de Ensino, Everaldo é psicanalista, filósofo e orientador em diferentes instituições de ensino.
“Vivemos uma época em que os adolescentes e jovens não têm motivação. Muitos não encontram sentido para a vida”, afirmou o psicanalista, ao explicar que existe uma apatia juvenil causada por fatores como imaturidade e falta de autoestima.
Garcia apontou fatores como a falta de vínculo e da presença efetiva dos pais, que geram pessoas frágeis emocionalmente e sem capacidade de escolha; mas insistiu que os excessos são igualmente prejudiciais. “Às vezes, os pais agem como intrusos, decidindo sempre pela criança e tornando-a incapaz de fazer escolhas”, disse.
O psicanalista falou sobre o movimento oposto, quando crianças que receberam muito e tiveram uma infância maravilhosa parecem ter dificuldades para sair dessa fase: “É muito cômodo para um jovem continuar sendo mantido pelos pais e não buscar construir algo com o próprio esforço”.
“Recentemente, fui visitar um jovem que estava se automutilando e chegou a tentar o suicídio. Entrei no quarto dele e comecei a observar os quadros nas paredes. Aos 5 anos, ele foi à Disney com os pais. Aos 8, foi para a Austrália, e aos 11 aprendeu a esquiar em Bariloche, na Argentina. Descobri que, embora já tivesse realizado muitos sonhos, ele sentia-se sozinho, sem ninguém. Talvez o pai e a mãe poderiam, além das viagens, ter brincado com o filho no parquinho perto de casa mais frequentemente, pois a presença vale mais do que muitos presentes”, ressaltou Garcia.

PRESENÇA DOS PAIS

O filósofo, sociólogo e psicanalista italiano Umberto Galimberti, referência mundial em reflexões sobre juventude e contemporaneidade, afirmou, em uma de suas conferências sobre a juventude disponíveis no 
YouTube, que os pais acabam se descuidando da educação dos filhos por muitos motivos, sobretudo pelo excesso de trabalho.
“Nos primeiros seis anos de vida, formam-se os mapas cognitivos e emotivos de uma pessoa, ou seja, o modo como se conhece o mundo e como ressoam, dentro dela, os eventos do mundo. Alguns cientistas dizem que esse mapa se forma antes, até os 3 anos de vida. Mas o que acontece na nossa sociedade? Ambos os pais devem trabalhar para sustentar a família. Em muitos casos, falta presença afetiva. É importante lembrar que as pessoas formam a identidade de acordo com as relações sociais e o retorno dos outros”, explicou Galimberti.
Ele disse ainda que, até os 12 anos, é essencial que os pais estejam muito presentes na vida dos filhos e os acompanhem de perto. Após essa idade, os adolescentes se guiarão pelo exemplo dos pais, bem como na juventude, quando precisam de referências sólidas.  
“Hoje, as crianças têm que fazer mil coisas: ir à escola, aprender futebol, dança, inglês e a ler e escrever. Falta-lhes o ócio. Quando não temos tudo, inventamos o caminho. As crianças precisam inventar os próprios jogos. Mata-se nas crianças o desejo, não há mais o que desejar – pois elas já têm tudo – e, desse modo, quando crescem, o jovens não têm desejo de nada, nem mesmo de mudar o mundo”, acrescentou.
Everaldo Garcia considera que é preciso ajudar os adolescentes e jovens a encontrar motivações mais profundas: “A vocação é muito importante. Cada pessoa precisa descobrir o porquê veio a este mundo e a forma com que pode colaborar para que ele seja melhor. Neste sentido, a espiritualidade e a formação de valores sólidos devem ser prioritários na formação”.

DEPENDÊNCIAS REAIS E VIRTUAIS

Aos 21 anos, o filho de Carlos, que prefere não ser identificado por completo, vive o drama da dependência química. “Ele trabalha como entregador alguns dias da semana, o suficiente para conseguir dinheiro e comprar mais entorpecentes. Depois, passa os dias em casa jogando e dormindo. Não colabora com as tarefas domésticas, não interage com as pessoas, não tem projeto algum para o futuro e não aceita ajuda. É muito complicado”, disse o pai.
A situação é vivida por muitas famílias, em que jovens fogem do convívio dos outros por meio dos vícios. E, se por um lado, a dependência pode significar a busca pelo prazer, pode, igualmente, ser uma forma de 
alienar-se do mundo.
A partir de sua experiência como educador e orientador educacional, Garcia salientou o fato de os jovens serem extremamente frágeis emocionalmente. 
“Essa fragilidade, fruto de uma educação que não ajuda a criança a se desenvolver autonomamente por excesso de cuidado ou, por outro lado, por uma carência afetiva extrema, é causadora de muitos males. Também as escolas se descuidaram do fator humano, preocupando-se, exageradamente, com a técnica ou as aprovações nos vestibulares. A consequência é uma geração que não consegue se equilibrar sobre as próprias pernas, pois lhes faltou o básico. É muito mais simples aprender uma competência técnica do que aprender uma competência de vida”, explicou.
Além da dependência química, a dependência das telas é uma realidade cada vez mais frequente. “Não se pode desconectar o jovem da tecnologia, mas precisamos encontrar caminhos para que este uso não cause um isolamento e o retire da vida social real. O tempo que as crianças e os jovens passam em frente às telas é preocupante. O que pode ser considerado saudável e o que acarreta prejuízos para estas meninas e meninos?”, indagou Desirée Ruas, que ajuda pais e educadores a pensar alternativas sobre o tema.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) referendou que “vício em games” entrará na sua classificação internacional de doenças, como um transtorno mental, a partir de 1º de janeiro de 2022. 
“Viver mergulhado em telas, internet e redes sociais é algo extremamente sedutor, pois o jogo nunca acaba, as mensagens não param de chegar e o universo de conteúdo a ser explorado é infinito. Como definir limites? As crianças e os jovens são capazes de perceber os prejuízos? Estudos mostram a relação entre as redes sociais e a depressão em jovens. É uma dependência que causa impacto nos estudos, na vida familiar e social. Nós, adultos, não sabemos o que é isso, porque não vivemos esta situação na juventude. A tecnologia trouxe muitas vantagens para todos. É preciso reforçar o uso positivo e ficar alerta quanto às consequências negativas de se viver tão conectado”, alertou Desirée.

CAMINHOS ABERTOS

Artes, música, esportes e ações de voluntariado são caminhos importantes para que os jovens possam se sentir inseridos e parte de um grupo. 
“É preciso trabalhar o valor da pessoa de forma real e debater sobre a ilusão de perfeição mostrada pelas redes sociais. O diálogo sobre valores humanos, sobre empatia e cuidado com o outro e o meio em que vivemos é fundamental, como também incentivar o engajamento dos adolescentes em projetos transformadores em que eles são os protagonistas, acreditar no potencial dos jovens e dar condições para que eles se expressem de forma plena”, aconselhou Desirée.
Garcia, por sua vez, disse que movimentos religiosos e pastorais devem se empenhar, sempre mais, em prol da juventude: “Escola de Pais, orientação clínica profissional, saúde emocional e o cultivo da espiritualidade são caminhos que as escolas podem promover sem medo”.
Em algumas escolas mantidas por instituições católicas em São Paulo, há setores que se empenham em promover os valores cristãos para crianças, adolescentes e jovens. Nas paróquias e comunidades católicas, existem grupos de jovens que se reúnem semanalmente e promovem encontros, retiros e atividades de entretenimento. 
Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus vivit (CV), o Papa Francisco recorda aos jovens algumas convicções da fé cristã e os encoraja a crescer na santidade e no compromisso em prol da própria vocação: “A Palavra de Deus diz que os jovens devem ser tratados como irmãos, e recomenda aos pais: ‘Não irriteis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo’. Um jovem não pode estar desanimado; é próprio dele sonhar coisas grandes, buscar horizontes amplos, ousar mais, ter vontade de conquistar o mundo, ser capaz de aceitar propostas desafiadoras e desejar contribuir com o melhor de si mesmo para construir algo superior. Por isso, insisto com os jovens para não deixar que lhes roubem a esperança, repetindo a cada um: ‘Ninguém escarneça da tua juventude’” (CV 15).

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Jovens dialogam sobre nova economia global proposta pelo Papa Francisco

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10 de março de 2020

Com o objetivo de apresentar aos empresários a iniciativa do Papa Francisco de reunir jovens economistas e empreendedores de todo o mundo para refletirem sobre um novo modelo de economia global, a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) realizou na noite da segunda-feira, 9, um diálogo com jovens que irão participar do evento intitulado “Economia de Francisco”, em novembro, na cidade de Assis, na Itália.

Com o título “Uma Nova Economia Global: jovens em Assis atendendo ao chamado do Papa”, o evento, realizado em São Paulo, contou com a participação dos três jovens que irão participar do encontro internacional apoiados pela ADCE e pela União Internacional Cristã dos Dirigentes de Empresas (UNIAPAC) Brasil. O diálogo foi mediado pelo jornalista Milton Jung, âncora da rádio CBN.   

Esses jovens são: Matheus Machado, advogado, empresário, professor e palestrante de finanças pessoais; Lucas Galhardo, estudante de Engenharia Mecânica, com experiências com Pastoral Juvenil no Brasil e América Latina e auditor do Sínodo dos Bispos sobre os jovens, em 2018; e Franchesco Lopez, trader internacional de negócios, empreendedor e jornalista.

TROCA DE IDEIAS

“O Papa está provocando os jovens estudantes, pessoas da academia, economistas em início de carreira, empreendedores de todo o mundo em um evento inter-religioso e intercultural para que apresentem novas ideias em vista de uma economia mais humanizada, que leve em conta a dignidade da pessoa, mais inclusiva e que respeite o meio ambiente, o que também tem a ver com a vida do ser humano na Terra”, explicou ao O SÃO PAULO o presidente da ADCE Brasil, Sérgio Cavalieri.

Aos 32 anos, Matheus Machado se candidatou para participar do evento atraído pela proposta do Papa de repensar as relações econômicas, mudando sua mentalidade do foco absoluto no lucro financeiro para o bem do ser humano.

“Se não promovermos um salário digno, um trabalho justo, uma relação profissional mais saudável, uma mente mais saudável, a pessoa não produz. Infelizmente, boa parte das empresas ainda veem as pessoas apenas como números. Portanto, esse chamado do Papa Francisco para rever essa mentalidade começou a mexer com minha comigo”, relatou o educador financeiro.

PENSAR A LONGO PRAZO

Para Matheus, a expectativa do evento em Assis é grande. “É um movimento forte e esperamos muitos frutos”, disse, destacando, ainda, a capacidade o Papa de dialogar com várias culturas e religiões em busca dessa nova economia mais humana.

“Nós temos que pensar a longo prazo porque estamos destruindo o meio ambiente, degradando o ser humano e implementando uma cultura de descarte muito pesada, em que tudo literalmente é descartável. Se o funcionário não produz, ele é trocado, se alguém acabou de tomar um refrigerante, joga a latinha fora”, ressaltou Matheus, recordando que para combater essa cultura de descarte o Santo Padre propõe uma “ecologia integral”, que seja a revista a forma que a sociedade trata o ser humano, os materiais e o ambiente onde vive.

RESPONSABILIDADE DE TODOS

Boliviano e com 33 anos Franchesco Lopez vive no Brasil desde 2013, quando descobriu sua vocação para o comércio exterior. Ao falar sobre os temas que serão trados em Assis, ele chamou a atenção para a tomada de consciência da responsabilidade de todos os atores da sociedade no desenvolvimento econômico de um país e de todo o mundo, tendo o ser humano e a sua dignidade como centro de seus objetivos.

“Por isso, o Papa convidou pesquisadores, influenciadores e, sobretudo, jovens economistas e empreendedores, pois são esses que daqui 50 anos estarão à frente das empresas com essa nova visão econômica”, ressaltou.

Mesmo não sendo diretamente da área da economia, Lucas Galhardo, 27, reconhece que essa nova visão econômica que será debatida no evento internacional deve ser de interesse de dos profissionais de todas as áreas.

MUDANÇA CULTURAL

“Será, antes de tudo, uma grande oportunidade de aprendizado. Espero poder levar um pouco da minha experiência da Pastoral Juvenil, do ambiente universitário e do processo do Sínodo dos Bispos de 2018, das boas práticas empresariais que aprendemos aqui na ADCE”, disse, ressaltando, ainda a expectativa de se encontrar com outras pessoas que também estão empenhar nesses objetivos.

Lucas enfatizou, ainda, que os jovens de sua geração têm cada vez mais demonstrado interesse pelas questões ambientais, sociais e pelo desenvolvimento sustentável. “Isso me alegra e me motiva muito. Faz-me acreditar que conseguiremos dar passos significativos nessa mudança cultural, pensando nos valores que uma empresa pode gerar, sobre o impacto gerado na vida das pessoas e sua contribuição para a humanidade”, acrescentou, reconhecendo que esse processo, embora exija tempo e discernimento, já existem os primeiros passos para a mudança.

FRANCISCO DE ASSIS

Na carta-convite dirigida aos jovens empresários e empresárias, economistas e game changers do mundo inteiro com até 35 anos, divulgada em 11 de maio de 2019, o Papa Francisco explica que Assis é o lugar apropriado para inspirar uma nova economia, pois foi ali que São Francisco se despojou de todo mundanismo para escolher Deus como bússola da sua vida, tornando-se pobre com os pobres e irmão de todos. Sua decisão de abraçar a pobreza também deu origem a uma visão econômica que permanece atual.

O Pontífice convida os jovens a firmarem um pacto, no espírito de São Francisco e de Santa Clara, a fim de que a economia de hoje e de amanhã seja mais justa, fraterna, sustentável e com um novo protagonismo de quem hoje é excluído.

Além dos jovens o evento contará com a participação de alguns especialistas convidados pelo Papa para assessorar o encontro, entre os quais, o economista e filósofo indiano Amartya Sen, Prêmio Nobel para a Economia 1998; o economista e ensaísta norte-americano Jeffrey Sachs; e o economista e banqueiro bengalês, Prêmio Nobel da Paz 2006, Muhammad Yunus, também conhecido como o “banqueiro dos pobres”.

BRASILEIROS

O Brasil terá a segunda maior delegação no evento, cerca de 100 jovens de diferentes regiões do País. Desde novembro de 2019, eles se encontram de forma presencial para preparar ações e reflexões para serem compartilhadas no encontro.

A expectativa de Matheus não é apenas para o que será debatido no encontro em Assis, como também o processo que antecede o encontro. “São aqueles que conseguiremos mobilizar, a quantidade pessoas que alcançaremos e fazê-las não só refletir, mas se comprometer concretamente por meio da assinatura de um novo pacto entre empresários, universidades, cidadãos, igrejas pelo bem comum”, afirmou, reforçando que a “Economia de Francisco” não é uma proposta partidária ou ideológica, mas humana.

 

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Fazenda da Esperança inaugura unidade na zona Sul de São Paulo

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20 de fevereiro de 2020

Referência na recuperação de jovens com vícios em álcool e drogas, a comunidade terapêutica Fazenda da Esperança inaugurou sua 80ª unidade no Brasil, no domingo, 16, no bairro de Parelheiros, no extremo da zona Sul da cidade de São Paulo. 
A missa de inauguração aconteceu na nova unidade, Sagrada Família, localizada na Estrada do Taquaral, 250, em Parelheiros, e foi presidida por Dom José Negri, PIME, Bispo de Santo Amaro. Entre os concelebrantes estiveram o Frei Hans Stapel, Fundador da Fazenda, e os Padres Luiz Menezes, Presidente da Fazenda, e Christian Heim, Reitor do Santuário da Esperança, em Guaratinguetá (SP). 
Também participaram da inauguração Nelson Giovanelli, fundador da Fazenda da Esperança, e Ricardo Oliveira, membro da presidência. Após a missa, houve um almoço beneficente em prol da nova unidade. 
A unidade Sagrada Família tem uma equipe de missionários trabalhando e será especialmente benéfica para jovens em recuperação e seus familiares que vivem na Grande São Paulo. São aceitas doações financeiras para a manutenção do local. Os depósitos devem ser feitos no Banco do Brasil – Ag: 0306-9 | C/C: 63158-2.

História e metodologia
A Fazenda da Esperança atua desde 1983 no processo de recuperação de pessoas que buscam a libertação de seus vícios, principalmente do álcool e da droga. Seu método de acolhimento contempla o trabalho como processo pedagógico, a convivência em família e a espiritualidade para encontrar o sentido da vida.
As pessoas que se identificam com o carisma da Fazenda podem encontrar sua vocação na Igreja fazendo parte da Família da Esperança – uma Associação Privada de Fiéis, de caráter internacional, reconhecida pelo Pontifício Conselho para os Leigos. 
Em entrevista à Rede Vida de Televisão, dias antes da inauguração, Dom José Negri afirmou que a nova unidade da Fazenda da Esperança se insere no processo de reflexão feito pela Diocese de Santo Amaro sobre as problemáticas da juventude, e ocorre nas proximidades do início da Campanha da Fraternidade 2020, expressando, assim, o sentido de compaixão e de ajuda diante das necessidades do próximo.
 

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Comunidade participa da romaria dos Joseleitos de Cristo

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22 de novembro de 2019

Na sexta-feira, 15, reunindo cerca de 4 mil pessoas de São Paulo, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Ceará, Brasília (DF), Manaus (AM) e outros estados, foi realizada a romaria dos Joseleitos de Cristo ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, como parte das comemorações dos 70 anos da fundação da Congregação, que serão celebradas em 19 de março de 2020. 
Alguns fiéis da Paróquia São José Operário, do Jardim Sarah, Setor Pastoral Rio Pequeno, junto com o Padre Leandro Calazans de Oliveira, Pároco, e o Padre Raimundo Ribeiro Martins, ambos da Congregação Joseleitos de Cristo, também participaram da romaria. 
Às 9h, foi presidida a missa dedicada aos Joseleitos de Cristo, presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), tendo entre os concelebrantes o Diretor-geral da Congregação, Padre Júlio de Mello Almo. 

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Comunidade participa da romaria dos Joseleitos de Cristo

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22 de novembro de 2019

Na sexta-feira, 15, reunindo cerca de 4 mil pessoas de São Paulo, Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, Ceará, Brasília (DF), Manaus (AM) e outros estados, foi realizada a romaria dos Joseleitos de Cristo ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, como parte das comemorações dos 70 anos da fundação da Congregação, que serão celebradas em 19 de março de 2020. 
Alguns fiéis da Paróquia São José Operário, do Jardim Sarah, Setor Pastoral Rio Pequeno, junto com o Padre Leandro Calazans de Oliveira, Pároco, e o Padre Raimundo Ribeiro Martins, ambos da Congregação Joseleitos de Cristo, também participaram da romaria. 
Às 9h, foi presidida a missa dedicada aos Joseleitos de Cristo, presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), tendo entre os concelebrantes o Diretor-geral da Congregação, Padre Júlio de Mello Almo. 

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Suicídio entre adolescentes: um mal que a escola pode ajudar a combater

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27 de setembro de 2019

Ao chegar da escola, um adolescente encontra um pacote sem remetente que contêm sete fitas cassete embrulhadas em plástico-bolha. Nas fitas, a voz de Hannah Baker, morta há algumas semanas, explicando os treze motivos que a fizeram acabar com a própria vida.

A cena descrita faz parte das primeiras páginas do livro 13 Reasons Why (traduzido para o português como ‘Os 13 porquês’), do autor norte-americano, Jay Asher – um best-seller publicado em 2007, e estrelado como série em 2017 na plataforma Netflix, a mais repercutida e assistida desde seu surgimento.

Ao longo da história é percebido situações, consideradas comuns entre os jovens, mas que a longo prazo e sem o devido acompanhamento, podem explicar os altos índices de suicídio entre jovens.

DADOS ALARMANTES

O suicídio foi a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde. Há, ainda, inúmeros casos de autolesão executadas por pessoas nesta faixa-etária.

A tentativa e, em muitos casos, a concretização de pôr fim a própria vida neste período, está relacionada, sobretudo, à depressão, histórico de suicídio na família, dificuldade em interação social, bullying e abusos.

Essa atitude, diferentemente do que quando tomada por um adulto, é feita em sua maioria no impulso de alguma grande emoção. Entre os mais novos, estima-se que para cada um suicídio consumado são necessárias 300 tentativas.

A ESCOLA PODE AJUDAR

O coordenador pedagógico do Colégio Liceu Coração de Jesus, Fábio Aurélio, falou ao O SÃO PAULO sobre como o ambiente escolar pode identificar possíveis quadros depressivos.

Segundo ele, é necessário que seja realizado um trabalho em conjunto de observação e diálogo entre alunos e educadores. Ele explicou, ainda, que a Rede Salesiana de Escolas, da qual o colégio Liceu Coração de Jesus faz parte, tem como fundamento pedagógico a atuação integrada nas diversas áreas do conhecimento para a realização da percepção de problemas.

Aurélio citou como exemplo um projeto integrado entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Biologia, que por meio de um diário escrito pelos alunos sobre suas experiências, é feito uma análise, não meramente ortográfica, mas de estudo das emoções em um contexto biológico.

DESENVOLVIMENTO HUMANO

O coordenador pedagógico reiterou a necessidade de uma educação voltada para a esfera familiar -, acompanhando os responsáveis e mostrando-lhes seu papel na formação humana do indivíduo.

“A criança precisa apreender com as frustrações, nem tudo será ganho, às vezes esse processo de frustração se dá na educação. O não é educativo, nós estamos deixando de lado o nosso papel, que é fundamental para o desenvolvimento do ser-humano”, salientou.

Outro aspecto apontado por Aurélio foi a questão da religião como forma de persistência e esperança para os momentos tubulosos, contudo, ele enfatizou que falta para as pessoas uma educação que as motive para um olhar transcendente daquilo que é realmente sagrado.

EDUCAÇÃO CRISTÃ

Padre Vandro Pisaneschi, Coordenador de Pastoral do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade, da Arquidiocese de São Paulo, destacou que a educação católica deve estar pautada na ajuda individual dos alunos, não permitindo que eles se tornem números, mas que, seguindo seu princípio fundamental, sejam amados como pessoas.

“A juventude vive um momento de falta de sentido, de esperança e de confusão para enfrentar as dificuldades. A escola católica, que tem Cristo como sentido, pode apresentar e elas um sentido para a vida que é Jesus Cristo. Isso as levaria a terem mais esperança, menos medo, a confiarem em si mesmas e na ajuda que Deus dá a cada uma delas”.

O Sacerdote concluiu afirmando que para que isso ocorra, o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade se une as instituições de ensino católico, oferecendo formações para o enfretamento deste problema, dando esperança para alunos e professores.

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Documento do Papa aos jovens: Deus os ama e a Igreja necessita da juventude

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02 de abril de 2019

“Cristo vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te vivo!”

Assim começa a Exortação Apostólica pós-sinodal "Christus vivit" do Papa Francisco, assinada segunda-feira, 25 de março, na Santa Casa de Loreto, e dirigida “aos jovens e a todo o povo de Deus”.

No documento, composto por nove capítulos divididos em 299 parágrafos, o Papa explica que se deixou “inspirar pela riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo dos jovens”, celebrado no Vaticano em outubro de 2018.

 

A vida de Cristo

Francisco aborda o tema dos primeiros anos de Jesus. Para ele, estes aspectos de Sua vida não deveriam ser ignorados na pastoral juvenil, “para não criar projetos que isolem os jovens da família e do mundo”.

O Pontífice retoma um de seus ensinamentos e explica que é necessário apresentar a figura de Jesus “de modo atraente e eficaz” e diz: “Por isso é necessário que a Igreja não esteja demasiado debruçada sobre si mesma, mas procure sobretudo refletir Jesus Cristo. Isto implica reconhecer humildemente que algumas coisas concretas devem mudar”.

Na Exortação, se reconhece que há jovens que sentem a presença da Igreja “como importuna e até mesmo irritante”. Há jovens que “reclamam uma Igreja que escute mais, que não passe o tempo a condenar o mundo. Não querem ver uma Igreja calada e tímida, mas tampouco desejam que esteja sempre em guerra por dois ou três assuntos que a obcecam”.

Sobre a realidade juvenil, o Papa recorda os jovens que vivem em contextos de guerra, explorados e vítimas de sequestros, criminalidade organizada, tráfico de seres humanos, escravidão e exploração sexual, estupros. “Não podemos ser uma Igreja que não chora à vista destes dramas dos seus filhos jovens. Não devemos jamais habituar-nos a isto”, escreve.

Acenando a “desejos, feridas e buscas”, Francisco fala da sexualidade: “num mundo que destaca excessivamente a sexualidade, é difícil manter uma boa relação com o próprio corpo e viver serenamente as relações afetivas”, mas lamenta que os jovens vejam na Igreja um espaço de julgamento e condenação.

A Exortação se detém em seguida sobre o tema do “ambiente digital”, que criou “uma nova maneira de comunicar”, mas é também um território de solidão, manipulação, exploração e violência. “A reputação das pessoas é comprometida através de processos sumários on-line. O fenômeno diz respeito também à Igreja e seus pastores.”

 

Migração, proteção dos menores, empenho social

Outro tema tocado pelo Pontífice são os migrantes e como os jovens estão diretamente envolvidos nas migrações. O Papa os alerta para a difusão de uma mentalidade xenófoba, contrapondo-os entre si.

O Papa fala também dos abusos sobre menores e expressa gratidão “a quantos têm a coragem de denunciar o mal sofrido”.

O abuso não é o único pecado dos membros da Igreja, recorda o Papa. Mas ela não recorre a cirurgias estéticas. “Lembremo-nos, porém, que não se abandona a Mãe quando está ferida.” Com a ajuda preciosa dos jovens, este momento pode ser uma oportunidade “para uma reforma de alcance histórico para se abrir a um novo Pentecostes”.

A todos os jovens, o Papa anuncia três grandes verdades. A primeira: “Deus que é amor”. A segunda: “Cristo salva-te”. A terceira verdade é que “Ele vive!”. Nestas verdades, aparece o Pai e aparece Jesus. E onde estão o Pai e Jesus, também está o Espírito Santo, escreve Francisco, aconselhando os jovens a invocarem todos os dias o Espírito Santo: “Não perdes nada e Ele pode mudar a tua vida”.

Francisco recorda ainda que a juventude não pode ser um “tempo suspenso”, porque é “a idade das escolhas”, por isso é importante buscar «um desenvolvimento espiritual. O Papa propõe “percursos de fraternidade” e a importância de ser jovens comprometidos, que buscam o bem comum.

“O empenho social e o contato direto com os pobres continuam a ser uma oportunidade fundamental para descobrir ou aprofundar a fé e para discernir a própria vocação”. Em outras palavras, os jovens são chamados a ser “missionários corajosos”.

Não poderia faltar a referência à “relação com os idosos”. Se “os jovens se enraizarem nos sonhos dos idosos, conseguem ver o futuro”. É preciso, portanto, “arriscar juntos”.

 

Pastoral juvenil

Um inteiro capítulo é dedicado à “Pastoral dos jovens”. A pastoral juvenil precisa de adquirir outra flexibilidade, explica, sendo um espaço onde não só recebam uma formação, mas lhes permitam também compartilhar a vida.

Serve “uma pastoral juvenil popular”, “mais ampla e flexível que estimula, nos distintos lugares onde se movem concretamente os jovens, as lideranças naturais e os carismas que o Espírito Santo já semeou entre eles”.

Outro ponto fundamental é o discernimento, seja para a vida familiar, seja para a consagração a Deus.

No que diz respeito ao trabalho, o Papa recorda que “é uma necessidade, faz parte do sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação, desenvolvimento humano e realização pessoal”.

A Exortação se conclui com “um desejo” do Papa Francisco:

“ “Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre…A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé...E quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a paciência de esperar por nós”. ”

 

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Vila Cuore: um centro de cultura, educação e arte no coração de São Paulo

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29 de março de 2019

Um a um, os alunos vão chegando para a aula de panificação com a professora Angela Cintra Xavier, que é autodidata no ramo da panificação e especialista em fermentação natural de pães. É a segunda turma a ter a oportunidade de fazer o curso de Gastronomia oferecido pelo Projeto Vila Cuore, que nasceu por iniciativa do Grupo Cuore e da Comunidade Católica Aliança de Misericórdia.

O objetivo é transformar o espaço, onde antes funcionava uma casa de acolhida para crianças e adolescentes, em um centro cultural e de formação para toda a comunidade.

Na cozinha industrial, montada para que os alunos possam ter a experiência de uma cozinha profissional, o forno já estava aquecido para que fossem assados os pães preparados pela turma, sob orientação de Angela.

 

TRANSFORMAÇÃO

Localizado no bairro de Taipas, na zona Noroeste, o projeto abrange todo o entorno e os bairros de Perus e Botuquara. As iniciativas começaram a ser pensadas após um censo realizado em 2018 pelo Instituto São Paulo Pesquisas, para identificar as principais demandas das pessoas.

O projeto almeja atender 1.950 crianças e adolescentes, a partir de 2021, ano previsto para a conclusão das obras, e ser um espaço de educação, convivência, esporte, cultura e artes.

“Eu sempre me emociono, porque vejo o quanto a região precisa de projetos que façam a diferença”, disse à reportagem do O SÃO PAULO Ana Lucia Comolatti, uma das idealizadoras do projeto e fundadora do Grupo Cuore.

Ana Lucia salientou que o objetivo principal é transformar o entorno e envolver os familiares das crianças, adolescentes e jovens que frequentam o Núcleo Educacional ou que estarão acolhidos nos espaços destinados àqueles que já completaram 18 anos e, ao saírem das Casas Lares (casas de acolhida mantidas pela Prefeitura de São Paulo com o apoio da Aliança de Misericórdia), não têm para onde ir.

 

O GRUPO CUORE

Fundado por Ana Lucia Comolatti, o Grupo Cuore é formado por cerca de 50 pessoas que trabalham voluntariamente para obter os recursos necessários para manter e expandir os projetos.

A primeira turma de Gastronomia e Empreendedorismo teve início em agosto de 2018. Outros cursos nas áreas de Estética, Tecnologia e Formação Humana e Espiritual estão sendo gestados e terão início nos próximos semestres.

Para a captação de recursos, o Grupo Cuore promove eventos beneficentes de pequeno e grande portes e está em constante movimento. O próximo evento, em parceria com uma empresa de navegação, é a venda de convites para um cruzeiro pela costa brasileira, cuja renda será revertida para o projeto.

 

APRENDIZADO

Rosanete Casado, 53, está na turma de Gastronomia que começou há pouco mais de uma semana na Vila Cuore. Depois de uma semana de aulas teóricas e Empreendedorismo, ela estava ansiosa para a segunda aula prática no ramo da Panificação, que aconteceu na quinta-feira, 21.

Junto com o esposo, Rosanete pretende investir em uma cooperativa de alimentos e estava muito feliz pela oportunidade de realizar o curso. Márcia Nascimento, 38, e Marly Gabriela Nascimento, 16, mãe e filha, estão juntas participando do curso.

“Gostamos muito de cozinhar em casa e decidimos fazer o curso porque minha filha desejava cursar Gastronomia ou Nutrição, mas não tinha certeza se era isso mesmo que ela queria. O curso está ajudando a definir o futuro dela”, disse Márcia.

Para Jeniffer Oliveira da Silva, 20, o curso é uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho e de enriquecimento profissional. “Estou muito feliz em participar e estamos aprendendo bastante com os professores, que são extremamente capacitados”, disse a jovem.

 

LUGAR DE CHEFS

Ivan Carlos dos Santos é chef e trabalha junto com a equipe da também chef de cozinha Monica Brancher, atual responsável pelo curso de Gastronomia da Vila Cuore. Muitos chefs já passaram pelo projeto, a maior parte deles trabalhando de maneira voluntária.

“Espero transformar estas vidas e tenho certeza que, no fundo, eu é que vou aprender muito”, afirmou Monica, em uma reportagem publicada pela Aliança de Misericórdia logo após a missa na qual foi inaugurado o primeiro dos prédios onde acontecem as aulas, em 16 agosto de 2018.

Ana Lucia Comolatti explicou que o objetivo é que os alunos do curso de Gastronomia e os jovens acolhidos na Vila Cuore tenham a oportunidade de, mensalmente, ter aulas com um chef da gastronomia internacional.

“Será uma aula lúdica, transmitida ao vivo pela internet, na qual, além da questão gastronômica, os alunos poderão entrar em contato com culturas e idiomas diferentes e, anualmente, realizaremos também uma semana de culinária italiana, com um chef italiano que irá ministrar aulas presenciais para os alunos”, explicou Ana Lucia.

 

GESTÃO COMPETENTE

Regina Pereira, gestora do Projeto Vila Cuore, já trabalhava com a Aliança de Misericórdia em outros projetos e, atualmente, é a gestora de todos os que estão em andamento e daqueles que estão sendo pensados no espaço.

Ela mostrou à reportagem um mapa no qual estão expostos todos os objetivos do projeto, entre eles, uma escola formal e atividades artísticas, como dança, teatro e circo.

“Um dos diferenciais de todas as nossas atividades é a formação humana e também espiritual, oferecida não somente aos alunos, mas a todos os colaboradores, professores e funcionários”, apontou Regina.

A gestora também recordou que querem tornar o lugar um espaço de lazer e cultura a longo prazo. “A comunidade tem muita carência de espaços de lazer, como parques e praças. Queremos que a Vila Cuore seja um espaço de acolhida para as famílias”, continuou.

Ana Lucia explicou ainda que, além do Empreendedorismo, o próximo passo é a abertura das turmas com aulas de Costura e Bordado, que também objetivam atender a uma demanda da comunidade.

 

A COMUNIDADE 

Em censo realizado pelo Instituto São Paulo Pesquisas no período de elaboração do projeto, os idealizadores identificaram os problemas da região e traçaram o perfil do público-alvo, sendo o principal objetivo criar oportunidades de inclusão do público jovem no mercado de trabalho.

Foram entrevistadas 405 pessoas, com idades entre 7 e 18 anos, entre janeiro e fevereiro de 2018, e alguns dados se tornaram essenciais para a elaboração dos projetos, tais como:

FAMÍLIA

As famílias têm entre 

4 e 5 mebros 

A maior parte dos entrevistados mora com os pais e as mães que decidem por eles;

PAIS: 59% possuem ensino médio e 62% encontramse na informalidade ou desempregados


 

COMUNICAÇÃO

57% não tem acesso

A rádio, tv por assinatura ou jornal impresso

Acessam

Frequentemente WhatsApp, Facebook, YouTube


 

EDUCAÇÃO

66%

Gostam de estudar

62%

Não estudam nem trabalham (14 a 18 anos)

87%

Gostariam de fazer curso

Profissionalizante

36%

Quer cursar faculdade

 

AREAS DE INTERESSE:

Administração Estética/Beleza

Idiomas

Comunicação e Artes

Saúde

Manutenção

Gastronomia

 

PROFISSÕES DESEJADAS:

Jogador de futebol

Professor

Policial

Cantor

Cabeleireiro

 

PARA SER VOLUNTÁRIO OU FAZER DOAÇÕES

Para ser voluntário e fazer parte da equipe da Vila Cuore, é preciso entrar em contato com a Comunidade Católica Aliança de Misericórdia por meio da página e a equipe responsável entrará em contato.

 

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Projeto ajuda jovens moradores de rua

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29 de março de 2019

Djibouti é um pequeno país do leste da África, situado entre a Eritreia, Etiópia e Somália, cujo litoral dá acesso ao Golfo de Áden, entre a África e a Península Arábica. Quase toda a população do País, de pouco menos de 1 milhão de habitantes, é muçulmana. Há 5 mil cristãos, na maioria católicos, e uma diocese sob a responsabilidade de Dom Giorgio Bertin, com três sacerdotes e cerca de 30 religiosas.

O diretor da Cáritas local, Francesco Martialis, contou um pouco sobre a ação social da Igreja no País: “Nossa missão é ficar ao lado dos pobres, qualquer que seja a sua religião e qualquer que seja a sua etnia”, explicou. Com efeito, ao longo de seus 42 anos de independência, o País sofreu com o conflito entre as duas principais etnias: Issa (60% da população) e Afar (35%).

Os projetos apoiados pela Cáritas são numerosos, porém um dos principais é voltado para ajudar jovens moradores de rua, vítimas potenciais do tráfico de seres humanos. Mais de mil jovens recebem atendimento médico, roupas, alimentos e também formação – aulas de Inglês e Francês, bem como de Matemática e Artes. Os jovens, em boa parte, são imigrantes e vivem em péssimas condições, frequentemente recorrendo às drogas, à violência e à prostituição. Um dos principais objetivos do projeto é reinseri-los em suas famílias e na sociedade.

Fonte: Fides
 

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Papa assina carta para os jovens: ‘Cristo vive’

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28 de março de 2019

Em visita ao Santuário Mariano de Loreto, na Itália, o Papa Francisco assinou um documento dedicado especialmente aos jovens. Christus vivit, em Latim, ou “Cristo vive”, em Português, é uma exortação apostólica póssinodal na forma de uma carta aos jovens de hoje.

Embora tenha sido assinado na segunda-feira, 25, o documento só será publicado em 2 de abril. É a data do aniversário de morte de São João Paulo II, escolha proposital que, segundo o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, demonstra o importante laço entre dois pontífices muito amados pela juventude.

 

NOS PASSOS DO SÍNODO

A exortação é o principal resultado documental da reflexão do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. A assembleia geral foi realizada em outubro de 2018, mas o debate começou ao menos um ano antes.

Esse também foi o primeiro Sínodo que incluiu uma reunião pré-sinodal, na qual 300 jovens foram a Roma e deixaram um documento que serviu de base para o Sínodo. Agora, espera-se que cada igreja particular – dioceses, paróquias, movimentos – também leve o tema da juventude ao centro dos encontros e aplique os resultados do Sínodo.

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida já está organizando um evento pós-sinodal: uma conferência a ser realizada em junho deste ano, na Itália, reunindo jovens indicados pelos bispos de vários países, visando a concretizar as diretrizes do Sínodo.

 

NAS MÃOS DE MARIA

Francisco escolheu assinar o texto em Loreto (foto) e colocar nas mãos de Maria os jovens do mundo inteiro. No famoso santuário italiano, há uma chamada “casa de Maria”, venerada por muitos fiéis como residência da Virgem. Segundo uma tradição popular local, a casa de Maria foi levada pelos anjos da Terra Santa até a Itália.

Nesse local, disse o Papa, vê-se claramente que Maria continua a falar para todas as gerações, acompanhando cada um na busca da própria vocação. “Por isso, eu quis assinar aqui a exortação apostólica, fruto do Sínodo dedicado aos jovens”, mencionou durante a missa.

 

LEVAR O EVANGELHO A TODOS

“No evento da Anunciação, aparece a dinâmica da vocação expressa nos três momentos que marcaram o Sínodo: escuta da Palavra-projeto de Deus; discernimento; e decisão”, disse. A “casa de Maria”, continuou, também é casa das famílias e dos doentes.

“Deus, por meio de Maria, confia- -nos uma missão neste tempo: levar o Evangelho da paz e da vida aos nossos contemporâneos, frequentemente distraídos, atraídos por interesses terrenos ou imersos em um clima de aridez espiritual”, afirmou o Papa.

“Precisamos de pessoas simples, sábias, humildes e corajosas, pobres e generosas”, como Maria, “que acolham o Evangelho sem reservas na própria vida”, completou.

 

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