Papa diz que países devem pensar bem antes de devolver imigrantes

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27 de agosto de 2018

A bordo do avião do Vaticano, o papa Francisco afirmou que se "deve pensar muito bem" antes devolver a outros países os imigrantes que chegam à Europa, ao assegurar que conhece as torturas que sofrem muitos deles.

Ele usou a expressão durante entrevista a bordo do avião de volta de sua viagem à Irlanda, quando foi perguntando sobre a responsabilidade da Europa no tema de imigração e o recente caso do navio militar italiano Diciotti.

O pontífice respondeu aos jornalistas que viajam com ele, entre eles a enviada da Agência EFE, que o primeiro a tramitar na imigração é "a abertura do coração", depois, "a condição da integração" e, finalmente, "a prudência de quem governa".

Traficantes

Francisco revelou, além disso, que viu um vídeo sobre o que ocorre aos homens devolvidos e voltam a cair nas mãos de traficantes. "É horroroso. As mulheres e as crianças são vendidas e os homens sofrem as torturas mais sofisticadas", lamentou. "Para mandar-lhes outra vez tem que se pensar bem, muito bem", acrescentou.

O papa destacou também o valor da integração no momento da amparada, e lembrou que os terroristas do atentado no aeroporto de Bruxelas tinham nascido no país de pais imigrantes, mas nunca tinham se integrado.
"Um povo que pode receber, mas não integrar é melhor que nem acolha e este é um ponto do diálogo na União Europeia", ressaltou.

Ao ser questionado sobre o navio Diciotti, que permaneceu sem desembarcar com 150 imigrantes a bordo, por mais de 10 dias diante da recusa do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, Francisco comentou que a situação foi resolvida, em parte, graças à Conferência Episcopal italiana.

 

(Com informações da Agência EFE)

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Roraima volta a pedir ao STF limite de entrada de venezuelanos

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20 de agosto de 2018

O governo de Roraima voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão temporária de entrada de imigrantes em território brasileiro para tentar conter o perigo de conflitos e o “eventual derramamento de sangue entre brasileiros e venezuelanos”.

A ação foi protocolada na manhã de hoje, 20, pela Procuradoria-Geral estadual, um dia após os conflitos entre brasileiros e venezuelanos registrados em Pacaraima (RR) motivarem cerca de 1,2 mil estrangeiros a deixar o Brasil às pressas, segundo o Exército.

Na ação cautelar, o governo estadual sugere o estabelecimento de uma “cota para refugiados”. A medida condicionaria o ingresso em território brasileiro à execução de um plano de interiorização dos imigrantes, a ser coordenado pelo governo federal.

Além da cota, o governo estadual também cobra que as autoridades federais estabeleçam barreiras sanitárias na fronteira. A proposta é exigir dos imigrantes a apresentação dos atestados de vacinas obrigatórias a fim de impedir a propagação de doenças sob controle ou já erradicadas no Brasil, como o sarampo.

O pedido reforça a Ação Civil Originária (ACO) 3121, que já pedia o fechamento da fronteira entre Roraima e a Venezuela. No último dia 6, a ministra Rosa Weber, relatora da ação no STF, indeferiu o pedido. Em sua sentença, a ministra apontou que, além de ausência dos pressupostos legais para emissão de liminar, o pedido do governo de Roraima contraria “os fundamentos da Constituição Federal, às leis brasileiras e aos tratados ratificados pelo Brasil”.

Após o conflito do último fim de semana, o governo federal decidiu enviar para Roraima mais 120 agentes da Força Nacional de Segurança Pública para reforçar a vigilância. Segundo o Ministério da Segurança Pública, 60 agentes já embarcaram em Brasília, esta manhã, com destino à Boa Vista, de onde partirão para Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Desde o ano passado, 31 agentes da Força Nacional atuam na cidade em apoio à Polícia Federal.

Além dos agentes da Força Nacional, o governo federal promete enviar, no próximo domingo, 26, 36 voluntários da área da saúde para atendimento aos imigrantes venezuelanos, em parceria com hospitais universitários. Em nota, a Presidência da República disse que governo federal “está comprometido com a proteção da integridade de brasileiros e venezuelanos”, e que o Itamaraty está em contato com as autoridades venezuelanas.

O estopim da mais recente crise ocorreu no sábado, 18, quando moradores da cidade atacaram barracas dos imigrantes venezuelanos, ateando fogo aos pertences dos imigrantes. De acordo com as autoridades locais, não há registro de feridos entre os venezuelanos Os ataques aconteceram depois que um comerciante local foi assaltado e espancado. Há suspeita de que o assalto tenha sido praticado por um grupo de venezuelanos.

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