‘O fruto da Eucaristia é a vida eterna’

Por
08 de abril de 2020

A preparação da última ceia, na qual Jesus instituiu a Eucaristia, foi o destaque da liturgia da missa desta quarta-feira, 8, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e transmitida pelas mídias digitais.

Além de revelar novamente a traição de Judas Iscariotes, o texto do Evangelho (Mt 26,14-25), chama a atenção para o fato de Jesus pedir aos discípulos que prepararem um lugar para a celebração da ceia.

NOVA ALIANÇA

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que esse detalhe do Evangelho mostra que Jesus e os apóstolos não tinham um lugar fixo para morar e também seu desejo de celebrar a Páscoa entre os seus, como era costume entre os judeus.

O Arcebispo ressaltou, ainda, que ao celebrar a Páscoa, Jesus dá um sentido novo àquela celebração, mudando o significado do pão e do cordeiro pascal da ceia: o cordeio é o próprio Cristo e o pão é o seu corpo. “Esta é a ceia da nova aliança selada no seu sangue que haveria de derramar na cruz”.

“Acolhamos também nós, sempre com muita fé esse dom e esse mistério que celebramos na Eucaristia, lembrando daquilo que Deus fez e continua a fazer por nós”, exortou o Cardeal, lembrando que cada vez que se celebra novamente a Eucaristia se atualiza o único sacrifício de Cristo na Cruz.

COMUNGAR COM A IGREJA

“O fruto da Eucaristia é a vida eterna. Portanto, agradeçamos sempre a Deus por nos dar esta graça tão grande de podermos receber o corpo de Cristo”, destacou o Dom Odilo, que, ao mesmo tempo, reconheceu que, neste ano, a maioria dos católicos não poderão comungar sacramentalmente devido às medidas de isolamento social que impedem a celebração de missas com a presença do povo.

“Procure comungar espiritualmente com a Igreja que comunga”, afirmou o Cardeal, motivando os fiéis a estarem unidos espiritualmente às suas comunidades paroquiais, acompanhando as transmissões das celebrações. “Depois que passar esta pandemia, nós poderemos voltar às nossas igrejas e celebrar a Eucaristia e comungar normalmente”, completou.

SEMANA SANTA 

O Arcebispo reforçou o convite para que todos acompanhem de suas casas, em família, as celebrações do Tríduo Pascal que serão transmitidas pelas mídias sociais e meios de comunicação.

As celebrações presididas por Dom Odilo serão transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook. Veja os horários na imagem ao lado. 

No Domingo de Páscoa, 12, haverá um ato de Consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, transmitido diretamente do México, por iniciativa do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

Comente

‘É um chamado de atenção que poucos católicos creiam na Eucaristia’

Por
15 de agosto de 2019

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Pew Research, 69% dos católicos americanos acreditam que a Eucaristia é apenas um símbolo, enquanto que somente 31% creem na Transubstanciação, segundo a qual o pão e o vinho se convertem em Corpo e Sangue de Cristo. Entre os católicos que vão à missa ao menos semanalmente, 63% acreditam na Transubstanciação. 


O Bispo Auxiliar de Los Angeles, Dom Robert Barron, muito conhecido por uma série de documentários dirigida por ele, manifestou, em vídeo no YouTube, que os resultados da pesquisa são muito preocupantes e “um chamado de atenção para todos os fiéis: sacerdotes, bispos, religiosos, leigos e catequistas”.


Dom Robert frisou que 75% dos católicos abaixo de 40 anos não acreditam na Transubstanciação, o que indica a necessidade de retomar estratégias para ensinar as verdades básicas do catolicismo. “Todo católico formado sabe que esse é um ensinamento do catolicismo, em que Jesus está real, verdadeira e substancialmente presente debaixo das aparências de pão e vinho. É um princípio básico”, disse o Prelado.


Nessa linha, Dom Barron afirmou que adverte há muito tempo sobre essa situação: “Isso representa um fracasso massivo, do qual todos somos culpados – e eu também –, de parte dos educadores católicos, dos catequistas, dos evangelizadores e dos professores”. O Bispo salientou, ainda, que a fé na Eucaristia está relacionada a outras verdades da fé católica, como “a divindade de Jesus, a Encarnação, os sacramentos da Igreja”. Desse modo, não conhecer a correta doutrina sobre a Eucaristia é colocar essas outras verdades em risco. 
 

Fontes: Pew Research/ ACI Prensa

Comente

Fiéis brasileiros testemunham a fé na Eucaristia

Por
30 de junho de 2019

A quinta-feira, 20, foi marcada pela Solenidade de Corpus Christi. Em todo o País, houve intensa manifestação católica diante do Santíssimo Sacramento pelas paróquias e ruas.
Na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, a Catedral Metropolitana teve 35 tapetes, somando 105 metros preparados por mais de cem pessoas. 
Na Paróquia Nossa Senhora de Copacabana e Santa Rosa de Lima, na zona Sul do Rio de Janeiro, os fiéis prepararam o tradicional tapete com alimentos não perecíveis e agasalhos que foram destinados para a população carente.
Pela manhã, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), houve missa solene presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, seguida de procissão ao redor do Santuário Mariano.
Em Pernambuco, a celebração ocorreu na Catedral da Sé, na Arquidiocese de Olinda e Recife, presidida pelo Arcebispo Dom Fernando Saburido, com a participação de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão atuantes em 140 paróquias.
Em seguida, houve procissão pelas ruas do Sítio Histórico em direção ao Mosteiro de São Bento.
 

Fontes:  G1 e A12
 

Comente

‘Peçamos o perdão por não valorizarmos esse presente de amor que Cristo nos deixou’

Por
27 de junho de 2019

“Não existe conversão e renovação missionária sem uma renovada valorização da Eucaristia na nossa Igreja. A Eucaristia é o sacramento do Corpo e Sangue de Jesus Cristo, memorial de sua Paixão, Morte e Ressurreição redentora. A Igreja faz a Eucaristia, mas, ainda mais, é a Eucaristia que faz a Igreja, comunidade dos discípulos reunidos com Jesus Cristo, alimentada, confortada e conduzida por Ele e sempre de novo enviada em missão”, afirmou o Cardeal Scherer, durante a homilia da missa que presidiu por ocasião da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, na quinta-feira, 20, na Praça da Sé. Concelebraram o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo; os bispos auxiliares da Arquidiocese; Dom Mathias Tolentino, Abade do Mosteiro de São Bento; e centenas de sacerdotes entre diocesanos e religiosos. 

O sínodo e a valorização da Eucaristia

Dom Odilo Pedro Scherer recordou que a Arquidiocese está em sínodo e que a participação na Eucaristia é essencial para o fortalecimento na fé. 


“Há dois anos, convocamos o primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo e, agora, já estamos no meio do caminho sinodal. A realização de um sínodo é uma experiência eclesial de grande importância e significado, cujos frutos confiamos à ação do Espírito Santo. Nosso sínodo é um ‘caminho de comunhão, conversão e renovação missionária’ para toda a nossa Arquidiocese”, afirmou.


O Arcebispo exortou os fiéis acerca da participação na missa dominical, que é um preceito da Igreja e essencial para os fiéis católicos.


 “A participação regular na Missa dominical é a melhor forma de iniciação à fé católica e à participação na vida da Igreja; ela oferece o alimento da fé, aprofunda a comunhão com Deus e com os irmãos, ajuda a sentir-se parte deste povo de Deus que crê, celebra, professa, espera e testemunha. Quem não participa regularmente da Missa dominical, por onde alimenta sua fé católica? Peçamos o perdão por não valorizarmos bastante esse presente de amor que Cristo nos deixou, para nos lembrarmos sempre Dele, como Ele nos recomendou: ‘Fazei isto em memória de mim’. E lhe agradeçamos por ter dado à sua Igreja este precioso dom”, continuou.


A participação na Missa dominical é um preceito da Igreja que não foi abolido e deve ser levado bem a sério pelo povo católico. A pesquisa de 2018, sobre a situação religiosa e pastoral da Igreja em São Paulo, mostrou que apenas cerca de 5% dos católicos frequentam regularmente a Missa dominical; outros cerca de 25% frequentam a Missa de vez em quando. E são cerca de 70% dos católicos paulistanos que não a frequentam nunca ou quase nunca.  (NF)

Vemos a grandeza da Igreja’

Centenas de fiéis de diferentes regiões de São Paulo lotaram a Praça da Sé para a celebração. Muitos voluntários participaram tanto da confecção do tapete de Corpus Christi quanto da missa. Diogo Fernandes Nunes, 18, e Julia Dias de Oliveira Neta, 28, chegaram por volta das 22h da quarta-feira, 19, para trabalhar na confecção do tapete. “Foi uma experiência muito bonita de fé e unidade”, disse Julia, que pela segunda vez dorme na Praça na véspera de Corpus Christi. 


Gabriel Augusto, 20, Fátima Gisele, 26, e Rafaela Moura, 21, são da Paróquia Santa Inês, na Região Episcopal Santana. Eles participam da Comunidade Católica Missão Eleitos e estavam na equipe de apoio da celebração, sobretudo para ajudar durante a procissão que seguiu, após a missa, da Praça da Sé até a Igreja de Santa Ifigênia. 


“É sempre uma experiência muito bonita participar destes grandes eventos da Arquidiocese, pois vemos a grandeza da Igreja”, disse Rafaela. 


Hugo Munhoz, Carmem Lúcia de Carvalho e Merquinha Conegundos integram um grupo que organiza a Romaria das Vans e Transportes Escolares à Basílica de Aparecida, em Aparecida (SP). Pela primeira vez, eles foram à celebração para ajudar na equipe de apoio. “Somos hoje, aqui, um grupo de 35 pessoas, mas ao todo são mais de 200 vans. Na quarta romaria, que será dia 20 de novembro, pretendemos reunir cerca de 18 mil vans para irmos juntos a Aparecida”, explicou Merquinha, coordenadora do grupo. (NF)

Pelas ruas da metrópole
Após a missa, os fiéis seguiram em procissão com o Santíssimo Sacramento até a matriz da Paróquia de Santa Ifigênia e, com cantos e orações, pediram pela cidade de São Paulo e pela Igreja Católica, sinal da presença de Deus na Metrópole. Quatro bênçãos aconteceram durante a caminhada: na Praça da Sé, em frente ao Pateo do Collegio, em frente ao Mosteiro de São Bento e em frente à Paróquia Santa Ifigênia. 


Alessandra Paiva Cerf e Fábio Cerf estavam caminhando com seus três filhos durante a procissão. Eles são membros da Comunidade Católica Shalom e todos os anos, sempre que possível, participam da Solenidade de Corpus Christi com toda a Arquidiocese. “É um sacrifício vir com as crianças, caminhar com elas pelo centro da cidade. Mas é muito importante, pois aqui vemos o quanto a Igreja é grande e como somos todos membros de um só corpo”, disse Alessandra.


Em frente ao Mosteiro de São Bento, Alma Kazuri viu a procissão passar. Seu filho, Apurinan Kazuri, 14, estava com um Terço nas mãos e parou para cantar e rezar com os fiéis. Mãe e filho vão todos os dias para o local vender artesanato indígena. Eles são da etnia xucuru do Ororubá. “Viemos para São Paulo há seis meses e estou vendendo artesanato para sobreviver e também tentar lançar um livro sobre meu povo”, disse Alma Kazuri. 


Católica, a indígena ressaltou o fato de os católicos mostrarem a fé para fora dos muros da Igreja: “Muitas pessoas não entram mais nas igrejas. Por isso, a procissão, a manifestação da fé na rua, é muito importante”. (NF)

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Comente

Papa: Eucaristia nos fortalece e nos faz dar frutos

Por
21 de março de 2018

O Papa Francisco iniciou a Audiência Geral falando fora do texto sobre o primeiro dia de primavera. "Boa primavera!" desejou a todos, para então recordar que, à exemplo do que acontece com as plantas nesta estação,  "a vida cristã deve ser uma vida que deve florescer nas obras de caridade, no fazer o bem", e que se não temos raízes, "não poderemos florescer", e Jesus é a raiz. 

"Se não tens Jesus na raiz, ali, não florescerás. Se tu não regas a tua vida com a oração e os sacramentos,  haverá flores cristãs?", pergunta. "Não! Porque a oração e os sacramentos regam as raízes e a nossa vida floresce. Faço votos de que esta primavera seja para vocês uma primavera florida, como será a Páscoa florida. Flores de boas obras, de virtudes, de fazer o bem aos outros.

 

Eucaristia

"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue verdadeiramente uma bebida".

Em sua reflexão, Francisco inspirou-se no Evangelho de São João (6,54-55) para falar sobre a Comunhão, dando continuidade assim a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, que é toda "ordenada para a Comunhão sacramental", não a espiritual que posso fazer em casa dizendo: "Jesus, eu gostaria de te receber espiritualmente".

"Celebramos a Eucaristia para nos nutrirmos de Cristo, que doa a si mesmo quer na Palavra como no Sacramento do altar, para conformar-nos a Ele", disse o Santo Padre dirigindo-se aos cerca de 15 mil fiéis de diversos países presentes na Praça São Pedro, a uma temperatura de 8°C.

"O gesto de Jesus que deu aos seus discípulos o seu Corpo e o seu Sangue na última Ceia - explicou - continua ainda hoje pelo ministério do sacerdote e do diácono, ministros ordinários da distribuição aos irmãos do Pão da vida e do Cálice da salvação".

"Depois de ter partido o Pão consagrado, isto é, o Corpo de Jesus, o sacerdote o mostra aos fiéis, convidando-os a participar do banquete eucarístico", dizendo as palavras: "Felizes os convidados para a Ceia do Senhor: eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo".

Este convite inspirado em uma passagem do Apocalipse - recordou o Santo Padre - "nos chama a experimentar a íntima união com Cristo, fonte de alegria e de santidade":

"É um convite que alegra e ao mesmo tempo impele a um exame de consciência iluminado pela fé. Se por um lado, de fato, vemos a distância que nos separa da santidade de Cristo, por outro acreditamos que o seu Sangue é "derramado pela remissão dos pecados". Todos nós fomos perdoados no batismo e todos nós somos e seremos perdoados todas cada vez que nos aproximarmos do Sacramento da Penitência. E não esqueçam, Jesus perdoa sempre. Jesus não se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão”.

O Papa recordou Santo Ambrósio quando exclama: "Eu que peco sempre, devo sempre dispor de remédio!", e nesta fé "também nós voltamos o nosso olhar ao Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo e o invocamos" com as palavras: "Ó Senhor, não sou digno que entreis em minha morada, mas dizeis uma palavra e sereis salvo". Isso dizemos em cada Missa”:

"Se somos nós a nos mover em procissão para fazer a Comunhão, nós vamos em direção ao altar em procissão para fazer a comunhão,  na realidade é Cristo que vem em nosso encontro para assemelharmo-nos a Ele. Há um encontro com Jesus! Nutrir-se da Eucaristia, significa deixar-se transformar enquanto recebemos".

“ Cada vez que nós comungamos, mais nos assemelhamos a Jesus, mais nos transformamos em Jesus. ”

"Como o pão e o vinho são convertidos no Corpo e Sangue do Senhor, assim aqueles que os recebem com fé são transformados em Eucaristia viva."

Ao responder "Amém" ao sacerdote que diz "Corpo de Cristo", se reconhece "a graça e o empenho que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando tu recebes o Corpo de Cristo, tu te tornas Corpo de Cristo. É belo isto, é muito belo!"

"Enquanto nos unimos a Cristo, separando-nos de nossos egoísmos, a Comunhão nos abre e une a todos aqueles que são um só n'Ele. Eis o prodígio da Comunhão: nos tornamos aquilo que recebemos!"

O Papa reforça que a Igreja deseja que os fiéis recebam o Corpo do Senhor "com hóstias consagradas na mesma Missa" e que "o sinal do banquete eucarístico se expressa com maior plenitude se a santa Comunhão é feita sob duas espécies, ainda que a doutrina católica ensine que sob uma espécie somente se recebe o Cristo inteiro".

O fiel se aproxima e comunga em pé com devoção ou de joelhos, como estabelecido pela Conferência Episcopal, recebendo o sacramento na boca ou, onde é permitido, na mão, como preferir.

O Santo Padre recorda que após a Comunhão, para custodiar no coração o dom recebido, "nos ajuda o silêncio,  a oração silenciosa. Prolongar um pouco aquele momento de silêncio, falando com Jesus no coração, nos ajuda tanto, como também cantar um Salmo ou um hino de louvor, que nos ajude a estar com o Senhor”.

A Oração após a Comunhão conclui a Liturgia Eucarística. "Nela, em nome de todos, o sacerdote dirige-se a Deus para agradecê-lo por nos fazer seus convidados e pedir que o que foi recebido transforme a nossa vida.

“A Eucaristia nos torna fortes para dar frutos de de boas obras para viver como cristãos”.

Significativa - disse o Papa ao concluir - é a oração de hoje, em que pedimos ao Senhor que "a participação ao seu sacramento seja para nós remédio de salvação, nos cure do mal e nos confirme na sua amizade".

"Aproximemo-nos da Eucaristia: receber Jesus nos transforma nele, nos faz mais fortes. É tão bom e tão grande o Senhor!" 

 

Vatican News

Comente

Papa: A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas remédio para os fracos

Por
22 de novembro de 2017

“A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas remédio para os fracos”. É o que afirma o Papa na quinta edição do programa “Padre nostro”, conduzido pelo Padre Marco Pozza, a apresentado esta quarta-feira, às 21h05min, na TV2000 dos bispos italianos.

Francisco conversa com o jovem capelão da prisão de Pádua, Padre Marco Pozza, no início de cada programa, nascido da colaboração entre a Secretaria para a Comunicação da Santa Sé e a TV 2000.

Esta série comporta nove encontros, sempre nas quartas-feiras, durante os quais o sacerdote recebe também conhecidos personagens leigos do mundo da cultura e do espetáculo. Nesta quinta edição, o hóspede é o fundador da Slow Food, Carlo Petrini.

E justamente das palavras e das respostas do Papa ao Padre Marco surgiu o livro “Padre nostro”, a ser lançado este 23 de novembro pela Livraria Editora Vaticana e Editora Rizzoli.

“O reino de Deus – acrescenta o Papa – é uma festa, estamos à mesa. A força da presença de Deus hoje no mundo é justamente à mesa, na Eucaristia com Jesus. Por isto peçamos que dê de comer a todos nós. Dar de comer aquele alimento espiritual que nos fortifica, à mesa na Eucaristia, mas também dar de comer a todos, neste mundo onde o reino da fome é tão cruel”.

“Desde criança, recordou o Papa – em casa nos ensinavam que quando o pão caía, imediatamente se devia recolhê-lo e beijá-lo. O pão não se joga fora nunca. O pão é símbolo da unidade da humanidade”.

(JE/TV2000)

Comente

Papa: missa não é espetáculo para foto, é o encontro com Cristo

Por
08 de novembro de 2017

A Praça S. Pedro acolheu milhares de fiéis para a Audiência Geral desta quarta-feira ensolarada de outono, 08, no Vaticano.

Após saudar os peregrinos de papamóvel, ao se dirigir a eles o Papa Francisco anunciou um novo ciclo de catequeses depois concluir na semana passada a série sobre a esperança.

A partir de agora, o tema será dedicado ao “coração” da Igreja, isto é, a Eucaristia. Para Francisco, é fundamental que os cristãos compreendam bem o valor e o significado da missa, para viver sempre mais plenamente a relação com Deus.

“Não podemos esquecer o grande número de cristãos que, no mundo inteiro, em 2000 anos de história, resistiram até a morte para defender a Eucaristia; e quantos, ainda hoje, arriscam a vida para participar da missa dominical.”

De fato, Jesus diz aos seus discípulos: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6,53-54)”

O Papa então manifestou o desejo de dedicar as próximas catequeses para responder a algumas perguntas importantes sobre a Eucaristia e a Missa, para redescobrir, ou descobrir, como a fé resplende o amor de Deus através deste mistério.

Francisco citou o Concílio Vaticano II, que promoveu uma adequada renovação da Liturgia para conduzir os cristãos a compreenderem a grandeza da fé e a beleza do encontro com Cristo. Um tema central que os padres conciliares destacaram foi a formação litúrgica dos fiéis, indispensável para uma verdadeira renovação.

“E esta é justamente a finalidade do clico de catequeses que hoje iniciamos: crescer no conhecimento do grande dom que Deus nos doou na Eucaristia.”

A Eucaristia, explicou o Papa, é um acontecimento “maravilhoso”, no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. “Participar da missa é viver outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor se faz presente no altar para ser oferecido ao Pai para a salvação do mundo.

“O Senhor está ali conosco, presente. Mas muitas vezes, nós vamos lá, conversamos enquanto o sacerdote celebra a eucaristia, mas não celebramos com ele. Mas é o Senhor. Se hoje viesse aqui o presidente da República, ou uma pessoa muito importante, certamente todos ficaríamos perto dele para saudá-lo. Quando vamos à missa, ali está o Senhor. Mas estamos distraídos. Mas, padre, as missas são chatas. A missa não, os sacerdotes! Então eles devem se converter.”

O Pontífice fez algumas perguntas às quais pretende responder como, por exemplo: por que se faz o sinal da cruz e o ato penitencial no início da missa? “Vocês já viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não se sabe bem o que é, se é um desenho... É importante ensinar as crianças a fazerem o sinal da cruz, pois assim tem início a missa, a vida, o dia.”

E as leituras, qual o seu significado? Ou por que, a um certo ponto, o sacerdote diz ‘corações ao alto? “Ele não diz celulares ao alto para tirar foto! Não! Fico triste quando celebro e vejo muitos fiéis com os celulares ao alto. Não só os fiéis, mas também sacerdotes e até bispos. A missa não é espetáculo, é ir ao encontro da paixão e ressurreição do Senhor. Lembrem-se: chega de celulares.”

“Através dessas catequeses, concluiu o Papa, gostaria de redescobrir com vocês a beleza que se esconde na celebração eucarística e que, quando desvelada, dá pleno sentido à vida de cada um de nós. Que Nossa Senhora nos acompanhe nesta nova etapa do percurso.”

Comente

Publicadas orientações sobre pão e vinho para Eucaristia

Por
13 de julho de 2017

A pedido do Papa Francisco, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dirigiu aos Bispos diocesanos uma carta-circular a respeito do pão e do vinho da Eucaristia.

O documento, divulgado no sábado, 8, recorda aos prelados que cabe a eles providenciar “dignamente” tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor. “Compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”, lê-se no texto.

O Dicastério manifesta preocupação com a venda da matéria eucarística em supermercados, lojas ou até mesmo pela internet. “O Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria”, mediante inclusive a apresentação de certificados.

A Congregação recorda que o pão deve ser ázimo, unicamente feito de trigo. “É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Já as hóstias completamente sem glúten são inválidas, sendo tolerado hóstias parcialmente providas desta substância. Já o Mosto, isto é, o sumo de uva, é matéria válida para a eucaristia”.

Leia a íntegra do documento:

Carta-circular aos Bispos sobre o pão e o vinho para a Eucaristia

A Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, por determinação do Santo Padre Francisco, dirige-se aos Bispos diocesanos (ou aqueles que pelo direito lhe são equiparados) recordar-lhes que lhes compete providenciar dignamente tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor (cf. Lc 22,8.13). Ao Bispo, primeiro dispensador dos mistérios de Deus, moderador, promotor e garante da vida litúrgica na Igreja que lhe está confiada (cf. CIC can. 835 §1) compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam. A fim de ser uma ajuda, lembramos as normas existentes e sugerem-se algumas indicações práticas.

Enquanto até agora, de um modo geral, algumas comunidades religiosas dedicavam-se a preparar com cuidado o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia, hoje estes vendem-se, também, em supermercados, lojas ou mesmo pela internet. Para que não fiquem dúvidas acerca da validade desta matéria eucarística, este Dicastério sugere aos Ordinários que dêem indicações a este respeito; por exemplo, garantindo a matéria eucarística mediante a concessão de certificados.

O Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria.

Compete ao Ordinário informar e advertir para o respeito absoluto das normas os produtores de vinho e do pão para a Eucaristia.

As normas acerca da matéria eucarística indicadas no can. 924 do CIC e nos números 319 a 323 da Institutio generalis Missalis Romani, foram já explicadas na Instrução Redemptionis Sacramentum desta Congregação (25 de Março de 2004):

a) “O pão que se utiliza no santo Sacrifício da Eucaristia deve ser ázimo, unicamente feito de trigo, confeccionado recentemente, para que não haja nenhum perigo de que se estrague por ultrapassar o prazo de validade. Por conseguinte, não pode constituir matéria válida, para a realização do Sacrifício e do Sacramento eucarístico, o pão elaborado com outras substâncias, embora sejam cereais, nem mesmo levando a mistura de uma substância diversa do trigo, em tal quantidade que, de acordo com a classificação comum, não se pode chamar pão de trigo. É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Pressupõe-se que as hóstias são confeccionadas por pessoas que, não só se distinguem pela sua honestidade, mas que, além disso, sejam peritas na sua confecção e disponham dos instrumentos adequados” (n. 48).

b) “O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas… Tenha-se diligente cuidado para que o vinho destinado à Eucaristia se conserve em perfeito estado de validade e não se avinagre. Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer género, pois não constituem matéria válida” (n. 50).

A Congregação para a Doutrina da Fé, na sua Carta-circular aos Presidentes das Conferências Episcopais acerca do uso do pão com pouca quantidade de glúten e do mosto como matéria eucarística (24 de Julho de 2003, Prot. n. 89/78-17498), indicou as normas para as pessoas que, por diversos e graves motivos, não podem consumir pão normalmente confeccionado ou vinho normalmente fermentado:

“As hóstias completamente sem glúten são matéria inválida para a eucaristia. São matéria válida as hóstias parcialmente desprovidas de glúten, de modo que nelas esteja presente uma quantidade de glúten suficiente para obter a panificação, sem acréscimo de substâncias estranhas e sem recorrer a procedimentos tais que desnaturem o pão” (A. 1-2).
“Mosto, isto é, o sumo de uva, quer fresco quer conservado, de modo a interromper a fermentação mediante métodos que não lhe alterem a natureza (p. ex., o congelamento), é matéria válida para a eucaristia” (A. 3). “Os Ordinários têm competência para conceder a licença de usar pão com baixo teor de glúten ou mosto como matéria da Eucaristia em favor de um fiel ou de um sacerdote. A licença pode ser outorgada habitualmente, até que dure a situação que motivou a concessão” C. 1).

Por outro lado, a mesma Congregação decidiu que a matéria eucarística confeccionada com organismos geneticamente modificados pode ser considerada válida (cf. Carta ao Perfeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, 9 de Dezembro de 2013, Prot. n. 89/78 – 44897).

Aqueles que confeccionam o pão e produzem o vinho para a celebração, devem ter a consciência de que o seu trabalho destina-se ao Sacrifício Eucarístico, e por isso, é-lhes requerido honestidade, responsabilidade e competência.

Para que sejam observadas as normas gerais, os Ordinários podem utilmente meter-se de acordo ao nível da Conferência Episcopal, dando indicações concretas. Considerando a complexidade de situações e circunstâncias, como é o facto da negligência pelo sagrado, adverte-se para a necessidade prática de que, por incumbência da Autoridade competente, haja quem efetivamente garanta a autenticidade da matéria eucarística da parte dos produtores como da sua conveniente distribuição e venda.

Sugere-se, por exemplo, que a Conferência Episcopal encarregue uma ou duas Congregações religiosas, ou um outro Ente com capacidade para verificar a produção, conservação e venda do pão e do vinho para a Eucaristia num determinado país ou para outros países para os quais se exporta. Recomenda-se, ainda, que o pão e o vinho destinados à Eucaristia tenham um tratamento conveniente nos lugares de venda.

Da sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, 15 de Junho de 2017.

Cardeal Robert Sarah

Prefeito

Arthur Roche

Arcebispo Secretário

Comente

Igreja testemunha fé na Eucaristia pelas ruas de São Paulo

Por
27 de junho de 2017

A Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, também conhecida como Corpus Christi, na quinta-feira, 15, foi celebrada pela Arquidiocese de São Paulo com uma missa campal na Praça da Sé, presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

A liturgia foi concelebrada pelo arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, os bispos auxiliares da Arquidiocese, o bispo diocesano de Zé Doca (MA), Dom Jan Kot, e o bispo auxiliar eleito de Curitiba (PR), Monsenhor Amilton Manoel da Silva, além de padres da Arquidiocese.

Na celebração, Dom Odilo anunciou e convocou o Sínodo Arquidiocesano, que será realizado em várias etapas até 2020.

Dom Odilo recordou, na homilia, alguns aspectos essenciais da Eucaristia, como a memória daquilo que o próprio Jesus ordenou na Última Ceia: “A Igreja continua a fazer sempre que se reúne para a celebrar a Eucaristia em nome de Jesus Cristo”. Ainda segundo o Cardeal Scherer, a Eucaristia, “pão da vida dado por Deus ao mundo”, também reúne a Igreja, a faz visível, a nutre e a envia em missão. “Cada missa nos envia novamente para a realizar e viver a missão”, destacou.

“A Eucaristia é também anúncio daquilo que ainda Deus está por fazer em nosso favor, a manifestação da nossa salvação plena... É a profecia que cada celebração da missa anuncia”, acrescentou o Cardeal Scherer.

Por fim, o Arcebispo destacou que o mistério eucarístico convida os cristãos a viverem a caridade. “Adorar o corpo de Cristo presente em nossos irmãos”, disse.

 

PROCISSÃO EUCARÍSTICA

Após a missa, aconteceu a procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas do centro da cidade. Na Praça da Sé, o tradicional tapete de Corpus Christi foi confeccionado durante a madrugada por integrantes do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua. Para a confecção do tapete, foi tingida 1 tonelada e meia de sal grosso.

Durante a celebração, também foram arrecadados agasalhos, cobertores e alimentos não perecíveis para os mais pobres. Ao longo da procissão, membros da Pastoral do Povo da Rua entregavam lanches e cobertores às pessoas em situação de rua.

No caminho da procissão eucarística, foram feitas orações por diversas intenções. Diante do Pateo do Collegio, local de fundação da capital paulista, Dom Odilo pediu que Jesus Eucarístico abençoasse a cidade, sua população e as autoridades. Em frente ao Mosteiro de São Bento, a prece foi pela juventude e pelo mundo da educação.

Em frente à Igreja Santa Ifigênia, Dom Odilo rezou pela missão da Arquidiocese de São Paulo, especialmente na realização do Sínodo, e concedeu a bênção do Santíssimo Sacramento sobre Cristo na Eucaristia nos leva a reconhecer toda a cidade e os fiéis.

Leia também:

Corpus Christi: 'Eis o Mistério da Fé'

Comente

‘Eis o mistério da fé’

Por
14 de junho de 2017

Na Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, popularmente conhecida como Corpus Christi, a ser celebrada na quinta-feira, 15, a Igreja Católica manifesta publicamente o “mistério da fé” que, como ensina o Catecismo, é a “fonte e ápice da vida cristã”.

“Na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”, reforça o Catecismo.

Instituída por Jesus Cristo na Última Ceia, a Eucaristia perpetua o sacrifício da cruz na Igreja ao longo dos séculos. Essa verdade é expressa com clareza nas palavras com que o povo, durante a missa, após a consagração do pão e do vinho, responde à proclamação “Eis o mistério da fé”, dizendo, “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.

Quando a Igreja celebra a Eucaristia, o acontecimento central de salvação se faz realmente presente e “realiza-se também a obra da nossa redenção”, como expressou São João Paulo II, na encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003). “Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável”, acrescentou.

O santo sacrifício eucarístico torna presente não só o mistério da paixão e morte de Jesus, mas também o mistério da sua ressurreição. Por estar vivo e ressuscitado é que Cristo pode tornar-se “pão da vida” (Jo 6, 35.48). Tal verdade de fé era proclamada pelos padres e doutores dos primórdios da Igreja. Santo Ambrósio lembrava aos cristãos recém-batizados: “Se hoje Cristo é teu, Ele ressuscita para ti cada dia”. Já São Cirilo de Alexandria sublinhava que a participação na Eucaristia “é uma verdadeira confissão e recordação de que o Senhor morreu e voltou à vida por nós e em nosso favor”.

Presença real

É certo que Jesus ressuscitado está presente na Igreja de diversas maneiras, na sua Palavra, na oração da Igreja – “onde dois ou três estão reunidos em Meu nome...” (Mt 18,20) –, nos pobres, nos doentes, nos prisioneiros, nos seus sacramentos, dos quais é o autor, e na pessoa do ministro ordenado que preside a Santa Missa. Mas, a doutrina católica ressalta que é sobretudo sob as espécies eucarísticas que o Senhor manifesta sua presença por excelência.

Pelas palavras de Jesus na Última Ceia e pela invocação do Espírito Santo na celebração da missa, o pão e o vinho se tornam verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo. O Concílio de Trento afirma que na Eucaristia estão “contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo”, ou seja, “Cristo completo”.

A doutrina católica ensina, ainda, que pela consagração do pão e do vinho “opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue”; a esta mudança, a Igreja Católica chama de “transubstanciação”.

Na oração do Ângelus de 16 de agosto de 2015, o Papa Francisco ressaltou que a Eucaristia não é uma oração privada ou uma bonita experiência espiritual, nem uma simples comemoração daquilo que Jesus fez na Última Ceia. “Nós dizemos, para entender bem, que a Eucaristia é ‘memorial’, ou seja, um gesto que atualiza e torna presente o evento da morte e ressurreição de Jesus: o pão é realmente o seu Corpo oferecido por nós, o vinho é realmente o seu Sangue derramado por nós”.

Comunhão

O ápice da participação na Eucaristia é a comunhão. É o próprio Jesus que convida: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).

O principal fruto da comunhão eucarística é a união íntima com Cristo Jesus. “De fato, o Senhor diz: ‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele’ (Jo 6,56). A vida em Cristo tem o seu fundamento no banquete eucarístico: ‘Assim como o Pai, que vive, me enviou, e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por Mim’ (Jo 6,57) ”, recorda o Catecismo, que enfatiza, ainda, que a comunhão da carne de Cristo Ressuscitado conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo.

A comunhão também afasta o fiel do pecado. “O corpo de Cristo que recebemos na comunhão é ‘entregue por nós’ e o sangue que nós bebemos é ‘derramado pela multidão, para remissão dos pecados’. É por isso que a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem nos purificar, ao mesmo tempo, dos pecados cometidos, e nos preservar dos pecados futuros”, reforça o Catecismo.

Os que recebem a Eucaristia ficam mais estreitamente unidos a Cristo, que une todos os fiéis num só corpo: a Igreja. Como afirma o Apóstolo São Paulo: “O cálice da bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque participamos desse único pão” (1Cor 10, 16-17).

Como também ensina São Paulo, para receber o corpo e o sangue de Cristo, é necessária a devida preparação. “Quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, cada qual a si mesmo e, então, coma desse pão e beba deste cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação” (1Cor 11, 27-29). Nesse sentido, a Igreja exorta os que tiverem consciência de um pecado grave a receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximarem da Sagrada Comunhão, com o fim de evitarem um sacrilégio e usufruírem das graças infinitas de tão admirável dom.

Reverência

Justamente pelo fato da real e substancial presença de Jesus Cristo na Eucaristia, a Igreja ensina os fiéis a expressarem essa fé com reverência e devoção, dentre outras maneiras, ajoelhando-se ou inclinando-se profundamente em sinal de adoração ao Senhor diante do Santíssimo Sacramento. “A Igreja Católica sempre prestou e continua a prestar este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia, não só durante a missa, mas também fora da sua celebração: conservando com o maior cuidado as hóstias consagradas, apresentando-as aos fiéis para que solenemente as venerem, e levando-as em procissão”, destaca o Catecismo.

Quanto ao gesto ou posição para a comunhão, a instrução Redemptionis Sacramentum (2004) recorda a orientação de que os fiéis comunguem de joelhos ou de pé, mas quando comungarem de pé, “recomenda-se fazer, antes de receber o Sacramento, a devida reverência”.

O documento também ressaltou que todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a Sagrada Comunhão na boca ou na mão, onde as conferências episcopais locais tenham permitido, como é o caso do Brasil. No entanto, quando a comunhão é recebida na mão, recomenda-se que haja especial cuidado e que a hóstia seja consumida imediatamente diante do ministro – o fiel não deve retornar para seu assento com as espécies eucarísticas na mão. Tal cuidado não só expressa a devida reverência para com o Santíssimo Sacramento como também evita o perigo de profanações e sacrilégios por parte de pessoas mal intencionadas que podem tomar a Eucaristia para fins escusos.

Adoração

A presença de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento não se restringe à celebração da missa, mas permanece na reserva eucarística. No princípio, o sacrário ou tabernáculo era destinado a guardar a Eucaristia de maneira digna para ser levada aos enfermos e aos fiéis ausentes à missa por razões graves. Com o aprofundamento da fé na presença real de Cristo na sua Eucaristia, a Igreja tomou consciência do sentido da adoração silenciosa do Senhor, presente sob as espécies sagradas. “O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica”, explicou o Papa Bento XVI, na exortação apostólica Sacramentum Caritatis (2007).

A visita ao Santíssimo Sacramento presente nos sacrários das igrejas permite o encontro pessoal de cada fiel com Jesus e o coloca em comunhão com toda a Igreja, que se reúne em torno da Eucaristia. Por isso, além de convidar cada um dos fiéis a encontrar pessoalmente tempo para se demorar em oração diante do sacramento do altar, a Igreja motiva as paróquias, comunidades e grupos eclesiais a promoverem momentos de adoração comunitária.

Em muitas cidades, há igrejas e santuários eucarísticos, onde o Santíssimo Sacramento fica exposto permanentemente para a adoração dos fiéis. No centro de São Paulo, por exemplo, a Paróquia Santa Ifigênia e a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte realizam adorações perpétuas. Muitas outras igrejas promovem semanalmente adorações, geralmente às quintas-feiras, em recordação da Instituição da Eucaristia.

Na carta Dominicae Cenae (1980), São João Paulo II enfatizou: “A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste sacramento do amor. Não regulemos o tempo para estar com Ele na adoração, na contemplação cheia de fé e disposta a reparar as faltas graves e os pecados do mundo. Que a nossa adoração não cesse jamais”.

Na Solenidade de Corpus Christi, na quinta-feira, 15, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidirá missa campal na Praça da Sé, às 9h, seguida de procissão pelas ruas do centro da cidade.

Os leitores do O SÃO PAULO podem compartilhar fotos dos tapetes de Corpus Christi de suas paróquias e comunidades na nossa página oficial no Facebook

Comente

Páginas

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.