A Eucaristia sustenta a vida da Igreja durante a pandemia

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07 de mai de 2020

Desde o agravamento da pandemia de COVID-19, os fiéis católicos brasileiros, assim como os de muitas partes do mundo, enfrentam o desafio de não poderem participar presencialmente das missas e comungarem sacramentalmente a Eucaristia.

Essa limitação se une a tantas outras enfrentadas pela população em todos os níveis, com um único objetivo: conter o rápido avanço do novo coronavírus e, consequentemente, salvar vidas.

Algumas pessoas devem se perguntar, porém, como a Igreja pode sobreviver sem a Eucaristia. É preciso ter claro, contudo, que a quarentena não suspendeu a celebração do sacramento central da vida cristã. O que há é a suspensão temporária da participação do povo nas missas.

EM FAVOR DO POVO

Diariamente, os sacerdotes de diversos cantos do mundo oferecem o santo sacrifício da missa em favor de todo o povo de Deus, a começar pelo Papa Francisco, que todas as manhãs preside a Eucaristia na Capela da Casa Santa Marta, transmitida para todo o mundo pela internet. E pela fé, cada cristão é alcançado pela eficácia salvífica desse sacramento.

Essa não é a primeira vez na história que o povo fica privado dos sacramentos. Em situações de grandes guerras e conflitos armados que impossibilitavam a circulação de pessoas nas ruas, os fiéis foram dispensados das obrigações sacramentais. No entanto, como acontece agora, os padres continuavam a celebrar as missas em favor desse povo e pediam a Deus que a ordem e a paz fossem restabelecidas.

“É bonito ver o amor por Jesus e, consequentemente, o amor pelos sacramentos. É necessário, porém, fazer uma distinção quando lidamos com a não participação sacramental. Trata-se do motivo pelo qual esta não participação acontece. A diferença está entre querer e poder participar”, ressaltou Dom Joel Portella Amado, Secretário- Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em entrevista ao O SÃO PAULO (leia a íntegra aqui).

RESPONSABILIDADE

“Não são os bispos que estão privando a recepção dos sacramentos. Os bispos estão seguindo as orientações de saúde pública. Sofrem com isso. Tenho acompanhado o testemunho de vários bispos, angustiados por não poderem dar ao seu povo o atendimento deseja- do. É o que se pode fazer, no entanto, em um momento em que não existem remédio, vacinas e condições de tratamento (leitos, respiradores etc.)”, enfatizou o Secretário-Geral.

Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação, reforçou que a suspensão das missas públicas é um ato de responsabilidade da Igreja diante da emergência sanitária e de cuidado com a vida dos fiéis.

“O mundo vive uma situação de pandemia, e é preciso compreender que a Igreja não está isolada deste mundo. Neste momento, não podemos ter aglomerações e, por isso, não podemos realizar as nossas celebrações, que, geralmente, acontecem com a participação de muitas pessoas”, explicou, recordando as palavras da Constituição Gaudium et spes, do Concílio Vaticano II, que diz que “a Igreja partilha das do- res e das angústias, das alegrias e das esperanças do mundo”.

O Vigário Episcopal reiterou que as pessoas não estão privadas da comunhão com Cristo. “Estão privadas da comunhão sacramental, que é muito importante, mas que no momento não é possível devido a esta grave situação”.

CUIDAR DA VIDA

Dom Devair lembrou ainda que, neste ano, a Campanha da Fraternidade teve como tema a proteção da vida. Nessa perspectiva, “o distanciamento e a ausência das celebrações públicas têm o sentido de cuidar da vida das pessoas agora, para que depois possamos nova- mente nos encontrar e, assim, voltar a celebrar nas comunidades”, sublinhou.

A preocupação com a proteção da vida também foi destacada por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. “O isolamento social é uma medida importante, no critério de prudência para cuidar da vida de todos. Não somos melhores que os outros, não somos melhores que os demais segmentos da sociedade, nem temos uma proteção especial, o vírus ataca a todos. Com isso, estamos fazendo o que Jesus fez e nos recomenda que façamos também: ‘Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância’”, disse.

IGREJA VIVA

Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, ressaltou que a Igreja nunca fecha, o que está fechado é apenas o local de culto. “Todos nós somos Igreja e, portanto, a Igreja não pode fechar nunca, porque onde há um cristão que reza, que tem fé em Deus, que tem consciência de ser filho de Deus, de ser discípulo missionário no seu coração, a Igreja está viva. Só que nós não estamos reunidos, mas estamos unidos como sempre estivemos na comunhão dos santos, que é uma realidade muito viva”, afirmou.

“Ninguém nos tirou a missa, ela está acontecendo”, completou Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, comentando que tem acompanhado pelas mídias digitais inúmeras lives das celebrações que mostram uma Igreja viva e uma multidão de sacerdotes celebrando ininterruptamente pelo seu povo, confirmando a promessa de Jesus: ‘Eu estou convosco até o fim dos tempos’”.

VIVER A FÉ

Dom Joel Portella destacou que um dos aspectos que mais o fascinam é a possibilidade de viver a fé em qualquer situação. “Tenho pensado muito nos cristãos perseguidos, impedidos por longos anos de portar consigo até mesmo um pequeno sinal de fé. Lembro dos padres e bispos que, na prisão, não podem celebrar a Eucaristia. Nem por isso deixaram de viver a fé. Ao contrário, santificam-se porque se agarram ao que lhes é possível fazer”, afirmou.

Já Dom Devair propôs uma reflexão sobre o que significa temer e não tentar a Deus, colocando a vida em risco. “Tenho visto algumas pessoas que, acre- ditando que, por serem protegidas por Deus, podem fazer qualquer coisa. Nós, de fato, estamos nas mãos de Deus e tudo gira em torno da sua vontade, mas não podemos arriscar as coisas como se Deus fosse fazer uma mágica. Temer a Deus também significa que nós devemos fazer a nossa parte, ou seja, cuidar de nós mesmos e uns dos outros.”

(Colaboraram: Flavio Rogério Lopes e Jenniffer Silva)

LEIA TAMBÉM: 

Secretário-geral da CNBB reitera que os bispos não estão privando os fiéis dos sacramentos

 

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24 de fevereiro de 2021

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‘Que Ele nos dê sempre deste pão e aumente a nossa fé’

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30 de abril de 2020

Mesmo a distância, a comunidade se reúne em torno do Cristo e, já no começo do dia, eleva a Deus a súplica e sua ação de graças, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, ao iniciar a missa desta quinta-feira, 20, na capela de sua residência episcopal.

A celebração foi transmitida pela rádio 9 de Julho e no Facebook da Arquidiocese de São Paulo, como tem acontecido desde o início das medidas de isolamento social para evitar o avanço do novo coronavírus.

O Pão Vivo descido do céu

Na homilia, refletindo sobre o Evangelho do dia (Jo 6,44-51), o Cardeal recordou que Jesus fala claramente que é o verdadeiro pão da vida, o pão vivo descido do céu, e quem nele crê tem a vida eterna. Comer deste pão é crer, é aceitar Jesus Cristo como filho de Deus enviado ao mundo para a salvação da humanidade.

“A Eucaristia representa simbolicamente este pão. Jesus, na Eucaristia, está presente, é o pão que nós, pela fé, no sacramento, acolhemos. Atrás das espécies do pão e do vinho, que nós consagramos, está Jesus. Pão e vinho são as aparências sacramentais que nos devem levar a crer em Jesus”, afirmou.

Único e eterno sacrifício

Dom Odilo também recordou que a entrega de Jesus pela humanidade vale por todo tempo, “Ele é o único e eterno sacrifício que em cada missa recordamos e tornamos presente. Por isso que em toda missa, devemos participar com toda fé. Participar da missa é ter fé Nele, unir-se a Ele pela fé”, apontou, pedindo que Cristo “nos dê sempre deste pão e aumente a nossa fé”.

Pelos enfermos e pelas vocações

No momento das preces comunitárias, o Arcebispo rezou pelos doentes, pelos que cuidam dos enfermos e para que Deus acolha em seu Reino aqueles que já faleceram.

Também rezou por todos que não podem ir à missa por conta do isolamento social, para que cresçam na fé; e pediu pelas vocações sacerdotais e religiosas, ao recordar o Dia Mundial de Oração pelas Vocações no próximo domingo, dia 3.

Romaria Arquidiocesana

Antes da bênção final, Dom Odilo reforçou o convite aos fiéis para que acompanhem pela tevê, pela rádio 9 de Julho e pelas mídias sociais a 119a Romaria da Arquidiocese de São Paulo a Aparecida, no próximo domingo, com missa que será presidida por ele às 12h, no Santuário Nacional de Aparecida: “Todos podem se unir a essa celebração, que faremos por toda a Arquidiocese para elevar a Deus a nossa súplica pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida em favor de todo o povo, da Igreja, dos doentes, e para que Ela interceda por todos, a fim de sermos livres das angústias presentes nessa pandemia do novo coronavírus”.

O Arcebispo também exortou que os fiéis, em família, continuem a fazer a oração do Santo Rosário em preparação para a romaria.

Dia de São José Operário

Por fim, Dom Odilo recordou que amanhã, 1o de maio, é o Dia de São José Operário, quando também se comemora do Dia Internacional do Trabalhador. O Arcebispo se solidarizou com todos os trabalhadores, e convidou para que acompanhem as missas que presidirá às 7h e às 15h, esta última com transmissão pela Rede Vida de Televisão.

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Missas com o povo voltam a ser celebradas no Vietnã

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28 de abril de 2020

Devido à grande eficácia da gestão da pandemia de COVID-19 e a limitada difusão da doença no Vietnã, a comunidade católica do país já pôde voltar a celebrar missas públicas.

De acordo com a Agência Fides, no último fim de semana, as três dioceses católicas do país asiático (Vinh, Ha Tinh e My Tho) retornaram a uma espécie de “semi-normalidade” depois que o governo flexibilizou as medidas anti-coronavírus.

Até então, como tem acontecido em diversos países, inclusive no Brasil, as liturgias eram celebradas sem o povo e transmitidas pelos meios de comunicação.

CUIDADOS

Na sexta-feira, 24, o Bispo de Vinh, Dom Alphonse Nguyên Huu Long, diocese com cerca de 290 mil fiéis, autorizou que os sacerdotes voltassem a celebrar a Eucaristia com a presença de fiéis. Contudo, o Prelado pediu que as celebrações fossem breves, com uma pequena presença de fiéis e com respeito ao distanciamento social, limitando também à celebração de duas missas durante a semana e quatro aos domingos.

Os bispos reiteraram a recomendação para que os idosos e pessoas consideradas do grupo de risco para desenvolver a forma grave da doença permaneçam em casa.

Também foram autorizados os atendimentos de confissões, respeitando o distanciamento social e medidas de proteção, como o uso de máscaras.

As demais atividades coletivas como encontros, retiros, cursos, catequeses, festas de padroeiros e adorações eucarísticas que gerem aglomerações permanecem suspensos.

ZERO MORTES

A disposição dada pelos líderes da Igreja foi possível porque nos últimos dez dias não houve aumento de casos de coronavírus no Vietnã, exceto por dois jovens estudantes que retornaram do Japão onde estavam por razões de estudo, e testaram positivo para doença, sendo imediatamente isolados.

Um dos países do sudeste asiático que faz fronteira com a China – e, portanto, muito mais próximo do que outros do epicentro inicial da pandemia mundial –  o Vietnã apresentou um resultado muito satisfatório no enfrentamento da pandemia.

O país agora tem um número total de 270 pacientes infectados com um número quase equivalente de pessoas que receberam alta e, sobretudo, com saldo zero de mortes.

CONTROLE DA PANDEMIA

O Vietnã é um dos poucos países do mundo que pode exibir esse resultado, apesar de ter sido um dos primeiros a registrar o vírus que atravessou as fronteiras chinesas em 23 de janeiro.

Atualmente, quase 70 mil pessoas estão em quarentena e mais de 350 estão alojadas em unidades de saúde especiais.

O Vietnã, como outros países, registrou casos em pacientes que não vieram da China, mas que contraíram o vírus de outra pessoa que havia visitado Wuhan, como provavelmente aconteceu com os dois estudantes que retornam do Japão.

MEDIDAS PRECOCES

No entanto, o pequeno, mas densamente povoado país asiático, adotou medidas de bloqueio muito precoces que impediram a propagação da COVID-19: bloqueios seletivos – em parte ainda ativos – que levaram ao fechamento total de áreas ou aldeias inteiras.

Esse modelo de “gestão controlada”, também confiado à responsabilidade dos indivíduos e ao forte senso de responsabilidade de cada cidadão em relação a toda a comunidade, foi seguido por outros países da região.

No Vietnã, existem mais de 6,3 milhões de católicos, o que representa cerca de 7% da população de 95 milhões de habitantes.

(Com informações da Agência Fides)

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‘Peçamos a Deus a graça de valorizar o Batismo que recebemos’

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20 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa na manhã desta segunda-feira, 20, na capela de sua residência, transmitida pelo rádio e pelas mídias digitais.

Na homilia, Dom Odilo recordou que a liturgia do Tempo Pascal ajuda os cristãos recordarem os fundamentos da sua adesão a Jesus Cristo, como é o caso do trecho do Evangelho do dia (Jo 3,1-8), que inicia o relato do diálogo de Nicodemos com Jesus.

NASCER DO ALTO

O membro do grupo dos fariseus foi ao encontro do Senhor durante a noite e manifestou apreço por Jesus, a quem reconheceu como um mestre enviado por Deus. “Nicodemos tem um bom discernimento, foi a Jesus com o coração aberto, reconhecendo que ele trazia uma mensagem de Deus”, destacou o Arcebispo.

O chefe judaico, no entanto, foi surpreendido com a afirmação de Jesus que o intrigou: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”.

“O que é esse nascer do alto?”, indagou o Cardeal, explicando que nessa cena, o evangelista faz uma referência muito clara ao Batismo. “Jesus indica a Nicodemos o caminho da purificação. Nascer de novo significa mudar de vida, tornar-se uma nova pessoa... A água do Batismo, da regeneração”, ressaltou o Arcebispo, acrescentando que a vida segundo o Espírito significa não viver segundo as paixões, instintos, vícios e pecados humanos. 

FILIAÇÃO DIVINA

O Cardeal destacou a oração da liturgia do dia, que faz referência a três grandes realidades significadas no Batismo: “Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos a herança prometida”.

“Quem nos dá esse coração de filhos é o Espirito Santo que também nos dá a graça de reconhecer a Deus como Pai. O Batismo nos faz familiares de Deus. Fomos adotados como filhos de Deus por meio do seu Filho”, enfatizou Dom Odilo, reforçando que não basta para o cristão apenas chamar Deus de Pai, mas é preciso ter a atitude de filhos de Deus e, consequentemente, de irmãos em relação ao próximo.

HERANÇA PROMETIDA

Quanto à herança prometida da qual pede a oração, o Arcebispo explicou que essa é vida eterna, “os bens de Deus que já nesta vida recebemos pela fé e um dia serão plenos, quando formos chamados para contemplar a face de Deus, sermos salvos”.

“Peçamos a Deus a graça de valorizar o Batismo que recebemos, a nossa condição de cristãos. Que Deu nos ajude a vivermos a graça dessa filiação divina, a graça santificadora que nos fez nascer do alto”, concluiu o Cardeal.

FIQUE EM CASA

No fim da missa, como tem feito todos os dias, Dom Odilo reiterou sua recomendação para que as pessoas sigam as medidas de isolamento social orientadas pelas autoridades de saúde. “A maneira mais eficaz de prevenir a doença neste momento é ficando em casa”, disse.

Para as pessoas que precisam sair de casa para uma necessidade essencial, o Arcebispo aconselhou que sejam tomados todos os cuidados de prevenção para evitar o próprio contagio e das outras pessoas.

Desde o início das medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia de COVID-19 e a suspensão das celebrações religiosas com a presença de fiéis nas igrejas, as missas presididas pelo Cardeal Scherer em sua residência são transmitidas todos os dias, às 7h, pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA SEGUNDA-FEIRA:

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‘Como os apóstolos, nós somos testemunhas da ressurreição’

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16 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, deu continuidade à reflexão sobre os testemunhos da ressurreição de Jesus na missa desta quinta-feira da Oitava da Páscoa, 16, na capela de sua residência, transmitida pelas mídias digitais.

O Evangelho do dia (Lc 24,35-48) apresenta o testemunho dos discípulos de Emaús aos apóstolos sobre o encontro que tiveram com o Ressuscitado pelo caminho. De repente, o próprio Jesus se manifestou a todos eles.

VIRAM E CRERAM

Na homilia, Dom Odilo destacou que o medo e o susto tomaram os discípulos ao verem Jesus e explicou que esse sentimento é comum com todos aqueles que se encontram com o divino. Jesus, no entanto, os tranquiliza, dizendo” “Sou eu mesmo”, lhes dá a paz, tira-lhes as dúvidas, mostrando suas mãos e os pés traspassados. “Os apóstolos veem e creem”, afirmou o Cardeal. 

“Dessa forma, Jesus procura acalmar o ânimo de seus apóstolos ainda assustados e diz uma palavra fundamental: “Vós sereis testemunhas de tudo isso”.

O Livro dos Atos dos Apóstolos mostra que os seguidores de Cristo, de fato, deram testemunho do Ressuscitado até a morte. Tanto que a primeira leitura da missa (At 3,11-26), mostra o discurso de Pedro à multidão, reafirmando que em Jesus se cumpriram as escrituras e que nele Deus realizou o que havia prometido aos profetas e patriarcas.

RENOVAR A FÉ

“Nós celebramos a Páscoa para fortalecer e renovar a fé e a alegria de cristãos. Como os apóstolos, nós somos testemunhas da ressurreição”, enfatizou o Cardeal, acrescentanto:

“Que o Senhor ressuscitado fortaleça a todos nós, dando-nos firmeza na fé, tão necessária para esses momento. Dar testemunho da fé segundo o Evangelho é o chamado de todos nós”.

RECOMENDAÇÕES

No fim da missa Dom Odilo novamente orientou os fiéis a seguirem as recomendações das autoridades sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírua e cuidarem das saúde uns dos outros.

Também recomendou que os católicos procurem se manter ligados às suas comunidades paroquiais e grupos eclesiais, por meio das plataformas digitais.

“Isso nos mantém unidos na pequena Igreja domestica, à paroquia e na universalidade da Igreja”, afirmou.

EM COMUNIDADE

“Somos cristãos católicos na comunidade de fé, não sozinhos e isolados” reiterou o Arcebispo, enfatizando que a vida cristã deve ser cultivada na comunidade de fé.

Nesse sentido, o Cardeal pediu que as pessoas continuem a apoiar o trabalho de caridade das comunidades com os mais pobres, doentes e pessoas aflitas elas consequências da pandemia e recomendou, ainda, que continuem a ajudar com a sustento das paróquias, por meio do dízimo e das ofertas, para que elas possam arcar com suas despesas fixas de manutenção e com funcionários, para continuarem realizando sua missão evangelizadora.

Desde o início das medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia de COVID-19 e a suspensão das celebrações religiosas com a presença de fiéis nas igrejas, as missas presididas pelo Cardeal Scherer em sua residência são transmitidas todos os dias, às 7h, pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA QUINTA-FEIRA:

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‘A ressurreição de Jesus é uma verdade do céu’

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14 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa desta terça-feira da Oitava da Páscoa,  14, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Dom Odilo ofereceu a Eucaristia por todos os doentes e recordou, de modo particular, os padres que estão com COVID-19. Segundo ele, pelo menos cinco sacerdotes da Arquidiocese estão com a doença. 

GRAÇA DO BATISMO

Na homilia, Dom Odilo explicou que a liturgia desta semana da Páscoa é marcada pelo testemunhos do encontro com o Ressuscitado e pelo Batismo.

“No Batismo, morremos ao homem velho e ressurgimos para a nova criatura em Cristo. E por isso mesmo, já vivemos a graça da participação dos frutos da ressureição, da remissão dos pecados e da filiação divina”,  afirmou o Cardeal, que acrescentou:

“Ao longo desta semana, pedimos a Deus que valorizemos a graça do nosso Batismo. Pedimos que Deus aumente em nós a fé, a esperança e a caridade”.  

O Arcebispo mencionou o pedido feito na oração do dia: “acompanhais o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegrar-se no céu, como exulta agora na terra”.

ENCONTRO COM O RESSUSCITADO

Ao comentar o Evangelho do dia (Jo 20,11-18), que narra o encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado e seu testemunho aos apóstolos: “Eu vi o Senhor”, o Cardeal destacou que, ao se aproximar do túmulo vazio, Maria encontrou dois anjos que, como explicou Dom Odilo, comprovam que “a ressurreição de Jesus é uma verdade do céu, é um dom de Deus, algo que Ele realizou”.

Ao se dirigir a discípula, Jesus fez uma afirmação, que Dom Odilo considera reveladora:  “Ainda não subi para meu Deus e vosso Deus, meu Pai e vosso Pai”.

“Jesus está diante de Deus Pais de uma maneira única. Com Jesus, somos feitos filhos de Deus e também estamos diante o Pai. Ele nos introduz na casa do Pai. Esta graça nos é comunicada pelo Batismo”, ressaltou.

CUIDAR UNS DOS OUTROS

Antes da bênção final da missa, o Arcebispo renovou sua recomendação para que todos permaneçam em suas casas, como têm orientado as autoridades sanitária para evitar a disseminação do novo coronavírus. Dom Odilo mais uma vez dirigiu suas preses aos doentes e a todos aqueles que estão sofrendo direta ou indiretamente com a pandemia.

“Procurem espalhar a alegria e a esperança. Vamos superar esta pandemia com o mínimo possível de sofrimento e de vítimas. Cuidemos bem uns dos outros. A saúde é o dom mais precioso que temos”, exortou o Cardeal.  

EM COMUNHÃO COM A PARÓQUIA

Como tem feito desde o início do isolamento social, Dom Odilo pediu aos fiéis que busquem estar unidos espiritualmente às suas comunidades eclesiais. “Continuem ligados a sua paróquia, essa é a sua Igreja, a sua comunidade concreta, onde você está inserido na grande Igreja”, destacou.

Por fim, o Cardeal pediu a todo povo que não se esqueça de ajudar os pobres e as muitas organizações da Igreja que realizam esse serviço para com os mais necessitados.  “Ajudem, apoiem de todas as formas que puderem, para que essas obras continuem a realizar seu trabalho também em nosso nome”, afirmou.

As missas presididas por Dom Odilo são transmitidas diariamente, às 7h, pela rádio 9 de Julho e pela página da Arquidiocese no Facebook.

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA TERÇA-FEIRA: 

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A comunhão espiritual alimenta a fé eucarística da Igreja

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14 de abril de 2020

“Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos vossa vinda”.  Por meio desta aclamação, feita logo após a consagração da missa, os católicos manifestam a fé da Igreja na Eucaristia como memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus e a certeza de que Cristo permanece vivo em suas vidas até sua vinda gloriosa.

Porém, neste ano, devido à pandemia do COVID-19, a maioria dos fiéis celebraram a Páscoa sem poderem se aproximar do altar e comungar sacramentalmente do corpo e sangue de Cristo. Eles se uniram em oração aos bispos e padres através dos meios de comunicação e comungaram espiritualmente, alimentando a esperança de um dia poderem receber o corpo e sangue de Cristo novamente.  

“Nesta situação de pandemia, na qual nos encontramos vivendo mais ou menos isolados, somos convidados a redescobrir e aprofundar o valor da comunhão que une todos os membros da Igreja. Unidos a Cristo, nunca estamos sozinhos, mas formamos um único Corpo, do qual Ele é a Cabeça. É uma união que se alimenta com a oração e também com a comunhão espiritual à Eucaristia, uma prática muito recomendada quando não é possível receber o Sacramento”, afirmou o Papa Francisco, após a oração do Angelus de 15 de março.

ALIMENTO ETERNO

É certo que Jesus ressuscitado está presente na Igreja de diversas maneiras, na sua Palavra, na oração da Igreja – “onde dois ou três estão reunidos em Meu nome...” (Mt 18,20) –, nos pobres, nos doentes, nos prisioneiros, nos seus sacramentos, dos quais é o autor, e na pessoa do ministro ordenado que preside a missa. No entanto a doutrina católica ressalta que é sobretudo sob as espécies eucarísticas que o Senhor manifesta sua presença por excelência.

O ápice da participação na Eucaristia é a comunhão. É o próprio Jesus que convida: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).

O principal fruto da comunhão eucarística é a união íntima com Cristo Jesus. “De fato, o Senhor diz: ‘Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele’ (Jo 6,56). A vida em Cristo tem o seu fundamento no banquete eucarístico: ‘Assim como o Pai, que vive, me enviou, e Eu vivo pelo Pai, também o que me come viverá por Mim’ (Jo 6,57) ”, recorda o Catecismo da Igreja Católica (1396), que enfatiza, ainda, que a comunhão da “carne de Cristo Ressuscitado” conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo.

UNIÃO COM CRISTO

Santo Tomás de Aquino afirmou que “o efeito típico da Eucaristia é a transformação do homem em Cristo”. Já São Leão Magno destacou: “A participação do corpo e sangue de Cristo não faz outra coisa senão transformar-nos no alimento que tomamos”.

Santo Agostinho pôs na boca de Jesus estas palavras: “Não és tu que me transformarás em ti, como se dá com o alimento da tua carne, mas tu será transformado em mim”. E Cirilo de Jerusalém enfatizou que, por meio da Eucaristia, “nos tornamos concorpóreos e consanguíneos com Cristo”.

NA PRISÃO

Para muitas pessoas, esse período distante da Eucaristia é a oportunidade de tomar consciência do valor da comunhão sacramental para a vida espiritual e se unir a muitos cristãos que, por diversas razões, há muito tempo são impedidos de celebrar a Eucaristia.

Na história recente da Igreja, o Cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan (1928-2002) é, sem dúvida, um dos maiores exemplos de amor à Eucaristia. Arcebispo coadjutor de Saigon, ele foi mantido prisioneiro pelo regime comunista durante 13 anos, dos quais nove foram em total isolamento. Mesmo assim, ele consegui celebrar a Eucaristia clandestinamente em sua cela com um pedaço de pão, três gotas de vinho e uma gota d’água na palma da mão.

O próprio cardeal vietnamita contou, em uma das meditações do retiro que pregou no Vaticano no jubileu do ano 2000, que, quando foi preso, em 1975, um angustiante pensamento apoderou-se dele:  “Poderei ainda celebrar a Eucaristia? No momento em que tudo veio a faltar, a Eucaristia passou a ocupar o primeiro lugar em meus pensamentos: o Pão da Vida”.

PÃO DA ESPERANÇA

Van Thuan recordou, ainda, que, em todas as épocas, especialmente em tempos de perseguição, a Eucaristia  foi sempre o segredo da vida dos cristãos, “o alimento das testemunhas, o pão da esperança”.

Papa Francisco sempre nutriu muita estima pelo exemplo dos chamados “cristãos escondidos” do Japão nos séculos XVI e XVII. Evangelizados por São Francisco Xavier, os católicos japoneses eram em torno de 300 mil em 1614, quando o cristianismo foi banido no país, os missionários foram expulsos e os fiéis foram forçados a escolher entre o martírio ou viver a fé clandestinamente.

Em 1873, o cristianismo deixou de ser proibido no Japão e, quando os sacerdotes retornaram ao país, encontraram grupos de cristãos que conservaram secretamente a fé por gerações e desejavam voltar a celebrar a Eucaristia. “Eram isolados e escondidos, mas eram sempre membros do povo de Deus, membros da Igreja”, afirmou o Papa Francisco, na Audiência Geral de 15 de janeiro de 2014.

CULTIVAR O AMOR

Na Encíclica Ecclesia de Eucharistia, São João Paulo II enfatizou que é conveniente cultivar continuamente na alma o desejo do sacramento da Eucaristia. “Daqui nasceu a prática da ‘comunhão espiritual’ em uso na Igreja há séculos, recomendada por santos mestres de vida espiritual”, afirmou o Santo Padre, recordando que Santa Teresa de Jesus escreveu: “Quando não comungais e não participais na missa, comungai espiritualmente, porque é muito vantajoso. [...] Deste modo, imprime-se em vós muito do amor de nosso Senhor”.

Santa Catarina de Sena temia que a comunhão espiritual não tivesse nenhum valor. “Jesus lhe apareceu em visão, com dois cálices na mão, e lhe disse: ‘Neste cálice de ouro ponho as tuas comunhões sacramentais e neste cálice de prata ponho as tuas Comunhões Espirituais. Estes dois cálices me são muito agradáveis’”, conta a Santa em seus escritos biográficos. 

São várias as orações de comunhão espiritual existentes na tradição católica. Nas suas missas diárias na Casa Santa Marta, o Papa Francisco tem convidado os fiéis que acompanham pelos meios de comunicação a fazerem a seguinte oração:

“Aos vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no vosso e na Vossa santa presença. Eu vos adoro no Sacramento do vosso amor, desejo receber-vos na pobre morada que meu coração vos oferece. À espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em vós, espero em vós. Eu vos amo. Assim seja.”

LEIA TAMBÉM: 

Dom Carlos Lema: O que é a comunhão espiritual?

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Cardeal Scherer: ‘Ser de Jesus é estar a serviço uns dos outros e da humanidade’

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09 de abril de 2020

Na noite desta quinta-feira, 9, teve início o Tríduo Pascal com a celebração da Ceia do Senhor, na qual se faz memória da instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Neste ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, esta acontece de modo diferente, sem a presença dos fiéis, que são convidados a vivenciar este momento da “semana maior” em suas casas e em comunhão com toda a Igreja.

O Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, presidiu a missa na capela do Seminário Arquidiocesano de Teologia Bom Pastor, no bairro do Ipiranga. A celebração foi transmitida pelas mídias sociais do Cardeal, da Arquidiocese e pela rádio 9 de Julho.

MEMORIAL

Na homilia, Dom Odilo explicou que a celebração da Quinta-feira Santa recorda os muitos dons que Jesus entregou à sua Igreja, rememorando que o Cristo celebrava com os apóstolos a ceia judaica, mas, que naquela noite, Ele instituiu a ceia da nova e eterna aliança, presente nos dias atuais com a Eucaristia.

“Nós nos reportamos ao cenáculo da última ceia, àquela mesa sagrada, onde Jesus sentou com seus apóstolos e instituiu a Eucaristia e, com a eucaristia, o sacerdócio para servir à comunidade dos fiéis em nome de Jesus Cristo”, afirmou o Arcebispo.

O Cardeal lembrou que as leituras que contemplam esta celebração fazem memória não somente no aspecto de uma lembrança, mas de forma que a assembleia participe dos fatos que são recordados.

PASSAGEM

A primeira memória meditada por Dom Odilo foi o significado da Páscoa Judaica narrada na primeira leitura, no livro do Êxodo, quando Deus ordenou ao povo, por meio de Moisés, que todas as famílias realizassem a ceia e que marcassem sua porta com o sangue do cordeiro para que assim “o povo estivesse pronto para passar pelo mar vermelho e pelo deserto. Depois da passagem do Senhor, se deu a origem ao nome de Páscoa”.

Dom Odilo recordou que essa memória foi celebrada por muitos séculos pelas famílias em seus lares, para que os povos nunca se esquecessem que foi por meio desta passagem que Deus os fez livres da escravidão e para que “pudessem também se sentir parte disso, ‘Deus passou por mim, isto é, me libertou’”.

INSTITUIÇÃO PERPÉTUA

Já na segunda leitura, Paulo narra a memória da última ceia de Jesus com seus apóstolos. Este memorial é o próprio amor de Jesus por toda a humanidade.  

“A Eucaristia fala da entrega de Jesus para a nossa salvação e da sua passagem deste mundo para o Pai, para a glória. Por isso, Jesus celebrando a Páscoa Judaica, tomando o pão, lhe deu um sentido novo, dizendo: ‘Este pão é meu corpo, façam isso em memória de mim’. Este cálice é o meu sangue derramado por vocês. Sou eu quem me entrego por vocês, significado neste cálice”, afirmou Dom Odilo.

Dom Odilo falou, também, que Paulo, ao revelar a mensagem que lhe era transmitida, indicou que este rito se tornaria uma instituição perpétua, por meio da missa e da Eucaristia, que faz memória da misericórdia de Deus que salva a toda humanidade.

MISSÃO

No Evangelho de São João, o Cardeal reiterou que Jesus tinha consigo tudo o que lhe iria acontecer e sabia que havia chegado a hora de sua Páscoa: “Tendo amado os que estavam neste mundo, os amou até o fim, até a sua morte na cruz, o derramamento do seu sangue”.

Dom Odilo continuou dizendo que na mesma noite, Jesus institui o gesto do lava-pés, que neste ano, devido ao isolamento social, foi omitido da celebração.

“Lavar os pés significava se colocar, humildemente, a serviço uns dos outros. O terceiro memorial é quando Jesus entrega aos apóstolos esta missão: façam vocês a mesma coisa. Ser de Jesus é estar a serviço uns dos outros e da humanidade. Ele colocou toda a sua vida a serviço da humanidade e quer que nós façamos os mesmo em sua memória, até que nós tenhamos dias neste mundo”, salientou.

EU VOS DOU UM NOVO MANDAMENTO

A quarta memória é conservada pela Igreja como um testamento: “Amai-vos uns aos outros como Ele nos amou. Amar com o coração generoso, até mesmo de dar a vida se for preciso”, recordou o Arcebispo.

“Na última ceia nasceu a Igreja com a instituição da Eucaristia, sacerdote, e este memorial do serviço e amor uns com os outros. A Eucaristia é o sacramento de Jesus e da Igreja reunida como corpo de Cristo. A Eucaristia faz a Igreja, pois, ao celebrá-la, a Igreja fica claramente representada, ali está Jesus na pessoa do celebrante, o povo de Deus - membros do corpo de Cristo - a Palavra de Deus, nossas preces e nossa ação de graça”.

CONFIANÇA EM DEUS

Dom Odilo afirmou que a Igreja nasce para ser sinal da presença de Jesus e de esperança ao seu povo, por meio da caridade fraterna. Por isso, neste tempo de aflição, é preciso renovar a confiança de que Deus não abandona o seu povo, mas com ele caminha.

“Que Deus nos ajude a celebrar a Eucaristia com fé, devoção e com grande gratidão, pois é um sagrado mistério da fé que nunca conseguiremos agradecer. Que a nossa participação alegre e contente na Eucaristia seja o sinal da nossa adesão a tudo que Cristo deixou para nós”.

O Arcebispo rezou, no momento da oração dos fiéis, por todas as pessoas que estão sofrendo com a COVID-19, e por todos os que estão cuidando da vida neste período de preocupação.

SANTÍSSIMO SACRAMENTO

Outra mudança adotada em decorrência da pandemia foi a de não realizar a adoração e oração do Santíssimo Sacramento em um ostensório. As hóstias consagradas foram depositadas no tabernáculo, onde o Arcebispo permaneceu, juntamente com os padres, diáconos e seminaristas em adoração.

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Papa Francisco: ‘Deixem-se lavar os pés por Jesus’

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09 de abril de 2020

Eucaristia, serviço e unção. O Papa Francisco refletiu sobre essas três palavras em sua pregação da missa desta Quinta-feira Santa, 9, na celebração da Ceia do Senhor, que remete à instituição do sacramento da Eucaristia.

Falando brevemente, e sem um texto preparado, o Pontífice disse que a instituição da Eucaristia é um sinal da vontade de Jesus Cristo de “permanecer conosco”.

Pela comunhão eucarística, viabilizada por meio dos sacerdotes, “levamos o Senhor conosco, ao ponto de que Ele mesmo nos diz: se não comemos do seu corpo e não bebemos do seu sangue, não entraremos no reino dos céus”. Esse é o grande mistério da fé: “o Senhor conosco, em nós, dentro de nós”, afirmou.

Homenagem aos sacerdotes

Mesmo sem a celebração da missa dos Santos Óleos, que também costuma ser celebrada na Quinta-feira Santa, mas que neste ano foi adiada por causa da crise sanitária causada pelo novo coronavírus, o Papa Francisco escolheu dedicar a maior parte de sua fala aos padres. “Estamos unidos para fazer Eucaristia, unidos para servir”, declarou.

O Papa pediu aos padres que sejam “grandes em generosidade no perdão” e “deixem-se lavar os pés por Jesus, pois o Senhor é vosso servo”. Ao reconhecer a necessidade de “serem lavados por Cristo”, de serem perdoados, serão capazes de perdoar na mesma medida, disse o Santo Padre. “Como você perdoar, será perdoado. Não tenham medo de perdoar”, afirmou. “Sejam corajosos em arriscar, em perdoar, em consolar.”

Francisco pensou, ainda, tanto nos padres pecadores, que cometem erros, “que sofrem crises e não sabem o que fazer, estão na escuridão”, como também os caluniados, acusados injustamente por crimes que não cometeram. “Todos somos pecadores”, lembrou, incluindo-se no grupo.

Servidores do povo

O Papa Francisco lembrou também de todos os padres que se dedicam ao serviço na Igreja, fazendo menção especial aos mais de 60 padres que já morreram na Itália, vitimados pela Covid-19. “Não posso deixar passar essa missa sem lembrar dos sacerdotes, que oferecem a vida ao Senhor e que são servidores”, disse ele.

Muitos desses padres morreram ao lado dos profissionais de saúde, cuidando dos doentes nos hospitais. “São os santos da porta do lado, sacerdotes que, servindo, deram a vida”, recordou o Papa.

Ele também citou o caso de um padre que atende as prisões, outros que viajam, em missão, para ir ao encontro do povo. E também mencionou os “padres de interior”, que estão nas áreas rurais e percorrem longas distâncias. Muitos são “sacerdotes anônimos” que dão a vida nos lugares aonde chegam.

 

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