Beato Padre Victor: Servo alegre do povo e de Deus

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19 de setembro de 2019

Francisco de Paula Victor, menino negro, nascido em 12 de abril de 1827, em Campanha (MG), filho da escrava Lourença Justiniana de Jesus, não viveu como a mãe, pois foi acolhido como afilhado pela dona da casa em que nasceu. Batizado com apenas 18 dias depois de seu nascimento, ordenou-se Sacerdote atuando de forma exemplar a misericórdia de Deus ao povo mineiro.

Antes de ingressar no seminário, Francisco trabalhou como alfaiate, até que o Padre Antônio Felipe de Araújo, então pároco da Campanha da Princesa da Beira, informou ao Bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso sobre o desejo do jovem de viver o serviço ministerial.

Mesmo com as dificuldades raciais da época, Dom Antônio aceitou que ele iniciasse os estudos para se tornar Padre. Sua ordenação aconteceu em 14 de junho de 1851, aos 24 anos.

TESTEMUNHO

Apenas um ano depois de sua ordenação, Padre Victor foi transferido de Campanha para a cidade de Três Pontas, onde ficou conhecido pelas boas ações que realizou.

O município mineiro era moradia para muitos fazendeiros e donos de escravos, o que provocou um estranhamento em receber um Padre negro. Segundo relatos, o Sacerdote chegou a ser agredido e celebrou missas com a Igreja vazia.

Foi com insistência e generosidade que, lentamente, ele conquistou o respeito dos moradores do local. Com isto, as doações oferecidas também cresceram e eram sempre destinados aos mais necessitados.

LEGADO

Padre Victor, preocupado em oferecer aos moradores de Três Pontas algo que permanecesse por um longo período, fundou a primeira escola da cidade, o Colégio Sagrada Família, em que ensinava além da Doutrina Social da Igreja, música e francês. Dom João de Almeida Ferrão, o primeiro Bispo de Campanha, realizou os estudos no colégio fundado pelo Beato.

A construção, entretanto, resultou em dívidas. O Sacerdote cogitou sair da cidade de Três Pontas por reconhecer as falhas administrativas. Os moradores, porém, reuniram o valor necessário para a quitação e o entregaram pedido que ele permanecesse com os trabalhos no município.

Sua morte ocorreu em 23 de setembro de 1905, devido a um Acidente Vascular Cerebral.

BEATIFICAÇÃO

Em 14 de novembro de 2015, uma Missa realizada no Aeroporto da cidade de Três Pontas, com a presença de cerca de 15 mil pessoas, marcou sua beatificação. O rito foi presidido pelo então Prefeito da Congregação da Causa dos Santos da Santa Sé, o Cardeal Angelo Amato, que representou o Papa Francisco.

Na homilia o Cardeal Amato salientou que “a comunidade cristã de Campanha se apresenta aos olhos da Igreja e do mundo como uma terra de santos. Ele é o modelo universal e válido para todos os fiéis de qualquer cor, raça, nacionalidade ou condição social. Padre Victor pertence à nobreza das pessoas santa, cheias de fé, caridade, bondade e humildade”.

Um dia após a beatificação de Padre Victor, o Papa Francisco lembrou durante a oração mariana do Ângelus sobre sua missão. “Pároco generoso, e zeloso na catequese e na administração dos sacramentos, distinguiu-se sobretudo por sua grande humildade. Possa seu extraordinário testemunho servir de modelo para muitos sacerdotes, chamados a ser humildes, servidores do povo de Deus”, destacou.

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Entrega do Cetro à Mãe e Rainha atrai milhares de pessoas ao Santuário de Atibaia (SP)

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17 de setembro de 2019

O Santuário de Schoenstatt, de Atibaia/SP recebeu mais de 6 mil peregrinos neste domingo, 15 de setembro, para um momento especial: a entrega do Cetro à Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.

A multidão se concentrou na Tenda, onde bandeiras de todos os estados do Brasil, entraram pelo corredor central com as terras de várias dioceses e arquidioceses, que passaram no Santuário ao decorrer desse ano, seguidos pelos representantes dos ramos e comunidades do Movimento Apostólico de Schoenstatt. Juntos, apresentam as intenções de cada brasileiro para esse dia de graças: “Nosso compromisso com nossa Pátria tem um nome: transformar o Brasil numa nova terra mariana.”

Tens a tarefa de conduzir vitoriosamente

Enquanto isso, uma surpresa, a Mãe e Rainha partiu em procissão do Santuário indo ao encontro de seus filhos. Ao toque das trombetas, a imagem é levada em meio à multidão até o altar, dando início a Santa Missa, que foi presidida pelo Diretor do Regional Sudeste do Movimento de Schoenstatt, Pe. Afonso Wosny.

“Esse cetro ajude a mostrar o que todos nós acreditamos: que Maria é Rainha, é Rainha do Tabor, é Rainha da fidelidade heroica, é Rainha das nossas vidas, é Rainha neste Santuário Tabor da permanente presença do Pai”, diz o Pe. Afonso, em sua homilia. Referindo-se ao evangelho, no qual o filho mais velho faz memória a tudo o que viveu com seu Pai, o celebrante cita as várias memórias que fazemos na entrega do cetro, repetindo as palavras do Fundador do Movimento, o Pe. José Kentenich: “Em sua mão colocamos o cetro e, em sua fronte, a coroa. Com isto, queremos exprimir: somos pequenos instrumentos em tuas mãos. Em Jesus, com Deus Trino, tu és a mestra da Obra. Tens a tarefa de conduzir vitoriosamente…nossa Família e cada filho individualmente, através de todas as dificuldades do tempo, à pátria eterna. Tens a tarefa de formar e configurar nossa Família, numa família moderna, una, santa, católica e apostólica…”

Ela recebe o Cetro

Após a celebração, todos conduzem a imagem da Mãe e Rainha de volta ao Santuário. Diante dele, o cetro passa pelas mãos dos representantes dos Ramos e Comunidades da Família de Schoenstatt, cada um faz uma pequena prece e, então, o cetro é entregue, entronizado no quadro de Maria.

Ela esteva presente há 70 anos

Entre as milhares de pessoas, está Ir. M. Theomaris Moro, a única testemunha que estava presente, há 70 anos, quando o Pe. Kentenich entregou este cetro, em Santa Maria/RS. Emocionada, ela partilha: “Há todo momento, hoje, eu ficava recordando aquele cena que vivenciei em 20 de agosto de 1949: nosso Pai e Fundador, em pé sobre o altar do Santuário, com a coroa na mão e olhando para a Mãe, fazendo a sua oração tão profunda. Hoje, com milhares de pessoas, vejo que o seu pedido daquele dia foi atendido, pois a Mãe realmente nos enviou milhares de vocações para a Obra de Schoenstatt no Brasil.” Idalina Maria Rubim Moreira Monteiro, veio de Taubaté/SP e diz: “Coroar foi entregar a minha vida. Agora, na entrega do cetro, confirmo a entrega com filialidade e confiança, na certeza que a Mãe sempre cuidará de mim.”

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A devoção a São Francisco de Assis na Vila Clementino

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10 de outubro de 2018

Na Vila Clementino, o padroeiro da Paróquia São Francisco de Assis foi celebrado com diversas missas, no dia 4, a primeira delas iniciada às 7h.

O Frei Valdecir Schwambach, Pároco, presidiu a missa das 12h, com grande número de fiéis. Entre eles, estavam os representantes das entidades de pessoas com deficiência visual, Lothar Bazanella, relações públicas da ONG Cadevi (Centro de Apoio ao Deficiente Visual); Marcelo Panico, da Fundação Dorina Nowill; e Marlene Lidinar Gianoto, da Pastoral da Pessoa com Deficiência, que foram reforçar o lançamento da Campanha “Cãozinho Educado” na região onde circulam mais 2 mil deficientes visuais somente da Fundação Dorina Nowill.

Frei Valdecir, na homilia, recordou que o ser humano tem o desejo de perpetuar a sua história. “E a gente sabe que nos eternizaremos neste mundo à medida que soubermos amar. O cuidado que nós temos para com as pessoas, com a criação de Deus é um grande começo. É a grande possibilidade que Deus nos deixou para começarmos a construir a nossa eternidade. Cada toque de amor que você dá a alguém, a qualquer criatura de Deus, seja ela qual for, você está construindo a sua eternidade. Você está tocando também a sua eternidade”, afirmou. 

“Quem não faz essa experiência, não vai saber o que é eterno. Essa pessoa se afasta de Deus. Inferno é a distância de Deus. As trevas são a distância da luz, que é Deus. Não é Deus que se afasta de nós, mas são as nossas escolhas que nos distanciam da luz e do seu amor”, continuou. 

Na última missa da festa, Frei Valdecir fez os agradecimentos finais, de forma especial aos fiéis paroquianos e aos que vieram de outras regiões da Capital Paulista para celebrar o Santo de Assis.

 

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Dom Eduardo preside missa na festa de Santa Ifigênia

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20 de setembro de 2018

No sábado, 15, por ocasião da festa de Santa Ifigênia, Co Padroeira, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, na Região Episcopal Sé, celebrou missa que marcou as comemorações. A santa eucaristia foi concelebrada pelo Padre Ruy Barbosa mendes de Morais, SSS.

Os festejos começaram no dia 13 e seguem até o dia 22. Do dia 13 a 21, às 17h45, os paroquianos se reúnem para a tradicional novena preparatória, às 18h50, missa e às 20h noite cultural. Todos os dias, barracas com comidas típicas e atrações compõem as comemorações.

No sábado, 22, data de encerramento da festa, às 18h50 haverá missa em honra a Santa Ifigênia e às 20h, benção do bolo.

SANTA IFIGÊNIA, ROGAI POR NÓS!

A Princesa Ifigênia, filha dos Reis Eggipus e Eufenisa, de Noba, um pequeno reino da Etiópia, que até a chegada de São Mateus Evangelista, oito anos após Ascenção de Jesus Cristo, vivia de maneira inteiramente pagã.

Mesmo com a forte repressão dos sacerdotes pagãos da época, que ao verem a fé em Jesus se espalhar, pelo testemunho de São Mateus e de Ifigênia, começaram a caluniar sobre seus ensinamentos e afirmaram que a jovem deveria ser oferecida em sacrífico, como uma forma de desculpas, por meio de um “incêndio sagrado”.

Quando chegou o dia de sua morte, ela confiou sua vida a Deus e enquanto as chamas subiam, invocou com voz alta o nome de Jesus. Nesse momento, um anjo lhe apareceu e lhe tirou do lugar aonde seria assassinada.

O povo passou a crer nas palavras de São Mateus e a Princesa tornou-se uma das responsáveis pela expansão da fé no Palácio Real e no país. A tradição conta, que Ifigênia recebeu uma revelação divina, dizendo que ela deveria servir a Deus com a contrução de um local que acolhesse um “exército de virgens”, muitas mulheres creram e a seguiram.

As grandes provações da Princesa começaram após a morte de seus pais. Príncipe Hirtaco, seu tio, alegando que ofereceria a São Mateus metade do reino, caso Ifigênia aceitasse se casar com ele. Obediente a Deus, ela recusou o pedido. Hirtaco, ordenou então, que São Mateus fosse morto e que a casa em que ela e as outras viagens moravam fosse incendiada. Elas, porém, clamaram a Deus e o fogo não só deixou de atingir a casa, como passou a queimar o Palácio de Hirtaco, que fugiu. 

Antes de morrer, Santa Ifigênia, novamente, recebeu um chamado de Deus afirmando que ela deveria se desfazer de todos os seus bens, e foi o que fez. No dia de sua morte, espalhou-se um suave perfume pelo convento.

Santa Efigênia é proclamada como protetora contra incêndios, como padroeira dos militares e como auxiliadora daqueles que buscam adquirir moradia. Sua festa é comemorada em 21 de setembro, mesmo data em que se celebra o dia de São Mateus.

A PARÓQUIA

Inaugurada na década de 70, é uma das capelas mais antigas de São Paulo, foi dedicada desde o início à Nossa Senhora da Conceição, e também a primeira Igreja edificada no Anhangabaú. Um ano após uma demolição, que ocorreu em 1794, o novo templo recebeu a primeira missa, porém, só foi elevada como paróquia Nossa Senhora da Conceição de Santa Ifigênia em 21 de abril de 1809.

Cem anos depois, em 1908, uma nova demolição marca a história da paróquia, que durante 1930 a 1954, foi usada como Catedral Provisória de São Paulo. O Papa Pio XII a elevou Basílica Menor em 1958.

Presente no Setor Pastoral Catedral, na Região Episcopal Sé, a Paróquia tem hoje o Padre Antônio Ruy Barbosa Mendes de Moraes, como Pároco e Padre José Regivaldo dos Santos, como Vigário. Ela é situada na Rua Santa Ifigênia, 30, Santa Efigênia.

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Sagrado Coração: hoje é a festa do amor de Deus

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08 de junho de 2018

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Francisco iniciou a sua homilia na Casa Santa Marta afirmando que se poderia dizer que hoje é a festa do amor de Deus.

“Não somos nós que amamos Deus, mas é Ele que “nos amou por primeiro, Ele é o primeiro a amar”, disse o Papa. Uma verdade que os profetas explicavam com o símbolo da flor de amêndoa, o primeiro a florescer na primavera. “Deus é assim: sempre por primeiro. Ele nos espera por primeiro, nos ama por primeiro, nos ajuda por primeiro”.

Mas não é fácil entender o amor de Deus. De fato, Paulo, na segunda Leitura do dia, fala de ‘impenetráveis riquezas de Cristo’, de um mistério escondido.

É um amor que não se pode entender. Um amor de Cristo que supera todo conhecimento. Supera tudo. Tão grande é o amor de Deus. E um poeta dizia que era como “o mar, sem margens, sem fundo …”: mas um mar sem limites. E este é o amor que nós devemos entender, o amor que nós recebemos.

Na história da salvação, o Senhor nos revelou o seu amor, “foi um grande pedagogo”, disse o Papa e, relendo as palavras do profeta Oséias, explica que não o revelou através da potência: “Não. Vamos ouvir: ‘Eu ensinei meu povo a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, eu cuidava dele’. Tomar nos braços, próximo: como um pai”.

Deus, como manifesta o amor? Com as grandes coisas? Não: se rebaixa, se rebaixa, se rebaixa com esses gestos de ternura, de bondade. Faz-se pequeno. Aproxima-Se. E com esta proximidade, com este rebaixamento, Ele nos faz entender a grandeza do amor. O grande deve ser entendido por meio do pequeno.

Por último, Deus envia o seu Filho, mas “o envia em carne” e o Filho “humilhou a si mesmo” até a morte. Este é o mistério do amor de Deus: a grandeza maior expressa na menor das pequenezas. Para Francisco, assim se pode entender também o percurso cristão.

Quando Jesus nos quer ensinar como deve ser a atitude cristã, nos diz poucas coisas, nos faz ver aquele famoso protocolo sobre o qual todos nós seremos julgados (Mateus 25). E o que diz? Não diz: “Eu creio que Deus seja assim. Entendi o amor de Deus”. Não, não… Eu fiz o amor de Deus em pequenas coisas. Dei de comer ao faminto, dei de beber ao sedento, visitei o doente, o detento. As obras de misericórdia são justamente a estrada do amor que Jesus nos ensina em continuidade com este amor de Deus, grande! Com este amor sem limites, que se aniquilou, se humilhou em Jesus Cristo; e nós devemos expressá-lo assim.

Portanto, concluiu o Papa, não são necessários grandes discursos sobre o amor, mas homens e mulheres “que saibam fazer essas pequenas coisas por Jesus, para o Pai”. As obras de misericórdia “são a continuidade deste amor, que se rebaixa, chega a nós e nós o levamos avante”.

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Casa da Mãe Aparecida acolhe Romaria Arquidiocesana

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10 de mai de 2018

No primeiro domingo do mês de maio, 6, a Arquidiocese de São Paulo realizou sua 117ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário Nacional de Aparecida (SP). 

Com o tema “Leigos com Maria, rumo ao sínodo arquidiocesano”,  cerca de 12 mil fiéis participaram da celebração, que teve início às 10h, no altar central da Basílica, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelos bispos auxiliares. 

A Romaria da Arquidiocese de São Paulo, uma das mais antigas e numerosas na história das romarias à “Casa da Mãe”, contou com a presença de romeiros das seis regiões episcopais da Arquidiocese, do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, do Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade, além de representantes de movimentos, associações e pastorais, que se uniram a outros tantos peregrinos do Brasil. 

Ao saudar os romeiros, Dom Odilo disse que além da temática da peregrinação anual, uma intenção em especial foi trazida pelos peregrinos da Arquidiocese de São Paulo: os atingidos pelo incêndio e desabamento do prédio, no centro da Capital Paulista, na madrugada do dia 1º, e todos os que sofrem com a falta de moradia. A preocupação com os cerca de 200 moradores desabrigados foi expressa por romeiros como Maria Inês, 50, da Comissão Organizadora da Romaria. “São pessoas que estão em praça pública e que precisam de um teto permanente, não provisório. Não é só a realidade de um povo, é nossa, porque são povo de Deus e nós trouxemos este povo na alma, aqui na Casa da Mãe”, afirmou.

 

MANDAMENTO DO AMOR

Nessa peregrinação anual, duas motivações principais foram apresentadas diante de Nossa Senhora Aparecida: o Ano Nacional do Laicato e o sínodo arquidiocesano. Na homilia, Dom Odilo ressaltou que o Ano Nacional do Laicato diz respeito a todos os batizados e que a vocação fundamental e primeira de todos os cristãos é a de serem discípulos e missionários de Jesus Cristo, chamados a darem testemunho na família e na sociedade, “nas muitas maneiras de serem cidadãos cristãos católicos”. 

O sínodo arquidiocesano também foi colocado no coração de Maria Santíssima, venerada como Nossa Senhora Aparecida. “Queremos por meio do sínodo colocar-nos a escutar melhor o apelo de Deus, sobre a nossa realidade, sobre a nossa Arquidiocese. Para isso é o sínodo. E por isso queremos fazer esse caminho de comunhão, de esforço conjunto, todos juntos caminhando nessa mesma direção, nessa mesma preocupação de ouvir melhor a voz de Deus”, explicou o Cardeal. 

Ao refletir sobre as leituras proclamadas no 6º Domingo da Páscoa, Dom Odilo afirmou que a Palavra de Deus, expressa no relato de São João, sobre o mandamento do amor, põe a todos no coração do Evangelho, e destacou dois aspectos essenciais. “Primeiro ponto, o centro da nossa fé, da nossa religião: Deus nos ama, de amor infinito, e Deus nos amou primeiro. E vem o segundo ponto da nossa fé, da nossa religião, o núcleo central da nossa fé: a nossa correspondência ao amor de Deus, retribuir com nossa atitude a esse amor que nos amou primeiro”. Dom Odilo exortou que todos aprendam de Nossa Senhora – que viveu essa verdadeira comunhão com Deus e com seu filho Jesus - essa lição fundamental da prática da vida cristã. “Que Ela nos ensine assim a também amarmos a Deus, amar a Jesus Cristo, Nosso Senhor, amar ao próximo como Jesus nos ama...Nossa fé, nossa religião é a religião do amor a Deus, do amor ao próximo, aqui está o centro de tudo”, concluiu.

 

MARIA, SENHORA DOS POBRES E DOS EXCLUÍDOS

O Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua marcou presença significativa na Romaria Arquidiocesana. Dois ônibus levaram cem pessoas, entre colaboradores e acompanhados pelas entidades coordenadas pelo Vicariato. 

Na procissão de entrada da celebração, juntamente com outras representações da Arquidiocese de São Paulo, o pernambucano Evandro de Oliveira, 56, conduziu a bandeira do Vicariato. Morador em situação de rua desde criança, Evandro recordou que saiu de casa, ainda no Recife (PE), depois de conflitos com os pais. A partir daí, viveu está nas ruas em muitos locais, passando pela cidade do Rio de Janeiro e Aparecida (SP), onde participava das missas, e atualmente está nas ruas do centro da Capital Paulista. O devoto de Nossa Senhora Aparecida também recomendou seu pedido à Padroeira do Brasil pelo fim da violência contra todos que sofrem, e apontou a falta de direitos como uma de suas formas: “Só em tirar o direito das pessoas, da educação, da moradia, essa é a maior violência”, enfatizou.
 

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50 anos de união na fé e de devoção a Nossa Senhora Aparecida

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13 de março de 2018

Uma, duas, três... 50 estrelas douradas de papel. No teto do salão paroquial ao lado da igreja-matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, elas recordavam a todos que chegavam, na noite do sábado, 3, que aquela comunidade paroquial, na Região Episcopal Brasilândia, completa em 2018 seu jubileu de ouro.

O tríduo festivo foi iniciado em 28 de fevereiro e concluído na sexta-feira, 2, destacando a paróquia como casa da Palavra, do pão e da caridade. Na noite do sábado, a missa solene de encerramento foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por sete padres, entre os quais o Pároco, Padre Aldenor Alves de Lima, mais conhecido como Padre Aldo, e o Vigário Paroquial, Padre José Ferreira Filho.  

“Hoje vocês são os protagonistas da história da Paróquia. Mas não somos os primeiros. Nós continuamos o que outros já começaram. Queremos hoje agradecer a Deus e pedir para que façamos a nossa parte e para que os que virão depois recebam este bem que é a paróquia, a comunidade de fé”, afirmou Dom Odilo no começo da missa.

 

HISTÓRIA DE EVANGELIZAÇÃO E SOLIDARIEDADE

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida foi criada em 29 de fevereiro de 1968 pelo Cardeal Agnelo Rossi, então Arcebispo de São Paulo, mas anos antes os moradores da Vila Souza, então formada por chácaras e loteamentos recém-criados, já se mobilizam para a construção de uma igreja.

“Vi serem colocados os primeiros tijolos. Começou como uma capela, por volta de 1965. Depois, levantou-se a igreja e compramos o terreno do salão paroquial, com um empréstimo conseguido pelos padres irlandeses que aqui trabalhavam e o dinheiro de quermesses. No fim, nem tivemos que pagar o empréstimo, ficou como doação. Lembro-me que, na época da construção da igreja, todos se reuniam no fim de semana e doavam o que podiam, tanto de material quanto de mão de obra”, recordou, ao O SÃO PAULO , o paroquiano Luiz Carlos Gasiunas. 

À frente da Paróquia nos primeiros anos, o Padre Thomaz O´Reilly enviou uma mensagem aos fiéis por ocasião do jubileu de ouro paroquial. “Este salão [paroquial] tornou-se o ponto focal para muitas atividades. A partir de um convênio com a Prefeitura, que tinha uma base na Freguesia de Ó, aulas começaram a ser dadas para ensinar alfabetização, corte e costura, culinária e construção. Esses cursos funcionavam à tarde. Pela manhã, o salão era usado como creche e, à noite, para educação em nível de segundo grau. Nos fins de semana, as Irmãs Filippini de Itaberaba ensinavam a Catequese e a liturgia”, escreveu o Padre, comentando, ainda, que no decorrer dos anos “uma cozinha para fazer sopa foi iniciada no salão para alimentar os filhos dos migrantes”.

Outras duas iniciativas que ainda hoje têm o apoio da Paróquia estão na Comunidade Cristo Ressuscitado: uma delas é a obra social Coração Amigo, que atende atualmente 150 crianças, e para a qual a Paróquia destina 25% de todo o dízimo arrecadado; a outra é a farmácia comunitária, que existe desde o início da década de 1980.

Teresinha Ferreira Nascimento é voluntária da farmácia comunitária desde os primeiros anos. Ela lembrou que o trabalho foi iniciado pela Congregação das Missionárias Médicas de Maria e ampliado com a ajuda da pastora norte-americana Barbara Souza, que não vive mais no Brasil. Atualmente, a farmácia conta com dez voluntários e funciona de segunda a sexta-feira. “A farmácia continua, apesar das dificuldades. Os remédios que recebemos são de doações, até médicos nos mandam amostras grátis, e nós repassamos a quem precisa. Nunca falta remédio”, garantiu Teresinha, recordando, ainda, que a iniciativa é apoiada por outras paróquias da Região Episcopal Brasilândia. 

 

AÇÃO PASTORAL

Em seus 50 anos de história, foram realizados na Paróquia 1.100 matrimônios e 7.868 batismos. Muitos dos que receberam esses sacramentos testemunham a fé no dia a dia da Paróquia, como é o caso do casal Carla Alexandre e Paulo Sergio do Carmo. “Essa é uma igreja guerreira, lutadora. A gente não tem um dízimo alto, não tem boas condições financeiras, mas a gente é de trabalho. Ainda não temos uma igreja muito voltada à espiritualidade, mas estamos buscando isso agora com o grupo de oração”, afirmou Carla, que, junto com o esposo, participa da Paróquia há 30 anos.

 E foi justamente a celebração do jubileu, iniciada há quatro anos, que espalhou a evangelização pelos bairros próximos à Paróquia. Segundo o Padre Aldo, peregrinações nas casas com a imagem de Nossa Senhora Aparecida em um pequeno oratório, a recitação do Terço com as famílias e as missões pelos bairros, especialmente antes das festas dos padroeiros das comunidades (matriz Nossa Senhora Aparecida, Sagrado Coração de Jesus, Cristo Ressuscitado, Divino Espírito Santo e a área de missão São Vicente de Paulo) têm acontecido. Além disso, pelo terceiro ano consecutivo, a Paróquia realizará uma intensa programação nas “24 horas para o Senhor”, iniciativa pedida a toda a Igreja pelo Papa Francisco e que este ano acontecerá nos dias 9 e 10 de março. 

Outro ponto destacado pelo Padre é a ampliação dos grupos da novena de Natal: “Usamos a estratégia em que cada líder, paroquiano frequentador assíduo, cria um grupo para reunião na sua casa ou nas proximidades. Assim, de dez, fomos para 52 grupos. Depois, fizemos uma grande celebração natalina com todos estes grupos”.

Apesar dos avanços, Padre Aldo disse à reportagem que permanecem os desafios de sair de uma estrutura pastoral de manutenção e de atrair mais jovens para a vida da Paróquia, com a preocupação de que no bairro a juventude ainda está muito vulnerável ao vício das drogas. 

 

PARÓQUIA REUNIDA EM TORNO DE CRISTO

O Cardeal Scherer, na homilia da missa, destacou que, neste tempo de Quaresma, todos são chamados à conversão para que se voltem a Cristo de todo o coração, especialmente a partir da comunidade paroquial. “Jesus nos chama, nos reúne e nos conduz ao Pai. É bom lembrar disto: Paróquia Nossa Senhora Aparecida e cada uma das comunidades: fiquem firmes, unidos em torno de Jesus Cristo, pois Ele é o verdadeiro templo de Deus no meio de nós”, afirmou. 

O Arcebispo Metropolitano também ressaltou que os cristãos devem seguir os 10 Mandamentos e que cada paróquia tem um papel fundamental para a transmissão da fé, de geração em geração, a partir do testemunho que dá de seguimento à vida cristã. 

A celebração solene do jubileu paroquial foi concluída com um momento de ação de graças a Maria, conduzido por jovens paroquianos. Logo após a missa, Dom Odilo abençoou e inaugurou um monumento a Nossa Senhora Aparecida, em frente à igreja-matriz, para demarcar os 50 anos da Paróquia. 

 

PARÓQUIA NOSSA SENHORA APARECIDA

(Rua Luciano D’amore, 47, Vila Souza)
Missas na igreja-matriz: quarta-feira (20h), sábado (8h – celebração devocional a Nossa Senhora), e domingo (7h30, 10h30 e 18h).
 

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