No mês mariano, Papa escreve orações especiais a Nossa Senhora

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27 de abril de 2020

Com em todos os anos, o Papa Francisco publicou uma breve carta “a todos os fiéis” para o mês de maio, dedicado especialmente a Nossa Senhora. Diante da atual pandemia causada pelo novo coronavírus, o Pontífice incentiva a oração do Terço e outros apelos à intercessão de Maria.

“O mês de maio está próximo, no qual o povo de Deus expressa com particular intensidade o seu amor e devoção à Virgem Maria”, explica. “É tradição neste mês rezar o Terço em casa, em família. Uma dimensão, aquela doméstica, que as restrições da pandemia nos ‘obrigaram’ a valorizar, também do ponto de vista espiritual.”

Em casa

Como já é tradição na Igreja, este mês de maio dedicado a Maria costuma servir de incentivo para a oração do Terço. O Papa Francisco, que é bastante devoto da Virgem Mãe de Jesus, diz que o segredo de um Terço bem rezado é a simplicidade. “Vocês encontram até na internet bons esquemas para rezá-lo”, afirma.

Para ajudar, ele também propõe duas orações marianas, que podem ser rezadas ao final do Terço. “Eu mesmo as recitarei no mês de maio, espiritualmente unido a vocês.”

Nas palavras do Papa, “contemplar juntos o rosto de Cristo com o coração de Maria, nossa mãe, nos fará ainda mais unidos como família espiritual e nos ajudará a superar esse desafio [da atual pandemia]”. Francisco garantiu que rezará em especial pelos que mais sofrem. “E vocês, por favor, rezem por mim.”

Orações a Maria

Ó Maria,

Vós sempre resplandeceis sobre o nosso caminho

como um sinal de salvação e de esperança.

Confiamo-nos a Vós, Saúde dos Enfermos,

que permanecestes, junto da cruz, associada ao sofrimento de Jesus,

mantendo firme a vossa fé.

Vós, Salvação do Povo Romano,

sabeis do que precisamos

e temos a certeza de que no-lo providenciareis

para que, como em Caná da Galileia,

possa voltar a alegria e a festa

depois desta provação.

Ajudai-nos, Mãe do Divino Amor,

a conformar-nos com a vontade do Pai

e a fazer aquilo que nos disser Jesus,

que assumiu sobre Si as nossas enfermidades

e carregou as nossas dores

para nos levar, através da cruz,

à alegria da ressurreição. Amen.

À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus;

não desprezeis as nossas súplicas na hora da prova

mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

 ‘À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus’.

Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção.

Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho.

Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança.

Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde.

Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica.

Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus.

Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e económicas com clarividência e espírito de solidariedade.

Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do género no futuro.

Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração.

Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal.

Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.

 

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Terço dos Homens da Paróquia Santo Antônio participam de romaria a Aparecida

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20 de fevereiro de 2020

Uma viagem ao interior paulista fez com que Osvaldo Bispo Cardoso conhecesse o movimento do Terço dos Homens. Interessado em iniciar um grupo na sua Paróquia de origem, a Santo Antônio da Vila Brasilândia, na Região Episcopal Brasilândia, ele dialogou com o Pároco, à época, Padre Marcos Câmara, que acolheu a iniciativa com o objetivo de animar a Pastoral Familiar paroquial que começava no mesmo período.

Nas semanas seguintes, Padre Marcos encorajou Osvaldo a fazer o convite aos outros homens da comunidade durante uma missa. No dia 1º de abril, acontecia o primeiro encontro com a presença de 25 homens.

AÇÃO PASTORAL

Atualmente, o grupo é formado por 35 membros. “No início, alguns nem colocavam seus pedidos de oração. Hoje, sentem-se à vontade para pedir ou agradecer as graças recebidas”, salientou Osvaldo, que atua como coordenador.

Ele explicou, ainda, que em cada última segunda-feira do mês, familiares dos integrantes são chamados a participar do encontro que sempre é encerrado com uma confraternização.

A participação no movimento inspira outros trabalhos pastorais, grande parte dos que atuam no grupo, estão envolvidos nas Pastorais do Batismo, leitores, apostolado da oração e ministros da Sagrada Comunhão.

O atual Pároco, Cônego José Renato Ferreira, incentiva que o grupo esteja à frente das festas e celebrações dedicadas a Nossa Senhora e de todos os padroeiros das comunidades que compõe a Paróquia.

PELA 6ª VEZ

O ônibus com 25 homens, mais familiares, partiu às 4h, do sábado, 15, da igreja matriz, rumo a 12ª Romaria Nacional do Terço dos Homens. Esta foi a sexta participação do grupo no evento.

Os romeiros desembarcaram às 6h10, no Santuário Nacional de Aparecida, e às 7h30, participaram da missa realizada na Tribuna Dom Aloisio Lorscheider, presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

Ao longo do dia, estiveram reunidos em todas as atividades propostas pelos organizadores, como o Terço Solene, consagração a Nossa Senhora, entre outras.

GRATIDÃO A MÃE APARECIDA

Um fato emocionalmente para o coordenador foi quando os participantes da romaria se encontraram para partilhar testemunhos, pois neste momento, seguindo ele: “se vê e se sente a humildade, a fragilidade dos homens, pois, não somos uma fortaleza como pensam, mas sim homens que choram, se emocionam e que até perdem a voz. E Todos estavam ali para agradecer”, contou Osvaldo.

Neste ano, ele foi à romaria para agradecer por sua recuperação após um infarto ocorrido em 2019, “a romaria nos renova a cada ano, nos dando a certeza de que estamos no caminho certo”, concluiu.

DEPOIMENTOS

Outros membros do Terço dos Homens da Paróquia Santo Antônio descreveram o sentimento em participarem deste encontro que reuniu mais 80 mil homens.

Lenildo Laurentino da Silva destacou a devoção de tantas pessoas em um só lugar e sobre o apoio das famílias aos integrantes do movimento. Sua esposa, Clarice dos Santos Silva rememorou que a romaria é, em alguns casos, o único passeio familiar no ano.

A esposa de Osvaldo lembrou da intensa confiança dos homens na intercessão de Nossa Senhora a todas as famílias envolvidas.

Para Jose Edson de Souza, o sentimento de estar no Santuário Nacional de Aparecida é magnifico, por isso, ele disse não perceber o tempo passar.

Antônio Alexandre Filho contou ter se comovido com o relato de um jovem que, após sofrer um acidente de moto, passou por oito cirurgias e participava da romaria em um gesto de agradecimento.

O momento da consagração a Nossa Senhora foi um dos mais significativos para Edmar Manganaro, que encontrou em meio à multidão, um vizinho de sua sogra, que mora no Paraná.

Já Luiz Carlos da Silva ficou impressionado com a demonstração de fé dos mais de 80 mil homens presentes, muitos deles, vindos de outras cidades e estados brasileiros.

 

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Paróquia inicia comemorações dos 70 anos da campanha da Mãe Peregrina

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22 de novembro de 2019

Para marcar a abertura do jubileu de 70 anos da campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt no Brasil e o começo do Ano João Luiz Pozzobon (idealizador da campanha), aconteceu no sábado, 16, na Paróquia São Filipe Neri, no Setor Vila Alpina, uma missa presidida por Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e concelebrada pelos Padres Lauro Wisnieski, Norival da Silva e Fabiano Micali de Almeida.
Na homilia, Dom Luiz Carlos Dias ressaltou a importância de todos renderem graças a Deus pelo trabalho missionário ao longo deste ano. O Bispo enfatizou a grande necessidade do trabalho missionário com as famílias, mencionando as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023) e fazendo alusão aos quatro pilares: casa espaço de encontro; casa lugar de ternura; casa lugar das famílias; e casa lugar de portas sempre abertas, onde deve ser cultivada uma relação solidária e de se viver verdadeiramente como comunidades eclesiais. Disse, ainda, que, mesmo em meio às dificuldades, todos devem perseverar sempre no caminho da justiça e da paz, confiantes no Senhor.
Por fim, o Bispo declarou abertos oficialmente o Jubileu de 70 anos da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt no Brasil e o Ano João Luiz Pozzobon.
Participaram da Santa Missa cerca de 600 pessoas, entre missionários, coordenadores e famílias.

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Fiéis da Vila Moraes expressam devoção a São Serapião

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22 de novembro de 2019

Os fiéis da Paróquia Santa Ângela e São Serapião, na Vila Moraes, comemoram a festa de um de seus padroeiros, São Serapião, na quinta-feira, 14.
As comemorações deste ano foram marcadas pela novena. A cada dia da novena, um padre recém-ordenado presidiu a missa. Os Padres foram Rodrigo Felipe, Christopher Velasco, Maykom Florêncio, Claudio José – que atuou como assistente pastoral no período de seu diaconato –, Maycon Wesley, Ernandes Alves e Pierre Rodrigues. 
Também presidiram missas os Padres Israel Mendes, que celebrou o primeiro dia da novena, e os Padres José Lino Mota Freire, Pároco, e Anderson Pereira Bispo, Vigário Paroquial, que juntos celebraram o sexto dia da novena. 
No dia do Padroeiro, a igreja estava repleta, com toda a comunidade paroquial da matriz e das comunidades Imaculada Conceição e Santíssimo Sacramento.
Padre José Lino Mota Freire, na homilia da missa solene, relembrou os temas da novena. Refletindo à luz do dia de São Serapião, ele ressaltou a importância do mártir na vida da Igreja e questionou: “Até aonde nós hoje iremos pelo Senhor?”, pontuando se essa ida será a ponto de dar o sangue ou se, diante de qualquer situação de dificuldade, a pessoa abandonará o Senhor. “Nós precisamos de uma adesão mais profunda ao projeto de Deus, entregando-nos mais, inspirando-nos no Padroeiro, que é um mártir, mantendo nossos olhos fixos na Ressurreição de Cristo”, afirmou.

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A santa intercessora dos cativos

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07 de novembro de 2019

No dia 22 de outubro, às 19h30,  os fiéis da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios do bairro do Cambuci, participaram da solene celebração Eucarística por ocasião da festa da Padroeira. A Missa foi presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de São Paulo, concelebraram o pároco, Padre Ricardo Anacleto, com a presença de outros sacerdotes amigos, freis e padres da Congregação da Santíssima Trindade e do Cativos e alguns seminaristas do Seminário de Filosofia santo Cura d’Ars.

Maria invocada como a Senhora dos Remédios, foi a grande intercessora dos cativos, concedia auxílio ao apostolado do padre João de Matha, que lutava para libertar os cativos cristãos perseguidos no seu tempo.

Na cerimônia foi entronizada e abençoada a imagem de São João de Matha e acolhida a sua relíquia “ex ossibus”. São J. de Matha, foi o difusor da devoção a Nossa senhora dos Remédios ou do Bom Remédio, e a sua memória ajudou a comunidade a viver a dinâmica do primeiro sínodo arquidiocesano, que interpelou as comunidades neste ano a aprofundarem a história e identidade de seus padroeiros.  

Os paroquianos trouxeram os “quadros peregrinantes” de nossa Senhora dos Remédios que estiveram durante o mês de outubro nas casas com suas famílias para acompanhando as relíquias do santo. A paróquia também recebeu na celebração a cruz missionária dando ênfase ao compromisso missionário assumido com toda a Igreja. Dom Carlos,  na homilia, ensinou que “é através do testemunho da santidade cristã que a Igreja mantém-se vibrante e fiel  à sua missão em todos os tempos”. 

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Devotos lotam Santuário São Judas Tadeu na festa do Padroeiro

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31 de outubro de 2019

Na festa litúrgica dos Apóstolos São Simão e São Judas, na segunda-feira, 28, milhares de fiéis participaram das 14 missas celebradas no Santuário São Judas Tadeu, na zona Sul, por ocasião do dia do padroeiro. Também houve a reinauguração da Capela do Santíssimo, na igreja nova, e procissão com a imagem de São Judas Tadeu pelas ruas próximas ao templo.
A procissão foi realizada após a missa campal solene das 17h, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que no começo da celebração apresentou a Deus, pela intercessão de São Judas e de São Simão, orações pelos anseios dos devotos, pelo Brasil e pela saúde do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que está internado após ser diagnosticado com câncer no aparelho digestivo. 
Dom Odilo, na homilia, recordou que São Judas e São Simão, assim como os demais apóstolos, “ajudavam as pessoas a chegar mais perto de Jesus, para assim serem tocadas por Ele”. Também lembrou que os devotos fazem muitos pedidos a São Judas Tadeu, mas que também o Santo faz pedidos aos cristãos, em especial que continuem a ajudar as pessoas que mais precisam reencontrar a esperança e o caminho de Jesus; que permaneçam firmes na fé, no caminho da vida e da salvação, e que entendam o chamado à conversão e à observância dos mandamentos de Deus.
O Arcebispo também ressaltou que a Igreja foi fundada por Jesus e edificada sob o fundamento dos apóstolos, de  modo que os fiéis não devem seguir pregações que falem diferente do que os apóstolos ensinaram. “Permaneçamos firmes na fé da Igreja, unidos ao Papa,  o Sucessor de Pedro, como coluna da Igreja”, afirmou, destacando, ainda, que “quem tem autoridade para falar em nome da Igreja é o Papa e os bispos unidos a ele, e os sacerdotes unidos aos bispos”. 

RUMO AOS 80 ANOS
Em 2020, o Santuário São Judas Tadeu completará 80 anos. O início da devoção a São Judas na cidade de São Paulo está ligada à fundação da Paróquia São Judas Tadeu, no dia 25 de janeiro de 1940, no bairro do Jabaquara. 
Criada por Dom José Gaspar de 
Affonseca e Silva, então Arcebispo de São Paulo, a Paróquia foi confiada à Província Brasileira Meridional dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Em 1943, com a ajuda da comunidade, foi construída a primeira igreja, ainda provisória, que substituía a capelinha. No ano seguinte, iniciou-se a construção de outro templo, inaugurado em abril de 1944, e hoje conhecido como igreja antiga. Em 18 de novembro de 1997, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo Metropolitano, elevou a Igreja São Judas Tadeu à categoria de santuário. 

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Povo brasileiro protagoniza a festa com Dulce, a Santa dos Pobres

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24 de outubro de 2019

Um dia ensolarado e de céu azul coroou a festa preparada pela Arquidiocese de Salvador para celebrar a agora Santa Dulce dos Pobres. Um público de quase 53 mil pessoas se reuniu no domingo, 20, na Arena Fonte Nova, na capital baiana, para a primeira missa oficial em solo brasileiro em honra à mais nova Santa.
A homenagem teve quase cinco horas de duração e contou com shows musicais, danças, encenações, procissões e a missa de encerramento, presidida por Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil. 
Um total de 30 arcebispos e bispos concelebrou a missa, entre eles o Cardeal Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, e Dom Joel Portella Amado, Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Também foram concelebrantes 620 padres, e participaram inúmeros diáconos, seminaristas e vocacionados de dioceses de todo o Brasil. 
Entre os que concelebraram estava o Padre Bernard de Villanfray, 63, francês da Diocese de Marseille, há 16 anos no Brasil. Durante seis deles, esteve à frente de uma paróquia em Alagados, Salvador, e hoje é responsável pelo Foyer de Charité, uma casa de retiros em Mendes, no Rio de Janeiro. 
“Santa Dulce dos Pobres é a santa das ruas, é aquela que se mistura ao povo, que o conhece, entende suas necessidades e se dispõe a ajudá-lo por meio da caridade concreta. Somente os brasileiros são capazes de fazer uma festa tão linda”, afirmou.

PROGRAMAÇÃO
Um vídeo que retrata os fatos mais importantes acerca da biografia de Irmã Dulce deu início à homenagem. Em seguida, houve as apresentações das bandas católicas Missão Paráclito, Divina Face, Ministério Ignes e Recomeçar e da cantora Patrícia Ribeiro.
“Império do Amor”, espetáculo a respeito da vida e obra de Santa Dulce dos Pobres, veio a seguir e emocionou o público. Encenado por mais de 600 crianças e colaboradores das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), trouxe ainda ao palco o Padre Antônio Maria, além dos artistas Saulo e Tuca Fernandes e dos cantores Margareth Menezes e Waldonys. 

EMOÇÃO
As procissões que aconteceram em seguida foram um símbolo da emoção que tomou conta do público. A primeira delas foi com a relíquia de Irmã Dulce, conduzida por José Maurício Bragança Moreira, o miraculado com o segundo milagre, responsável por elevá-la definitivamente aos altares. As demais procissões trouxeram as imagens de Santo Antônio, santo de devoção de Irmã Dulce, a de Nossa Senhora da Conceição da Praia, padroeira da Bahia, e a do Senhor Bom Jesus do Bonfim, muito popular entre o povo baiano. 
José Maurício, 50, é músico e maestro, casado e natural de Salvador, embora hoje more em Recife (PE). Cego por 14 anos, ele recuperou a visão em 2014 após colocar uma imagem de Irmã Dulce sobre os olhos e suplicar para que cessassem as dores que sentia. No dia seguinte, foi progressivamente voltando a enxergar e os médicos não encontraram explicação para a cura. 
“O sentimento é de que é uma grande honra ter sido instrumento e também sentimento de gratidão. É uma honra divina, uma honra que eu quero levar ao céu e entregar a Santa Dulce. Eu sou muito grato a ela pelo que fez comigo. Voltar a enxergar depois de 14 anos é algo que eu não sei nem mensurar, nem dizer a alegria que eu sinto em palavras. É uma emoção fora do comum. Nunca vivi uma emoção tão grande como a que estou vivendo agora. O coração palpita dentro do peito, as pernas tremem”, disse.
Além do miraculado José Maurício, a outra agraciada com um milagre de Santa Dulce, Cláudia Araújo, 50, participou do cortejo ao lado do filho Gabriel, 18, que estava bastante emocionado. Ela sofreu uma hemorragia durante o parto dele e, mesmo após 18 horas e três cirurgias, nada conseguia conter o sangramento. Contudo, sem nenhuma intervenção médica e após pedir a intercessão de Irmã Dulce, a hemorragia subitamente parou e a paciente se recuperou. 

TESTEMUNHO
Cada fiel presente na Arena Fonte Nova tem a sua história de fé com a nova Santa. Gilneide Costa, 35, relações-públicas e paroquiana da Paróquia Nossa Senhora das Dores de Lobato, em Salvador, é uma das devotas de Dulce dos Pobres. 
Ela conta que é paciente do Hospital Santo Antônio há cerca de 20 anos. “Aquele hospital é um milagre! Ao conhecer a história de Dulce por meio de seu memorial e perceber o quanto ela lutou e conquistou em favor das pessoas, sempre soube que era uma santa, porém não podia venerá-la. Irmã Dulce foi uma verdadeira mãe a muitos órfãos e abandonados. É obrigação de todos manter aquela instituição funcionando. Minha grande alegria agora é poder cultuá-la como santa”, conclui. 

CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
Dom Murilo Krieger demonstrou toda a sua alegria por aquele momento único na história da Igreja no Brasil, e destacou a trajetória que levou Dulce à santidade. Em sua homilia, dirigiu-se a Santa Dulce como quem lhe escreve uma carta: 
“[...] Hoje, pois, só poderíamos mesmo estar muito alegres. E quem é a causa de toda essa alegria e emoção? É a senhora, Santa Dulce dos Pobres – a senhora, que agora é irmã não apenas dos soteropolitanos e baianos, mas, a partir do histórico dia 13 de outubro de 2019, é, também, uma irmã universal. É por isso que estamos aqui, na Arena Fonte Nova. Quando a senhora poderia ter imaginado que um dia, numa tarde de domingo, uma multidão se reuniria por sua causa, num estádio de futebol? Futebol, aliás, que a senhora tanto apreciou em seus tempos de adolescente – que o digam o Ypiranga e o jogador Popó!
Permita-me que eu me corrija: não é bem verdade que estamos aqui por sua causa. Há uma causa maior que nos traz aqui: a Santíssima Trindade, fonte de toda santidade, fonte de sua santidade. Aqui estamos para louvar e agradecer ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo pelo dom que nos concedeu, com a canonização que o Brasil acompanhou. Sua fidelidade a Jesus, sua confiança na Providência Divina e seu amor aos pobres e enfermos, aos menores abandonados e às crianças desprotegidas a tornaram conhecida e amada ainda em vida. Estamos aqui, pois, por causa do efeito da ação do Espírito Santo em seu coração; estamos aqui porque a senhora colaborou com a graça divina e se tornou uma discípula de Jesus Cristo. [...]”

ENCERRAMENTO
Quem achava que, após a Celebração Eucarística, não haveria mais nenhum momento emocionante, enganou-se. Os fiéis foram convidados a permanecer e, em seguida, a imagem da Santa Dulce dos Pobres foi conduzida pela Arena Fonte Nova. Nesse momento, as luzes de se apagaram e os fiéis foram convidados a acender as lanternas dos celulares. 
O povo brasileiro foi protagonista de uma grande festa para celebrar a graça recebida pelo legado que a Santa dos Pobres representa. Com sua presença, que Dulce não seja somente alguém para ser eternamente lembrada, mas alguém para ser constantemente imitada na concretude do bem no dia a dia dos menos favorecidos. 

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Das ruas da Bahia para o Brasil e o mundo inteiro

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23 de outubro de 2019

Roma, cidade da Itália. Roma, bairro de Salvador, Bahia. Dois locais homônimos abrigam a trajetória da menina Maria Rita que se tornou Irmã Dulce e, agora, Santa Dulce dos Pobres: o primeiro foi palco de sua canonização, no último dia 13, pelas mãos do Papa Francisco. O segundo respira o legado de vida daquela mulher franzina que mudaria para sempre a história da capital baiana: o local do antigo galinheiro deu origem às Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), que incluem o Hospital Santo Antônio e o Hospital da Criança, o Santuário Santa Dulce dos Pobres e o Memorial Irmã Dulce, este inaugurado em 1993, um ano após sua morte.
Visitar o Memorial Irmã Dulce é como pisar em suas pegadas e reviver os caminhos e episódios que a tornaram santa. Da grande e icônica fotografia colorida na fachada, que com seu terno olhar convida a uma bela “viagem”, aos fatos inesquecíveis e mais de 800 objetos que demonstram a eloquência de sua força interior, tudo encanta e emociona. De uma de suas paredes, salta aos olhos e ao coração uma frase marcante de Irmã Dulce: “Quando cada um faz um pouco, o pouco de muitos se soma”. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Logo na entrada, vê-se a Capela Santo Antônio, local em que Irmã Dulce costumava rezar com frequência e que se tornaria a segunda guarida de suas relíquias quando ainda era venerável. Por ocasião de seus 70 anos de vida, em 1984, uma fotografia e uma placa em uma das paredes laterais atestam que o local já fora visitado por um santo, São João Paulo II, que aparece ajoelhado num banco, em oração, tornando-se, ao mesmo tempo, sinal da sintonia entre ambos e um irrecusável convite a todo visitante para que se una a eles em preces a Deus. 

FATOS MARCANTES

Numa sala ao lado, lembranças de eventos marcantes. Um deles conta a história de um acidente que aconteceu devido ao choque entre um ônibus e um bonde, em frente à casa onde Irmã Dulce morava com outras religiosas. Na ocasião, o ônibus pegou fogo e as pessoas em seu interior corriam risco de vida. Irmã Dulce imediatamente convocou suas companheiras para que, com baldes d’agua, tentassem apagar aquele incêndio. Percebendo a gravidade da situação e que sua iniciativa seria infrutífera, pois não havia como debelar o fogo nem fazer com que as pessoas conseguissem sair do ônibus, Irmã Dulce pegou uma pedra, quebrou um dos vidros e, assim, permitiu que 12 pessoas pudessem ser salvas. 
Recentemente, durante uma visita ao Memorial, um homem se deparou com os elementos que reproduzem esse episódio, como a réplica em miniatura de um ônibus em chamas, e começou a chorar compulsivamente. Abordado pelos monitores do local, que queriam saber o motivo de tamanha emoção, ouviram: “Eu sou um dos que estavam no ônibus e foram salvos por Irmã Dulce. Eu tinha apenas 12 anos de idade na ocasião”, conta Antônio, hoje com 67 anos de idade. 
E esse encontro de Antônio com Irmã Dulce não se limitaria somente ao acidente: ao ser salvo por ela, ouviu a pergunta: “Filho, onde você mora?”. Ele respondeu: “Não tenho casa, moro na rua”. Daquele momento em diante, ela o adotou e o levou para viver em um de seus orfanatos. Assim, como Deus sempre tira um bem de algo que é aparentemente mal, um acidente foi o responsável por resgatar a dignidade de uma vida inteira, traduzindo-se em mais um retrato da caridade abnegada, sempre presente na religiosa baiana.  

PESSOA IMPORTANTE
Outro episódio marcante ocorreu quando, certa vez, Irmã Dulce conversava com um grande empresário gaúcho para lhe pedir ajuda para suas obras. No meio da conversa, outra religiosa se dirigiu a ela e cochichou-lhe algo. Ela, então, dirigiu-se a seu interlocutor e disse-lhe: “Preciso que me dê uns instantes para que eu possa atender uma pessoa muito importante que acaba de chegar”. Ela, então, saiu da presença do empresário e foi atender um mendigo. Ao ver aquela cena, o empresário ficou transtornado e pensou consigo como um mendigo poderia ser mais importante que ele. No entanto, quando ela voltou para retomar a conversa com ele, disse-lhe: “Estive há pouco com Jesus Cristo, a pessoa mais importante que existe” e o empresário começou a chorar, pedindo-lhe perdão por tê-la julgado por sua atitude. 
Amante da música e dos instrumentos musicais, Irmã Dulce fazia da sanfona sua companhia constante. Além de utilizá-la quando saía para pedir recursos para suas obras, ela também tinha o hábito de fazer visitas nos presídios levando consigo o instrumento, para cantar e tocar para os detentos. 

QUARTO E CADEIRA DE MADEIRA
O quarto de Irmã Dulce também chama a atenção e comove por seu legado: ao lado da cama, há uma cadeira de madeira onde ela dormiu por 30 anos, consequência da graça alcançada em função de uma promessa que fizera para que sua irmã se livrasse de complicações no parto.  
Sobre a cama, o Memorial traz as roupas com que o corpo de Santa Dulce foi sepultado: após 18 anos enterrados, seus restos mortais foram transladados para a Capela das Relíquias, em seu Santuário, e, por ocasião de sua exumação, como as roupas se encontravam intactas, foram retiradas do túmulo para ficar expostas ao público, sinal de mais um milagre da pequena Irmã Dulce.  
Dentre tantos outros, estes são alguns dos fatos da vida pessoal de Dulce que enriquecem e avivam a fé e a esperança de todos os seus devotos. Ela é prova factual de que a santidade não é algo abstrato e inatingível, destinada a poucos escolhidos, mas uma realidade de nosso tempo, ao alcance de todos, cristãos católicos e filhos de Deus. Sua vida é o retrato de que Salvador ficou pequena para conter tanta bondade, dedicação, caridade e entrega e, assim, agora o “Anjo bom” não é somente da Bahia, mas do Brasil e do mundo inteiro. 

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‘Aqui estão vossos devotos, ó, Senhora Aparecida!’

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31 de outubro de 2019

De norte a sul do País, encontram-se, em muitas casas, imagens de Nossa Senhora Aparecida, em torno das quais famílias inteiras se unem para rezar o Terço e fiéis realizam suas orações pessoais. De geração em geração, essa devoção perdura há mais de 300 anos no Brasil.
Em 1717, em uma simples casa de pau a pique, foi construído o primeiro altar que abrigou a imagem de Nossa Senhora da Conceição, encontrada no Rio Paraíba do Sul pelos pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves. O altar era feito com um caixote de madeira e rodeado por velas. Logo a população local passou a se reunir diariamente para a oração do Terço e para pedir a intercessão da Senhora que apareceu nas águas, Nossa Senhora Aparecida. 

EM FAMÍLIA

Assim que a imagem foi encontrada, os pescadores decidiram que ela permaneceria na casa de Felipe Pedroso, por ser o mais velho. “Ele ficou com a imagem durante 15 anos. Quando Felipe a entregou a seu filho, Atanásio Pedroso, ele reunia sua família e vizinhos para rezar o Terço. Foi então que aconteceu o milagre das velas e teve início a devoção popular”, detalhou ao O SÃO PAULO Tereza Pasin, historiadora do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
Em uma noite, durante a oração do Terço, a vela se apagou. A filha do pescador, chamada Silvana, que estava ajoelhada, levantou-se para acendê-la, mas esta se acendeu sozinha. Toda a família ficou surpresa. Ao saber do ocorrido, o Padre José Alves Vilela foi até o local e mandou construir a primeira capela. Logo a notícia se espalhou.
“Naquele momento, a devoção a Nossa Senhora Aparecida tornou-se popular. Não era mais em uma casa, não era mais em uma capelinha. Então, percebeu-se a necessidade da construção de uma igreja, pois, com o crescente número de fiéis, a capela foi se tornando cada vez menor diante da quantidade de devotos”, reforçou a historiadora.

PADROEIRA DO BRASIL

Tereza recordou que, em 1732, o local ficou conhecido como Sítio das Romarias, tamanho o número de pessoas que visitavam a imagem e atribuíam inúmeros milagres de Deus pela intercessão da Virgem Maria. “Posso afirmar que Nossa Senhora Aparecida nunca ficou um dia sem receber os seus filhos romeiros, pois as romarias sempre vieram”, reforçou.
“A cada ano, a devoção foi crescendo. Em 1904, Nossa Senhora Aparecida foi coroada Rainha do Brasil, devido ao número de devotos que já possuía de norte a sul, de leste a oeste do País. Em 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, a primeira do Brasil; e, em 1930, Nossa Senhora Aparecida recebeu o título de Padroeira do Brasil”, concluiu Tereza.
Anualmente, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida recebe, em média, 12 milhões de peregrinos. De ônibus, de carro, a pé, a cavalo, motocicleta ou bicicleta, homens e mulheres, de diferentes idades, vão ao maior santuário mariano do mundo, atraídos por uma experiência de fé nascida em torno daquela pequena imagem da Virgem Maria de apenas 40cm de altura.

CAMINHANDO COM FÉ

Quem trafega pela Via Dutra, uma das mais movimentadas rodovias do País, não raro se depara com romeiros a caminho do Santuário Nacional, em especial nos dias próximos à festa da Padroeira do Brasil.
Na última semana, um desses grupos em romaria era da cidade de Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo. Entre os dias 7 e 11, cerca de 360 pessoas peregrinaram da Paróquia São Judas Tadeu, do bairro Campestre, até Aparecida, caminhando entre 35km e 40km por dia. 
Entre esses romeiros estava Angela Ferreira, que, pelo segundo ano, foi a pé de Santo André a Aparecida. “É sempre a realização de um sonho e uma gratidão por tantas graças e bênçãos que já tive em minha vida pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida”, contou à reportagem, citando três destas graças alcançadas: os 30 anos de casada, a vida do esposo após sofrer um infarto há dois anos e a saúde do filho, que escapou de um acidente de carro, há sete anos, quando por pouco não perdeu completamente a visão. “Quando eu soube do acidente, coloquei meu filho nas mãos de Nossa Senhora, pedi que ela o abençoasse, o cobrisse com seu manto e o protegesse de todo o mal.”
Além de testemunhar outras histórias de gratidão à Mãe Aparecida, Angela contou que a peregrinação a Aparecida reavivou em si a esperança na humanidade, por causa da solidariedade que os romeiros recebem até a chegada aos pés da imagem da Padroeira. “Eu passei a crer mais no ser humano, porque vejo ao longo da romaria quantas pessoas boas ainda existem no mundo, pessoas que saem das suas casas e vêm para a rodovia ajudar a gente”, disse, relatando que os romeiros receberam doações de água, frutas e refeições prontas, além de espaços para descansar e cuidados clínicos de voluntários ao longo da estrada. 

MÃE DE TODOS

Em Aparecida, o coração maternal de Maria também abriga romeiros famosos. A mesma Via Dutra por onde passaram os peregrinos de Santo André na última semana, há 20 anos foi o caminho da peregrinação a pé do humorista Renato Aragão, que na ocasião comemorou os 50 anos de seu personagem mais famoso, Didi Mocó. “Nossa Senhora Aparecida, minha Mãe, me fez levitar na estrada e chegar até aqui”, disse em uma das missas de outubro de 1999, quando concluiu a peregrinação de 170km com uma réplica da imagem de Padroeira do Brasil que carregou em uma mochila nas costas. 
Muitos outros famosos já estiveram aos pés da imagem original de Nossa Senhora Aparecida: o jogador Ronaldo Nazário agradeceu a recuperação de uma bem-sucedida cirurgia no joelho às vésperas da Copa de 2002. Também o ator Murilo Rosa, que interpretou um personagem no filme “Aparecida: O Milagre”, já disse em entrevistas ter se emocionado ao gravar cenas do filme no Santuário Nacional; e o sambista Neguinho da Beija-Flor também contou sobre sua devoção à Mãe Aparecida, após o filho ser atingido por uma bala perdida. “Ele ficou muito tempo internado e eu, que não tinha devoção, procurei Nossa Senhora Aparecida pela cura dele e ela me atendeu. Desde então, ela ganhou toda a minha devoção”, relatou, recordando ainda ter voltado ao templo mariano para agradecer a cura de um câncer no intestino. 
Na Sala das Promessas do Santuário Nacional, fotografias, brinquedos, miniaturas de automóveis e de aviões, roupas, de anônimos e famosos, além de peças de cera alusivas a partes do corpo que foram curadas pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida também são o sinal da devoção dos brasileiros à Mãe Aparecida.  

UMA PRECE EM FORMA DE ARTE

Sentado no chão de sua casa, apoiando-se em uma mesa pequena, Renato Teixeira compôs, em 1977, a música “Romaria”. As estrofes - a princípio registradas apenas na memória do compositor – tornaram-se o hino da devoção dos brasileiros a Nossa Senhora Aparecida.
O nome traduz seu sentido original de não ser, apenas, um louvor, mas um retrato e descrição dos fiéis que admiram e que caminham até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para renovar sua fé.
“Romaria” é a melodia ecoada por milhares de peregrinos há mais de quatro décadas e se tornou a 23ª composição mais regravada da história da música popular brasileira, fato que evidencia sua popularidade e caráter devocional.
O sucesso, entretanto, só se concretizou após três anos de sua criação, com a interpretação da cantora Elis Regina. Antes, outros artistas rejeitaram a canção.

INSPIRAÇÃO

De família católica, Renato Teixeira nasceu em Ubatuba (SP) e costumava frequentar a cidade de Aparecida, na Basílica Menor. 
Aos 14 anos, mudou-se para a cidade de Taubaté, também no Vale do Paraíba. A proximidade entre os municípios fez com que o músico fosse, por muitas vezes, testemunha da manifestação da fé e devoção a Nossa Senhora Aparecida, por meio das inúmeras romarias que viu a caminho do Santuário Nacional. 
“Duas coisas me impressionavam muito na adolescência: as velas penduradas nas portas das lojas e que formavam lindos desenhos e, principalmente, a expressão da crença dos peregrinos que iam até lá para cumprir promessas - ver homens carregando a cruz e olhar a fé no rosto das pessoas era o que me impressionava mais. O personagem da música é realmente o romeiro, principalmente o simples e humilde”, salientou o músico, em entrevista à reportagem.

OLHAR PARA O SIMPLES

Como fio condutor para contar essa história, ele observou a vida da pessoa simples do campo, expressando em algumas frases essas particularidades, ao citar, por exemplo a algibeira (bolsa lateral fechada com nó forte e colocada normalmente em animais) e o fruto jiló, para rememorar os momentos amargos e difíceis do cotidiano, que são também o principal motivo para as orações e preces feitas à Virgem Maria.
Os versos que narram a chegada de romeiros ao maior templo mariano do mundo enaltecem, com simplicidade, que a fé pode ser revelada pelos olhos de quem verdadeiramente crê, como em sua última estrofe, quando, por três vezes, é repetido a frase “meu olhar”.
“Esse é o grande momento da música, quando o romeiro chega e não é preciso saber rezar para estar perto de Nossa Senhora Aparecida. Quando você se aproxima, ela faz você se reencontrar consigo mesmo, esse é o seu grande milagre”, continuou. 

GRATIDÃO

Renato contou à reportagem que o Santuário é um de seus lugares favoritos e que sempre leva consigo uma imagem da Padroeira. Ele afirmou, ainda, que a música por si só é uma oração e que “Romaria” é uma manifestação do respeito a um dos símbolos mais importantes para os brasileiros. 
Segundo o compositor, foi a partir dessa tradição e devoção que o Brasil passou a se reconhecer como uma nação.

NOSSA SENHORA APARECIDA NAS ARTES

MÚSICAS
“Romaria” (Renato Teixeira)
“A Padroeira” (Joana)
“Nossa Senhora do Brasil” (Padre Marcelo Rossi e Bruno e Marrone)
“Viva a Mãe de Deus e Nossa” (Joana)
“À Senhora Aparecida” 
(Padre Zezinho)
“Nossa Senhora” (Roberto Carlos)

CINEMA
“O Milagre das Águas” (1987)
“A Travessia da Serra 
que Chora” (2008)
“Aparecida: O Milagre” (2010)

NOVELA
“A Padroeira” (2001)

TEATRO 
“Aparecida – O musical” (2019)

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São Francisco de Assis: ‘Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz’

Por
07 de outubro de 2019

No dia 04 de outubro, a Igreja celebra a memória litúrgica de São Francisco de Assis, Padroeiro da natureza e dos animais e um dos mais populares santos da história.

Filho de Pedro e Pia Bernardone, nasceu em Assis, na Itália, em 1882. Seus pais eram comerciantes e, por isso, passou a juventude esbanjando dinheiro e demonstrando interesse nos negócios da família, até que uma guerra aterrorizou as cidades de Assis e Perugia, quando Francisco tinha 20 anos.

A tragédia fez com que ele percebesse um outro sentido para a sua vida e mesmo com o desejo de colaborar com sua família, foi impedido por uma doença. Durante a enfermidade, Francisco ouviu o chamado de Deus para que ele entregasse sua vida a serviço.

Vendeu seus bens e aos 25 anos usou o dinheiro que tinha em favor da reforma da Igreja de São Damiao, também na cidade de Assis.

São Francisco escolheu morar com o Padre que trabalhava no local, entretanto, seu pai descordou de sua decisão e o levou de volta para casa, acorrentando-o para que não saísse. Sua mãe, porém, o libertou.

Livre, mais uma vez seu pai tentou impedir seu serviço aos necessitados, impondo-lhe a renúncia de sua herança como condição para a sua liberdade. Aceitando, seguiu pedindo esmola para que a reforma da Igreja de São Damiao não fosse interrompida.

Colaborou, ainda, com a reforma da Igreja de São Pedro, e morou na capela Porciúncula, administrada pelos beneditinos.

ESCOLHA PELA CARIDADE

São Francisco instituiu a Ordem dos Frades Menores, inicialmente com 12 homens. As regras da ordem foram elaboradas por ele e apresentadas em Roma, não sendo aceitas inicialmente por serem consideradas muito rigorosas em relação a escolha pela pobreza.

São Francisco faleceu em 4 de outubro de 1226. Sua canonização aconteceu em 16 de julho 1228, pelo Papa Gregório IX.

CONSAGRAÇÃO DO SÍNODO PARA A AMAZÔNIA

O dia do Santo de Assis foi celebrado em Roma, em uma cerimônia nos Jardins Vaticanos, pelo Papa Francisco. O Santo Padre consagrou o Sínodo para a Amazônia ao Padroeiro da natureza.

O Cardeal Claudio Hummes, Relator-Geral do Sínodo, foi um dos participantes da celebração refletiu sobre “o papel de São Francisco como modelo e Santo Padroeiro do Sínodo para a Amazônia”.

O Pontífice juntamente com Dom Cláudio e dois representantes indígenas, regaram uma árvore nos Jardins Vaticanos, enquanto era cantado Cântico das criaturas.

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