O Cristo Pantocrator

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18 de janeiro de 2018

“A arte sacra é mistagógica, ou seja, retrata o mistério que na Igreja já foi revelado, o mistério da encarnação de Deus.” Assim Wilma Steagall De Tommaso descreveu sua experiência com a arte, que ela começou a pesquisar em sua dissertação de mestrado, concluída em 2005, na PUC-SP.

Cercada por obras de arte, ícones e uma obra de Cláudio Pastro, o Cristo Pantocrator que acolhe a todos os que entram em sua casa, Wilma falou sobre sua experiência de pesquisar e experimentar a fé católica por meio da arte, e sobre como nasceu o livro “O Cristo Pantocrator – Da origem às igrejas no Brasil, na obra de Cláudio Pastro”, lançado pela editora Paulus, em dezembro de 2017.

Ao ser perguntada sobre como começou seu interesse por arte sacra, Wilma contou que sempre foi muito curiosa e chegou a cursar Teologia quando seus filhos ainda eram pequenos. “Acabei não concluindo o curso, mas gostei muito e, assim que pude, comecei a pós-graduação em Ciências da Religião. A princípio, queria pesquisar sobre Maria Madalena na arte, mas meu orientador sugeriu que eu restringisse a pesquisa a um artista e escolhi El Greco”, contou à reportagem do O SÃO PAULO.

Após alguns anos, Wilma dedicou-se, no doutorado, à pesquisa do Cristo Pantocrator, que ela sempre gostou, e, ao pensar sobre a atualização da pesquisa para o contexto brasileiro, viu-se de frente com um dos maiores artistas sacros da contemporaneidade, Cláudio Pastro.

“Eu sempre gostei das obras do Cláudio. Meu primeiro encontro com ele foi por meio da obra que está na Igreja São Bento do Morumbi, no Colégio Santo Américo, onde meus filhos estudavam”, contou Wilma, que se tornou, posteriormente, amiga do artista.

 

ESPIRITUALIDADE

Ao falar sobre os ícones, Wilma recordou que “antes que contemples o ícone, é como se ele te contemplasse. Assim, o Pantocrator se torna uma referência não só para a arte, mas, sobretudo, para a espiritualidade cristã ao longo dos séculos. “Ser um iconógrafo é muito diferente de ser um pintor. Há cânones a serem obedecidos. Iconógrafos ‘escrevem’ um ícone, que é concebido pelo Espírito Santo pelas mãos do monge-pintor, ou seja, o pintor é o pincel do Espírito, segundo a tradição da Igreja Católica do primeiro milênio. Revestir com arte um espaço litúrgico demanda, além da técnica, espiritualidade. A arte sacra, por sua própria natureza, está relacionada à infinita beleza de Deus. Tem o propósito maior de levar o fiel a dedicar-se a Deus, louvar e exaltar a Sua glória. Foi o interesse por essas questões que me conduziu a pesquisar o ícone, seu significado e sua função como arte sacra litúrgica e, em particular, pelo tipo iconográfico Cristo Pantocrator, Soberano Universal”, afirmou Wilma, que leciona no curso “Os virtuosos do invisível – a imagem de Deus na história da Arte”, oferecido pela PUC-SP, com matrículas abertas.
 

PANTOCRATOR

“Para mim, o Pantocrator é aquele para o qual todos nós caminhamos”, afirmou a Autora, que escreveu sobre uma das imagens mais recorrentes da iconografia cristã do primeiro milênio e também a mais difundida pela Igreja do Oriente. Ao descrever a imagem de Cristo, Wilma explicou que “sob traços humanos do Filho encarnado, a Majestade Divina do Criador e Redentor que preside a humanidade, o Pantocrator é muitas vezes apresentado sentado ao trono de onde abençoava com a mão direita e trazia na esquerda um pergaminho ou um livro. Essa imagem não se encontrava só nas cúpulas e nas absides das igrejas, mas também em selos, moedas, evangeliá- rios e outros objetos litúrgicos; era encontrada nas cenas históricas que representavam Cristo nos diversos momentos de sua vida de adulto, como, por exemplo, na Transfiguração, na Descida ao Inferno e em inúmeros ícones oferecidos à veneração dos fiéis nas iconostases das igrejas e casas particulares”

As primeiras representações do Pantocrator remontam ao tempo das catacumbas, quando os cristãos se reuniam junto aos túmulos dos mártires. “O auge, porém, aconteceu a partir do século IV, quando o Imperador Constantino permitiu que os cristãos professassem seu culto e, para isso, precisavam de lugares públicos. Daí começam a surgir os primeiros mosaicos do Cristo Pantocrator nas absides das igrejas. No entanto, só em 13 de outubro de 787, no II Concílio de Niceia, em sua sétima sessão, foi promulgada uma definição de fé, atestando que é legítimo fabricar, expor e venerar os ícones do Cristo, da Virgem e dos santos. Essa definição significou uma etapa decisiva na história icônica do Deus cristão. Com o decreto de Niceia II, a arte cristã encontrou seu fundamento teológico, mas foi sobretudo o ícone do Cristo e sua veneração que receberam aprovação explícita e sem reserva do Concílio”, afirmou.

 

LIVRO

No lançamento do livro, que aconteceu na Livraria da Vila, do Shopping Higienópolis, Wilma recebeu amigos, parentes e pessoas que estão diretamente ligadas à arte sacra no Brasil, religiosos e estudantes de Arte, de Liturgia e de outras áreas. “O livro se destina a todas as pessoas que se interessam por História, Religião, Arte e pelo belo, sem distinção. Historiadores, historiadores da arte, artistas, clé- rigos, teólogos, seminaristas, cientistas da religião, restauradores”, confirmou Wilma, que disse ter ficado felicíssima pela grande adesão ao livro, que, em menos de um mês, já vendeu mais de 700 exemplares.

A Doutora em Ciências da Religião fez, na obra, um resgate, no qual contou a história da imagem na Igreja desde a arte paleocristã, isto é, os três primeiros séculos da cristandade até a contemporaneidade no contexto brasileiro, na arte do artista sacro Cláudio Pastro (1948- 2016). “Portanto, passa pela História da Igreja; pelos Concílios; pelo iconoclasmo (movimento que destruía imagens por ser contrário a elas); pela Teologia da imagem; especifica a diferença entre arte sacra e arte religiosa e tudo o mais que se refere à Arte no Cristianismo”, continuou Wilma.

Foi o próprio Cláudio Pastro que incentivou Wilma a publicar o livro e o apresentou à Editora. “Durante todo o processo de escrita, nos encontramos diversas vezes e, a cada entrevista que eu fazia, Cláudio citava obras que eu já tinha lido e isso nos tornava ainda mais próximos no que se refere à Arte. Além disso, eu checava todas as referências que ele fazia e, com isso, fui elaborando um material riquíssimo que traz as inspirações de Pastro e as suas referências artísticas e espirituais”, contou. Quando, porém, o livro estava em fase de edição, Wilma viu a saúde de Pastro se agravar, até o falecimento do artista, em outubro de 2016.

Na apresentação do livro, Padre Valeriano dos Santos, Doutor em Liturgia e Professor na Faculdade de Teologia da PUC-SP, cita a obra como substanciosa e salienta que “o Pantocrator quer representar o mistério, a liturgia, o símbolo. Por isso, a arte sacra é mística e litúrgica, tirando-nos da morte inexorável e colocando-nos na dimensão da alegria da ressurreição”.

 

CLÁUDIO PASTRO

Com Cláudio Pastro, Wilma encontrou-se algumas vezes, ocasionalmente, antes de começarem as entrevistas para a tese de doutorado. “Cláudio era muito exigente, mas, ao mesmo tempo, ficava maravilhado quando percebia que alguém buscava a mesma compreensão da arte que ele. Lembro-me da sua expressão quando eu disse que conhecia alguns livros que para ele eram referência, por exemplo”, disse Wilma, que é casada e tem dois filhos e dois netos.

Quando foi questionada sobre o Pantocrator na obra de Pastro, ela recordou que a volta do Cristo Pantocrator tem sua base no Concílio Ecumênico Vaticano II. “Há duas intenções que caracterizam o espírito desse Concílio: aggiornamento e ad fontes, ‘retorno às fontes’. Ou seja, uma atualização, uma adaptação da verdade revelada imutável da fé aos tempos atuais, conforme o significado da palavra italiana aggiornamento. E, consequentemente, uma abertura aos novos desafios que o momento atual traz. Além disso, retornar às fontes é redescobrir as riquezas espirituais, doutrinárias e litúrgicas dos primeiros tempos da Igreja. Dentre os valores e as verdades essenciais para a cristandade, o Concílio evidenciou o papel central da pessoa de Jesus Cristo na História da Salvação. Importante lembrar que no Brasil a imagem de Cristo mais difundida é a do crucificado. Cláudio Pastro entendeu que com o Vaticano II, sem se expressar diretamente à volta do Cristo Pantocrator, a premissa ad fontes o autorizava a colocar nas igrejas essa imagem. Nos anos 80 do século passado, Cláudio causava estranheza ao começar a apresentar o Cristo Pantocrator. Ele se autodenominava um artista pós-Vaticano II.”

Admiradora e amiga de Pastro, Wilma Tommaso vê- se diante da missão de ajudar as pessoas a se encontrarem com Cristo por meio da arte e demonstra isso em seu jeito de ser, na decoração da sua casa, nos símbolos e imagens que escolheu cuidadosamente para seu livro. Para ela, “ainda não surgiu, no Brasil, um artista sacro que supere Cláudio Pastro. Como artista sacro, serviu à liturgia. Sua arte quer preparar o espaço sagrado para a ‘Presença’, para o banquete eucarístico”.

No dia 28 de fevereiro, no Museu de Arte Sacra, haverá outro lançamento de “O Cristo Pantocrator – Da origem às igrejas no Brasil, na obra de Cláudio Pastro”, a partir das 18h.

Ao lado da imagem da “Mãe Negra”, Nossa Senhora Aparecida, uma vela acesa durante toda a entrevista simbolizava a fé que Wilma busca viver. “A beleza salvará o mundo”, escreveu ela na dedicatória do livro, que, além de uma excelente obra acadêmica, é um caminho espiritual a ser traçado por quem acredita no mistério e quer mergulhar nele, com os olhos fixos em Jesus.

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Crianças fazem arte em preparação para receber a visita do Papa ao Chile

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08 de dezembro de 2017

Em uma atmosfera de grande emoção, a exposição “EmPAPArte” foi inaugurada na sala de exposições do arcebispo de Concepción, segunda região mais populosa do Chile, com pinturas projetadas e criadas por crianças e adolescentes de diferentes programas desenvolvidos pela Fundação Ciudad del Niño.

A exposição é uma iniciativa promovida pelo arcebispo de Concepción,  dom Fernando Chomali, e faz parte das atividades de preparação para a visita apostólica do Papa Francisco ao Chile, em janeiro de 2018.

O presidente do conselho da Fundação, padre José Cartes, disse que, para realizar a iniciativa, formou-se uma equipe e a colaboração especial do casal missionário francês, Gustav de Pennart e sua esposa Claire, que coordenaram as oficinas de catequese e, mais tarde, pintura. “A catequese com crianças e jovens era muito importante, para que conhecessem o Papa Francisco. Estamos muito felizes e até surpreendidos pelo modo como assumiram esse desafio “, afirmou o padre José.

Dom Chomali reconheceu que, nas crianças, “há muito talento artístico e foi uma bela oportunidade, considerando a visita do Santo Padre, para divulgar esses talentos. Portanto, conseguimos os tecidos e ficamos impressionados com o excelente trabalho que as crianças fizeram, o que nos mostra que a arte não é proibida para ninguém, mas como adultos nos oferecem oportunidades e oportunidades. Espero que este seja um começo para continuar desenvolvendo muitas outras atividades com eles “.

A exposição com 52 obras, muitas delas consideradas excelentes, foram até premiadas, serão exibidas até 15 de dezembro na Sala de Exposições da Arquidiocese e em vários lugares. Dom Chomali não excluiu a preparação de uma forma de consolidar este trabalho e enviá-lo ao Papa Francisco: “Isso nos lembrará que as crianças não são o futuro do Chile, mas que são o presente do Chile. Aqui há artistas muito bons. Estou muito feliz e nunca esperei nada disso com esses jovens que tiveram uma vida difícil, mas, apesar disso, eles podem criar e isso nos dá muita esperança para todos “.

 

Matéria publicada no site da Conferência Episcopal do Chile.

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Dom Odilo participa da inauguração da II Mostra sobre Dom Bosco

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20 de outubro de 2017

No final da tarde do domingo, 15, o Reitor-Mor, Padre Ángel Fernández Artime, inaugurou a II Mostra sobre Dom Bosco “A Utopia e a Realidade na Missão Salesiana”, no Museu da Obra Salesiana no Brasil, em São Paulo.

A exposição, dividida em diversos espaços, mostra traços do carisma salesiano na formação da Inspetoria de São Paulo e também o trabalho missionário realizado em diversas regiões do Brasil.

Na mostra, dividida em cinco blocos (O Grande Mestre, As Missões, Liturgia, Gabinete de Curiosidades e Educação), houve a preocupação de apresentar os pioneirismos dos primeiros salesianos, seja nas missões junto a povos indígenas, seja com religiosos e educadores voltados para a população mais carente, que crescia na cidade de São Paulo no final do século XIX, com a libertação dos escravos e com a vinda dos imigrantes europeus.

A placa de inauguração da mostra foi revelada pelo Padre Ángel, juntamente com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, enquanto o corte da fita inaugural foi realizado pelo Padre Ángel e pelo Inspetor Salesiano, Padre Edson Castilho.

Estiveram presentes o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer; o Exarca Apostólico da Igreja Armênia de Rito Oriental Católica, Dom Vartan Boghossian; o Bispo Auxiliar de São Paulo, Dom Eduardo Vieira dos Santos; os Bispos Salesianos Dom Milton Santos, Arcebispo de Cuiabá; Dom Antonio Carlos Altieri, Arcebispo Emérito de Passo Fundo; Bispo Emérito de São Miguel Paulista, Dom Fernando Legal; Bispo da Diocese de Santos, Dom Tarcísio Scaramussa; além de sacerdotes salesianos, Filhas de Maria Auxiliadora, Irmãs da Caridade de Jesus e muitos educadores, colaboradores das casas salesianas e membros da comunidade em geral.

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A sedução da sétima arte

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17 de julho de 2017

Um tema tão delicado como o do suicídio assistido ter sido tratado no cinema é, porém, uma oportunidade para que se discuta a questão, quer da morte em si, quer da necessidade de que se revejam os padrões e as neces- sidades de consumo criadas para dar conta de uma felicidade meramente baseada em valores como o dinheiro, os padrões de beleza estabelecidos, o prazer sem medida e o poder sobre o próprio corpo ou o dos demais. E são esses os padrões formatados nos quais grande parte da humanidade nem sequer se dá conta de que está seguindo, levada pela propaganda de uma vida perfeita e quase imortal.

 

Elisabeth acrescenta que “cada época apresenta uma neurose predominante e atualmente o tédio existencial torna a população tão passiva que nem consegue identificar o que quer. Passa a querer o que os outros fazem, um conformismo, ou faz o que os outros querem que faça, o chamado totalitarismo. A cultura do descarte, que centra o objetivo no consumismo, leva ao fechamento nos próprios interesses, mas não responde à aspiração presente no coração humano. A falta de ideais favorece os impulsos de agressividade, a criminalidade, a indiferença diante do outro, a dependên- cia de drogas e o suicídio, sobretudo entre os jovens universitários. A cultura do descarte leva também a des- cartar os relacionamentos, as pessoas e a si próprio.”

É importante, porém, destacar que a arte, o cinema e a literatura, sem sombra de dúvida, são exemplos maravilhosos da engenhosidade, inteligência e sabedoria humana e se constituem expressões mais lindas daquilo que definimos como cultura humana. “Quem não se encanta, por exemplo, ao ler um dos clássicos da literatura universal como ‘Dom Quixote de la Mancha’, do escritor espanhol Cervantes? Ou, então, quem não se comove diante da ‘Pietá’ de Michelangelo? E no cinema? Hoje, precisamos de educação com visão crítica e espírito de discernimento, porque nem tudo que vemos por aí ajuda a construir uma vida saudável e feliz. Há muitas situações de ilusão, violência, destruição e pornografia, que corrompem com os verdadeiros valores humanos, que constroem um ser humano normal, feliz e cidadão. Aqui, especificamente, estamos dian- te de poderosíssimos instrumentos de marketing em seduzir sentimen- tal e afetivamente a juventude, que vive um momento particularmente sensível e vulnerável frente à vida e em relação com os valores humanos”, alerta Padre Leo Pessini.

Ele explica à reportagem que o fenômeno do turismo do suicídio assistido na Suíça tem aumentado de forma rápida nos últimos anos e preocupa não só o próprio governo suíço, mas vários governos europeus. “Entre 2008 e 2012, 611 não residen- tes suíços, provenientes de 31 países, foram ajudados a abreviar suas vidas. Temos a eutanásia legalizada desde 2002 na Holanda e na Bélgica. O suicídio assistido está legalizado em vários estados dos Estados Unidos da América. O Canadá está num momento de forte discussão política, mas tudo indica que o suicídio assis- tido vai ser aprovado e regulamenta- do pela Suprema Corte.”

Em matéria do site G1, o ator

Zack Weinstein, que ficou tetraplégi- co em 2005, afirma que “a mensagem do filme é que é melhor para essa pes- soa morrer do que precisar de um ser- viço que a ajude a viver”. Na mesma notícia, há ainda a fala do ator Grant Albrecht, que sofre de uma doença que está retirando a sua capacidade de andar. “Romantizar a covardia é real- mente perpetuar um estereótipo por uma questão de abandonar as pessoas reais com deficiência que estão lutan- do para manter sua sanidade e meios de subsistência e não ganham oportu- nidades em Hollywood”. 

Em artigo publicado no blog Re- ginas, do site Sempre família, Ana Clara Lazarini, que escreve para o blog, afirma que alguns grupos que defendem os direitos das pessoas com deficiência se movimentaram em di- versos países para protestar contra a obra, que mostra a ideia de que não é possível um deficiente ter uma vida digna e feliz, que morrer seria um ato de amor e “pouparia” os amigos e familiares. Citam-se, como exemplo, o grupo “Not Dead Yet”, “Euthanasia Prevention Coalition” e “Center for Disability Rights”.

Ela conta no artigo que Dan Harvey, um jovem que possui uma deficiência muito parecida com a de Will Traynor, criou um canal no YouTube para mostrar sua indignação com o sucesso do filme. No vídeo, diz que o filme reforça o estereótipo da pes- soa com deficiência física, que é contrário da realidade, como se a vida fosse negativa e melancólica, e que acabar com ela seria um ato de coragem. Outro problema relacionado à produção hollywoodiana é a falta de representatividade dos atores com deficiência. As grandes empresas cinematográficas optam por atores que não têm deficiência para fazerem papeis de personagens que têm.

Enquanto “Como eu era antes de você” quer mostrar uma vida que só vale a pena ser vivida se estiver dentro dos padrões pré-estabeleci- dos por uma parcela aparentemente bem sucedida da sociedade, outros filmes, e só para citar um “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, ajudam a perceber o quanto pequenos momentos podem fazer a diferença, mesmo que seja quebrar a camada de creme em um potinho de doce. E, cada pessoa, nas diferen- tes culturas, idades e momentos his- tóricos, tem a tarefa de redescobrir esses momentos. Para alguns, é o aconchego de um almoço em famí- lia no domingo; para outros, ouvir a voz do amigo distante no telefone ou ainda viver um instante de espiritualidade enquanto se contempla as folhas das árvores caírem ao sol. 

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Santuário São Judas Tadeu sedia Congresso Regional de Artes

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11 de mai de 2017

Nos dias 29 e 30 de abril aconteceu no auditório do Santuário São Judas Tadeu, o Congresso de Artes Regional para cidades do Sul e Sudeste do Brasil, voltado aos artistas da Comunidade Católica Shalom e demais interessados.

O Congresso de Artes, com o tema “Arte e Liberdade”, é um encontro para aqueles que têm a missão de evangelizar por meio da arte e querem aprofundar seus conhecimentos.

Os palestrantes do evento vieram do Ceará, onde está a sede da Comunidade Shalom, para falar sobre Antropologia, produção de espetáculos, liturgia, originalidade e liberdade. “A arte cristã é fruto do contato extremo com Deus. A arte quando se encontra com esse mistério tão profundo e essencial produz o inimaginável”, comentou Eduardo Martins, missionário da Comunidade. “Na evangelização, a música é aplicada de forma diferente, em lugares diferentes, inclusive na liturgia”, afirmou Juci Almeida, outro missionário.

O evento contou com a participação de aproximadamente 200 pessoas da Comunidade Shalom que atuam em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e outros estados.

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